ElijahApós o desastre de Kevin, entro na sala e encontro Arthur Caspian sentado na poltrona de couro, com aquele ar arrogante que sempre me irritava. Seus olhos me seguem enquanto caminho até a mesa, mas ele não diz nada. Ainda não.— Elijah, precisamos conversar — ele começa, com uma falsa tranquilidade que só consegue me irritar ainda mais.— Não me venha com conversa, Arthur. — Ataco direto, largando meu casaco na cadeira. — Sua filha começou essa confusão toda e, como sempre, eu e minha família é que estamos pagando o preço.Ele arqueia as sobrancelhas, surpreso com meu tom, mas rapidamente se recompõe.— Minha filha? — ele repete, a voz subindo um tom. — Você está insinuando que Ashley é a única culpada aqui? E o seu filho, Elija? O perfeito Kevin, que nunca conseguiu se comportar como um homem decente?Sinto a raiva subir como uma onda, mas mantenho o controle. Por enquanto.— Kevin pode ter seus erros, mas ao menos ele não passa a vida inteira manipulando as pessoas ao redor
DylanMeu filho acabou de nascer e aqui estou, trabalhando no hospital enquanto minha esposa descansa. Entre um relatório e outro, meu celular vibra com as manchetes de mais um noivo desastroso de Ashley e Kevin.— Eu nunca vi mulher mais burra que essa Ashley! — murmuro, irritado, enquanto leio a notícia. — Ela achou o quê? Que idiota do Kevin ficaria com ela?— O que aconteceu, amor? — Minha esposa pergunta com a voz sonora. — O que Ash aprontou desta vez?— Nada de mais, amor. Só descanse. Daqui a um pouco, Willians acorda e aí você não vai conseguir dormir.— Só leia a manchete para mim — ela insiste, com aquele tom manhoso que sempre me desmonta.Sem saída, suspiro e começo a ler:“Noivo de Ashley Caspian causa escândalo em seu noivado: revela que nunca a amou, destrói a festa e deixa convidados aterrorizados com ameaças veladas"Em um dos episódios mais chocantes da temporada, Kevin Stewarth, o suposto noivo de Ashley Caspian, deixou todos os presentes em estado de choque ao rev
DylanMinha respiração pesa ao encarar Ashley do outro lado da sala. Seu rosto está marcado por aquele sorriso de superioridade que me dá náuseas. Ela acha que ainda controla o jogo, mas o que ela não percebe é que está pisando em um terreno perigoso e eu sou a ameaça de que ela nunca deveria ter subestimado.Dou um passo à frente, diminuindo a distância entre nós. Cada movimento meu é calculado, e sei que minha presença provoca algo nela. O nervosismo que tenta mascarar está escancarado na forma como seus olhos vacilam, mesmo que suas palavras digam outra coisa.— Você pode se achar muito esperta, Ashley, mas vou te dar um aviso de que talvez sua cabecinha mimada consiga entender — digo, com a voz baixa, mas firme. A tensão, em minhas palavras, é quase palpável. — Se você ousar fazer algo com
AshleyA porta bateu com força atrás de mim, o som ecoando pela enorme sala vazia. Eu estava sozinho. Finalmente.As paredes impecavelmente brancas pareciam sufocantes, como se me cercassem, apertando minha garganta. Caminhei até o centro do cômodo, meus saltos ecoando no piso de mármore. Meus passos hesitantes. Minha respiração é curta.Então aconteceu.As lágrimas que seguro há não sei quanto tempo vieram sem aviso, quentes, pesadas e salgadas, escorrendo pelo meu rosto enquanto minhas pernas fraquejavam. Cambaleei para trás, batendo na borda do sofá antes de desabar no chão. Os braços envolveram meu corpo instintivamente, como se eu pudesse me proteger da avalanche de emoções que me atingia.— Eu tentei… — sussurrei, a voz quebrada, quase inaudível.Minha mente girava, repetindo as cenas, as mesmas falhas. A humilhação de Kevin. A conversa com Dylan ainda reverberou como uma facada no meu orgulho. Ele me olhou como todos os outros olham. Como se eu fosse nada. Uma peça complementar
KevinMeu coração parecia prestes a explodir. A adrenalina corria pelas minhas veias enquanto Davis o soltava com um empurrão, xingando baixinho.— Eles estão sempre um passo à frente — Davis murmurou, olhando ao redor.— Não vamos desistir. — Minha voz era baixa, mas cheia de determinação.Ele me encarou por um momento, depois assentiu.— Certo. Mas precisamos de reforços.— Vou ligar para a polícia, quem sabe eles consigam descobrir alguma coisa. — Digo enquanto pego meu celular e vejo várias ligações perdidas do meu pai, da minha mãe e de Hanna.Os policiais chegam, Davis assume para falar com eles, já que tem porte de arma e permissão para atirar devido à sua empresa de segurança, que hoje tive a certeza de ser apenas uma fachada.Enquanto saímos do galpão, o céu começava a clarear. O amanhecer trazia uma promessa sombria: o jogo estava apenas começando, e eu não descansaria até trazer Kat de volta.…Deixei Davis no pronto-socorro e fui direto ver como Hanna estava. Assim que che
Hanna— Que lindo. Nossa filha desaparece e você fica aos beijos com o noivo fugido.A voz que ecoa pelo ambiente faz meu corpo estremecer, misturando nojo e raiva em uma única onda avassaladora.— Saia da minha casa. — Minha voz sai firme, mas meu coração pulsa com fúria contida.Dylan me encara com um sorriso presunçoso, o tipo de expressão que sempre me provocou repulsa.— Estou aqui para ajudar a encontrar nossa filha, Hanna. Não pode negar isso a um pai preocupado.— Você nunca foi e nunca será o pai de Kat. — Kevin dispara, colocando-se à minha frente como um escudo protetor.Dylan balança a cabeça, soltando um risinho cínico enquanto faz um som irritante com a língua.— Não é o que o exame de DNA diz.Meu corpo vibra com tamanho ódio que sinto dele, mas antes que eu pudesse formar uma resposta, ele continua:— Hanna, seja honesta: você não está sendo uma boa mãe? Conseguiu perder nossa filha, que mãe perde sua filha?— Seu desgraçado, filho da puta, eu sei que está por trás dis
HannaOlho em direção à voz da minha filha e a vejo no colo de um policial, que encara Dylan ajoelhado no chão, enquanto outros dois policiais se aproximam dele. Meu coração está apertado, mas, ao mesmo tempo, sinto um alívio ao vê-la segura.Solto Kevin e corro até Kat. — Meu amor! A mamãe estava tão preocupada… — Tiro-a dos braços do policial e a cubro de beijos. — Eu te amo tanto, meu anjo...Ela me olha com curiosidade infantil, insistindo na pergunta: — O que é "estrupo"?Minha respiração trava por um instante. Encaro aqueles olhos inocentes e, com o coração apertado, lanço um olhar para Dylan, que agora está sendo algemado.Antes que eu possa responder, Kevin se adianta, com a voz cheia de ternura: — Nada que uma criança linda como você precisa saber. Estou feliz em te ver minha princesa.Kat pisca, ainda confusa, e pergunta com a sinceridade que só uma criança tem: — Ele é o meu pai?— Não. Eu sou o seu pai! — Kevin responde sem hesitar, sua voz firme e determinada.Um sorr
Hanna— Você está pronta, Hanna? — Jason pergunta assim que entro no carro.— Não, eu desabafei àquela hora porque estava com raiva da audácia dele de ir à minha casa e dizer que não cuido bem da minha filha. Agora terei que contar tudo… — Falo com lágrimas nos olhos.— Eu entendo. — Jason diz, segurando minha mão. — Mas você sabia que uma hora isso iria acontecer, e infelizmente vai acontecer no tribunal também.Respiro fundo, tentando afastar o nó na garganta que parece crescer a cada segundo. Olho pela janela, observando as ruas passarem enquanto o silêncio toma conta do carro por um instante. Jason continua segurando minha mão, firme, como se dissesse que eu não estava sozinho.— Eu sei, Jason — digo finalmente, minha voz fraca, quase um sussurro, e soltando sua mão. — Mas saber não torna as coisas mais simples.Meu peito dói ao lembrar do olhar arrogante de Dylan quando ele apareceu em casa. A forma como ele usou aquele tom arrogante, como se tivesse algum direito sobre mim ou so