Presente de divórcio
Presente de divórcio
Por: Marcela Lima
Prólogo

- Nosso casamento também terá altos e baixos, meu amor. Mas o que sentimos um pelo outro é inexplicavel. Não vamos deixar com que a rotina esfrie o que sentimos um pelo outro. Vamos superar cada obstaculo.

Essa foi uma das frases dos votos do meu marido no nosso casamento. Eu acreditei piamente em cada palavra dos seus votos. Eu sabia que enfrentariamos dificuldades, mas nunca imaginei que seria no nosso terceiro ano de casamento.

Há um mês atrás, o Fernando me comunicou que nos mudariamos temporariamente de São Paulo, para Minas Gerais. Inicialmente, eu não achei a ideia tão ruim, apesar de ter me pego de surpresa, achei que a mudança de ares não pudesse ser de todo mal, hoje sinto como se eu estivesse prestes a assinar os papéis do nosso divórcio.

É certo que todo casamento tem seus altos e baixos, com o meu não seria diferente. Eu só tenho 25 anos e conheci o Fernando quando tinha 20, há cinco anos atrás, no aniversário de um amigo que temos em comum. Ele chegou em mim naquela noite dizendo que ficou enfeitiçado pela minha beleza, que não conseguia parar de olhar para mim. Eu já havia tomado algumas taças de vinho então nem repreendi seu comportamento. O Fernando sempre foi um homem muito bonito, e naquela noite em especial, sua presença e masculinidade estavam mesmo chamando a atenção, eu seria boba se não tivesse notado. Passamos a noite inteira conversando e no final, dei um beijo carinhoso em sua bochecha. Não dei meu número de telefone a ele, apesar de sua insistência, mas eu sempre fui uma pessoa de valores e mesmo que estivesse encantada pelo Fernando, eu não sairia dando meu telefone para qualquer um, afinal, ele era um estranho. No dia seguinte, voltamos a nos encontrar por coincidência, tinhamos alguns amigos em comum e como ele morava em Minas Gerais, nunca tinhamos nos visto antes, mas como ele estava em São Paulo naquele período, acabamos nos conhecendo. Não demorou muito para que ele se mudasse definitivamente para São Paulo.

Começamos a sair juntos, ele me levou para conhecer inúmeros lugares, já que eu havia vindo cedo para trabalhar em São Paulo e minha família era do interior. Em pouco temos nós começamos a namorar, eu estava muito apaixonada pela maneira que ele me tratava, como cuidava de mim e com 9 meses de namoro, ele me pediu em casamento quando fomos viajar para o interior para que ele conhecesse minha família. Minha mãe gostou instantaneamente do Fernando, ele era muito educado e respeitoso e isso conquistou a confiança deles. Um ano e alguns meses depois, nos casamos. A família dele nunca se demonstrou descontente com ele ter casado com alguém que não fosse da mesma classe social que eles, pelo contrário, a dona Irene, mãe do meu marido, era uma pessoa maravilhosa, sempre foi muito carinhosa comigo.

O Fernando vinha de uma família abastada. Minha família nunca deixou que faltasse nada para mim, mas eu sabia que passavamos dificuldades e só ganhavamos o suficiente para comer e pagar as contas, por isso quando passei em uma faculdade de São Paulo, eu agarrei essa oportunidade com unhas e dentes e vim sozinha mesmo. Recebi muito apoio da minha família, quando fui para a capital. E foi isso que me impulsionou diariamente. eu sempre fui apaixonada por moda. Apesar de ser magra, não tinha altura suficiente para as passarelas, mas confesso que nunca me vi desfilando, eu preferia desenhar e costurar roupas. Quando terminei a faculdade de moda, criei um ateliê próprio na avenida paulista e foi um sucesso, eu sabia que grande parte desse sucesso poderia ser atribuída a ser casada com um homem de família influente em são Paulo, mas não posso negar que eu dedicava muito esforço em cada peça. O sobrenome do meu marido ajudava, mas meu esforço e trabalho bem feito era crucial.

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