Encarei aquele sorriso diabólico por muito tempo antes de engolir em seco e focar em seus olhos. O preto em sua íris era tão profundo que despertava em mim um medo surreal. Eu desci o olhar até suas mãos, que seguravam com força os braços da minha melhor amiga.— Era uma manhã fria. O cemitério de Darkot Village, onde os gêmeos moravam antes de se mudarem para o castelo, estava vazio com exceção de nosso grupo. Ean preferira enterrar a irmã aqui, mas sem as cerimônias e os genéricos convidados que nunca foram realmente próximos de Íris. Nós éramos tudo o que ela tinha.— Você não quer dizer nada? — perguntou o príncipe, abraçando-me por trás enquanto eu observava o guarda murmurar palavras que eCapítulo 33
EanEu encarei enquanto o príncipe andava de um lado para o outro, exalando preocupação e arrependimento ao murmurar palavras sem sentido para si mesmo. Com um suspiro pesado, sentei-me no banco de pedra e encarei as árvores, desejando poder ver além da escuridão. A luz fraca da lua iluminava apenas um pouco do jardim onde estávamos, refletindo nas gotas de orvalho das flores e folhas e da grama no chão.
Jonathan voltou com uma bela bandeja grande de comida, alguns minutos depois que Matthew e eu encontramos a profecia sinistra. Quando percebeu nosso humor, o príncipe quis imediatamente saber o que havia nos deixado tensos. Enquanto eu comia, o conde o explicou sobre o livro e o mostrou o aviso que recebi, e John pareceu mais confuso do que jamais esteve.— Então... Não estamos livres? — perguntou, me olhando com tristeza. Deixei de lado a bandeja e me senti infinitamente mel
A rainha olhou em volta, procurando seu marido no meio da multidão de convidados. A cerimônia do casamento e da coroação havia acabado, mas, apesar disso, não havia tido tempo de conversar com o rei em particular porque a festa apenas começara. Enquanto estava distraída, uma pequena criaturinha engatinhou até o seus pés e puxou seu vestido, fazendo-a olhar para baixo.Um emaranhado de cabelos castanhos e roupas macias brincava com a flor de plástico em seus sapatos brancos. As mãozinhas pequenas atrapalhavam-se com as pétalas do enfeite e, quando a rainha mexeu os pés levemente, o garotinho sentado no chão olhou para cima com grandes olhos verdes.— O que está fazendo aqui, mocinho? — perguntou ela com a voz doce, abaixando-se para pegar a criança no colo. Limpou sua bochecha suja de chocolate, arrancando dele um sorriso banguela. — Você é muito novo para andar sozinho, pequenino. Onde estão os seus papais?— Ah, você o achou! — exclamou alguém atrás dela. — Graças aos céus.O conde co
Era uma manhã de outono. A brisa fresca soprava nas folhas das árvores e as fazia farfalhar, criando uma melodia natural confortante. A família real dormia enquanto seus convidados — os Beaumont — faziam um piquenique numa clareira da floresta, nas redondezas do castelo. O sol começava a lançar seus primeiros raios de luz no céu agora alaranjado, e uma pequena menina corria por entre
Acordei com um susto. Em um segundo, estava numa clareira na floresta; no outro, estava encarando um teto de madeira branca e com tinta lascada. Sentei-me na cama e olhei ao redor, reconhecendo meu quarto. O quarto no qual dormia desde quando fui adotada aos nove anos. Suspirei e passei a mão na testa, limpando o suor que fazia meu cabelo pregar em meu rosto. Meu pescoço estava ainda pior.Levantei e fui ao banheiro para me enxaguar e me acalmar um pouco. Eu podia ou
— Bom dia, senhorita. O senhor Fairway está? — o homem para quem abri a porta perguntou, com um sorriso gentil. Seus olhos examinaram a casa, e pousaram na figura chocada de meu pai, que estava em pé no meio da cozinha.— Do que se trata? — perguntei, posicionando meu corpo em seu campo de visão.
Último capítulo