Ele levantou e foi até a janela, a noite caía e ele sabia que Helen só estaria viva se alguma coisa diferente tivesse acontecido.- Espere! Eu lembrei de uma coisa! Depois que fizemos a troca, eu e Helena tivemos pouco contato, no nosso último encontro, ela levou algumas fotos dela e eu reparei que ela estava muito abatida. Perguntei o motivo...- E com certeza ela descobriu que seu plano havia falhado e que o marido continuava com seus casos extras conjugais.- Exatamente! Ela estava arrasada e me disse que nunca iria deixar a nossa filha desamparada. Que deixara tudo que tinha para ela.- Você acha que ela contou isso para o marido?O delegado fez a pergunta, mas com aquele sorriso enigmático no rosto.E então, como se tivesse montado um enigma ela disse:- Claro! Para ele não, mas para seu amigo padre... É claro! Ela confessava com Olavo...Lúcio sorriu abertamente, parecendo um menino que fazia uma grande descoberta.Ivone esfregava as mãos, muito nervosa.- Diga-me delegado: Como
Ela sorriu. Entendia o perfeitamente. Sabia que eles não poderiam viver um romance agora, tendo a vista ser uma das principais testemunhas do caso. Mas sentia paz!E isso era algo que não tinha preço!- Eu estou muito aflita que tudo isso termine delegado! E agora mais que nunca!Ele balançou a cabeça entendendo o que ela queria dizer e parecendo feliz e aliviado.- Tenho que ir à casa de Rubens hoje. Preciso saber o que está acontecendo. O prazo já terminou e nada aconteceu.Ele parou o que ia lhe dizer, analisando seu rosto preocupado.- Ivone, você sabe que com a mãe de Helen eles agiram mais rápido... Tiraram sua vida muito antes de pagarem o resgate...Ela parecia desconfortável ouvindo aquilo.- Mas eu acredito que tenha acontecido alguma coisa, pois os sequestradores não estão mandando notícias...- Você acha que ela possa ter fugido?Ele ponderou um pouco, parecendo analisar mentalmente aquela informação.- Pode ser que sim! Esse silêncio não está normal. E eu quero ir até a m
- Meu pai nunca havia me chamado de filhinha...Renato achou estranho o comentário melancólico dela, ali sentada no chão com o olhar perdido na mata.Ele estava enojado com toda aquela situação, com o perigo eminente e como homens iguais a Rubens Matos saísse de situações como aquela impune.- Trabalhei durante anos na mansão e nunca vi seu pai em momento de carinho contigo. Nunca o vi tratando um empregado bem... Ele é do tipo de homem que eu nunca queria perto de mim.Ela o olhou magoada, mas sabia que ele estava coberto de razão.- Ele tem muitas obrigações...- Seu pai é um idiota arrogante Helen! E você sabe bem disso...Desviando o olhar dos dele ela continuou:- A gente teve um período ruim e conturbado e talvez essa situação sirva para nos aproximarmos.Ele sentou ao seu lado:- Esteja pronta para tudo Helen. Inclusive uma traição...Ela riu ironicamente.- Isso eu tiro de letra Raul...Ele a olhou de cara feia, se ela soubesse que muitas coisas simplesmente não podiam ser dit
Ela foi se afastando aos poucos e quando já estava numa distancia recomendável virou rapidamente e entrou na mata tentando fazer o mínimo de barulho possível.Renato abriu os olhos rapidamente em alerta.Havia adormecido. A dor no braço havia aumentado e seu erro havia sido ter tomado um remédio para controlar a dor. Com isso havia relaxado e dormido mais que gostaria.Sentiu uma sensação ruim e virou para o lado aonde Helen deveria estar.Ela não estava lá.Ele deu um pulo em alerta tendo a certeza que algo havia acontecido enquanto estivera dormindo. Ficando de pé, olhava ao redor tentando encontra-la.Já estava à noite e ele soube desde então que ela havia fugido.Aquela tola!Soltando um palavrão ele pegou a mochila no chão perto dele, ela devia ter saído alguns minutos atrás, pensou colocando a nas costas.- Droga!Com certeza isso iria atrasar seu plano. Tinha que chegar até a estação e lá fazer contato com as pessoas certas.Mauro a essas alturas já deveria ter saído do grupo e
Quando Raul entrou no saco, antes de fechá-lo puxou algumas folhas e o cobriu. Assim dificultaria que alguém os visse.Helen fechou os olhos quando ele entrou e fechou o saco.Lá dentro era seco e quente. Mas ela estava tão ciente do corpo dele ali perto dela que temia que acabasse sendo do traída por aquela paixão violenta.Ele a virou e ficou de costas para ele, suas mãos que estavam amarradas para trás encostaram sem querer em seu membro e aí foi o início de seu pesadelo.Ouviu Raul xingando baixinho tentando se ajeitar longe dela, mas era algo impossível, dentro daquele lugar apertado.A respiração dele atingia de cheio o alto de sua cabeça e Helen sentia aquele arrepio gostoso subir por seu corpo.Suas mãos continuavam tocando nele e ela apenas confirmou o que já sabia: Ele a queria tanto quanto ela.Mas que droga!Ela não deveria ficar feliz com isso!Deveria gritar até que alguém viesse socorrê-la!A chuva aumentou lá fora e ela sabia que o frio também.Ela se remexia, sentindo
Depois que fizeram amor dentro daquele saco eles ficaram se beijando e se acariciando.Helen não queria pensar em mais nada!Queria apenas aproveitar aquele momento com ele, sabia que no outro dia estaria totalmente arrependida, mas como resistir àquela boca e aquele corpo?Eles evitavam falar qualquer coisa, envolvidos naquela atmosfera sensual. Na verdade, ambos sabiam que não adiantava falar nada. Que tudo que falassem não conseguiriam explicar a profundidade dos sentimentos.Como ela poderia ter se apaixonado por ele?A verdade era que sempre o amou!Desde o primeiro instante que Raul começou a trabalhar com eles na mansão.Por mais que não quisesse seu peito doía em saber que nunca poderiam ter uma vida em comum. Ela não sabia qual era o plano dele, mas sabia que ele a encontraria em qualquer ligar.- Vamos Helen...Seus pensamentos foram interrompidos por Raul que estava de pé com a mochila nas costas.Ele havia levantado antes e desde então estava calado e distante.Era inegáve
- Não tenho tempo para explicar tudo agora, temos que descer porque senão perderemos o trem.- Não! Não... Raul eu não saio daqui enquanto você não me explicar direito o que é isso tudo? Policial infiltrado? Como isso é possível?- Você é teimosa mulher!Ele pegou seu braço e a conduzia em direção a descida. Ela deu um puxão em seu braço e parou no meio do caminho.- Se você não me contar tudo, não vou a lugar nenhum!- Droga Helen... Que droga!Ele respirou fundo e frustrado começou:- Há alguns anos atrás foi interceptada uma ligação de uma pessoa planejando seu sequestro. Na verdade ele procurava mercenários capazes de qualquer coisa por dinheiro. Nosso informante conseguiu colocar eu e mais uma pessoa no grupo. O que você viu ali não foi nem dez por cento das pessoas envolvidas. Mas eles não querem que os rostos sejam vistos e...Ela o interrompeu:- Você é policial? Mas como?- Sim Helen... Eu e Mauro...Ele estava preocupado e olhava ao redor querendo ver se existia algum perigo
Rubens Matos precisava manter a calma, eles haviam recebido a ligação das pessoas que estavam com a filha e eles informaram a morte de um dos homens e o sumiço de Helen pela segunda vez!Eles haviam dito que a filha havia matado o imbecil.E isso era impossível!Conhecia a filha muito bem para saber que a idiota mosca morta seria incapaz de matar uma barata, quanto mais um homem.Mas eles garantiram que o haviam encontrado morto, banhado em sangue e Helen não estava no lugar.Estava irritado que as coisas tivessem tomado um rumo muito diferente do que haviam planejado.Agora ela estava sumida e só Deus onde.Ele e Olavo já haviam mandado seus homens para acabar com a raça daqueles incompetentes. Ele havia discutido com o amigo, questionando o profissionalismo dos que haviam ficado com sua filha no cativeiro. Soube da morte de Raul por um dos homens. Eles simplesmente haviam se desentendido e brigado pela liderança.O único que ele colocava as mãos no fogo, Raul havia sido morto pelo g