Dylan
Minha respiração pesa ao encarar Ashley do outro lado da sala. Seu rosto está marcado por aquele sorriso de superioridade que me dá náuseas. Ela acha que ainda controla o jogo, mas o que ela não percebe é que está pisando em um terreno perigoso e eu sou a ameaça de que ela nunca deveria ter subestimado.
Dou um passo à frente, diminuindo a distância entre nós. Cada movimento meu é calculado, e sei que minha presença provoca algo nela. O nervosismo que tenta mascarar está escancarado na forma como seus olhos vacilam, mesmo que suas palavras digam outra coisa.
— Você pode se achar muito esperta, Ashley, mas vou te dar um aviso de que talvez sua cabecinha mimada consiga entender — digo, com a voz baixa, mas firme. A tensão, em minhas palavras, é quase palpável. — Se você ousar fazer algo com
AshleyA porta bateu com força atrás de mim, o som ecoando pela enorme sala vazia. Eu estava sozinho. Finalmente.As paredes impecavelmente brancas pareciam sufocantes, como se me cercassem, apertando minha garganta. Caminhei até o centro do cômodo, meus saltos ecoando no piso de mármore. Meus passos hesitantes. Minha respiração é curta.Então aconteceu.As lágrimas que seguro há não sei quanto tempo vieram sem aviso, quentes, pesadas e salgadas, escorrendo pelo meu rosto enquanto minhas pernas fraquejavam. Cambaleei para trás, batendo na borda do sofá antes de desabar no chão. Os braços envolveram meu corpo instintivamente, como se eu pudesse me proteger da avalanche de emoções que me atingia.— Eu tentei… — sussurrei, a voz quebrada, quase inaudível.Minha mente girava, repetindo as cenas, as mesmas falhas. A humilhação de Kevin. A conversa com Dylan ainda reverberou como uma facada no meu orgulho. Ele me olhou como todos os outros olham. Como se eu fosse nada. Uma peça complementar
KevinMeu coração parecia prestes a explodir. A adrenalina corria pelas minhas veias enquanto Davis o soltava com um empurrão, xingando baixinho.— Eles estão sempre um passo à frente — Davis murmurou, olhando ao redor.— Não vamos desistir. — Minha voz era baixa, mas cheia de determinação.Ele me encarou por um momento, depois assentiu.— Certo. Mas precisamos de reforços.— Vou ligar para a polícia, quem sabe eles consigam descobrir alguma coisa. — Digo enquanto pego meu celular e vejo várias ligações perdidas do meu pai, da minha mãe e de Hanna.Os policiais chegam, Davis assume para falar com eles, já que tem porte de arma e permissão para atirar devido à sua empresa de segurança, que hoje tive a certeza de ser apenas uma fachada.Enquanto saímos do galpão, o céu começava a clarear. O amanhecer trazia uma promessa sombria: o jogo estava apenas começando, e eu não descansaria até trazer Kat de volta.…Deixei Davis no pronto-socorro e fui direto ver como Hanna estava. Assim que che
Hanna— Que lindo. Nossa filha desaparece e você fica aos beijos com o noivo fugido.A voz que ecoa pelo ambiente faz meu corpo estremecer, misturando nojo e raiva em uma única onda avassaladora.— Saia da minha casa. — Minha voz sai firme, mas meu coração pulsa com fúria contida.Dylan me encara com um sorriso presunçoso, o tipo de expressão que sempre me provocou repulsa.— Estou aqui para ajudar a encontrar nossa filha, Hanna. Não pode negar isso a um pai preocupado.— Você nunca foi e nunca será o pai de Kat. — Kevin dispara, colocando-se à minha frente como um escudo protetor.Dylan balança a cabeça, soltando um risinho cínico enquanto faz um som irritante com a língua.— Não é o que o exame de DNA diz.Meu corpo vibra com tamanho ódio que sinto dele, mas antes que eu pudesse formar uma resposta, ele continua:— Hanna, seja honesta: você não está sendo uma boa mãe? Conseguiu perder nossa filha, que mãe perde sua filha?— Seu desgraçado, filho da puta, eu sei que está por trás dis
HannaOlho em direção à voz da minha filha e a vejo no colo de um policial, que encara Dylan ajoelhado no chão, enquanto outros dois policiais se aproximam dele. Meu coração está apertado, mas, ao mesmo tempo, sinto um alívio ao vê-la segura.Solto Kevin e corro até Kat. — Meu amor! A mamãe estava tão preocupada… — Tiro-a dos braços do policial e a cubro de beijos. — Eu te amo tanto, meu anjo...Ela me olha com curiosidade infantil, insistindo na pergunta: — O que é "estrupo"?Minha respiração trava por um instante. Encaro aqueles olhos inocentes e, com o coração apertado, lanço um olhar para Dylan, que agora está sendo algemado.Antes que eu possa responder, Kevin se adianta, com a voz cheia de ternura: — Nada que uma criança linda como você precisa saber. Estou feliz em te ver minha princesa.Kat pisca, ainda confusa, e pergunta com a sinceridade que só uma criança tem: — Ele é o meu pai?— Não. Eu sou o seu pai! — Kevin responde sem hesitar, sua voz firme e determinada.Um sorr
Hanna— Você está pronta, Hanna? — Jason pergunta assim que entro no carro.— Não, eu desabafei àquela hora porque estava com raiva da audácia dele de ir à minha casa e dizer que não cuido bem da minha filha. Agora terei que contar tudo… — Falo com lágrimas nos olhos.— Eu entendo. — Jason diz, segurando minha mão. — Mas você sabia que uma hora isso iria acontecer, e infelizmente vai acontecer no tribunal também.Respiro fundo, tentando afastar o nó na garganta que parece crescer a cada segundo. Olho pela janela, observando as ruas passarem enquanto o silêncio toma conta do carro por um instante. Jason continua segurando minha mão, firme, como se dissesse que eu não estava sozinho.— Eu sei, Jason — digo finalmente, minha voz fraca, quase um sussurro, e soltando sua mão. — Mas saber não torna as coisas mais simples.Meu peito dói ao lembrar do olhar arrogante de Dylan quando ele apareceu em casa. A forma como ele usou aquele tom arrogante, como se tivesse algum direito sobre mim ou so
HannaEu nunca estive tão ansioso para chegar em casa, mas também nunca senti tanto medo na vida quanto senti hoje, ao estar longe de Kat.Desde o momento em que decidi que Kat seria minha filha, independente de tudo o que aconteceu ou acontecesse, ela se tornou o centro do meu mundo.Enquanto Jason dirige, peguei o celular para verificar se há alguma mensagem de Kevin. Mas, em vez disso, me deparo com várias manchetes explodindo na tela.— Nossa, estão detonando o Kevin na internet! — digo.Jason me lança um olhar rápido antes de pedir: — Deixe-me ver.Paramos no semáforo e eu entrego o celular para ele. Jason lê rapidamente, seus olhos se arregalando enquanto diz: — Porra! Como obter essa informação tão rápido?— O que foi? — questiono, confusa.Ele devolve o celular e, ao ler a manchete principal, meu estômago revira."Kevin Stewarth, herdeiro do Stewarth Lux Hotel, vive romance proibido com mulher de passado polêmico: Hanna Roux, mãe solteira e com um processo judicial delicado
HannaNo apartamento, Jason coloca a TV em um canal de notícias, e lá estão eles: repórteres amontoados em frente à minha casa, câmeras apontadas para a porta como abutres esperando pela carniça.Fecho os olhos, respirando fundo. Preciso ser forte. Não por mim, mas por Kat e por tudo o que construímos até agora.Jason se aproxima com um copo d'água.— Vamos resolver isso, Hanna. Kevin está com você. Eu e Hazel também estamos com você. E, mais importante, Kat precisa que você seja a mãe incrível que sempre foi. — Ele falava pausadamente, para ver se eu entendia.Seguro o copo com as mãos trêmulas e força um pequeno sorriso. Não sei como vamos sair dessa, mas não vou desistir.….AshleyA comemoração pela minha vitória ainda ecoava nas paredes do meu apartamento. Nunca foi tão fácil destruir alguém. Matei três coelhos com uma machadada só.Tudo parecia distante quando a porta se abriu com um estrondo. Meus pais, seguidos pelo pai de Kevin, entraram como uma tempestade, suas expressões d
KevinEntro na casa de Hanna segurando Kat nos braços, sentindo seu peso leve e sua respiração tranquila contra meu peito. Ela está exausta, e seu rostinho sereno me faz sorrir. Vou até seu quarto devagar, aproveitando o prazer de tê-la em meus braços, após um susto tão grande. Sento-a suavemente na cama enquanto ela me encara com seus olhinhos curiosos. — Aquele homem era mesmo o meu pai? — Olho para ela sem saber o que dizer, mas, no fundo, seio o certo a fazer.Ajoelho-me à sua frente, pego sua mãozinha e começo a falar:— Kat, ele é sim seu pai biológico, de sangue, mas ele nunca foi presente em sua vida, porque no passado fez muito mal à sua mãe, e por esse motivo, ela nunca contou a ele sobre você. Ela tinha medo dele fazer algum mal a vocês.— Entendo, eu sou criança, mas entendo as coisas.— Eu sei que sim, você é uma garotinha muito inteligente. — Aperto seu narizinho, fazendo-a rir.Levanto e vou até o guarda-roupa procurar uma roupa confortável para Kat vestir, peguei um p