HannaOlho em direção à voz da minha filha e a vejo no colo de um policial, que encara Dylan ajoelhado no chão, enquanto outros dois policiais se aproximam dele. Meu coração está apertado, mas, ao mesmo tempo, sinto um alívio ao vê-la segura.Solto Kevin e corro até Kat. — Meu amor! A mamãe estava tão preocupada… — Tiro-a dos braços do policial e a cubro de beijos. — Eu te amo tanto, meu anjo...Ela me olha com curiosidade infantil, insistindo na pergunta: — O que é "estrupo"?Minha respiração trava por um instante. Encaro aqueles olhos inocentes e, com o coração apertado, lanço um olhar para Dylan, que agora está sendo algemado.Antes que eu possa responder, Kevin se adianta, com a voz cheia de ternura: — Nada que uma criança linda como você precisa saber. Estou feliz em te ver minha princesa.Kat pisca, ainda confusa, e pergunta com a sinceridade que só uma criança tem: — Ele é o meu pai?— Não. Eu sou o seu pai! — Kevin responde sem hesitar, sua voz firme e determinada.Um sorr
Hanna— Você está pronta, Hanna? — Jason pergunta assim que entro no carro.— Não, eu desabafei àquela hora porque estava com raiva da audácia dele de ir à minha casa e dizer que não cuido bem da minha filha. Agora terei que contar tudo… — Falo com lágrimas nos olhos.— Eu entendo. — Jason diz, segurando minha mão. — Mas você sabia que uma hora isso iria acontecer, e infelizmente vai acontecer no tribunal também.Respiro fundo, tentando afastar o nó na garganta que parece crescer a cada segundo. Olho pela janela, observando as ruas passarem enquanto o silêncio toma conta do carro por um instante. Jason continua segurando minha mão, firme, como se dissesse que eu não estava sozinho.— Eu sei, Jason — digo finalmente, minha voz fraca, quase um sussurro, e soltando sua mão. — Mas saber não torna as coisas mais simples.Meu peito dói ao lembrar do olhar arrogante de Dylan quando ele apareceu em casa. A forma como ele usou aquele tom arrogante, como se tivesse algum direito sobre mim ou so
HannaEu nunca estive tão ansioso para chegar em casa, mas também nunca senti tanto medo na vida quanto senti hoje, ao estar longe de Kat.Desde o momento em que decidi que Kat seria minha filha, independente de tudo o que aconteceu ou acontecesse, ela se tornou o centro do meu mundo.Enquanto Jason dirige, peguei o celular para verificar se há alguma mensagem de Kevin. Mas, em vez disso, me deparo com várias manchetes explodindo na tela.— Nossa, estão detonando o Kevin na internet! — digo.Jason me lança um olhar rápido antes de pedir: — Deixe-me ver.Paramos no semáforo e eu entrego o celular para ele. Jason lê rapidamente, seus olhos se arregalando enquanto diz: — Porra! Como obter essa informação tão rápido?— O que foi? — questiono, confusa.Ele devolve o celular e, ao ler a manchete principal, meu estômago revira."Kevin Stewarth, herdeiro do Stewarth Lux Hotel, vive romance proibido com mulher de passado polêmico: Hanna Roux, mãe solteira e com um processo judicial delicado
HannaNo apartamento, Jason coloca a TV em um canal de notícias, e lá estão eles: repórteres amontoados em frente à minha casa, câmeras apontadas para a porta como abutres esperando pela carniça.Fecho os olhos, respirando fundo. Preciso ser forte. Não por mim, mas por Kat e por tudo o que construímos até agora.Jason se aproxima com um copo d'água.— Vamos resolver isso, Hanna. Kevin está com você. Eu e Hazel também estamos com você. E, mais importante, Kat precisa que você seja a mãe incrível que sempre foi. — Ele falava pausadamente, para ver se eu entendia.Seguro o copo com as mãos trêmulas e força um pequeno sorriso. Não sei como vamos sair dessa, mas não vou desistir.….AshleyA comemoração pela minha vitória ainda ecoava nas paredes do meu apartamento. Nunca foi tão fácil destruir alguém. Matei três coelhos com uma machadada só.Tudo parecia distante quando a porta se abriu com um estrondo. Meus pais, seguidos pelo pai de Kevin, entraram como uma tempestade, suas expressões d
KevinEntro na casa de Hanna segurando Kat nos braços, sentindo seu peso leve e sua respiração tranquila contra meu peito. Ela está exausta, e seu rostinho sereno me faz sorrir. Vou até seu quarto devagar, aproveitando o prazer de tê-la em meus braços, após um susto tão grande. Sento-a suavemente na cama enquanto ela me encara com seus olhinhos curiosos. — Aquele homem era mesmo o meu pai? — Olho para ela sem saber o que dizer, mas, no fundo, seio o certo a fazer.Ajoelho-me à sua frente, pego sua mãozinha e começo a falar:— Kat, ele é sim seu pai biológico, de sangue, mas ele nunca foi presente em sua vida, porque no passado fez muito mal à sua mãe, e por esse motivo, ela nunca contou a ele sobre você. Ela tinha medo dele fazer algum mal a vocês.— Entendo, eu sou criança, mas entendo as coisas.— Eu sei que sim, você é uma garotinha muito inteligente. — Aperto seu narizinho, fazendo-a rir.Levanto e vou até o guarda-roupa procurar uma roupa confortável para Kat vestir, peguei um p
Kevin — O que agora? — murmuro, tentando não acordar Kat, que dorme profundamente no sofá, com a cabeça apoiada no meu colo. Meu coração acelera enquanto desbloqueio o celular e vejo as notificações. Abro o link mais recente e sinto meu estômago revirar. As manchetes gritam meu nome, o de Hanna, Dylan e Ashley, acompanhadas de fotos nossas, do processo da Hanna e especulações.Solto um xingamento baixo e largo o celular na mesa de centro. Olho para Kat, tão tranquila, tão alheia ao caos que nos cerca. Um senso de proteção toma conta de mim, mais forte do que qualquer outra coisa. Não importa o que está lá fora, ela não vai ser envolvida nisso.Levanto-me com cuidado para não a acordar e vou até Hazel, que está na janela, espiando entre as cortinas. Ela não percebe minha aproximação até que falo:— O que está acontecendo? — Minha voz sai mais firme do que eu esperava, mas já tenho uma ideia do que ela vai dizer.Hazel se vira para mim, a expressão carregada de preocupação.— Estão lá
KevinKat começa a se mexer no sofá. Aproximo-me dela e a toco gentilmente no ombro. Seus olhos se abrem devagar, e ela sorri ao me ver.— Vamos brincar, papai?Meu coração aperta. Ela não tem ideia do que está acontecendo.— Não agora, princesa. Vamos dar um passeio, mas será diferente e divertido.— Preciso que suba e troque de roupa, coloque uma confortável, seja rápida, está bem! Vamos encontrar com a mamãe e o tio Jason.Enquanto ela sobe, eu ligo para o Davis.— Hazel está falando com a vizinha do fundo, ela vai nos dar cobertura, pode mandar uns homens por segurança?— Já estão próximos, aguardando seu sinal.— Perfeito, valeu, cara! Ah, estamos indo para a casa do Jason.— Beleza, estou indo para lá também.Alguns minutos se passam e Kat desce com uma roupa confortável e uma mochila. Pego-a nos braços e faço sinal para Hazel me seguir. Ela pega uma mochila com algumas coisas essenciais e me acompanha até a cozinha.Hazel abre a porta dos fundos com cuidado, certificando-se de
DylanAs paredes frias da cela pareciam fechar ao meu redor, mas nada era mais sufocante do que as manchetes gritando meu nome como se eu fosse um monstro. Cada palavra era uma facada, e a verdade nem importava mais. O mundo amava um vilão, e agora eu era a figura principal do circo.Eu sempre romantizei aquele momento com Hanna, acreditando cegamente que ela havia sentido o mesmo que eu, que de alguma forma existira algo ali. Por esse motivo, eu não entendia porque ela havia me processado na época. Mas agora, olhando para os caos que fiz na vida dela, pela verdade extraída através de sua fúria, percebo o quanto fui estúpido. Naquela noite, estava drogado, as memórias são apenas fragmentadas, confusos. Mas ao ouvir suas palavras, sua dor transformada em acusações, foi como se cada pedaço de mim fosse esmagado. Pela primeira vez, senti o peso do monstro que ela enxergava em mim. Aquilo me destruiu de um jeito que nem a prisão conseguiu.Quando o advogado entrou, arrumando o paletó como