O peito dela subia e descia violentamente, a testa dela estava coberta de suor.Sem se preocupar com mais nada, ela saltou da cama e correu para fora, como louca.O café da manhã tinha acabado de ser entregue. Eduardo estava a descobrir a bandeja quando a viu correndo para fora, naquele momento, ele não pôde deixar de chamar:- Você acordou na hora certa, venha tomar café.Maria, porém, agiu como se não tivesse ouvido aquelas palavras, correndo diretamente para a porta a fim de verificar a fechadura.Eduardo franziu a testa levemente:- Maria, está doente? Por que foi verificar a fechadura tão cedo?Maria ainda estava imersa no pesadelo que acabara de ter.Ela mexeu na fechadura e disse a Eduardo:- Sonhei que assassinos arrombavam a fechadura e que todos invadiram, cada um com uma faca apontada para nós, foi terrível. O pesadelo foi tão real que até me lembro como era a faca do assassino.Eduardo se recostou na cadeira e soltou uma risada fria:- Isso é apenas um medo excessivo. Você
Maria perdeu o apetite pelo café da manhã e falou com seriedade para Eduardo:- Eu acho que, se forjássemos juntos nossas mortes, eles acreditariam mais.Eduardo riu com desdém:- Você tem certeza de que consegue atuar bem nessa morte fingida? Tenho medo de que você morra de verdade. - O homem olhou para ela com um tom leve. - Você não é tão habilidosa quanto eu; se ficarmos juntos, você só vai me atrapalhar.Ao ouvir isso, Maria ficou sem palavras.Ela apertou o pão que tinha nas mãos, sentindo uma inquietação intensa.Eduardo deu uma olhada para ela e disse:- Coma logo, depois eu te levo para a estação. Se eu não estiver enganado, assim que sairmos do hotel, aquelas pessoas vão nos seguir. A estação é movimentada; vou aproveitar a multidão para te deixar lá, muito provavelmente eles não irão perceber.Maria colocou o pão de volta na mesa e disse para ele:- Você me disse para te esperar em Alma Verde, mas você precisa me dizer um tempo específico. Eu não posso te esperar para sempre
Maria observava o perfil tenso dele, sem saber como responder àquela pergunta.Ela sentia que, naquele momento de tensão e crise, não era o momento adequado para discutir tal questão.Ela não respondeu, e o homem também não insistiu.O carro logo chegou a um cruzamento com semáforo.Quando o semáforo estava amarelo, prestes a virar para vermelho, Eduardo acelerou bruscamente e passou direto.Maria sabia que ele queria se livrar brevemente daqueles quatro carros, para que ela pudesse descer na estação de ônibus sem ser notada.À medida que se aproximavam da estação, Maria ainda não tinha respondido à pergunta, e o humor dela ficava cada vez mais perturbado.Ela puxava o zíper da mochila repetidamente, como se isso pudesse aliviar a ansiedade e o desconforto.Havia muitas pessoas na estação, e assim que passaram pelo cruzamento, Eduardo parou o carro em um beco na entrada da estação.Era um local especialmente movimentado, e também um ponto de entrada para os ônibus de vários vilarejos.
Contudo, para a decepção dela, a mensagem recebida não se passava de um spam.Ela observou a caixa de diálogo com Eduardo por um instante, onde somente a mensagem que enviara se fazia presente, seguida por um vasto vazio.Suspirando sutilmente, ela voltou seu olhar para a janela.Após aguardar mais de dez minutos no ônibus, algumas pessoas começaram a embarcar.Maria colocou sua máscara e apanhou seus fones de ouvido para escutar uma música.Às dez horas, o ônibus finalmente iniciou sua viagem, já quase lotado.Sentado à frente dela se encontrava um casal jovem.A moça se aconchegava carinhosamente no ombro do rapaz, numa cena de paz e serenidade.Tal visão fez Maria se recordar, involuntariamente, de sua juventude.Houve uma vez, quando a escola organizou um acampamento de verão, Eduardo, que era alguns anos mais velho, decidiu participar também, alegando desejar se divertir e experimentar algo novo.Naquela viagem, ela e Eduardo acabaram por se sentar juntos no ônibus, quase por um m
A recepcionista, uma mulher de trinta e poucos anos, estava ocupada com seu celular. Ao perceber Maria se aproximando, ela mal levantou os olhos.- Quarto individual ou duplo? Documento de identidade, por favor.- Esqueci meu documento em casa.A mulher franziu a testa ligeiramente.- Precisamos do documento para registro de hospedagem, normas da casa. Como pretende se hospedar em um hotel sem documento? Seria melhor voltar para buscá-lo.- Minha casa fica muito longe daqui. Posso pagar quinhentos reais para fazer o registro por mim?Após um momento de reflexão, a mulher sorriu:- Está bem, por quanto tempo?- Apenas uma noite.O hotel tinha apenas seis andares, e Maria escolheu ficar no último. Ela sentia que, quanto mais alto, mais segura se sentiria. Ao entrar no quarto, trancou portas e janelas, e então se lançou exausta na cama. Depois de algum tempo deitada, ela pegou o celular e reabriu a conversa com Eduardo, que continuava sem novas mensagens. Ela fechou os olhos dolorido
- Mãe, você não faz ideia do quanto eu me esforcei para conseguir o Dudu, e agora ele morreu assim, todas aquelas coisas que eu fiz antes, foram para quê? - Viviane disse.- Silêncio, fale mais baixo, quer que todos saibam que foi você quem planejou a morte dele? - Mariana rapidamente cobriu a boca de Viviane, falando seriamente. - Escuta a mãe, vamos manter isso em segredo por enquanto. Quando a notícia da morte dele se espalhar, você finge que chora.- Mas eu não queria que o Dudu morresse, eu só queria ter ele para mim. Agora que ele se foi, pelo que vou lutar? - Disse Viviane.- Você está sendo tola? Enquanto ele estivesse vivo, mais cedo ou mais tarde ele descobriria as coisas ruins que você fez no passado, e aí quem estaria em perigo seria você. Agora que ele morreu, é até melhor para você, você pode viver sem preocupações.Viviane chorava sem dizer uma palavra.Mariana a abraçou, dizendo:- Escuta a mãe, a morte dele é uma boa coisa para nós. Agora, você precisa começar a pensar
Maria estremeceu e rapidamente esfregou os olhos.As luzes dos postes não eram muito brilhantes, e à distância, tornava ainda mais difícil enxergar.A figura parecia estar lá, porém não completamente. Quando ela esfregou os olhos e olhou novamente, a figura havia desaparecido.Como se o que ela tivesse visto fosse apenas uma ilusão criada pela sua imaginação.Ela não se conformava e, ansiosa, se levantou apressadamente, mas, por ter ficado agachada por muito tempo, suas pernas estavam formigando. Ela não conseguia se manter completamente em pé, tendo que se apoiar na porta de vidro.Ela olhou ansiosamente na direção anterior mais uma vez.Desta vez, ela realmente viu: havia mesmo uma figura se aproximando.“Eduardo?”Ela apertou a mão com força, fixando o olhar naquela figura, enquanto seu coração se apertava.A figura se movia muito lentamente, parecendo levar uma eternidade para se aproximar.Maria observou por um longo tempo, mas não conseguiu ver o rosto com clareza.Ela só podia
Prisão feminina.Maria Rocha, acariciando seu abdômen inchado, rastejava lentamente para a porta.Ela estava presa havia três dias e, por exigência daquele homem, não teve nada para comer.No chão perto da porta, havia grãos de arroz sujos que foram pisados. Ela estendeu a mão congelada e vermelha, pegou esses grãos de arroz sujos e duros e os colocou na boca, um a um.De repente, a porta se abriu:- Maria Rocha, alguém veio te visitar.Antes que Maria pudesse se alegrar, foi arrancada rudemente, lavada e empurrada para a sala de visitas.Através das barras de ferro, ela finalmente viu aquele homem, o homem que amou por dez anos...Ela segurou a amargura em seu coração e perguntou:- Como está a vovó?- Como você ousa fazer essa pergunta? - Eduardo Alves segurou o pescoço dela com força, parecendo ameaçador, como se quisesse matá-la. - Por sua causa, a vovó nunca mais acordará. Você planejou ter relações sexuais comigo, sequestrou Teresa, eu posso tolerar tudo isso, mas você não deveri