— É Celeste. — Verbalizo.
— Oh! — Izobel coloca a mão no peito. Esse é seu pior pesadelo. Seus olhos ficam bem abertos, com pavor e ela fica parada em pé, em pânico, com um vestido esvoaçante e florido no corpo.
A porta recebe solavancos assustadores. Brenda corre em minha direção e me abraça. Sei que é questão de minutos para os cachorros entrarem.
— Saiam, saiam, de onde quer que vocês estejam! — Celeste nos ch
Por uma fração de segundos, fecho os olhos temendo pelo pior.Escuto um grasnar de ave e abro os olhos novamente, contemplando um salvamento de última hora do grifo de Danielle, Kotka. Com suas penas douradas e asas bem abertas, ele dá um vôo rasante e resgata Lady Lucretia, Caedyn e Brenda bem a tempo, antes que o grande zumbi gigante batesse as duas mãos contra o telhado e pudesse esmagá-las.Um barulho imenso ressoa e é sentindo em baixo dos meus pés com o impacto possante dos braços do zumbi na estrutura das casas. Telhas voam como projéteis para vários lados, t
Olhando para Celeste, noto que ela se interrompe. Meu ombro dá um estalo, voltando para o lugar.— Aaaai! — Grito, segurando meu omoplata. Ouch, isso doeu! Viro a cabeça novamente e contemplo todos os membros do Conselho. Eles parecem assustados, surpresos, alguns amedrontados e outros, apenas horrorizados pela cena sanguinária que encontram. Há muitos guardas ao redor deles, tomando posição, com as armas apontadas para Celeste, os canhões preparados, mas impossibilitados de atirarem, pois agora Celeste tem uma refém preciosa em seus braços.
ESTAVA CONVICTA DE QUE EU NÃO SERIA MAIS A MESMA. No instante em que Devon sugou a Última Gota do meu sangue e eu engoli a primeira de seu sangue vampírico, senti como se meu coração tivesse sido arrancado do meu peito. Senti uma dor insana, meu corpo amoleceu e meus pensamentos deixaram a minha mente. Aos poucos, afundei-me em um ar de inércia e negritude.Eu não podia respirar, nem ao menos sentia frio ou calor. Era como se meu corpo tivesse sido deixado pela minha alma e eu estava flutuando entre dois mundos. A única razão por eu saber que eu estava viva era que dentro de mim nascia algo, uma espécie monstruosa de mim mesma. A cerimônia de recepção e fim do Exílio é uma agonia sem tamanho. Os membros do Conselho estão de pé, em silêncio, como todos do salão. Encapuzados, os cinco vampiros da Casa Zegrath caminham em direção às cadeiras no centro. Eles ficam de frente para nós, os rostos cobertos.A capa púrpura cai no chão revelando-os. Enquanto a cerimônia se desenrola no centro, Dorian me explica quem são os vampiros da Casa Zegrath. Celeste eu reconheço, claro.— Sou imediatamente transportada para uma lembrança de quando eu era criança: houve uma noite de natal em que percebi que Papai Noel, a entidade mágica que habita nossos sonhos inocentes, tinha me considerado uma boa garota. Ou seja, eu tinha agido bem, eu tinha feito o que eu tinha que fazer e Papai Noel estava orgulhoso de mim. Esse era o motivo por eu estar recebendo uma recompensa. Tinha chocolate quente na minha boca, doce e viscoso, embora eu já estivesse de barriga cheia por causa do jantar. Papai beijou a minha cabeça e mamãe pegou lá na árvore um grande pacote colorido e cheio de fitas. Quando ela trouxe o pacotão para mim e eu finalmente o segurei, nossa, nem sei descrever em palavras o que eu sCapítulo 02 - O fim do Exílio
Capítulo 03 - Lembranças
— Sim. — Concordo com a vontade de Devon e me afasto pelo contorno do salão, por onde a chuva fina e gelada não me alcança. Passo por Celeste, que nem me olha, apenas coloca as mãos no quadril pequeno, ficando numa pose quase sensual. Sou como um mosquito para ela, mas não quero mesmo chamar atenção. Caminho devagar, de cabeça baixa, só para escutar um pouco esse espetáculo.— Ela é sempre assim obediente?O que Celeste está in
Ando até a cadeira que Amabile me apontou, de madeira e coberta por pele de animal marrom escura. Os passos ecoam no galpão entregue ao silêncio. Sento confortavelmente assistindo Amabile pigarrear e digitar no seu mini-computador. O barulho de sua unha comprida batendo contra a tela é rítimico, como um relógio.— Vou registrar Telecinese, Realidade Artística e Empatia Tátil(1). — Ela bate a unha a cada palavra. — Mais alguma coisa, alteza?— Tenho que dizer tudo? — A voz de Zane é um som claro, nem forte nem fraca, nem fina e nem grossa, apenas uma vibra&c
— Você bebeu? — Henri pergunta, enquanto checa meu corpo nu. Não é um olhar lascivo, entretanto, é mais procurando alguma coisa em mim. Meu corpo está totalmente ensaboado, um pouco distante do jato de água. Há uma névoa esbranquiçada subindo, o vapor da água quente e convidativa.— Se eu tivesse bebido você saberia, não é mesmo? — Se eu quisesse te infectar, não acha que pegaria alguma coisa desse sabonete? — Henri ergue os olhos, provocativo.— Último capítulo