Para surpresa de Maria, era Isabela, acompanhada por um garoto quase da mesma idade que Ana.Esse garoto devia ser Pedro, sobre quem Cláudio sempre falava.Mas Isabela não deveria estar na Cidade R? Como ela apareceu aqui? E Cláudio sabia disso?- Quanto tempo! - Disse Maria, se aproximando e segurando Ana nos braços. Seu olhar passou pelo garoto, e por algum motivo, ela sentiu uma estranha conexão em seu coração. Não sabia por quê, mas o olhar daquele garoto parecia o de alguém que ela conhecia de algum lugar.- Você também está por aqui? - Maria perguntou abrindo um sorriso sincero.- Sim, e talvez Pedro e eu vamos morar aqui por um bom tempo. - Isabela respondeu cordialmente.- Isso é ótimo. Então, podemos sair para jantar juntas agora. – Maria sorriu e perguntou: - Cláudio sabe que você veio?- Ele sabe. – Isabela sorriu com um olhar sugestivo no rosto. - Na verdade, foi ele quem nos encorajou a vir, eu e Pedro.Maria concordou com um sorriso, percebendo que sua pergunta anterior
Maria os deteve apressadamente:- Onde vocês estão hospedados? Vou encontrá-los quando estiver livre.- O Pedro está na creche ali na frente. Acho que essa menininha está usando o uniforme da escola, então se você vier buscar as crianças depois da escola, definitivamente nos encontraremos novamente. - Isabela disse enquanto deixava o local levando Pedro consigo. Maria observou sua figura incessantemente, ainda achando estranho o fato de ela ter aparecido subitamente na Cidade C.Eduardo não estava prestando muita atenção em Isabela e Pedro. Sua atenção estava toda voltada para Ana, verificando-a de cima a baixo para ver se ela estava machucada.Finalmente, ele notou os dois curativos em seu braço:- O que aconteceu aqui?Eduardo franziu a testa, com um rosto sombrio e uma voz carregada de preocupação com um pingo de tristeza.Ana já estava se sentindo mal, e ser repreendida assim por seu pai a fez começar a chorar:- Papai está bravo. Papai é tão bravo, eu não quero mais o papai, ele
Ele dirigiu o olhar na direção de Ana, embora já não exibisse a fúria sombria que antes o dominava, ainda mantinha um toque de severidade.- Saia daí, acha que pode se esconder atrás dela e sair impune? – Ele disse. Ana segurou Maria firme pela cintura e balançou a cabeça rapidamente, ansiosa:- Eu não quero, papai.Eduardo respirou profundamente, era visível que fazia um esforço para controlar sua raiva.- Não tenha medo, converse com seu papai corretamente. Você cometeu um erro ao sair correndo daquele jeito, mas se reconhecer o erro e se comportar bem, seu papai não ficará bravo com você. Apenas converse com ele. – Maria falava com seriedade perto dos ouvidos de Ana. Ana apontou com o dedinho e olhou cuidadosamente para Eduardo. Eduardo ainda mantinha um semblante sombrio, se assemelhando ao próprio diabo. Não é preciso dizer que até adultos se sentiriam intimidados por ele, imagina uma criança inocente, como Ana. - Não faça essa cara quando estiver falando com Ana, vai assustá-l
Na primeira tentativa de cutucar, Eduardo permaneceu inerte.Ana olhou desanimada para Maria, que sorriu e fez um gesto encorajador, sussurrando "vai em frente" com os lábios.Ana precisou estender a mão novamente e cutucar as costas de Eduardo.- Você me compreende, papai?Finalmente, Eduardo se virou. Ele fixou seu olhar no pequeno ser diante dele, com as sobrancelhas franzidas.- Papai, Ana entendeu. Não vou mais correr por aí e sempre direi para onde vou, para que ninguém mais fique preocupado. Papai, não fique bravo comigo e com a tia, está bem? - Ana balançava a cabeça com pressa.Eduardo não proferiu palavra, apenas lançou um olhar furioso para a pequena figura diante dele, afinal, quando soube que ela estava desaparecida, ele ficou tão preocupado que não sabia o que fazer. Mas aquela mulher não parecia ter pressa. Só de pensar nisso, ele ficava furioso. Ela nunca foi uma mãe adequada, nunca! Enquanto ele estava cheio de raiva, algo pequeno de repente se jogou em seus braços.-
Helena ficou surpresa e imediatamente ficou tensa.Maria lançou um olhar para ela e percebeu que ela estava com muito medo de Eduardo. - Por que você a está chamando? Eu já disse, isso não é da conta dela. Se você quer culpar alguém, culpe a mim. - Maria então se dirigiu a Eduardo.Eduardo a ignorou e apenas fez um gesto para que Helena fosse para um canto.- Mariinha, o que ele vai fazer? Ele não vai me machucar, vai? – Helena não acreditava naquela situação, e olhou apreensivamente para Maria.- Ele não teria coragem! - Maria disse com firmeza, olhando para as costas de Eduardo. - Se você ousar tocar em Helena, eu vou enfrentá-lo.- Não me veja sempre como alguém violento. Eu nunca agredi uma mulher e não será agora que isso vai acontecer. - Eduardo soltou um sorriso irônico. Maria bufou friamente, mas não comentou sobre essa afirmação. No entanto, dada a quantidade de pessoas ao redor deles, ela não achava que Eduardo faria algo contra Helena.Pensando assim, ela disse a Helena:
- Vendo como eles gostam tanto de você e esperaram ansiosamente por sua visita, o que há de mal em permitir que eles passem uma noite em sua casa? – Eduardo disse. - Apenas uma noite. Você não pode satisfazer o desejo deles? Por que você precisa ser tão insensível? Eles não têm sorte com relação a figuras de mães, mesmo. - Eu insensível? - Maria riu, completamente exasperada. Ela percebeu que não conseguia argumentar com esse homem. Ele claramente era o insensível, mas estava virando o jogo contra ela, o que era bastante irônico.José e Ana ainda a olhavam com esperança estampado em suas faces. - É realmente apenas uma noite? - Maria olhou para Eduardo.- O que mais você espera? Acha que eu ficaria tranquilo deixando-os morar em sua casa para o resto da minha vida? - Eduardo sempre falava com um tom zombeteiro que a deixava furiosa.- Tudo bem, como você disse, será apenas uma noite. - Ela mordeu o lábio. Depois de dizer isso, ela pegou a mão de José e Ana e começou a caminhar em di
Eduardo falou e, surpreendentemente, se sentou com todo o seu desplante no sofá dela.- O que você está querendo dizer? Você concordou em dar uma olhada e sair. - Maria franziu a testa com força. - Estou cansado, quero descansar um pouco, isso é permitido? Não é? – Eduardo se inclinou no sofá e olhou para ela sem expressão. Maria rangeu os dentes. Pelos modos dele, esse homem nem sequer pretendia sair.Nesse momento, uma batida ecoou na porta.- Tia, descanse um pouco, você está com cara de cansada. Eu vou abrir! - José foi correndo abrir a porta. Com a porta aberta, José ficou perplexo e Cláudio, que estava parado à porta, também ficou surpreso por um momento.- Você é... O tio mais velho? - José inclinou a cabeça o encarando, sorrindo. - Isso mesmo, querido. - Ele assentiu com um sorriso gentil. A simples frase "tio mais velho" fez o seu coração tremer ligeiramente. - Tio mais velho, por favor, entre. - José fez um gesto convidativo, como sempre. A polidez e a doçura do garoti
Maria o ignorou e, obedientemente, se sentou permitindo que Cláudio cuidasse de seu ferimento.Eduardo permanecia ao lado, se sentindo completamente desnecessário.- Você ainda não vai embora? O que é? Você quer que eu te acompanhe? - O tom frio de Maria soou novamente.As pressões sucessivas tornaram cada vez mais evidente o quão dispensável Eduardo era. Seu rosto ficou sombrio, e sua mão ao lado dele se apertou com raiva. - Papai, estou com muita fome. Você pode fazer macarrão para mim? E pra Ana? - José virou seus grandes olhos pretos na direção de Eduardo. - Isso papai, eu também quero macarrão. Você pode fazer para mim e para o José? – Ana também pediu.Eduardo olhou involuntariamente para Maria, que abaixou seu olhar, dizendo suavemente às duas crianças: - A tia vai fazer para vocês em breve. O macarrão que a tia faz é muito gostoso. Vocês vão amar!- A tia está machucada, não pode fazer macarrão, senão vai doer mais. - Ana balançou a cabeça.- Nesse caso, que tal o tio mais v