Kevin

Abri o compartimento com as mãos trêmulas, sentindo o peso da decisão que estava prestes a tomar. Lá estava ele, frio e impiedoso: um revólver cromado. Meus dedos hesitaram por um segundo antes de envolvê-lo. O metal gelado contra minha pele fez meu coração disparar, como se cada batida ecoasse pelo carro.

Não era a primeira vez que segurava uma arma, mas fazia anos. A última vez foi em um stand de tiros, sob circunstâncias seguras, sem a pressão esmagadora de que vidas reais estavam em jogo. Agora, a sensação era completamente diferente. O peso do revólver parecia dobrado, carregado pela responsabilidade e pelo medo.

Levantei o olhar para Davis, que me encarava com uma expressão séria, quase impenetrável.

— Você sabe o que está fazendo? — Disse ele, com a voz firme, mas sem traço de julgamento.

Engoli em seco, tentando controlar o tremor que começava a tomar conta do meu corpo.

— Sei que preciso proteger minha filha — respondi, minha voz saiu mais determinada do que eu espera