Fernando,
Espero até que ela suba para o quarto, o que demora bastante, já que com certeza ela tem vários assuntos para tratar com a mulher. O problema é que parece que vou perder a Kiara para ela. Quase duas horas depois, ela entra. Com raiva pela sua demora, finjo estar dormindo para evitar uma briga. Ouço os passos dela e a porta do banheiro se fechando. Ela nem sequer veio ver se eu realmente estava dormindo. Solto um suspiro irritado e fecho os olhos de verdade para dormir. Mas, quando estava quase dormindo, o perfume dela invade o quarto, me despertando. Então abro os olhos e vejo ela se ajeitando e virando, ficando de frente para mim. – Boa noite, meu amor! – Ela fala suavemente, fazendo com que eu me esqueça da raiva que estava sentindo por ela. – Boa noite, minha princesa! – Ela sorri e se aproxima mais de mim, se aninhando em meu corpo – Estou muito triste, você me deixou sozinho hoje. – Me perdoa, Nando. Prometo que isso não vai mais acontecer. Eu estava resolvendo as últimas questões com a Karina. Amanhã ela vai ao hospital para fazer exames e ver como está a saúde dela. Mas ela vai sozinha porque estou muito feliz e quero passar o dia todo trabalhando com você. Depois, quero te levar para comemorar comigo. Será uma surpresa, você topa? Concordo com a cabeça, afinal, amo essas surpresas dela. E pelo jeito que ela fala, será bem divertido. Eu confio nela cegamente e sei que essa surpresa vai acabar comigo em cima dela, ou ela em cima de mim. No outro dia de manhã, saímos bem cedo até a sede da máfia, onde vamos deixar avisado sobre a Karina. Kiara já pesquisou tudo sobre ela e passou para os conselheiros. Com a carta branca, vamos para minha sala, e eu vou puxando minha esposa pelas mãos. — Estou feliz Nando, agora nosso filho vem. — Fala toda empolgada, se sentando em meu colo. — E quando vou ter que gozar num potinho? — Vamos ver como ela está de saúde e depois dos exames dela, vamos até a clínica. O bom que eu encontrei uma que pode entrar com você, e já até sei o que fazer para você gozar igual um louco. — Rola uma pequena degustação? — Pergunto, tirando um sorriso dos seus labios. — Não, só no dia. Senão vai estragar a surpresa. — Falei, tudo que diz surpresa da parte dela, significa algo que termina com nós dois fodendo bem gostoso. — Dom... — Call aparece na porta dando duas batidas olhando para nós dois. Como deixando a porta aberta, mando que ele entre e se sente. — Desculpe interromper, mas é urgente. Parece que o Castello está aprontando alguma coisa. Hoje ele foi visto saindo da França em seu jatinho particular. — Está fugindo? Não seria típico dele. — Kiara fala cruzando os braços. — Não senhora, pelo que pesquisamos, ele está se aliando a alguma máfia. Parece que é algo relacionado a tráfico. — De mulheres? — Ela pergunta de novo. — Não só de mulheres, mas tudo que se pode ser traficado. Homens e mulheres de várias idades, animais, drogas, armas... Tudo, parece que eles estão se preparando para alguma guerra de verdade. Olho para Kiara e, como se fosse uma conexão, ela entende o meu olhar. Ela pega seu celular e começa a mandar mensagem para sua família, enquanto eu mando mensagem para os meus pais. Mesmo que eles estejam de férias, meu pai, mesmo me passando o trono, ainda comanda tudo. Eu mesmo disse a ele que, enquanto ele viver, ele será o verdadeiro don. Peço para o Call continuar de olho neles e verificar se haverá algum carregamento para ser entregue aqui na França. Caso haja, peço para me avisar, pois irei pessoalmente para colocar uma bomba no rabo de quem estiver trazendo. Esse cara deve viver em um formigueiro, não é possível. Por mais que eu me esforce para exterminar todos os seus capangas, ele sempre manda mais para me perturbar. Call pede licença e se levanta, dizendo que fará tudo conforme eu mandei. Me encosto na cadeira, pensando no que fazer para pegar esse cara de uma vez por todas. Por três vezes tentei pegá-lo, e nas três não era ele quem estava no local combinado. Não sabemos em que buraco esse tatu se esconde aqui na França, mas quando eu descobrir, vou encher de cimento para que ele nunca mais saia de lá. As horas vão passando e Kiara me anima, lembrando da minha surpresa. Ela vai até o quartinho e pega uma roupa para eu usar, depois volta para dentro do quarto, dizendo que vai se trocar também. Me troco rapidamente, olhando para a porta, ansioso para ver como ela estará vestida ao sair de lá. Para minha surpresa, ela sai com uma sandália de salto alto, com cordas envolvendo suas pernas. Seu corpo está coberto por um sobretudo, e seu cabelo está preso em um rabo de cavalo. — Eu jurava que você sairia completamente nua daí. Por que esse sobretudo? — pergunto curioso. — Logo você vai descobrir, meu amor. Agora vamos, já estamos atrasados. — Atrasados? Temos um horário marcado? Ela sorri e se dirige até a porta, aguardando por mim com a mão na maçaneta. Sigo-a enquanto ela sai, fazendo barulho com seu salto e chamando a atenção de todos na sede. Ainda bem que ela está toda coberta, pois os caras aqui já babam por ela vestida, imagine se a vissem nua? Provavelmente teriam infartos, ou eu que infantaria de ciúmes. Entramos no meu carro, com ela sentada ao meu lado. Olho para baixo e vejo sua perna à mostra. Acaricio-a, passando a mão lentamente, e subo um pouco mais. Porém, ela segura minha mão e diz que só posso acariciar a pele que está exposta. Ela me guia para onde devo ir e eu a sigo bufando de raiva. Até que ela me pede para parar e estacionar o carro. Olho para fora e não consigo acreditar que ela me trouxe até aqui. — Me trouxe à sua boate? Para quê? — pergunto confuso. — Desce sem reclamar, senhor killer. A surpresa está lá dentro, não aqui fora. Antes que eu possa reclamar, ela abre a porta e desce. Travo o carro e a sigo para dentro da boate. Assim que entro, percebo que está vazia, exceto pelos seguranças que estão do lado de fora, cuidando do salão. — Escolha uma mesa e se sente, o show está prestes a começar. — Vai ter mulheres dançando para mim? — pergunto, a deixando irritada, pois logo fecha a cara para mim. — Não estrague o momento, ou vamos embora agora mesmo e a festa acaba. — Ela fala zangada, e eu sorrio com seu temperamento ciumento. Escolho uma mesa e me sento. Ela vai até o bar, pega uma garrafa de bourbon e um copo, e coloca-os em cima da minha mesa. Sorrindo, ela sai e entra em uma das cabines, me deixando curioso. As luzes avermelhadas fracas e a música sensual tocando baixinho criam uma sensação excitante. Afrouxo minha gravata e dou o primeiro gole no meu uísque. As luzes se apagam, deixando apenas a do palco acesa, onde há um poste de pole dance no centro. Kiara entra, ainda vestindo o sobretudo que está me irritando. Será que ela vai dançar com ele só para me provocar? Me levanto para arrancar ele se seu corpo, mas ela estende a mão e eu paro no meio do caminho. — Pode ficar aí mesmo, só se mexa quando eu mandar. Hoje, eu sou a dona da porra toda, e você só vai observar. — Em sinal de rendição, me sento, aguardando ansiosamente pelo grande show dela. Meu celular vibra no bolso, mas agora não há nada mais importante do que ver minha esposa alegrando a minha noite.Nando,Ela fica de costas no poste de pole dance e desce até em baixo, olhando para mim com a mão na boca. Engulo seco, sem piscar e sem sequer desviar os olhos dela. Não quero perder nenhum movimento dessa feiticeira que me encantou.Ela sobe novamente e se vira, segurando a barra com uma mão e rodando com os braços abertos. Mas cruza uma das pernas na barra quando faz a volta completa e levanta a cabeça. Ela segura no ferro com as duas mãos, roda a cabeça sensualmente e se vira olhando para mim.— Tira o sobretudo. — grito para ela, e ela olha balançando a cabeça em negativa e sorrindo. — Se não tirar, eu vou aí rasgar ele todinho.Ela encosta as costas no ferro, e me olha de um jeito sedutor. Ela desce as escadas do palco, e se aproxima de mim transbordando sensualidade. Vou me virando com a cadeira conforme ela chega mais pertos, e coloca um dos pés no meu colo. Passo a mão não sua perna e vou subindo até chegar entre suas coxa, e sinto a pele da sua boceta.— Porra, Kiara, te sem
Kiara, Quando eu estava quase desistindo mais uma vez do meu sonho de ter um filho, Karina apareceu em minha vida. Naquele dia, eu estava em casa, pronta para me entregar ao vinho, quando ouvi gritos de socorro vindos do meu portão. Assim que saí pela porta, vi Karina implorando aos meus soldados por ajuda, dizendo que um carro a perseguia para matá-la. Ordenei aos soldados que a deixassem entrar, e ela veio até mim, trêmula e assustada.Ela se ajoelhou aos meus pés, implorando para que eu a escondesse. Pedi aos meus soldados para ficarem de olho e me avisarem caso algum carro passasse. Levei-a para dentro de casa e conversamos por um bom tempo. Anotei seu nome e, enquanto conversávamos, pesquisei sobre ela no celular. Descobri que ela tem ficha limpa, não tem envolvimento com traficantes nem com drogas. É solteira e mora sozinha. Trabalha em uma lanchonete, ganhando um salário mínimo.– Karina, posso te fazer uma proposta? Por favor, não se sint
Fernando,Dito e feito, ela abre a porta e sai às pressas para fora de casa, nem olhando para trás. Eu vou atrás dela rindo da situação e, ao chegar na entrada, a vejo entrando no carro do lado do passageiro. Balanço a cabeça rindo, especialmente quando ela sai do carro com uma expressão brava. Ela tenta passar por mim, mas eu a agarro com força e a coloco em meu ombro para levá-la até nosso quarto. Dou um tapa em sua bunda, para que ela aprenda a não ser tão teimosa e querer se afastar em uma situação complicada. A jogo na cama e ela fica emburrada comigo.— Muda essa cara, ou vou te amarrar na cama.— Como eu te odeio, Fernando, como eu te odeio.— Odeia nada! Você saiu igual uma doida atrás de mim, morrendo de ciúmes. Mas falando sério agora, me desculpa pelo que eu falei. Não foi do jeito que você entendeu que eu quis me referir. Lembra quando eu perguntei se você queria adotar um bebê? Para mim, é do mesmo jeito. Quando você disse que queria um filho nosso, meu e seu, era exatam
Kiara,Entregamos o pote para o médico, que fala sobre o procedimento a ser realizado. Ligo para Karina e passo o endereço para ela, para que ela venha fazer a inseminação. Nando diz que vai embora e vai me esperar em casa, porque não quer ter envolvimento com isso.Não posso forçá-lo a nada, ele já está sendo compreensível demais com essa história toda. Mas sei que ele vai amar quando o bebê nascer. Alguns minutos depois, ela chega com o soldado que deixei com ela, e juntas seguimos para a sala do médico, onde ele explicou todo o procedimento. Ele nos tranquiliza com suas palavras e ainda afirma que esses procedimentos podem até resultar em mais de um bebê, o que me deixa ainda mais animada, pois ter um irmão é tão bom. Tiro por mim e Klaus, que sempre tivemos uma conexão especial quando morávamos na mesma casa.Agora, morando em países diferentes, só nos comunicamos pelo telefone. Principalmente depois que Nando pediu para não irmos lá por causa da minha tristeza. Mas agora, vou po
Kiara,Algumas horas depois, chegamos na Argentina. Não fomos de voo tradicional, mas sim de jatinho particular para não chamar a atenção do Castello. Fernando tenta ligar para o Noah, o chefe da máfia do país, porém a chamada não completa.Ele já começa a ficar preocupado a partir daí, pois não sabemos o que está acontecendo. Fernando chama alguns soldados e manda ir na frente, enquanto entramos no nosso carro e esperamos um pouco. Alguns minutos se passam e não temos nenhuma novidade sobre os soldados que o Nando mandou para a casa do Argentino. E o pior, nem conseguimos mais entrar em contato com eles.— Call, quanto tempo para alugar um helicóptero?— Só ir buscar, senhor. Não demora nada.— Então procure onde tem. Vamos ir lá na casa do Noah por cima. — Call pesquisa na internet. Com poucos minutos, manda a gente acompanhar eles.Call cuida de tudo e só depois do helicóptero alugado é que descemos do carro.— Kiara, prefiro que você fique no carro.— Por quê? Se você morrer, eu m
Fernando,Maluca, ela é maluca. Tá certo que eu a conheço há quase seis anos e sei que a Kiara tem um espírito aventureiro dentro dela, mas nunca pensei que esse espírito seria o líder da matilha. Vê-la pendurada no helicóptero, com o "cai ou não cai", fez meu coração parar na mesma hora. Ela vai me matar e depois vai ficar por aí sendo a viúva triste que perdeu seu grande amor.Sinceramente, não sei o que fazer para acalmá-la. Eu a trouxe para a Argentina porque sabia que ela daria um jeito de vir atrás. Mas alugar outro helicóptero e ainda contar mentiras? Ela se superou dessa vez.Peço ao Call para pegar os corpos dos nossos homens e colocá-los no carro para levá-los de volta ao nosso país. Darei um enterro digno a eles e uma compensação às famílias pelos maridos que morreram em combate.Voltamos para o helicóptero, já que o idiota do Castello não está aqui. Mas, por lealdade à máfia Argentina, vou enviar alguns dos meus homens para procurar o cativeiro dele e resgatar a família do
kiara,Ele para de me bater, acho que mexi com o psicológico dele. Ele sobe em cima de mim, sem colocar força, e desamarra minhas mãos primeiro e depois meus pés. Seus olhos estão com um tom de preocupação, e fico curiosa para saber o que ele está pensando.— Por que mudou de repente?— Porque, Kiara, eu não confio em você. Se quando a surpresa é boa, ela é intensa, essa surpresa ruim deve ser de matar. E eu, meu amor, não quero pagar para ver. Mas a sua punição permanecerá. E se me trair com outro homem, arranco sua cabeça fora.— Teria coragem de matar o amor da sua vida?— Me mato logo em seguida, mas você não ficaria viva para contar a história.Seguro a risada, pois ele fala com um tom de seriedade que arrepia tudo. Me levanto da cama, dou-lhe um beijo na boca. Ele segura em minha cintura, retribuindo o beijo, mas quando o clima começa a esquentar, ele me afasta.— Quietinha, dona fogueteira. — Ele fala saindo do quarto, me deixando rindo dele.Bom, ri só naquele dia, pois confor
Kiara,Me levanto num pulo e chamo o Nando para ir comigo. Mesmo ele não gostando muito dessa história, ele tem um coração bom e, sabendo que outra pessoa está em perigo, ele vai ajudar. Saímos às pressas de casa, já chamando alguns soldados para ir conosco, e seguimos até o apartamento que eu dei para ela. Assim que o Nando para o carro, os soldados param logo em seguida.A recepção do apartamento parece um cemitério, todos mortos. Subimos pelo elevador e, ao chegarmos no apartamento dela, já vejo a porta toda estourada de tiros. Nando mete o pé na porta e ela logo se quebra.— Karina... Karina, sou eu. Cadê você? — Grito enquanto olhamos em cada cômodo. — Karina...— Estou aqui. — A voz dela ecoa fracamente no corredor que leva ao quarto. Seguimos até lá, e outra porta está trancada. Ela abre assim que eu bato, e já me abraça, assustada e trêmula. — Ai, eu fiquei com tanto medo.— Está tudo bem agora. Vamos tirar você daqui e levá-la para outro lugar seguro.— Vou esperar lá embaixo