Abaixada se aproximou dele, que agora jogava água sobre o ferimento.- Sinto muito! Mas achei que se tratava de algum dos sequestradores.Ele é um dos sequestradores sua tola, pensou nervosa e confusa.- Eles virão ao seu encontro sim. E eu preciso tirar você daqui Helen, o mais rápido possível. Esses homens que virão não vão dar bobeira... Eles atiram primeiro. Está entendendo?Ela balançou a cabeça e lembrou que dentro de sua mochila tinha ataduras e remédio contra dor.- Tome. Achei isso na minha mochila.- Vem cá! Amarre isso para mim. Depois tomo o remédio.Suas mãos tremiam enquanto ela fazia um curativo improvisado. Viu o quão fundo estava o corte.- Você fez um bom trabalho Helen, se fosse um dos homens com certeza estaria bem ferido...- Mas que droga Raul, você poderia ter morrido e eu ficaria... –Ela queria dizer que ficaria com remoço, mas nada disse. Emocionada demais para expressar qualquer coisa.Ele percebeu a sua confusão mental e segurou sua mão entre as dele, seu ro
Ivone soube que o delegado Lúcio era inteligente e astuto, assim que colocou os olhos nele.Mas nunca poderia imaginar que ele descobriria essa verdade.Ela estava disposta a contar-lhe a verdade, mas sabia que iria ocultar essa parte, pois havia prometido a sua amiga que jamais revelaria essa verdade para alguém. E havia conseguido até aquela data.Lembrou de Helen e seu bebê, um lindo menino que havia nascido morto.Ivone sentou na cadeira ao lado do delegado que aguardava pacientemente.Ele já sabia a resposta só queria ouvir a sua história.- Eu e Helena tínhamos uma semana de diferença da nossa gestação. Mas eu entrei em trabalho de parto primeiro que ela.- Eu estava sozinha, o Gregório não iria largar a esposa para ficar comigo, isso já era certo e eu não queria ser a amante mais, mas tinha um problema...- Você não tinha dinheiro para cuidar da criança?- Também... E o bebezinho de Helen nasceu morto. Eu estava em casa pensando como cuidaria da Helen, quando meu celular tocou.
Ele levantou e foi até a janela, a noite caía e ele sabia que Helen só estaria viva se alguma coisa diferente tivesse acontecido.- Espere! Eu lembrei de uma coisa! Depois que fizemos a troca, eu e Helena tivemos pouco contato, no nosso último encontro, ela levou algumas fotos dela e eu reparei que ela estava muito abatida. Perguntei o motivo...- E com certeza ela descobriu que seu plano havia falhado e que o marido continuava com seus casos extras conjugais.- Exatamente! Ela estava arrasada e me disse que nunca iria deixar a nossa filha desamparada. Que deixara tudo que tinha para ela.- Você acha que ela contou isso para o marido?O delegado fez a pergunta, mas com aquele sorriso enigmático no rosto.E então, como se tivesse montado um enigma ela disse:- Claro! Para ele não, mas para seu amigo padre... É claro! Ela confessava com Olavo...Lúcio sorriu abertamente, parecendo um menino que fazia uma grande descoberta.Ivone esfregava as mãos, muito nervosa.- Diga-me delegado: Como
Ela sorriu. Entendia o perfeitamente. Sabia que eles não poderiam viver um romance agora, tendo a vista ser uma das principais testemunhas do caso. Mas sentia paz!E isso era algo que não tinha preço!- Eu estou muito aflita que tudo isso termine delegado! E agora mais que nunca!Ele balançou a cabeça entendendo o que ela queria dizer e parecendo feliz e aliviado.- Tenho que ir à casa de Rubens hoje. Preciso saber o que está acontecendo. O prazo já terminou e nada aconteceu.Ele parou o que ia lhe dizer, analisando seu rosto preocupado.- Ivone, você sabe que com a mãe de Helen eles agiram mais rápido... Tiraram sua vida muito antes de pagarem o resgate...Ela parecia desconfortável ouvindo aquilo.- Mas eu acredito que tenha acontecido alguma coisa, pois os sequestradores não estão mandando notícias...- Você acha que ela possa ter fugido?Ele ponderou um pouco, parecendo analisar mentalmente aquela informação.- Pode ser que sim! Esse silêncio não está normal. E eu quero ir até a m
- Meu pai nunca havia me chamado de filhinha...Renato achou estranho o comentário melancólico dela, ali sentada no chão com o olhar perdido na mata.Ele estava enojado com toda aquela situação, com o perigo eminente e como homens iguais a Rubens Matos saísse de situações como aquela impune.- Trabalhei durante anos na mansão e nunca vi seu pai em momento de carinho contigo. Nunca o vi tratando um empregado bem... Ele é do tipo de homem que eu nunca queria perto de mim.Ela o olhou magoada, mas sabia que ele estava coberto de razão.- Ele tem muitas obrigações...- Seu pai é um idiota arrogante Helen! E você sabe bem disso...Desviando o olhar dos dele ela continuou:- A gente teve um período ruim e conturbado e talvez essa situação sirva para nos aproximarmos.Ele sentou ao seu lado:- Esteja pronta para tudo Helen. Inclusive uma traição...Ela riu ironicamente.- Isso eu tiro de letra Raul...Ele a olhou de cara feia, se ela soubesse que muitas coisas simplesmente não podiam ser dit
Ela foi se afastando aos poucos e quando já estava numa distancia recomendável virou rapidamente e entrou na mata tentando fazer o mínimo de barulho possível.Renato abriu os olhos rapidamente em alerta.Havia adormecido. A dor no braço havia aumentado e seu erro havia sido ter tomado um remédio para controlar a dor. Com isso havia relaxado e dormido mais que gostaria.Sentiu uma sensação ruim e virou para o lado aonde Helen deveria estar.Ela não estava lá.Ele deu um pulo em alerta tendo a certeza que algo havia acontecido enquanto estivera dormindo. Ficando de pé, olhava ao redor tentando encontra-la.Já estava à noite e ele soube desde então que ela havia fugido.Aquela tola!Soltando um palavrão ele pegou a mochila no chão perto dele, ela devia ter saído alguns minutos atrás, pensou colocando a nas costas.- Droga!Com certeza isso iria atrasar seu plano. Tinha que chegar até a estação e lá fazer contato com as pessoas certas.Mauro a essas alturas já deveria ter saído do grupo e
Quando Raul entrou no saco, antes de fechá-lo puxou algumas folhas e o cobriu. Assim dificultaria que alguém os visse.Helen fechou os olhos quando ele entrou e fechou o saco.Lá dentro era seco e quente. Mas ela estava tão ciente do corpo dele ali perto dela que temia que acabasse sendo do traída por aquela paixão violenta.Ele a virou e ficou de costas para ele, suas mãos que estavam amarradas para trás encostaram sem querer em seu membro e aí foi o início de seu pesadelo.Ouviu Raul xingando baixinho tentando se ajeitar longe dela, mas era algo impossível, dentro daquele lugar apertado.A respiração dele atingia de cheio o alto de sua cabeça e Helen sentia aquele arrepio gostoso subir por seu corpo.Suas mãos continuavam tocando nele e ela apenas confirmou o que já sabia: Ele a queria tanto quanto ela.Mas que droga!Ela não deveria ficar feliz com isso!Deveria gritar até que alguém viesse socorrê-la!A chuva aumentou lá fora e ela sabia que o frio também.Ela se remexia, sentindo
Depois que fizeram amor dentro daquele saco eles ficaram se beijando e se acariciando.Helen não queria pensar em mais nada!Queria apenas aproveitar aquele momento com ele, sabia que no outro dia estaria totalmente arrependida, mas como resistir àquela boca e aquele corpo?Eles evitavam falar qualquer coisa, envolvidos naquela atmosfera sensual. Na verdade, ambos sabiam que não adiantava falar nada. Que tudo que falassem não conseguiriam explicar a profundidade dos sentimentos.Como ela poderia ter se apaixonado por ele?A verdade era que sempre o amou!Desde o primeiro instante que Raul começou a trabalhar com eles na mansão.Por mais que não quisesse seu peito doía em saber que nunca poderiam ter uma vida em comum. Ela não sabia qual era o plano dele, mas sabia que ele a encontraria em qualquer ligar.- Vamos Helen...Seus pensamentos foram interrompidos por Raul que estava de pé com a mochila nas costas.Ele havia levantado antes e desde então estava calado e distante.Era inegáve