HannaEu nunca estive tão ansioso para chegar em casa, mas também nunca senti tanto medo na vida quanto senti hoje, ao estar longe de Kat.Desde o momento em que decidi que Kat seria minha filha, independente de tudo o que aconteceu ou acontecesse, ela se tornou o centro do meu mundo.Enquanto Jason dirige, peguei o celular para verificar se há alguma mensagem de Kevin. Mas, em vez disso, me deparo com várias manchetes explodindo na tela.— Nossa, estão detonando o Kevin na internet! — digo.Jason me lança um olhar rápido antes de pedir: — Deixe-me ver.Paramos no semáforo e eu entrego o celular para ele. Jason lê rapidamente, seus olhos se arregalando enquanto diz: — Porra! Como obter essa informação tão rápido?— O que foi? — questiono, confusa.Ele devolve o celular e, ao ler a manchete principal, meu estômago revira."Kevin Stewarth, herdeiro do Stewarth Lux Hotel, vive romance proibido com mulher de passado polêmico: Hanna Roux, mãe solteira e com um processo judicial delicado
HannaNo apartamento, Jason coloca a TV em um canal de notícias, e lá estão eles: repórteres amontoados em frente à minha casa, câmeras apontadas para a porta como abutres esperando pela carniça.Fecho os olhos, respirando fundo. Preciso ser forte. Não por mim, mas por Kat e por tudo o que construímos até agora.Jason se aproxima com um copo d'água.— Vamos resolver isso, Hanna. Kevin está com você. Eu e Hazel também estamos com você. E, mais importante, Kat precisa que você seja a mãe incrível que sempre foi. — Ele falava pausadamente, para ver se eu entendia.Seguro o copo com as mãos trêmulas e força um pequeno sorriso. Não sei como vamos sair dessa, mas não vou desistir.….AshleyA comemoração pela minha vitória ainda ecoava nas paredes do meu apartamento. Nunca foi tão fácil destruir alguém. Matei três coelhos com uma machadada só.Tudo parecia distante quando a porta se abriu com um estrondo. Meus pais, seguidos pelo pai de Kevin, entraram como uma tempestade, suas expressões d
KevinEntro na casa de Hanna segurando Kat nos braços, sentindo seu peso leve e sua respiração tranquila contra meu peito. Ela está exausta, e seu rostinho sereno me faz sorrir. Vou até seu quarto devagar, aproveitando o prazer de tê-la em meus braços, após um susto tão grande. Sento-a suavemente na cama enquanto ela me encara com seus olhinhos curiosos. — Aquele homem era mesmo o meu pai? — Olho para ela sem saber o que dizer, mas, no fundo, seio o certo a fazer.Ajoelho-me à sua frente, pego sua mãozinha e começo a falar:— Kat, ele é sim seu pai biológico, de sangue, mas ele nunca foi presente em sua vida, porque no passado fez muito mal à sua mãe, e por esse motivo, ela nunca contou a ele sobre você. Ela tinha medo dele fazer algum mal a vocês.— Entendo, eu sou criança, mas entendo as coisas.— Eu sei que sim, você é uma garotinha muito inteligente. — Aperto seu narizinho, fazendo-a rir.Levanto e vou até o guarda-roupa procurar uma roupa confortável para Kat vestir, peguei um p
Kevin — O que agora? — murmuro, tentando não acordar Kat, que dorme profundamente no sofá, com a cabeça apoiada no meu colo. Meu coração acelera enquanto desbloqueio o celular e vejo as notificações. Abro o link mais recente e sinto meu estômago revirar. As manchetes gritam meu nome, o de Hanna, Dylan e Ashley, acompanhadas de fotos nossas, do processo da Hanna e especulações.Solto um xingamento baixo e largo o celular na mesa de centro. Olho para Kat, tão tranquila, tão alheia ao caos que nos cerca. Um senso de proteção toma conta de mim, mais forte do que qualquer outra coisa. Não importa o que está lá fora, ela não vai ser envolvida nisso.Levanto-me com cuidado para não a acordar e vou até Hazel, que está na janela, espiando entre as cortinas. Ela não percebe minha aproximação até que falo:— O que está acontecendo? — Minha voz sai mais firme do que eu esperava, mas já tenho uma ideia do que ela vai dizer.Hazel se vira para mim, a expressão carregada de preocupação.— Estão lá
KevinKat começa a se mexer no sofá. Aproximo-me dela e a toco gentilmente no ombro. Seus olhos se abrem devagar, e ela sorri ao me ver.— Vamos brincar, papai?Meu coração aperta. Ela não tem ideia do que está acontecendo.— Não agora, princesa. Vamos dar um passeio, mas será diferente e divertido.— Preciso que suba e troque de roupa, coloque uma confortável, seja rápida, está bem! Vamos encontrar com a mamãe e o tio Jason.Enquanto ela sobe, eu ligo para o Davis.— Hazel está falando com a vizinha do fundo, ela vai nos dar cobertura, pode mandar uns homens por segurança?— Já estão próximos, aguardando seu sinal.— Perfeito, valeu, cara! Ah, estamos indo para a casa do Jason.— Beleza, estou indo para lá também.Alguns minutos se passam e Kat desce com uma roupa confortável e uma mochila. Pego-a nos braços e faço sinal para Hazel me seguir. Ela pega uma mochila com algumas coisas essenciais e me acompanha até a cozinha.Hazel abre a porta dos fundos com cuidado, certificando-se de
DylanAs paredes frias da cela pareciam fechar ao meu redor, mas nada era mais sufocante do que as manchetes gritando meu nome como se eu fosse um monstro. Cada palavra era uma facada, e a verdade nem importava mais. O mundo amava um vilão, e agora eu era a figura principal do circo.Eu sempre romantizei aquele momento com Hanna, acreditando cegamente que ela havia sentido o mesmo que eu, que de alguma forma existira algo ali. Por esse motivo, eu não entendia porque ela havia me processado na época. Mas agora, olhando para os caos que fiz na vida dela, pela verdade extraída através de sua fúria, percebo o quanto fui estúpido. Naquela noite, estava drogado, as memórias são apenas fragmentadas, confusos. Mas ao ouvir suas palavras, sua dor transformada em acusações, foi como se cada pedaço de mim fosse esmagado. Pela primeira vez, senti o peso do monstro que ela enxergava em mim. Aquilo me destruiu de um jeito que nem a prisão conseguiu.Quando o advogado entrou, arrumando o paletó como
HannaJá estava tarde quando ouvi passos do lado de fora do apartamento do Jason. Meu coração acelerou imediatamente. Corri para a porta, como se meu corpo já soubesse que era ele. Kevin, com minha filha Kat, e minha irmã Hazel.Quando a porta se abriu, meu olhar encontrou primeiro o sorriso radiante de Kat, que correu em minha direção. Ela atirou-se em meus braços com uma energia que parecia iluminar todo o ambiente.— Mamãe! — sua voz fina encheu meus ouvidos enquanto eu a envolvia num abraço apertado. — Eu senti tanto a sua falta!— Ah, meu amor! Eu também senti sua falta — murmurei contra seu cabelo macio, afagando-a com ternura. Fechei os olhos por um instante, absorvendo a pureza daquele momento. Kat era minha razão de viver, meu maior tesouro, e tê-la em meus braços novamente fazia meu mundo parecer menos caótico.Quando finalmente me afastei, meu olhar encontrou Kevin. Ele estava parado ao lado da porta, observando-nos com um sorriso suave e seus olhos brilhavam com uma mistur
AshleyO cheiro de couro novo do carro se mistura ao perfume caro que escolhi com tanto cuidado. O dia está frio, mas o ar-condicionado cria uma bolha de conforto ao meu redor. Minhas mãos estão firmes no volante e eu me olho no retrovisor a cada momento, conferindo se o batom vermelho continua intacto. Essa viagem para o aeroporto marca o início de algo novo. Uma fuga, talvez um recomeço longe dos olhares julgadores, longe de Kevin, longe de tudo que me prende a uma vida controlada e superficial.O rádio toca uma música qualquer, mas minha mente está distante. As palavras cortantes de Kevin na nossa última discussão ainda ecoam na minha cabeça. Meu orgulho ferido dói mais do que qualquer outra coisa. “Ele nunca me amou", penso, sentindo um aperto no peito. As lágrimas ameaçam surgir, mas eu as engulo. — Não agora, Ashley. Você é mais forte que isso, — digo a mim mesma, tentando acreditar.Mas será que sou mesmo? Tudo o que fiz nos últimos anos foi para agradar meus pais, para seguir