Ela fechou os olhos atormentada com a visão de pessoas que ajudou a prejudicar por causa deles, para ajudá-los.Lúcio concordou e mesmo sem querer teve pena da mulher que acabou sendo presa fácil para aquele homem acostumado a seduzir, mestre das seduções!- Quando ela me contou que estava grávida, disse que queria me apresentar ao grande amor de sua vida... Eu gelei, pois sabia que ele ficaria furioso comigo. Pois já a conhecia há mais tempo que ele, e não a apresentei...- E o que ele fez? Digo, quando viu você... Mas antes me diga: Como era a reação do pai de Helen, ao ver você com ela?- Normal... Aquele idiota adorava aquela adrenalina... Era um homem acima de qualquer suspeita! Sua esposa nunca duvidaria dele ou desconfiaria! E como era muito jovem, e amiga de sua filha jamais desconfiou...Sua voz falhou.- Como eu disse delegado, eu não tenho orgulho do meu passado, das coisas que fiz...Suas mãos estavam muito trêmulas e ela queria apenas sair dali. A vergonha misturada com a
Helen acordou sentindo uma mão tocando seus seios tentou gritar, mas foi contida por uma das mãos em sua boca.Ela sentiu o odor forte de álcool e não precisou fazer muito esforço para saber que se tratava de Mário.Ele agora, puxava seu moletom e ela entrou em pânico, pois ele encontraria a faca que Raul havia colocado mais a baixo.- Eu sempre quis saber o que Raul viu em você... Aquele metido a chefe comeu você eu também vou te comer, porque agora eu mando aqui!Ela sentiu ódio ao ouvir o nome de Raul na boca dele e repulsa ao sentir aquele cheiro que emanava dele. Não era somente sua boca, mas tudo nele era horrivelmente fedorento.Ela olhou para a porta apavorada.- Não adianta! Só estamos nós dois aqui! Mauro e Anna foram comprar um celular para ligar pro seu papai...Helen se debatia tentando impedir que ele a tocasse mais, mas as tentativas dela estavam sendo frustradas.- Até que você é gostosinha! Tem um corpinho delicioso! Vem! Você vai gostar...Helen sabia que era agora o
Renato a seguia de longe. Ele viu o exato momento em que ela havia saído do casebre no meio do mato.Viu quando Mauro e Anna saíram, mas Mário havia ficado e alguma coisa lhe dizia que ela teria problemas com ele.Então assim que os dois saíram, ele deu alguns minutos e foi até a casa. Mas quando se preparava para entrar, viu quando a porta abriu e uma pessoa saiu. A princípio ele pensou se tratar de Mário, mas qual não foi seu espanto ao constatar que a pessoa era Helen.Ela parecia amedrontada, porém decidida.Assim que ela saiu e se embrenhou na mata ele entrou para apenas constatar o que já desconfiava: Mário agonizando caído no chão.Não existia mais nada que pudesse ser feito por ele, mas para adiantar sua morte e não correr o risco dele dizer algo, Renato abaixou ao seu lado e deu um golpe fatal nele. Viu seu olhar de espanto ao reconhecê-lo. E viu também a vida saindo dos seus olhos.O infeliz não podia imaginar que a sua vida seria tirada de uma mulher frágil e totalmente sem
Abaixada se aproximou dele, que agora jogava água sobre o ferimento.- Sinto muito! Mas achei que se tratava de algum dos sequestradores.Ele é um dos sequestradores sua tola, pensou nervosa e confusa.- Eles virão ao seu encontro sim. E eu preciso tirar você daqui Helen, o mais rápido possível. Esses homens que virão não vão dar bobeira... Eles atiram primeiro. Está entendendo?Ela balançou a cabeça e lembrou que dentro de sua mochila tinha ataduras e remédio contra dor.- Tome. Achei isso na minha mochila.- Vem cá! Amarre isso para mim. Depois tomo o remédio.Suas mãos tremiam enquanto ela fazia um curativo improvisado. Viu o quão fundo estava o corte.- Você fez um bom trabalho Helen, se fosse um dos homens com certeza estaria bem ferido...- Mas que droga Raul, você poderia ter morrido e eu ficaria... –Ela queria dizer que ficaria com remoço, mas nada disse. Emocionada demais para expressar qualquer coisa.Ele percebeu a sua confusão mental e segurou sua mão entre as dele, seu ro
Ivone soube que o delegado Lúcio era inteligente e astuto, assim que colocou os olhos nele.Mas nunca poderia imaginar que ele descobriria essa verdade.Ela estava disposta a contar-lhe a verdade, mas sabia que iria ocultar essa parte, pois havia prometido a sua amiga que jamais revelaria essa verdade para alguém. E havia conseguido até aquela data.Lembrou de Helen e seu bebê, um lindo menino que havia nascido morto.Ivone sentou na cadeira ao lado do delegado que aguardava pacientemente.Ele já sabia a resposta só queria ouvir a sua história.- Eu e Helena tínhamos uma semana de diferença da nossa gestação. Mas eu entrei em trabalho de parto primeiro que ela.- Eu estava sozinha, o Gregório não iria largar a esposa para ficar comigo, isso já era certo e eu não queria ser a amante mais, mas tinha um problema...- Você não tinha dinheiro para cuidar da criança?- Também... E o bebezinho de Helen nasceu morto. Eu estava em casa pensando como cuidaria da Helen, quando meu celular tocou.
Ele levantou e foi até a janela, a noite caía e ele sabia que Helen só estaria viva se alguma coisa diferente tivesse acontecido.- Espere! Eu lembrei de uma coisa! Depois que fizemos a troca, eu e Helena tivemos pouco contato, no nosso último encontro, ela levou algumas fotos dela e eu reparei que ela estava muito abatida. Perguntei o motivo...- E com certeza ela descobriu que seu plano havia falhado e que o marido continuava com seus casos extras conjugais.- Exatamente! Ela estava arrasada e me disse que nunca iria deixar a nossa filha desamparada. Que deixara tudo que tinha para ela.- Você acha que ela contou isso para o marido?O delegado fez a pergunta, mas com aquele sorriso enigmático no rosto.E então, como se tivesse montado um enigma ela disse:- Claro! Para ele não, mas para seu amigo padre... É claro! Ela confessava com Olavo...Lúcio sorriu abertamente, parecendo um menino que fazia uma grande descoberta.Ivone esfregava as mãos, muito nervosa.- Diga-me delegado: Como
Ela sorriu. Entendia o perfeitamente. Sabia que eles não poderiam viver um romance agora, tendo a vista ser uma das principais testemunhas do caso. Mas sentia paz!E isso era algo que não tinha preço!- Eu estou muito aflita que tudo isso termine delegado! E agora mais que nunca!Ele balançou a cabeça entendendo o que ela queria dizer e parecendo feliz e aliviado.- Tenho que ir à casa de Rubens hoje. Preciso saber o que está acontecendo. O prazo já terminou e nada aconteceu.Ele parou o que ia lhe dizer, analisando seu rosto preocupado.- Ivone, você sabe que com a mãe de Helen eles agiram mais rápido... Tiraram sua vida muito antes de pagarem o resgate...Ela parecia desconfortável ouvindo aquilo.- Mas eu acredito que tenha acontecido alguma coisa, pois os sequestradores não estão mandando notícias...- Você acha que ela possa ter fugido?Ele ponderou um pouco, parecendo analisar mentalmente aquela informação.- Pode ser que sim! Esse silêncio não está normal. E eu quero ir até a m
- Meu pai nunca havia me chamado de filhinha...Renato achou estranho o comentário melancólico dela, ali sentada no chão com o olhar perdido na mata.Ele estava enojado com toda aquela situação, com o perigo eminente e como homens iguais a Rubens Matos saísse de situações como aquela impune.- Trabalhei durante anos na mansão e nunca vi seu pai em momento de carinho contigo. Nunca o vi tratando um empregado bem... Ele é do tipo de homem que eu nunca queria perto de mim.Ela o olhou magoada, mas sabia que ele estava coberto de razão.- Ele tem muitas obrigações...- Seu pai é um idiota arrogante Helen! E você sabe bem disso...Desviando o olhar dos dele ela continuou:- A gente teve um período ruim e conturbado e talvez essa situação sirva para nos aproximarmos.Ele sentou ao seu lado:- Esteja pronta para tudo Helen. Inclusive uma traição...Ela riu ironicamente.- Isso eu tiro de letra Raul...Ele a olhou de cara feia, se ela soubesse que muitas coisas simplesmente não podiam ser dit