Jacarias ficou subitamente em silêncio, fumando de maneira pensativa.Maria percebeu que sua expressão, de repente, ficou séria.Nervosa, ela o encarava sem se mover.Depois de um longo momento, Jacarias finalmente abriu a boca novamente.- No passado, a explicação oficial foi que naquela noite estava muito frio. Enquanto estávamos festejando, ativamos o sistema de aquecimento, mas de repente ocorreu uma falha no equipamento, o que resultou no incêndio. Em outras palavras, aquele incêndio naquela época foi um acidente.- Dessa forma, você não investigou? - Maria sentiu uma certa decepção em seu coração. Ela com certeza não acreditava que o incêndio foi um acidente. Ela se lembrava claramente de ter sido trancada intencionalmente no quarto naquela época. E também se lembrava das pessoas do lado de fora discutindo, insinuando que o incêndio foi causado por Eduardo.Jacarias balançou a cabeça: - Naquela época, a prisão ficou reduzida a destroços e não houve possibilidade de investigaç
- Algumas pessoas são naturalmente insensíveis. Se não é alguém que ele ama, mesmo que tenha o sangue dele, ele pode simplesmente ignorar.Jacarias baixou os olhos e riu levemente: - Suas palavras... Sem problemas.Nos olhos afiados do homem, passou uma pitada de brilho sombrio e autodepreciação.Ele observou silenciosamente a expressão triste de Maria, apenas fumando em silêncio.Após um bom tempo, um cigarro acabou.Ele apagou a ponta do cigarro, levantou-se e disse: - Não fique muito triste com a situação da criança. Afinal, é passado.Passado?Uma dor assim, provavelmente nunca seria superada durante toda a vida.A criança já estava formada, quase pronta para nascer. Ela podia ver claramente o rosto dele, perceber os traços semelhantes aos de Eduardo.A imagem da criança já estava profundamente gravada em seu coração.Por isso, essa dor a acompanharia para sempre.Jacarias a olhou profundamente, não disse nada, apenas virou-se e saiu silenciosamente.A sala ficou finalmente vazi
As palavras de Viviane mal tinham sido ditas, mas ao ouvir a resposta de Eduardo, ela ficou completamente atordoada.- Duba, este lugar é tão isolado. Se você me expulsar do carro, não terei como voltar.- Isso é um problema seu, Fernando!- Está bem, vou tirá-la do carro agora.Fernando riu abafadamente e rapidamente desceu do veículo, abrindo a porta traseira: - Vamos lá, Presidente Alves pediu para você sair. Quem mandou falar tão mal assim.- Feche essa boca. Você é apenas um simples assistente. O que lhe dá o direito de falar assim comigo?Fernando se vangloriou, abrindo as mãos: - Está bem, não falo mais. Mas o Presidente Alves mandou você sair, então saia logo.Viviane estava furiosa e chateada, olhando novamente para Eduardo: - Duba...- Eu vou contar até três. Se não sair, seu nome não será mais ouvido na indústria do entretenimento.Eduardo disse friamente: - Um... Dois...Viviane, com os olhos vermelhos de raiva, abriu a porta do lado oposto e disse: - Eu saio, eu saio,
Fernando ficou atônito. “Quando discutiram sobre a colaboração, ele nunca imaginou investigar Jacarias. Por que agora, após apenas um encontro, ele queria investigar o homem? Além disso, a família Jacarias na Cidade R era respeitável, e Jacarias tinha uma reputação sólida. Não havia realmente nada para investigar.”Mesmo pensando assim, ele respondeu respeitosamente: - Entendido.Eduardo bateu levemente no volante e disse: - Quero todos os detalhes sobre Jacarias, incluindo sua educação, experiência e histórico amoroso.- Por que você está investigando isso? Jacarias tem mais de cinquenta anos. Você não suspeitará seriamente que a Senhora tem algo com ele...Antes que pudesse terminar, um olhar frio de Eduardo se virou rudemente para ele.Fernando engasgou de medo e concordou apressadamente: - Certo, vou verificar amanhã. Não, vou começar a verificar hoje.Eduardo apertou os lábios, só então ligando o carro.Ele continuou a percorrer essas pequenas estradas, sem que ninguém soub
Mal as palavras foram pronunciadas, Eduardo retirou sua mão friamente.Fernando ficou perplexo, olhando para ele: - Presidente Alves?Eduardo esboçou um sorriso irônico: - Você a chama tão facilmente de "senhora", está acostumado. O que? Se um dia eu morrer nas mãos dela, você também a chamará respeitosamente de "senhora"?O semblante de Fernando mudou, parecendo que o Presidente Alves estava falando sério.Fernando apertou os lábios e sussurrou: - Não, eu só pensei que ela estava bêbada, é perigoso para ela ficar sozinha do lado de fora, então...- E o que isso tem a ver comigo? Uma frase gélida deixou Fernando sem palavras.Eduardo olhou para ele com um sorriso frio: - Mas... Se você está preocupado com ela, pode descer e ficar de olho nela. No entanto, amanhã você não precisa aparecer no Grupo GK.Fernando sacudiu a cabeça rapidamente: - Eu não estou preocupado com ela, não me importo com ela. Ela é uma inimiga mortal do nosso Grupo GK, por que eu me importaria com ela?Embora
- Quem são vocês? Pare o carro, eu quero descer, eu quero descer...Maria estava confusa, sentindo alguém a empurrar com força para dentro do carro. Tentou abrir a porta com força, mas esta simplesmente não cedia. Inclinando-se para frente, agarrou o braço do motorista: - Pare o carro, pare o carro...As sobrancelhas de Eduardo se contraíram, afastando impacientemente as mãos da mulher. No entanto, ela inclinou-se novamente, puxando a roupa em seu peito: - Para onde você está me levando? Pare o carro, eu não quero ficar aqui, pare o carro.Maria, bêbada, não controlava sua força, puxando a roupa dele com muita intensidade, provocando dor em sua ferida no peito. Sentindo a dor, ele percebeu claramente a crueldade e insensibilidade da mulher naquele momento.Irritado mais uma vez, ele afastou as mãos dela. Mas Maria não desistiu, continuou a puxá-lo, incomodando-o.De repente, chegaram a uma curva. Eduardo estreitou os olhos maliciosamente e virou bruscamente o volante. Uma curva
O vômito respingou por todo o jeans de Eduardo, deixando seu rosto completamente sombrio. Ignorando o fato de que a mulher ainda se sentia mal e vomitava, ele a afastou com um gesto brusco.Maria, jogada novamente no chão, apoiava-se com as mãos, vomitando descontroladamente, desejando cuspir tudo o que estava em seu estômago.Vendo-a assim, Eduardo sentiu uma explosão de raiva.- Se não consegue beber, por que diabos bebe tanto? Eu nunca deveria ter me incomodado com você! - Eduardo gritou, olhando para ela.Depois de vomitar por um tempo, Maria suspirou aliviada e disse: - Quem disse que você precisa se preocupar? Quem você pensa que é?Eduardo rangeu os dentes com força: - Ótimo, muito bem. Então, fique aqui e se vire sozinha.Depois de dizer isso, ele virou as costas e entrou no carro sem olhar para trás. O carro partiu instantaneamente, desaparecendo na noite.Maria ficou sentada no chão, atordoada. Ela observou o carro sumir no horizonte, murmurando para si mesma: - Quem dis
Eduardo avistou a mulher, sem saber quando, escalando uma grande pedra. Em suas mãos, ela segurava a metade de uma grama, torcendo-a habilmente para formar um círculo.- Eduardo, olha, um anel.Ela balançou o anel feito de grama para ele, sorrindo com os olhos curvos, como da primeira vez que ele a viu. Ele sempre apreciou o sorriso dela quando era jovem; ao sorrir, os olhos límpidos dela eram tão belos quanto a lua crescente.Mas quanto tempo fazia desde que ele não via esse sorriso?Sob a luz fraca, aquele sorriso límpido parecia se sobrepor ao sorriso em sua memória, fazendo seu coração bater involuntariamente.- Eu fiz este anel. É bonito, não é?Maria colocou o anel de grama no dedo anelar e abriu a mão para que ele visse.Eduardo apertou os lábios, demorando um pouco antes de dizer: - É bonito.- Não é? É bonito.Maria parecia muito feliz. Ela acariciou o anel de grama em seu dedo, murmurando para si mesma: - Naquela época, eu também fiz um para você, mas... Você jogou fora.