Mauro viu quando Anna saiu correndo pela mata adentro, ele sabia que sua vida dependia se conseguisse chegar até ao rio perto dali.Os homens do contratante haviam saído atrás dela e isso lhe deu alguns minutos.Ele estava gravemente ferido e sabia que somente um milagre poderia salvá-lo.Anna havia conseguido acertar na barriga e outro na perna esquerda. O tiro não havia acertado em nenhum órgão vital, mas ele havia perdido muito sangue.Fazendo um esforço sobre humano para manter-se acordado ele cambaleou até o rio e retirou a camisa ensopada de sangue.Respirando fundo e tentando não gritar de dor, ele molhou a camisa e quando ia limpar os ferimentos, preferiu deitar e deixar que a água o refrescasse.A perna não o preocupava, apesar de doer bastante.A bala ainda estava lá e ele precisava urgentemente chegar até um hospital.Fechou os olhos respirando fundo.Os homens do contratante haviam ido atrás de Anna para acabar com sua vida, mas ela era muito rápida e astuta, faria de tudo
Ela aguardava ansiosa e tudo que ele queria fazer era beijar aquela boca e a possuir de todas as formas possíveis.- Helen, as coisas fugiram do controle e...Ele parou seu discurso quando ela começou a rir histericamente.Ele a pegou pelos ombros e a sacudia levemente.- As coisas fugiram do controle? Sério? Ah meu Deus! Isso só pode ser uma pegadinha, uma brincadeira de mau gosto... Só pode...- Que droga Helen! Eu sei o quanto deve estar sendo difícil pra ti... E lamento totalmente por isso! Você não merecia estar passando por essa situação.- Eu perdi minha mãe num sequestro Raul e anos depois também sou sequestrada por alguém que confio... Daí eu descubro que meu sequestrador, ou pelo menos dois são policiais...- Já te falei: Fomos escolhidos para protegê-la... Caso não estivéssemos lá você há essa hora já estaria morta!- Mas como você foi escolhido? O Mauro? Como essas coisas acontecem pelo amor de Deus?Ele se afastou e terminou de se secar de costas. Ela contemplou aquele ân
Raul acordou com uma sensação de perigo!Ele não sabia, mas sentia que alguma coisa iria acontecer.Deu um salto na cama xingando baixinho em ter baixado a guarda. Ele sabia que depois de terem feito amor e adormecido, muita coisa poderia acontecer.Ele não deveria ter adormecido, mas aquela mulher tirava toda a sua concentração.Ele apurou o ouvido e viu um clarão de luz do lado de fora da janela.Droga!- Helen...Ele cochichou baixinho em seu ouvido.Viu quando ela abriu os olhos ainda sonolenta.Fazendo sinal de silêncio, ele levantou da cama, pedindo com gestos que ela o imitasse.Rapidamente ela colocou o tênis.Ele agradeceu a Deus que eles tiveram o bom senso em colocar as roupas antes de adormecerem nos braços do outro.- O que é?Seus olhos estavam cheios de medo, mas ele não queria deixá-la mais receosa.Ele olhou para fora e viu o dono da pensão conversando com um homem dentro de um carro e logo depois o mesmo dava a partida e saía.Helen olhava para ele tentando entender
Lúcio dirigiu apressadamente para sua casa.Seu coração estava aflito, pois sabia que em breve os homens de Rubens poderiam fazer alguma coisa e achar Ivone.Ele não queria que mais pessoas inocentes se ferissem.Estacionou o carro em frente da casa, sem se preocupar em colocá-lo na garagem.Ele entrou sem fazer barulho.Ouviu um movimento na cozinha e sorrateiramente foi na direção dele.Encontrou Ivone de costas, um avental amarrado na cintura e lendo alguma coisa no celular.Ele olhou em cima da mesa e viu alguns ingredientes.Parecia que ela estava preparando algum bolo.- Ivone...Ela deu um pulo assustada.- Meu Deus! Eu não te ouvi entrando... Que susto!Ela acompanhou seu olhar para a mesa e comentou:- Desculpe-me! Estou invadindo sua cozinha... E queria fazer um bolo... Mas se não quiser...Ela caminhou para a mesa retirando o avental e o depositando na cadeira.Ele segurou seu pulso e a aproximou dele.Seu coração estava descompassado, nervoso.- Não é nada disso...- Mas..
A igreja era grande e diariamente ficavam fiéis em seus bancos em oração.O Padre cumprimentou algumas pessoas que estavam ali e depois se dirigiu para a porta que ficava atrás do altar.Assim que atravessou a porta retirou a batina e a pendurou.Estava nervoso e irritado, pois suas ações eram limitadas.Aquele disfarce de padre era perfeito: Tinha o respeito e carinho de muitos, mas não podia se envolver diretamente nas ações, tinha que manter-se secretamente.Mas ele conhecia muitas pessoas e bastava dar algumas ligações que teria nomes e contatos de quem precisasse.E foi numa dessas ligações que deram o nome do homem que ficaria mais perto de Helen: O segurança Raul.Ele era perfeito!Um homem bonito e com fama de um dos melhores mercenários no país.A ficha dele era digna de um filme.Nunca havia sido pego.Sempre havia entrado e saído da cena do crime sem deixar vestígios.Pouco se sabia dele.Apenas que tinha uma empresa de segurança.Sem família, mulher e filhos.Ele era a pes
Renato sentou com Helen numa praça com várias crianças brincando.Ela agora tomava a água que ele havia comprado.A noite havia sido muito cansativa e ele tinha pena dela por passar por aquilo.- Não entendo porque não podemos ir a polícia ou voltar para casa...- Não lhe parece obvio?Ele não queria ser ríspido, mas estava frustrado.Não recebeu mais notícias do amigo Mauro.Temia por sua vida.E seu contato também não havia falado mais nada.Ele agora tinha que ir a o último lugar de ponto de encontro.Era sua esperança que o amigo tivesse escapado vivo e que a ajuda que esperava aparecesse.Não podiam confiar em quase ninguém da polícia.Eles estavam praticamente sozinhos desde o início.Teria que manter-se calmo e atento.- O óbvio também precisa ser dito Raul...- Você acha que a polícia não está no meio disso tudo?- Mas você é policial!- Helen...- Eu estou cansada, só isso...- Confie sempre no seu instinto certo? Não importe quem seja, confie sempre nele. Você é inteligente
Sentando no chão novamente ela ouviu:- Eu estava tão preocupado contigo menina! Que coloquei algumas pessoas para ficarem de olho por aqui! E eles me disseram que...Ele não terminou a frase.Helen abriu a porta emocionada e se jogou em seus braços:- Padre! Eu não acredito! Que milagre foi esse? Eu... Eu...Ela não conseguia parar de chorar agarrada a ele.- Eu pedi tanto a Deus que alguém viesse me buscar!- Eu também pedi tanto a Deus minha filha! Venha... Precisamos ir embora!Helen enxugou o rosto, emocionada.Estava feliz em ver o Padre Olavo ali.E como ele milagrosamente junto com seus amigos a havia encontrado.Ele entrou no apartamento rapidamente olhando em volta e a segurando nas mãos.- Não, Padre! Eu não posso ir! Preciso esperar o Raul...- Helen, Helen... Você é tão bondosa! Então ele conseguiu te enganar?Ela arregalou os olhos.Estava espantada e sentia o coração pular descontroladamente.- Como assim? Do que o senhor está falando?Ele olhou a televisão na sala e re
O prédio era comum, mas altamente montado e vigiado por policiais treinados para desmantelar sequestros.Ele já sabia que estava sendo aguardado e sua entrada permitida.Ele subiu até o andar e assim que abriu a porta foi recebido por Lúcio.O delegado Lúcio o olhou cheio de expectativa, sabendo que alguma coisa estava errada.- Aconteceu alguma coisa com a Helen?- Ela não estava mais no apartamento... Eu encontrei isso aqui na escada! Sabe de quem é certo?O outro examinou o lenço e rapidamente falou:- Venha comigo! Você precisa conhecer uma pessoa.Helen soube que corria perigo assim que entraram na rodovia o Padre Olavo retirou a gravata sacerdotal e abriu a camisa até a altura do peito.Ela viu o brilho do olhar do sacerdote e soube que ele estava envolvido em tudo aquilo.Tentando não demonstrar seu desespero Helen tentava se acalmar.Pedia a Deus que Raul encontrasse o lenço que havia deixado cair propositalmente.- Para aonde estamos indo Padre? Porque não vamos a policia?El