Fernando,Dito e feito, ela abre a porta e sai às pressas para fora de casa, nem olhando para trás. Eu vou atrás dela rindo da situação e, ao chegar na entrada, a vejo entrando no carro do lado do passageiro. Balanço a cabeça rindo, especialmente quando ela sai do carro com uma expressão brava. Ela tenta passar por mim, mas eu a agarro com força e a coloco em meu ombro para levá-la até nosso quarto. Dou um tapa em sua bunda, para que ela aprenda a não ser tão teimosa e querer se afastar em uma situação complicada. A jogo na cama e ela fica emburrada comigo.— Muda essa cara, ou vou te amarrar na cama.— Como eu te odeio, Fernando, como eu te odeio.— Odeia nada! Você saiu igual uma doida atrás de mim, morrendo de ciúmes. Mas falando sério agora, me desculpa pelo que eu falei. Não foi do jeito que você entendeu que eu quis me referir. Lembra quando eu perguntei se você queria adotar um bebê? Para mim, é do mesmo jeito. Quando você disse que queria um filho nosso, meu e seu, era exatam
Kiara,Entregamos o pote para o médico, que fala sobre o procedimento a ser realizado. Ligo para Karina e passo o endereço para ela, para que ela venha fazer a inseminação. Nando diz que vai embora e vai me esperar em casa, porque não quer ter envolvimento com isso.Não posso forçá-lo a nada, ele já está sendo compreensível demais com essa história toda. Mas sei que ele vai amar quando o bebê nascer. Alguns minutos depois, ela chega com o soldado que deixei com ela, e juntas seguimos para a sala do médico, onde ele explicou todo o procedimento. Ele nos tranquiliza com suas palavras e ainda afirma que esses procedimentos podem até resultar em mais de um bebê, o que me deixa ainda mais animada, pois ter um irmão é tão bom. Tiro por mim e Klaus, que sempre tivemos uma conexão especial quando morávamos na mesma casa.Agora, morando em países diferentes, só nos comunicamos pelo telefone. Principalmente depois que Nando pediu para não irmos lá por causa da minha tristeza. Mas agora, vou po
Kiara,Algumas horas depois, chegamos na Argentina. Não fomos de voo tradicional, mas sim de jatinho particular para não chamar a atenção do Castello. Fernando tenta ligar para o Noah, o chefe da máfia do país, porém a chamada não completa.Ele já começa a ficar preocupado a partir daí, pois não sabemos o que está acontecendo. Fernando chama alguns soldados e manda ir na frente, enquanto entramos no nosso carro e esperamos um pouco. Alguns minutos se passam e não temos nenhuma novidade sobre os soldados que o Nando mandou para a casa do Argentino. E o pior, nem conseguimos mais entrar em contato com eles.— Call, quanto tempo para alugar um helicóptero?— Só ir buscar, senhor. Não demora nada.— Então procure onde tem. Vamos ir lá na casa do Noah por cima. — Call pesquisa na internet. Com poucos minutos, manda a gente acompanhar eles.Call cuida de tudo e só depois do helicóptero alugado é que descemos do carro.— Kiara, prefiro que você fique no carro.— Por quê? Se você morrer, eu m
Fernando,Maluca, ela é maluca. Tá certo que eu a conheço há quase seis anos e sei que a Kiara tem um espírito aventureiro dentro dela, mas nunca pensei que esse espírito seria o líder da matilha. Vê-la pendurada no helicóptero, com o "cai ou não cai", fez meu coração parar na mesma hora. Ela vai me matar e depois vai ficar por aí sendo a viúva triste que perdeu seu grande amor.Sinceramente, não sei o que fazer para acalmá-la. Eu a trouxe para a Argentina porque sabia que ela daria um jeito de vir atrás. Mas alugar outro helicóptero e ainda contar mentiras? Ela se superou dessa vez.Peço ao Call para pegar os corpos dos nossos homens e colocá-los no carro para levá-los de volta ao nosso país. Darei um enterro digno a eles e uma compensação às famílias pelos maridos que morreram em combate.Voltamos para o helicóptero, já que o idiota do Castello não está aqui. Mas, por lealdade à máfia Argentina, vou enviar alguns dos meus homens para procurar o cativeiro dele e resgatar a família do
kiara,Ele para de me bater, acho que mexi com o psicológico dele. Ele sobe em cima de mim, sem colocar força, e desamarra minhas mãos primeiro e depois meus pés. Seus olhos estão com um tom de preocupação, e fico curiosa para saber o que ele está pensando.— Por que mudou de repente?— Porque, Kiara, eu não confio em você. Se quando a surpresa é boa, ela é intensa, essa surpresa ruim deve ser de matar. E eu, meu amor, não quero pagar para ver. Mas a sua punição permanecerá. E se me trair com outro homem, arranco sua cabeça fora.— Teria coragem de matar o amor da sua vida?— Me mato logo em seguida, mas você não ficaria viva para contar a história.Seguro a risada, pois ele fala com um tom de seriedade que arrepia tudo. Me levanto da cama, dou-lhe um beijo na boca. Ele segura em minha cintura, retribuindo o beijo, mas quando o clima começa a esquentar, ele me afasta.— Quietinha, dona fogueteira. — Ele fala saindo do quarto, me deixando rindo dele.Bom, ri só naquele dia, pois confor
Kiara,Me levanto num pulo e chamo o Nando para ir comigo. Mesmo ele não gostando muito dessa história, ele tem um coração bom e, sabendo que outra pessoa está em perigo, ele vai ajudar. Saímos às pressas de casa, já chamando alguns soldados para ir conosco, e seguimos até o apartamento que eu dei para ela. Assim que o Nando para o carro, os soldados param logo em seguida.A recepção do apartamento parece um cemitério, todos mortos. Subimos pelo elevador e, ao chegarmos no apartamento dela, já vejo a porta toda estourada de tiros. Nando mete o pé na porta e ela logo se quebra.— Karina... Karina, sou eu. Cadê você? — Grito enquanto olhamos em cada cômodo. — Karina...— Estou aqui. — A voz dela ecoa fracamente no corredor que leva ao quarto. Seguimos até lá, e outra porta está trancada. Ela abre assim que eu bato, e já me abraça, assustada e trêmula. — Ai, eu fiquei com tanto medo.— Está tudo bem agora. Vamos tirar você daqui e levá-la para outro lugar seguro.— Vou esperar lá embaixo
kiara, Ela olha para mim assustada, e eu tento pegar alguma faísca que seja nesse olhar dela.– Senhora, por Deus, eu nunca tive nada com ele, não. Na verdade, eu nunca sequer tinha ouvido falar da família da senhora. Eu só apareci no seu portão pedindo ajuda. Mas se eu estiver atrapalhando, eu posso ir embora e me viro.– Não, tudo bem, eu acredito em você. Durma um pouco e descanse. Amanhã iremos conversar. – Saio do quarto dela e volto para o meu. Mas assim que coloco a mão na maçaneta, penso se entro ou não, já que fiquei chateada com o grito que ele me deu.Mas então a porta se abre e ele fica olhando para mim, com cara de cachorro sem dono.– Me perdoa, minha princesa. Eu só estava cansado da discussão.– Ah, resolveu me mandar calar a boca para acabar com ela? Bravo, Fernando, bravo. – Entro no quarto e sigo para o banheiro, com ele atrás de mim.– Meu amor, por favor, eu juro que não quis. Quando eu percebi, já tinha gritado. Kiara, não vê o que está acontecendo? Em menos de
Kiara,Depois que ela volta para o carro, não falamos mais nada sobre o assunto. Explico para ela que no centro de treinamento haverá mulheres que irão ajudá-la no que precisar. Elas vão transformá-la em uma nova mulher, que saberá lutar, atirar e se defender contra qualquer um que tente machucá-la.Passo em algumas lojas para comprar roupas para ela, já que tudo ficou no outro apartamento, e ela não quer ir lá com medo dos caras voltarem. Depois de tudo comprado, seguimos para casa. A deixo lá e sigo para a sede da máfia.Entro sem olhar nem falar com ninguém. Vou direto para a parte da academia e ali desconto toda a minha raiva. Escolho um saco de areia e chuto sem parar, trocando de perna. O cansaço não me vence, a dor no pé de tanto chutar também não me faz parar. Até que sinto uns braços me puxando para trás, me afastando do saco de areia.— Pare com isso, por favor. — Nem precisava olhar para saber que é o Nando, só a sua voz já me acalma. Respiro ofegante, tentando controlar a