- Meu pai nunca havia me chamado de filhinha...Renato achou estranho o comentário melancólico dela, ali sentada no chão com o olhar perdido na mata.Ele estava enojado com toda aquela situação, com o perigo eminente e como homens iguais a Rubens Matos saísse de situações como aquela impune.- Trabalhei durante anos na mansão e nunca vi seu pai em momento de carinho contigo. Nunca o vi tratando um empregado bem... Ele é do tipo de homem que eu nunca queria perto de mim.Ela o olhou magoada, mas sabia que ele estava coberto de razão.- Ele tem muitas obrigações...- Seu pai é um idiota arrogante Helen! E você sabe bem disso...Desviando o olhar dos dele ela continuou:- A gente teve um período ruim e conturbado e talvez essa situação sirva para nos aproximarmos.Ele sentou ao seu lado:- Esteja pronta para tudo Helen. Inclusive uma traição...Ela riu ironicamente.- Isso eu tiro de letra Raul...Ele a olhou de cara feia, se ela soubesse que muitas coisas simplesmente não podiam ser dit
Ela foi se afastando aos poucos e quando já estava numa distancia recomendável virou rapidamente e entrou na mata tentando fazer o mínimo de barulho possível.Renato abriu os olhos rapidamente em alerta.Havia adormecido. A dor no braço havia aumentado e seu erro havia sido ter tomado um remédio para controlar a dor. Com isso havia relaxado e dormido mais que gostaria.Sentiu uma sensação ruim e virou para o lado aonde Helen deveria estar.Ela não estava lá.Ele deu um pulo em alerta tendo a certeza que algo havia acontecido enquanto estivera dormindo. Ficando de pé, olhava ao redor tentando encontra-la.Já estava à noite e ele soube desde então que ela havia fugido.Aquela tola!Soltando um palavrão ele pegou a mochila no chão perto dele, ela devia ter saído alguns minutos atrás, pensou colocando a nas costas.- Droga!Com certeza isso iria atrasar seu plano. Tinha que chegar até a estação e lá fazer contato com as pessoas certas.Mauro a essas alturas já deveria ter saído do grupo e
Quando Raul entrou no saco, antes de fechá-lo puxou algumas folhas e o cobriu. Assim dificultaria que alguém os visse.Helen fechou os olhos quando ele entrou e fechou o saco.Lá dentro era seco e quente. Mas ela estava tão ciente do corpo dele ali perto dela que temia que acabasse sendo do traída por aquela paixão violenta.Ele a virou e ficou de costas para ele, suas mãos que estavam amarradas para trás encostaram sem querer em seu membro e aí foi o início de seu pesadelo.Ouviu Raul xingando baixinho tentando se ajeitar longe dela, mas era algo impossível, dentro daquele lugar apertado.A respiração dele atingia de cheio o alto de sua cabeça e Helen sentia aquele arrepio gostoso subir por seu corpo.Suas mãos continuavam tocando nele e ela apenas confirmou o que já sabia: Ele a queria tanto quanto ela.Mas que droga!Ela não deveria ficar feliz com isso!Deveria gritar até que alguém viesse socorrê-la!A chuva aumentou lá fora e ela sabia que o frio também.Ela se remexia, sentindo
Depois que fizeram amor dentro daquele saco eles ficaram se beijando e se acariciando.Helen não queria pensar em mais nada!Queria apenas aproveitar aquele momento com ele, sabia que no outro dia estaria totalmente arrependida, mas como resistir àquela boca e aquele corpo?Eles evitavam falar qualquer coisa, envolvidos naquela atmosfera sensual. Na verdade, ambos sabiam que não adiantava falar nada. Que tudo que falassem não conseguiriam explicar a profundidade dos sentimentos.Como ela poderia ter se apaixonado por ele?A verdade era que sempre o amou!Desde o primeiro instante que Raul começou a trabalhar com eles na mansão.Por mais que não quisesse seu peito doía em saber que nunca poderiam ter uma vida em comum. Ela não sabia qual era o plano dele, mas sabia que ele a encontraria em qualquer ligar.- Vamos Helen...Seus pensamentos foram interrompidos por Raul que estava de pé com a mochila nas costas.Ele havia levantado antes e desde então estava calado e distante.Era inegáve
- Não tenho tempo para explicar tudo agora, temos que descer porque senão perderemos o trem.- Não! Não... Raul eu não saio daqui enquanto você não me explicar direito o que é isso tudo? Policial infiltrado? Como isso é possível?- Você é teimosa mulher!Ele pegou seu braço e a conduzia em direção a descida. Ela deu um puxão em seu braço e parou no meio do caminho.- Se você não me contar tudo, não vou a lugar nenhum!- Droga Helen... Que droga!Ele respirou fundo e frustrado começou:- Há alguns anos atrás foi interceptada uma ligação de uma pessoa planejando seu sequestro. Na verdade ele procurava mercenários capazes de qualquer coisa por dinheiro. Nosso informante conseguiu colocar eu e mais uma pessoa no grupo. O que você viu ali não foi nem dez por cento das pessoas envolvidas. Mas eles não querem que os rostos sejam vistos e...Ela o interrompeu:- Você é policial? Mas como?- Sim Helen... Eu e Mauro...Ele estava preocupado e olhava ao redor querendo ver se existia algum perigo
Rubens Matos precisava manter a calma, eles haviam recebido a ligação das pessoas que estavam com a filha e eles informaram a morte de um dos homens e o sumiço de Helen pela segunda vez!Eles haviam dito que a filha havia matado o imbecil.E isso era impossível!Conhecia a filha muito bem para saber que a idiota mosca morta seria incapaz de matar uma barata, quanto mais um homem.Mas eles garantiram que o haviam encontrado morto, banhado em sangue e Helen não estava no lugar.Estava irritado que as coisas tivessem tomado um rumo muito diferente do que haviam planejado.Agora ela estava sumida e só Deus onde.Ele e Olavo já haviam mandado seus homens para acabar com a raça daqueles incompetentes. Ele havia discutido com o amigo, questionando o profissionalismo dos que haviam ficado com sua filha no cativeiro. Soube da morte de Raul por um dos homens. Eles simplesmente haviam se desentendido e brigado pela liderança.O único que ele colocava as mãos no fogo, Raul havia sido morto pelo g
Depois que o delegado saiu Rubens pegou o celular e ligou para Olavo.- Mas que porcaria Olavo! O que está acontecendo afinal? O imbecil do delegado acabou de sair daqui dizendo que Helen ia a outro lugar com o Raul...- Eu nunca soube disso... Ele não falou nada sobre esse lugar?- Ele não disse nada! Eu acho que esse delegado está escondendo alguma coisa.- Eu já mandei meus homens ao encontro daqueles imbecis ou o que sobrou deles...- O que você esta esperando pra liquidá-los? Como eles deixaram Helen escapar por duas vezes?- Mantenha a calma... A gente conseguiu uma vez, vamos conseguir de novo!- Enquanto Helen estiver viva, a gente não vai conseguir nada! Nada, entendeu? Se seus homens não conseguem realizar essa simples tarefa, eu...- Tenha paciência...- Não me venha com paciência...Ele queria gritar e espancar alguém para aplacar sua fúria.- A coisa está saindo do nosso controle! Se esse delegado de merda começar a investigar eu e você estamos ferrados!O outro ficou em
O idiota havia estragado seus planos!Ela iria pegar sua parte e a de todos eles e depois os mataria. Iria ficar com toda a grana.Mário estava deixando que seus vícios atrapalhassem tudo e ela sabia que mais cedo ou mais tarde ele morreria.Se Helen não tirasse sua vida, ela teria o maior prazer em fazê-lo.Mas e se Raul ainda estivesse vivo e em sua opinião ele estava!E se foi ele que tivesse matado Mário e pegado a riquinha miserável?Ela pulou um tronco caído e se jogou no chão, se escondendo por uns minutos.Escutou alguns passos a sua esquerda e a única coisa que poderia fazer era pular aquele penhasco.Olhou para baixo e viu que logo embaixo há alguns metros dali existia uma pequena estação de trem.Ela nunca soubera que passava trem ali.Viu que precisava chegar até lá antes que os homens a achassem.Desceu com cautela, mas rápido e já estava chegando embaixo quando ouviu o barulho de um trem se aproximando. Foi quando ouviu tiros atrás dela.Do alto do penhasco homens armado