Sou imediatamente transportada para uma lembrança de quando eu era criança: houve uma noite de natal em que percebi que Papai Noel, a entidade mágica que habita nossos sonhos inocentes, tinha me considerado uma boa garota. Ou seja, eu tinha agido bem, eu tinha feito o que eu tinha que fazer e Papai Noel estava orgulhoso de mim. Esse era o motivo por eu estar recebendo uma recompensa.
Tinha chocolate quente na minha boca, doce e viscoso, embora eu já estivesse de barriga cheia por causa do jantar. Papai beijou a minha cabeça e mamãe pegou lá na árvore um grande pacote colorido e cheio de fitas. Quando ela trouxe o pacotão para mim e eu finalmente o segurei, nossa, nem sei descrever em palavras o que eu senti. Foi uma alegria única, forte e eufórica!
É exatamente o que eu estou sentindo agora. Uma euforia feliz, quase um nirvana mental e emocional, que preenche o meu sangue. Uma alegria sólida e presente, que em tempos de guerra eu já nem lembrava mais que pudesse existir.
Não é apenas lembrar, mas reviver, em todos os detalhes: cheiro da minha antiga casa, o calor do abraço do meu pai, a sensação tátil do pacote brilhoso, um dia incrivelmente feliz. Eu poderia ficar revivendo para sempre.
Um solavanco no meu coração me coloca de volta à realidade. Zane é quem me empurra, segurando em meus ombros. Ao perceber seu esforço, Román e Henri se aproximam de mim, mas eu o solto, antes que algo ruim aconteça. Até tinha me esquecido de que eu estava aqui, nessa varanda fria e molhada, sugando sangue.
— Ai, isso doeu! — Zane reclama, meio rindo, colocando a mão no pescoço, o sangue continua escorrendo.
Sinto enjôo. Eu bebi sangue. Cubro a boca com as mãos, achando que vou vomitar, sinto arder todo o meu estômago, é só por um segundo, quando percebo que estou finalmente saciada. Sabe há quantos meses eu não sei o que é não sentir fome? Eu perdi as contas, nem lembrava dessa sensação de preenchimento.
— Deixa eu ver. — Lady Lucretia se aproxima dele para checar, ela faz uma careta. — Foi bem funda, mas no lugar certo.
— Aqui. Román estende um lenço branco na frente deles para Lucretia e ela coloca apertando na garganta de Zane, ele segura o pano que fica um pouco vermelho. — Feroz. Só conheço um vampiro que morde assim.
— É, eu também. — Zane tira o lenço do pescoço e olha para mim, sorrindo e piscando um dos olhos. — Como foi para você?
— Indecente! — Reviro os olhos, passando as mãos na boca para limpar o excesso.
— Já cicatrizou. — Lady Lucretia avisa permitindo-se respirar.
— Isso sim é desperdício. — Román senta-se perto de Lucretia e cutuca a garrafa de espumante no chão, há uma poça.
— Ainda tenho o suficiente, se quiser. — Zane estica o braço na frente de Román.
Román pondera por alguns segundos e os caninos saltam. Ele morde o pulso de Zane, não dá muitos goles, aliás, só uns poucos e rápido, soltando-se, levantando-se.
Em silêncio, Román vai até a beirada da varanda, para olhar o horizonte, fico com a impressão de que contrário de mim, ele está tocado pela tristeza. Talvez sua boa lembrança tenha causado uma espécie de solidão ao finalizar. Só consigo pensar em Nytacha. Eu não acho que Román se conformou com a morte de minha prima, ele às vezes demonstra estar especialmente abalado, como agora, mas normalmente veste uma máscara que disfarça tanta dor.
Penso em ir até ele, dizer alguma coisa legal que o console, mas Mark se adianta carregando uma garrafa de vinho, oferecendo um gole, enquanto dá uns tapas no ombro de Román, consolando.
— Sua vez, Henri. — Caedyn anuncia.
— Eu não sei… — Henri hesita, coçando atrás da orelha e com uma careta de dúvida.
— Você não vai fazer desfeita, certo? — Caedyn insiste. — E rápido, antes que os efeitos da Sangue-de-Bruxa acabem.
— Tudo bem. — Henri resfolega, erguendo as duas sobrancelhas e se aproxima de Zane, pegando o braço também, não demora e crava os dentes.
Zane solta um palavrão de dor. Eu fico observando um pouco em estado de alerta, quer dizer, e se Henri aproveitar a oportunidade para fazer algo ruim à Zane?
Não posso simplesmente acreditar que ele não estaria pronto para atacar qualquer um de nós, que não está, como nós estamos, fazendo um jogo. Afinal, ele é um Zegrath e estamos em guerra quase declarada. Ao menos, acredito nisso, ninguém fala, mas estamos todos no mesmo barco e prestes a explodir.
Mas Henri não faz nada do que eu espero que ele faça. Alguns segundos depois de cravar seus dentes em Zane, ele o larga e solta um surpiro de agonia, preso na garganta, chorando como um bebê. É algo tão imediato e surpreendente, que Zane pisca algumas vezes, sem entender o que está havendo.
— Puxa, me desculpe... por qualquer coisa, eu acho. — Zane pede, um pouco assombrado com a reação de Henri.
Henri apenas balança a cabeça fazendo que não.
— O que houve? — Caedyn segura em seu ombro, consolando-o, fazendo uma espécie de carinho.
— Não foi nada. — Henri passa as mãos no rosto e fica em pé, pensativo. Ele coloca as mãos na cintura e olha para cima, recuperando um pouco de sua estabilidade emocional. Ele olha para Zane. — Obrigado, eu nem me lembrava de como ela era. — Henri diz, com a voz calma, porém um pouco trêmula. Zane faz que não entendeu, comprimindo os ombros e balançando a cabeça. — Minha mãe, ela morreu nos primeiros ataques dos Anjos.
— Sinto muito ouvir isso. — Zane responde, desviando os olhos de Henri, sentindo-se culpado.
— Nem todos tivemos sorte. — Henri comenta, se afastando. — Eu sei que eu não tive, ao contrário de vocês.
— Então o quê? — Lucretia venta, rindo, um pouco aborrecida. — Você quer competir sobre quem teve menos sorte nessa guerra?
— Você acha que foi você? — Henri rosna, aborrecido.
— Não, só estou surpresa por você achar que foi você. — A princesa revira os olhos.
— Não espero que uma princesa mimada como você compreenda! — Henri não baixa a guarda e eu fico surpresa com essa explosão, para ser sincera. — Você não teve o seu “mundinho perfeito” destruído com essa guerra teve? — Ele faz até aspas com as mãos.
— Você não pode afirmar isso!
— Lucretia. — Zane tenta segurá-la no braço, mas ela não recebe o gesto de calmaria muito bem, tentando se livrar dele.
— Claro que posso, você está aqui, numa varanda, bebendo Sangue-de-Bruxa enquanto nós tivemos nosso mundo, nossas vidas e tudo o que conhecíamos arrancado de nós! — Henri ergue as mãos, irritado.
— E porque você perdeu muitas coisas, se acha no direito de julgar a dor dos outros? — Lucretia continua, ainda tentando se livrar das mãos de Zane, que tentam segurá-la. — Você não é o único que...
— Lucretia! — Zane a chama mais incisivo.
— O que é?! — Ela acaba gritando com Zane.
— Seja gentil, Henri está apenas frustrado.
— Frustrado? — Ela torce a boca contrariada. — Lamento, mas não tenho que escutar ofensas por que vocês humanos não enten…
— Vocês humanos? — Zane dá ênfase nas palavras dela. E resposta, Lady Lucretia abre bem os olhos por trás da venda. Zane arfa e balança a cabeça de um lado para o outro, chateado. — Eu poderia viver em vez de ter que escutar isso. — E fica em pé, um pouco tonto ainda pelo Sangue-de-Bruxa.
— Zane, eu… — A voz de Lady Lucretia treme, ela o segura no pulso.
— Nem diz mais nada. — Zane a afasta com a mão e se aproxima da varanda, subindo no batente.
— Zane! — Lucretia o chama e se levanta, indo até a beirada da varanda, mas antes que ela chegue, Zane pula e cai com as mãos na grama, levantando-se e andando para longe, atravessando o jardim e contornando o salão.
— Não vá atrás dele. — Mark a segura pelo braço. — Você não disse por mal, ele não tem que se ofender com isso, não é como se o mundo dele tivesse se acabado ou que ele vivesse como um humano comum para entender o que Henri quis dizer, certo Henri? Não foi uma ofensa.
— Claro, não foi uma ofensa, eu só estava tentando elucidar as questões. — Henri resfolega e coloca as mãos no bolso do paletó.
— Você tem razão. — Lady Lucretia resfolega e aceita os conselhos dados, apoiando-se na varanda.
Troco olhares com Caedyn, ela abre bem os olhos e aponta, olhando para o jardim. Entendo o recado. Subo no batente da varanda e vou atrás de Zane, pulando. Quando piso na grama, torço o pé.
— Ai! — Machuca e doi, coloco a mão no tornozelo.
— Você está bem? — Henri me pergunta lá de cima.
— Estou ótima! — Rapidamente a dor passa, meu tornozelo se recupera da torção e consigo ficar em pé. Corro na direção em que Zane foi, dobrando pela parede do salão. — Zane! Zane!
— O que foi? — Ele vira, parando de andar, estranhando que eu o segui.
— Volte lá, faça as pazes com Lucretia! — Aponto para onde eu vim, para o alto, simbolizando a varanda, enquanto me abaixo, recuperando o fôlego.
— Não. — Zane arfa. — Ela tem que pedir desculpas primeiro.
— Você tá louco? — Ergo o corpo e cruzo os braços dando uma bronca. — Não viu que ele armou para cima dela?
— Ela caiu na armadilha porque quis. No fundo, é o que ela pensa. — Zane fica sério, realmente ofendido, de um jeito que quase nunca o vejo.
— Vamos, Zane! Você não pode se irritar por ela se defender daquelas acusações todas. Estavam pegando pesado com ela. — Encho as bochechas de ar, descontente.
— Peço desculpas depois. Além do mais, Lucretia não precisava dizer aquelas coisas depois de me fazer tomar Sangue-de-Bruxa e me convencer a deixar todo mundo me morder.
— O que você está dizendo? — A voz de Devon surge do nosso lado.
Tomo um susto de acelerar o coração e Zane também, ambos viramos quase que na mesma hora para o lado, onde ele está encostado na parede, segurando um copo de uísque.
— Nada. — Zane logo nega.
Devon dá um gole no seu uísque e se desencosta da parede, aproximando-se de nós com um caminhar elegante e ao mesmo tempo impositor. Eu fico até com uma impressão ruim, sabe? De que ele vai fazer algo horrível com Zane, como puxar seus cabelos e o encher de cintadas, ofendido por Zane se deixar morder com Sangue-de-Bruxa no sangue, como um Escravo-de-Sangue, se rebaixando.
— Você. — Ele para na frente de Zane, apontando o indicador e segurando o copo com a mesma mão, os olhos sérios, é visível sua irritação. — Não quero ouvir falar desse tipo de promiscuidade novamente, está entendendo? Volte lá e peça desculpas à Lucretia da forma apropriada, ela é sua noiva e você a respeite.
Zane não responde, respira um pouco indócil e apenas obedece dando meia volta e seguindo para a varanda em que estávamos, pisando duro em rebeldia.
— Crianças ultimamente. — Devon revira os olhos e dá mais um gole no uísque. Seus olhos recaem sobre mim, que estou sobrando por ali, um pouco sem saber se devo voltar para a varanda também e um pouco, quer dizer, totalmente sem querer voltar. Ele tira o copo da boca, seus olhos dourados recaem sobre mim. — Você bebeu o sangue dele?
— Um pouco. — Dou de ombros sem graça. Devon arfa. — Você está bravo comigo por isso?
— Não, não com você.
— Então, com o quê? — Pergunto me aproximando dele e pego o copo, dando um gole.
— Celeste manipulou o conselho para que Zane se apresentasse como Recém-Transformado da Casa Bawarrod, junto com você e Henri. — Sua mão alcança meu rosto, deslizando pelo meu pescoço e nuca.
— O que ela ganha com isso?
— Ela quer saber do que Zane é capaz de fazer para ter certeza de como deve atacá-lo.
— Você está preocupado? — Recebo seu toque, encostando-me a ele, o calor de seu corpo me conforta de imediato, seguro em sua cintura, mantendo o copo entre nós.
— Esse é apenas o começo. O que vem depois que me preocupa. — Com a outra mão, ele alcança minhas costas, deslizando os dedos como fazia quando eu tinha uma tatuagem e me lembrando de que ela sumiu. Vampiros não tem tatuagens permanentes, como nossos corpos se regeneram, elas somem depois de um tempo. Sinto um arrepio percorrer o meu corpo, com o toque. — Como foi a primeira noite com Henri?
— Entediante. — Lanço um sorriso de satisfação. Por acaso ele estava com ciúme? — Mas ele e Mark pareceram focados em fazer Lady Lucretia brigar com Zane. Acho que é uma estratégia, invalidar o Casamento Real.
— Não conseguirão invalidar nada e nem tirar a coroa da cabeça dele, se quer saber. — Devon me explica. Então não sei. Dou de ombros. — Descubra quais motivações que eles possuem ganhem vantagens com essa separação para descobrir suas estratégias. Acha que pode fazer isso?
Com a mão de Devon descendo pela minha lombar, eu não sei se posso fazer mais nada nesse momento, além de derreter. Procuro manter os pensamentos em ordem, sem me entregar.
— Sei que Mark e Lady Lucretia tiveram um romance, mas Henri é um enigma completo para mim.
— Você terá que desvendá-lo.
— Agora?
— Não, não agora. — Devon beija meu pescoço e me força mais para perto, de um jeito que meus joelhos fraquejam, nem consigo resistir. — Agora eu quero você.
Devon cola sua boca quente na minha, beijando-me com vontade. Seu corpo grande e de músculos rígidos pressiona o meu e sinto a volumosa ereção contra meu estômago enquanto ele me aperta mais ainda, me mantendo perto o suficiente.
Solto o copo e levanto as mãos, deslizando por seus braços aé o seu pescoço beijando-o com fervor. Ele morde meu lábio inferior e fico ofegante, minhas costas se encontram com a parede enquanto me sinto pressionada entre ele e a parede.
A sensação de sua língua contra a minha, o gosto de sangue e as pontas dos meus dedos em seus cabelos lisos me deixa louca. Há intensidade entre nós, um magnetismo de atração.
— Estava louco para te encontrar. — Ele respira em minha boca, suas mãos me seguram pelas laterais, na altura dos seios.
— Pensei que estava se divertindo com Celeste. — Provoco, enquanto minhas mãos correm de seus cabelos para seus ombros definidos, o perfume amadeirado me cobre de desejo.
— Não seja estúpida. — Devon venta, rindo, os dentes vermelhos com meu sangue. Sempre um grosso mesmo!
Ele segura minha perna e levanta, enganchando em seu quadril, sinto o seu volume entre minhas pernas. Aperto as unhas em suas costas e ele me beija novamente, me levando a loucura, meu corpo efervecendo.
— Ah, Devon, você realmente não mudou nada. — A voz de uma mulher soa atrás de nós. Devon solta minha perna, deixando que ela escorregue novamente no chão e sua boca descola da minha. — Sempre se agarrando com alguma menina do lado de fora do salão.
Isso o que ela disse me aborrece, como se insinuasse alguma coisa. Apenas para conferir que é mesmo Celeste e a avisto, parada, de vestido colado no corpo e um decote grande insinuante, mas não vulgar. Dou uma rajada com meu olhar em sua direção, mas ela nem parece se incomodar comigo.
Devon venta rindo, me solta e gira, alcançando minha nuca e me empurrando um pouco, forçando meus passos.
— Por que não vai chamar o carro para irmos embora, Jaylee? Eu te alcanço no salão. — É quase uma imposição.
— Sim. — Concordo com a vontade de Devon e me afasto pelo contorno do salão, por onde a chuva fina e gelada não me alcança. Passo por Celeste, que nem me olha, apenas coloca as mãos no quadril pequeno, ficando numa pose quase sensual. Sou como um mosquito para ela, mas não quero mesmo chamar atenção. Caminho devagar, de cabeça baixa, só para escutar um pouco esse espetáculo.— Ela é sempre assim obediente?O que Celeste está in
Ando até a cadeira que Amabile me apontou, de madeira e coberta por pele de animal marrom escura. Os passos ecoam no galpão entregue ao silêncio. Sento confortavelmente assistindo Amabile pigarrear e digitar no seu mini-computador. O barulho de sua unha comprida batendo contra a tela é rítimico, como um relógio.— Vou registrar Telecinese, Realidade Artística e Empatia Tátil(1). — Ela bate a unha a cada palavra. — Mais alguma coisa, alteza?— Tenho que dizer tudo? — A voz de Zane é um som claro, nem forte nem fraca, nem fina e nem grossa, apenas uma vibra&c
— Você bebeu? — Henri pergunta, enquanto checa meu corpo nu. Não é um olhar lascivo, entretanto, é mais procurando alguma coisa em mim. Meu corpo está totalmente ensaboado, um pouco distante do jato de água. Há uma névoa esbranquiçada subindo, o vapor da água quente e convidativa.— Se eu tivesse bebido você saberia, não é mesmo? — Se eu quisesse te infectar, não acha que pegaria alguma coisa desse sabonete? — Henri ergue os olhos, provocativo.— Como Devon me pediu, acompanho Zane e seus quatro guarda-costas até o galpão onde Amábile o espera duas horas mais cedo para iniciar os testes mentais. Zane está com uma expressão de saco cheio típica, mas me entrega um papel dobrado e uma florzinha de jardim amarela:— Leva isso pra Lucretia.— Agora virei pombo correio?— Não enche. — Ele entra pela porta de metal, atrás de Amabile. Talvez eu seja mesmo uma bisbilhoteira, mas eu não poderia deixar que Zane e Lucretia conversassem sem ter cem por centro de certeza de que eles fariam as pazes dessa vez. Estou escondida no telhado, enquanto o Casal Real conversa em um pequeno beco entre duas contruções perto do refeitório. O cheiro de comida atiça minha fome e eu tenho vontade de sair correndo e pegar um prato de comida, mas mantenho meus dois olhos e ouvidos bem grudados nesses dois. É um beco sem saída, onde eles estão. Tanto no relacionamento quanto fisicamente, literalmente.— Quando você fica apáticCapítulo 07 - Emergência!
Capítulo 08 - Coração de Pedra
Amabile Taseldgard falou com cada um de nós sobre como deveria ser nossa apresentação. Ela gostaria que fosse um segredo e que não comentássemos com ninguém, mas durante os treinamentos eu seria capaz de ver Zane e Henri.O que significava que Henri também veria nossas apresentações e contaria tudo para Celeste. Nesse aspecto, mesmo que Zane não se apresentasse por qualquer motivo, ela já teria informações o suficiente sobre seus poderes e teria vencido essa batalha. Celeste saberia onde atingir Zane, como como evitar que ele pudesse se defender. Era um pensamento desesperador.
— Nunca vou me acostumar com isso. — Sentado no sofá da sala principal do castelo da Casa Bawarrod com os pés em cima de um banquinho de pele de animal, com preguiça, Devon desvia os olhos de Zane aos beijos sangrentos com o Imperador, sentados no tapete felpudo por cima de algumas almofadas.Também tenho um pouco de dificuldade de lidar com Zane e o Imperador, especialmente com a mão que cresce possessiva nas costas de Zane. É um sentimento ruim que se forma em mim, um sentimento que transita entre a angústia e o zelo.A lareira está ligada e agradável, os candelabros meio
É como estar no meio do nada escutando sua música favorita. Você pode fazer isso por horas e horas, deixando a música tocar em looping sem nunca se cansar da melodia ou das batidas. Seu coração bate calmo e ao mesmo tempo se enche de nostalgia e todas as sensações únicas que notas musicais podem proporcionar.Sinto como se fosse feliz, uma sensação completa e intensa, minha mente fica em branco, sem pensamentos e sem som.É abruptamente que tudo muda, logo a lufada de ar frio toca meu rosto, os sons enchem meu ouvidos e algo é arrancado de mim. Um choque perc