As memórias da visão que tive passaram por minha mente como um flashback macabro. Engoli em seco quando aqueles olhos azuis preenchidos com dor e sofrimento me encararam novamente. Ajude-me
Eu não sei ao certo o que houve depois do caos que se instalou dentro de mim, mas, algumas horas depois, eu me vi acordando no meu quarto da fazenda. Deitada na cama e encarando o teto, meu corpo todo parecia doer como se tivesse sido triturado. Eu fiquei parada, sem forças ou vontade para sequer tentar levantar. Ouvia minha respiração acompanhar as batidas pesadas da chuva na janela — provavelmente a única da casa que não tinha se quebrado.O quarto estava úmido e quente, apesar da tempestade que ainda ca&i
Pela segunda vez naquele dia, eu amarrei uma bolsa com suprimentos para a viagem na sela do corcel mas, diferentemente de antes, eu não montaria em Maximus. Íris havia trazido alguns cavalos até a fazenda consigo e escolhera os mais fáceis de serem domados, o que excluía o grande garanhão branco que se tornara meu amigo.
Encarei aquele sorriso diabólico por muito tempo antes de engolir em seco e focar em seus olhos. O preto em sua íris era tão profundo que despertava em mim um medo surreal. Eu desci o olhar até suas mãos, que seguravam com força os braços da minha melhor amiga.— Era uma manhã fria. O cemitério de Darkot Village, onde os gêmeos moravam antes de se mudarem para o castelo, estava vazio com exceção de nosso grupo. Ean preferira enterrar a irmã aqui, mas sem as cerimônias e os genéricos convidados que nunca foram realmente próximos de Íris. Nós éramos tudo o que ela tinha.— Você não quer dizer nada? — perguntou o príncipe, abraçando-me por trás enquanto eu observava o guarda murmurar palavras que eCapítulo 33
EanEu encarei enquanto o príncipe andava de um lado para o outro, exalando preocupação e arrependimento ao murmurar palavras sem sentido para si mesmo. Com um suspiro pesado, sentei-me no banco de pedra e encarei as árvores, desejando poder ver além da escuridão. A luz fraca da lua iluminava apenas um pouco do jardim onde estávamos, refletindo nas gotas de orvalho das flores e folhas e da grama no chão.
Jonathan voltou com uma bela bandeja grande de comida, alguns minutos depois que Matthew e eu encontramos a profecia sinistra. Quando percebeu nosso humor, o príncipe quis imediatamente saber o que havia nos deixado tensos. Enquanto eu comia, o conde o explicou sobre o livro e o mostrou o aviso que recebi, e John pareceu mais confuso do que jamais esteve.— Então... Não estamos livres? — perguntou, me olhando com tristeza. Deixei de lado a bandeja e me senti infinitamente mel
A rainha olhou em volta, procurando seu marido no meio da multidão de convidados. A cerimônia do casamento e da coroação havia acabado, mas, apesar disso, não havia tido tempo de conversar com o rei em particular porque a festa apenas começara. Enquanto estava distraída, uma pequena criaturinha engatinhou até o seus pés e puxou seu vestido, fazendo-a olhar para baixo.Um emaranhado de cabelos castanhos e roupas macias brincava com a flor de plástico em seus sapatos brancos. As mãozinhas pequenas atrapalhavam-se com as pétalas do enfeite e, quando a rainha mexeu os pés levemente, o garotinho sentado no chão olhou para cima com grandes olhos verdes.— O que está fazendo aqui, mocinho? — perguntou ela com a voz doce, abaixando-se para pegar a criança no colo. Limpou sua bochecha suja de chocolate, arrancando dele um sorriso banguela. — Você é muito novo para andar sozinho, pequenino. Onde estão os seus papais?— Ah, você o achou! — exclamou alguém atrás dela. — Graças aos céus.O conde co
Era uma manhã de outono. A brisa fresca soprava nas folhas das árvores e as fazia farfalhar, criando uma melodia natural confortante. A família real dormia enquanto seus convidados — os Beaumont — faziam um piquenique numa clareira da floresta, nas redondezas do castelo. O sol começava a lançar seus primeiros raios de luz no céu agora alaranjado, e uma pequena menina corria por entre