Capítulo 5

Fernando,

Espero até que ela suba para o quarto, o que demora bastante, já que com certeza ela tem vários assuntos para tratar com a mulher. O problema é que parece que vou perder a Kiara para ela. Quase duas horas depois, ela entra. Com raiva pela sua demora, finjo estar dormindo para evitar uma briga.

Ouço os passos dela e a porta do banheiro se fechando. Ela nem sequer veio ver se eu realmente estava dormindo. Solto um suspiro irritado e fecho os olhos de verdade para dormir. Mas, quando estava quase dormindo, o perfume dela invade o quarto, me despertando. Então abro os olhos e vejo ela se ajeitando e virando, ficando de frente para mim.

– Boa noite, meu amor! – Ela fala suavemente, fazendo com que eu me esqueça da raiva que estava sentindo por ela.

– Boa noite, minha princesa! – Ela sorri e se aproxima mais de mim, se aninhando em meu corpo – Estou muito triste, você me deixou sozinho hoje.

– Me perdoa, Nando. Prometo que isso não vai mais acontecer. Eu estava resolvendo as últimas questões com a Karina. Amanhã ela vai ao hospital para fazer exames e ver como está a saúde dela. Mas ela vai sozinha porque estou muito feliz e quero passar o dia todo trabalhando com você. Depois, quero te levar para comemorar comigo. Será uma surpresa, você topa?

Concordo com a cabeça, afinal, amo essas surpresas dela. E pelo jeito que ela fala, será bem divertido. Eu confio nela cegamente e sei que essa surpresa vai acabar comigo em cima dela, ou ela em cima de mim.

No outro dia de manhã, saímos bem cedo até a sede da máfia, onde vamos deixar avisado sobre a Karina. Kiara já pesquisou tudo sobre ela e passou para os conselheiros. Com a carta branca, vamos para minha sala, e eu vou puxando minha esposa pelas mãos.

— Estou feliz Nando, agora nosso filho vem. — Fala toda empolgada, se sentando em meu colo.

— E quando vou ter que gozar num potinho?

— Vamos ver como ela está de saúde e depois dos exames dela, vamos até a clínica. O bom que eu encontrei uma que pode entrar com você, e já até sei o que fazer para você gozar igual um louco.

— Rola uma pequena degustação? — Pergunto, tirando um sorriso dos seus labios.

— Não, só no dia. Senão vai estragar a surpresa. — Falei, tudo que diz surpresa da parte dela, significa algo que termina com nós dois fodendo bem gostoso.

— Dom... — Call aparece na porta dando duas batidas olhando para nós dois. Como deixando a porta aberta, mando que ele entre e se sente. — Desculpe interromper, mas é urgente. Parece que o Castello está aprontando alguma coisa. Hoje ele foi visto saindo da França em seu jatinho particular.

— Está fugindo? Não seria típico dele. — Kiara fala cruzando os braços.

— Não senhora, pelo que pesquisamos, ele está se aliando a alguma máfia. Parece que é algo relacionado a tráfico.

— De mulheres? — Ela pergunta de novo.

— Não só de mulheres, mas tudo que se pode ser traficado. Homens e mulheres de várias idades, animais, drogas, armas... Tudo, parece que eles estão se preparando para alguma guerra de verdade.

Olho para Kiara e, como se fosse uma conexão, ela entende o meu olhar. Ela pega seu celular e começa a mandar mensagem para sua família, enquanto eu mando mensagem para os meus pais. Mesmo que eles estejam de férias, meu pai, mesmo me passando o trono, ainda comanda tudo. Eu mesmo disse a ele que, enquanto ele viver, ele será o verdadeiro don.

Peço para o Call continuar de olho neles e verificar se haverá algum carregamento para ser entregue aqui na França. Caso haja, peço para me avisar, pois irei pessoalmente para colocar uma bomba no rabo de quem estiver trazendo.

Esse cara deve viver em um formigueiro, não é possível. Por mais que eu me esforce para exterminar todos os seus capangas, ele sempre manda mais para me perturbar. Call pede licença e se levanta, dizendo que fará tudo conforme eu mandei.

Me encosto na cadeira, pensando no que fazer para pegar esse cara de uma vez por todas. Por três vezes tentei pegá-lo, e nas três não era ele quem estava no local combinado. Não sabemos em que buraco esse tatu se esconde aqui na França, mas quando eu descobrir, vou encher de cimento para que ele nunca mais saia de lá.

As horas vão passando e Kiara me anima, lembrando da minha surpresa. Ela vai até o quartinho e pega uma roupa para eu usar, depois volta para dentro do quarto, dizendo que vai se trocar também. Me troco rapidamente, olhando para a porta, ansioso para ver como ela estará vestida ao sair de lá.

Para minha surpresa, ela sai com uma sandália de salto alto, com cordas envolvendo suas pernas. Seu corpo está coberto por um sobretudo, e seu cabelo está preso em um rabo de cavalo.

— Eu jurava que você sairia completamente nua daí. Por que esse sobretudo? — pergunto curioso.

— Logo você vai descobrir, meu amor. Agora vamos, já estamos atrasados.

— Atrasados? Temos um horário marcado?

Ela sorri e se dirige até a porta, aguardando por mim com a mão na maçaneta. Sigo-a enquanto ela sai, fazendo barulho com seu salto e chamando a atenção de todos na sede. Ainda bem que ela está toda coberta, pois os caras aqui já babam por ela vestida, imagine se a vissem nua? Provavelmente teriam infartos, ou eu que infantaria de ciúmes.

Entramos no meu carro, com ela sentada ao meu lado. Olho para baixo e vejo sua perna à mostra. Acaricio-a, passando a mão lentamente, e subo um pouco mais. Porém, ela segura minha mão e diz que só posso acariciar a pele que está exposta. Ela me guia para onde devo ir e eu a sigo bufando de raiva. Até que ela me pede para parar e estacionar o carro. Olho para fora e não consigo acreditar que ela me trouxe até aqui.

— Me trouxe à sua boate? Para quê? — pergunto confuso.

— Desce sem reclamar, senhor killer. A surpresa está lá dentro, não aqui fora.

Antes que eu possa reclamar, ela abre a porta e desce. Travo o carro e a sigo para dentro da boate. Assim que entro, percebo que está vazia, exceto pelos seguranças que estão do lado de fora, cuidando do salão.

— Escolha uma mesa e se sente, o show está prestes a começar.

— Vai ter mulheres dançando para mim? — pergunto, a deixando irritada, pois logo fecha a cara para mim.

— Não estrague o momento, ou vamos embora agora mesmo e a festa acaba. — Ela fala zangada, e eu sorrio com seu temperamento ciumento.

Escolho uma mesa e me sento. Ela vai até o bar, pega uma garrafa de bourbon e um copo, e coloca-os em cima da minha mesa. Sorrindo, ela sai e entra em uma das cabines, me deixando curioso. As luzes avermelhadas fracas e a música sensual tocando baixinho criam uma sensação excitante. Afrouxo minha gravata e dou o primeiro gole no meu uísque.

As luzes se apagam, deixando apenas a do palco acesa, onde há um poste de pole dance no centro. Kiara entra, ainda vestindo o sobretudo que está me irritando. Será que ela vai dançar com ele só para me provocar? Me levanto para arrancar ele se seu corpo, mas ela estende a mão e eu paro no meio do caminho.

— Pode ficar aí mesmo, só se mexa quando eu mandar. Hoje, eu sou a dona da porra toda, e você só vai observar. — Em sinal de rendição, me sento, aguardando ansiosamente pelo grande show dela. Meu celular vibra no bolso, mas agora não há nada mais importante do que ver minha esposa alegrando a minha noite.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo