“ Não faça eu me arrepender disso...” murmurou contra gosto, e Yara sorriu, dando-lhe um grande abraço de agradecimento antes de entrar no carro. Ian olhou para os amigos que assentiram e cada um entrou em seu carro.
O loiro ainda ficou alguns segundos parado onde estava, pensando, antes de dar a volta no Skyline e entrar no lado do motorista, agarrando o volante com força antes de voltar os olhos para a irmã ao seu lado.
“ Preste atenção Yara, preste muita atenção...” começou ele, tentando deixar a voz o mais calma possível. A verdade é que a presença da irmã ali o incomodava, algo dentro de si estava gritando que não era uma boa ideia levá-la. “... Você vai comigo até lá, então, quando chegarmos você vai descer do carro e vai ficar com o Vincent e com David, entendeu?
A declaração repentina não surpreendeu apenas David, como todos os outros no local. Os olhos do Deeper arregalaram-se levemente, e sua boca ameaçou-se abrir-se um pouco. Lisandra riu consigo mesma, fungando enquanto deslizava as mãos pelo cabelo sedoso.— É estranho. — comentou a Sheroman, parecendo falar mais consigo mesma do que com ele. — Eu venho guardando isso a tanto tempo, essas palavras a tanto tempo comigo que é estranho demais dizê-la em voz alta. Dizê-las para você. Lembra da última vez que eu fiz isso? Lembra o que você me disse naquela época?“Não vamos estragar o que temos com um sentimento que machuca.” – a lembrança veio rápida na mente do Deeper, e parecendo notar isso Lisandra sorriu.— Depois do que você me disse, me convenci de que estava cer
Ficaram em silencio, deixando a música tocada no rádio ser tudo o que preenchia seus ouvidos por alguns minutos. A noite aos poucos foi se fazendo mais e mais presente e logo o céu estava escuro com várias estrelas nele, como se fosse uma pintura de uma tela escura com vários pontinhos brancos e brilhantes espalhados pelo quadro. Era uma visão linda, ainda mais em junção com as luzes da cidade. Alana sorriu, deixando a brisa leve tocar seu rosto, mas não pode deixar de sentir um pouco de frio com isso. Notando isso Ian buscou uma jaqueta escura no banco detrás, entregando-a para Alana que sorriu em agradecimento.— Melhor te levar para casa, já escureceu. — ele disse e estava pronto para girar a chave na ignição quando a mão de Alana alcançou a sua fazendo-o parar e fitá-la. — O que?— Podemos ficar ma
Seus passos pelo extenso corredor eram calmos, lentos, não se importando de estar fazendo o caminho sozinha. Estavam todos no refeitório, ela sabia, e como sempre, em sua mania de fazer anotações extras, estava alguns minutos atrasada. Provavelmente Cassandra despejaria um monte de lamúrias sobre sua dedicação exagerada as sandices que o professor, de fato um pouco biruta, de filosofia falava. Um leve sorriso desenhou-se nos lábios da Steawart com o pensamento, mas este logo foi cortado pelo suspiro que lhe escapou.Algumas semanas haviam passado; semanas em que para ela ora o tempo corria rápido, outras tão lento que a fazia sentir-se sufocar. Mas a verdade, e no fundo ela sabia disso, era que o tempo simplesmente passava; rápido ou lento só dependia da situação que estava vivendo no momento, e com a pessoa que a estava vivendo. Um exemplo de quando as horas
— Você não deveria ter dito nada a Ian. — ele falou com os lábios crispados, como que tentando conter o máximo de fúria possível. Mediante ao nome do amigo, David viu um brilho de esperança se passar pelos olhos de Alana. Ele estreitou os olhos levemente, então dando um passo para trás, para longe da Steawart e caindo no riso.Não era um riso seco ou falso, mas nem por isso fora menos assustador. Era um riso mesmo, como se alguém tivesse acabado de contar a piada mais engraçada de todos os tempos. Alana não entendeu o porque daquela atitude dele, mas estava mais que aliviada de não ter mais as mãos do jovem Deeper lhe apertando os ombros.Ela esperou, com medo demais até mesmo para tentar correr, sair dali. Estava completamente sem ação, não sabia o que fazer ou o que dizer. Enquanto is
— O amigo de vocês, David, aconteceu. — respondeu Simon, tomando a frente. Havia acompanhado Alana até ali, não saindo de seu lado, como que para ampará-la – e era exatamente o que faria – caso acontecesse algo novamente.— É David Deeper, pra você. — disse Ian, com uma rispidez que ele próprio estranhou um pouco. Quase crispou as sobrancelhas também ao ver quão incomodado estava com a aproximação de Simon a Alana.O Norton suspirou cansado, então saltando da mesa e parando frente a Alana.— O que houve? — perguntou a ela com uma preocupação tão intensa que o deixou levemente preocupado por isso.Alana tentou, tentou mesmo mas não conseguiu se controlar. Um soluço irrompeu de seu peito, de sua garganta pelos lábios e lançou-
Estava tão inquieta na cadeira que já era a quarta vez que recebia um olhar severo do professor, fazendo-a encolher os ombros levemente. Os olhos fincaram-se no relógio na sala, acima do quadro, observando os ponteiros moverem-se com grande expectativa. Estava nervosa, os pés mexiam-se inquietos debaixo da mesa, as mãos tremiam sobre o livro aberto em sua mesa, seu coração pulsava. Queria sair logo dali, queria que a aula terminasse logo. Queria ver Eva, checar se sua irmã estava bem, saindo da escola e sendo pega pela senhora Loren, como combinado. Queria se certificar de que ninguém havia tirado sua irmã de si ainda, a levado para longe.Suspirou. Precisava se acalmar. Mas como? Pensou em Ian e Vincent. Como eles eram capazes de agir de maneira tão despreocupada, quase fria numa situação como aquelas? O amigo deles estava preso a um vicio que o podia levar à morte
Assim que a Ferrari grafite entrou no estacionamento, o local pareceu parar apenas para observá-lo. Já era algo costumeiro, porém, diferente das outras noites, Ian não deu atenção a ninguém quando saltou do carro, o que deixou algumas garotas particularmente entristecidas. Ele caminhou até onde Cassandra e Ino estavam, ajeitando a jaqueta escura de couro no corpo.— Tá gostoso hein? — Ian revirou os olhos para Lisandra.— Não finja que não está louca para saber se o encontramos ou não. — ele disse, e Lisandra baixou os olhos, mordendo os lábios.— Parece que eu não sou tão boa em esconder as coisas como você. — murmurou Lisandra, entristecida. Ian sorriu para ela, piscando e como meio para animá-la, disse de maneira despreocupada e cínica:
... Ian deu-lhes as costas, ignorando as garotas que tentavam chegar a ele, voltando ao carro e saindo cantando pneu com o mesmo. As pessoas do local ficaram atônitas, havia algo acontecendo, elas sabiam, e se corroíam por dentro por não saber exatamente oque, mas tinham a certeza que David estava no meio. O ruivo havia simplesmente desaparecido dali, e de todas as boates e clubes que costumava freqüentar, e assim como na escola o sumiço de David era um assunto que ainda rendia, mesmo passado algumas semanas; e enquanto algumas pessoas discutiam sobre as possibilidades do que estava havendo, Ian acelerava mais e mais.Suas mãos apertavam com força o volante, o pé pisando fundo no acelerador enquanto cortava por entre os vários carros na estrada numa velocidade impressionante. A janela aberta fazia com que o vento forte e gélido da noite entrasse no carro, agitando os fios de seu cabelo sempre t&a