O olhar intenso de Eduardo era tão apaixonante a ponto de fazer o coração de Maria dar um salto involuntário. Mas, ela rapidamente desviou o olhar e ligou o carro. O tráfego estava congestionado na estrada, com muitos carros. Maria e Eduardo levaram mais de dez minutos para percorrer uma curta distância. A atmosfera dentro do carro estava tensa, mas Maria não queria conversar com aquele homem.Era a primeira vez que ela o levava de carro, e isso a deixava desconfortável.Enquanto esperavam pacientemente em um semáforo, Eduardo resmungou friamente:- Está tão tarde, parece que você não está nem um pouco preocupada com o José e a Ana.- Por que eu deveria me preocupar com eles? - Maria perguntou, surpresa. Mesmo que fosse tarde, com Helena cuidando deles, ela achava que eles estavam apenas brincando. Não havia motivo para preocupação.No entanto, suas palavras soaram frias e insensíveis aos ouvidos de Eduardo. Ele apertou os punhos com força em seu colo. - Você... Não é digna de se
- Pai, não seja tão rígido com a tia Maria, nem culpe a tia Helena. Vamos encontrar a nossa irmãzinha logo, tenho certeza de que ela está com muito medo agora. - José estava apavorado, agarrado à cintura do pai enquanto chorava.Ana sempre teve medo do escuro e era propensa a chorar. Só de imaginar ela encolhida em algum canto, chorando ou sendo levada por pessoas más, ele sentia que estava prestes a desmoronar.Ele olhou com um olhar sério para Helena e disse em voz baixa:- O que aconteceu? Você precisa explicar todo o ocorrido para mim.Maria, segurando seu braço com dor, se levantou do chão e puxou Helena:- Não tenha medo, Helena. Onde está Ana? Pode nos contar.Helena tremia muito e tinha o rosto encharcado de lágrimas. Ela gaguejou:- Foi... Foi só que a confeitaria estava lotada. Eu... levei José para escolher doces e deixei Ana esperando na mesa, mas ao voltamos depois de pagar, Ana... Ela tinha desaparecido.Maria olhou instintivamente para José.José concordou:- Realmente
Enquanto fazia perguntas, Maria gesticulava com as mãos. O jovem casal pediu desculpas e balançou a cabeça:- Desculpe, não estávamos prestando muita atenção.Maria respirou profundamente e questionou outras pessoas, mas não obteve nenhuma pista.O beco estava quase no fim, com uma área residencial à frente. As portas das casas na área residencial estavam bem fechadas, com controle de acesso, então Ana provavelmente não estava lá dentro."Este é o cruzamento mais movimentado perto da escola. Se Ana não está aqui, para onde ela teria ido? Em apenas dez minutos, uma criança de cinco anos não poderia ter ido muito longe."Embora ela continuasse repetindo para si mesma que esta área era próxima da escola e bem segura, que ninguém teria a audácia de sequestrar uma criança, nesse momento, seu coração ainda estava em pânico, ainda tinha medo.Ela procurava ansiosamente ao redor, seu olhar atravessando as pessoas que iam e vinham, mas não encontrava nenhum sinal de criança. Ela ficou desesp
Para surpresa de Maria, era Isabela, acompanhada por um garoto quase da mesma idade que Ana.Esse garoto devia ser Pedro, sobre quem Cláudio sempre falava.Mas Isabela não deveria estar na Cidade R? Como ela apareceu aqui? E Cláudio sabia disso?- Quanto tempo! - Disse Maria, se aproximando e segurando Ana nos braços. Seu olhar passou pelo garoto, e por algum motivo, ela sentiu uma estranha conexão em seu coração. Não sabia por quê, mas o olhar daquele garoto parecia o de alguém que ela conhecia de algum lugar.- Você também está por aqui? - Maria perguntou abrindo um sorriso sincero.- Sim, e talvez Pedro e eu vamos morar aqui por um bom tempo. - Isabela respondeu cordialmente.- Isso é ótimo. Então, podemos sair para jantar juntas agora. – Maria sorriu e perguntou: - Cláudio sabe que você veio?- Ele sabe. – Isabela sorriu com um olhar sugestivo no rosto. - Na verdade, foi ele quem nos encorajou a vir, eu e Pedro.Maria concordou com um sorriso, percebendo que sua pergunta anterior
Maria os deteve apressadamente:- Onde vocês estão hospedados? Vou encontrá-los quando estiver livre.- O Pedro está na creche ali na frente. Acho que essa menininha está usando o uniforme da escola, então se você vier buscar as crianças depois da escola, definitivamente nos encontraremos novamente. - Isabela disse enquanto deixava o local levando Pedro consigo. Maria observou sua figura incessantemente, ainda achando estranho o fato de ela ter aparecido subitamente na Cidade C.Eduardo não estava prestando muita atenção em Isabela e Pedro. Sua atenção estava toda voltada para Ana, verificando-a de cima a baixo para ver se ela estava machucada.Finalmente, ele notou os dois curativos em seu braço:- O que aconteceu aqui?Eduardo franziu a testa, com um rosto sombrio e uma voz carregada de preocupação com um pingo de tristeza.Ana já estava se sentindo mal, e ser repreendida assim por seu pai a fez começar a chorar:- Papai está bravo. Papai é tão bravo, eu não quero mais o papai, ele
Ele dirigiu o olhar na direção de Ana, embora já não exibisse a fúria sombria que antes o dominava, ainda mantinha um toque de severidade.- Saia daí, acha que pode se esconder atrás dela e sair impune? – Ele disse. Ana segurou Maria firme pela cintura e balançou a cabeça rapidamente, ansiosa:- Eu não quero, papai.Eduardo respirou profundamente, era visível que fazia um esforço para controlar sua raiva.- Não tenha medo, converse com seu papai corretamente. Você cometeu um erro ao sair correndo daquele jeito, mas se reconhecer o erro e se comportar bem, seu papai não ficará bravo com você. Apenas converse com ele. – Maria falava com seriedade perto dos ouvidos de Ana. Ana apontou com o dedinho e olhou cuidadosamente para Eduardo. Eduardo ainda mantinha um semblante sombrio, se assemelhando ao próprio diabo. Não é preciso dizer que até adultos se sentiriam intimidados por ele, imagina uma criança inocente, como Ana. - Não faça essa cara quando estiver falando com Ana, vai assustá-l
Na primeira tentativa de cutucar, Eduardo permaneceu inerte.Ana olhou desanimada para Maria, que sorriu e fez um gesto encorajador, sussurrando "vai em frente" com os lábios.Ana precisou estender a mão novamente e cutucar as costas de Eduardo.- Você me compreende, papai?Finalmente, Eduardo se virou. Ele fixou seu olhar no pequeno ser diante dele, com as sobrancelhas franzidas.- Papai, Ana entendeu. Não vou mais correr por aí e sempre direi para onde vou, para que ninguém mais fique preocupado. Papai, não fique bravo comigo e com a tia, está bem? - Ana balançava a cabeça com pressa.Eduardo não proferiu palavra, apenas lançou um olhar furioso para a pequena figura diante dele, afinal, quando soube que ela estava desaparecida, ele ficou tão preocupado que não sabia o que fazer. Mas aquela mulher não parecia ter pressa. Só de pensar nisso, ele ficava furioso. Ela nunca foi uma mãe adequada, nunca! Enquanto ele estava cheio de raiva, algo pequeno de repente se jogou em seus braços.-
Helena ficou surpresa e imediatamente ficou tensa.Maria lançou um olhar para ela e percebeu que ela estava com muito medo de Eduardo. - Por que você a está chamando? Eu já disse, isso não é da conta dela. Se você quer culpar alguém, culpe a mim. - Maria então se dirigiu a Eduardo.Eduardo a ignorou e apenas fez um gesto para que Helena fosse para um canto.- Mariinha, o que ele vai fazer? Ele não vai me machucar, vai? – Helena não acreditava naquela situação, e olhou apreensivamente para Maria.- Ele não teria coragem! - Maria disse com firmeza, olhando para as costas de Eduardo. - Se você ousar tocar em Helena, eu vou enfrentá-lo.- Não me veja sempre como alguém violento. Eu nunca agredi uma mulher e não será agora que isso vai acontecer. - Eduardo soltou um sorriso irônico. Maria bufou friamente, mas não comentou sobre essa afirmação. No entanto, dada a quantidade de pessoas ao redor deles, ela não achava que Eduardo faria algo contra Helena.Pensando assim, ela disse a Helena: