Depois do desentendimento que tive com o Fernando, senti uma vontade imens de chorar, mas me contive. A vontade de pegar minhas coisas e voltar para São Paulo era imensa, mas fazendo isso só desencadearia uma crise maior em meu relacionamento, e eu queria evitar isso a todo custo.
Dentro de mim eu sentia uma angústia e sabia que teria problemas muito maiores em breve, eu queria muito fugir ou evitar isso, mas sabia que era inevitável, eu teria que enfrentar o que quer que fosse.***Os dias estavam passando e eu sentia que meu casamento estremecia a cada dia que passava, não sabia o que podieria fazer para salvá-lo, sentia que estava apenas deixando isso acontecer.- Carol, você é minha amiga, converse comigo. Você está se fechando mais a cada dia que passa. - Ana diz quando estou sentada na varanda desenhando um croqui.Era sábado de manhã e a noite seria oferecido um jantar aqui na fazenda pelo desempenho nos negócios da transportadora.Dou um longo suspiro me sentindo emocionalmente exausta.- Os negócios estão indo tão bem aqui na fazenda, em contrapartida, meu casamento está indo pelo ralo. Eu não sei o que fazer, Ana. Juro por Deus que não sei, eu amo o Fernando, mas estamos nos afastando mais a cada dia. - falo colocando uma mão no rosto e sentindo vontade de chorar.- O Fernando é louco por você, Carol. Ele é apaixonado demais por você, Carol, talvez você não esteja enxergando isso agora, mas sabe que é verdade.- Aquela mulher, a Júlia... ela está em todo o lugar, como uma sombra. Se fazendo de amiga do Fernando, de boa moça. Mas Ana, ela está ali, esperando que meu casamento chegue ao fim, nem sei se ela teria decência esperar que acabe, eu não quero que a gente chegue a esse ponto. - falo.- Lute pelo seu casamento, Carol. Não dê espaço para dúvidas.****- Você está linda. - Fernando diz quando estou terminando de passar meu batom vermelho para combinar com o vestido também vermelho que estou vestindo.O vestido era ombro a ombro justo, e acentuava bem minhas curvas.- Obrigada. - falo me virando para ele e vejo que seus cabelos estão bagunçados e ele ainda está abotoando sua camisa. - Vem cá. - fal pegando sua mão e guiando ele para que se sente na cama, enquanto pego um pente para pentear seus cabelos.Eu tinha apenas 1,60 de altura, já o Fernando tinha mais de 1,80, então fazer essa tarefa com ele de pé, seria quase impossível.Passo o pente pelos seus cabelos e o Fernando passa um braço ao redor da minha cintura, me puxando para si e acaricia minha bunda por cima do vestido.- Eu preciso me concentrar, meu amor. - falo quando sua mão entra dentro do meu vestido, mas não me afasto do seu toque.Sinto minha pele pegar fogo em cada lugar que as mãos do Fernando me toca e ofego.Seus dedos bricam com a renda da minha calcinha e esqueço completamente do que estou fazendo.- Nós temos um jantar e convidados para receber em alguns minutos. - falo tentando controlar minha voz e minha respiração.- Você está tão gostosa nesse vestido que não consigo raciocinar. - Ele diz e me puxa para cima dele, me beijando.O cheiro do perfume dele se mistura com o meu e somos interrompidos por uma batida na porta.- Espero que estejam vestidos, pois as pessoas já estam chegando. - Ouço a voz da Ana e dou uma risada saindo de cima do Fernando.- Já estamos indo! - grito em resposta.- Queria poder cancelar esse jantar e ficar aqui com você. - Ele diz se levantando e me abraçando.- Eu também queria. - Falo dando um beijo carinhoso em seus lábios. - Você não me falou como vai ser esse jantar, foi tudo de última hora, não sei o que esperar, meu bem.- Alguns outros fazendeiros da região estarão aqui. Eventualmente acontece um evento como esse nas outras fazendas da região. Como a fazenda voltou a ter uma administração familiar, é nossa vez de ofertar o jantar. - Ele diz e termino de ajeitar seus cabelos.Por sorte o batom que eu estava usando era matte e não deixou vestígios do nosso beijo em sua boca, o batom continuava intacto em mim.- Prontinho, você está lindo. - falo quando termino de arrumar seus cabelos e ele termina de se vestir.Pego uma echarpe e coloco sobre meus ombros, pois hoje o clima está mais gelado. Passo a mão no meu vestido tentanto tirar qualquer amasso que possa ter ficado.- Vamos, linda? - Fernando me chama e assinto. - Eu amo você. - ele fala olhando nos meus olhos e meu coração se aquece.- Também te amo. - Falo e saímos de dentro do quarto.Caminhamos até a escada e enquanto descemos, consigo visualizar a Júlia lá embaixo, está virada de costas para nós, conversando com outra pessoa.- Eu não sabia que a Júlia viria.- Ela trabalha conosco, Carol. A recuperação da empresa também se deve a ela. - ele diz e não respondo nada.Eu imaginei que ela viria mesmo, mas vê-lá aqui, me deixa irritada.- Fernando, como vai, cara? Há quanto tempo não nos vemos, e você está casado, hein? Quem diria. - Um homem, de uns 35 anos que está com uma mulher, que pela aliança, é a sua esposa.- Miguel, é bom ver vocês novamente. Como vai, Cíntia? - ele cumprimenta a mulher que parece ser muito pouco tempo mais jovem que seu marido. - Carol, esse é meu amigo Miguel, e sua esposa Cíntia.- Tudo bem? - Pergunto e Cíntia e eu nos cumprimentamos.- Soube que você tem uma confecção de roupas em São Paulo. Que vestido maravilhoso está vestindo. - Ela sorri e noto que é muito simpática.- Ah, muito obrigada. Seu vestido também está muito bonito. - Falo elogiando seu longo vestido creme. - E sim, tenho uma confecção de roupas em São Paulo. - Falo e ela sorri.Instantaneamente gosto da Cíntia, sua energia parece ser muito boa e sinto que podemos nos tornar amigas.- Eu adoraria que mostrasse alguns modelos depois, eu amo moda. - Ela diz sorridente.- Sim, claro. - Falo e Ana e Felipe chegam.- Cíntia, como está querida? - Ana cumprimenta.- Estou bem, Ana. E você? Vai passar uma temporada por aqui? - Ela pergunta.- Sim, vamos passar um tempo por aqui, você sabe. O Felipe e o Fernando querem estar a frente de tudo.- Cíntia, é bom ver você. - Felipe cumprimenta ela e os homens entram em sua própria conversa sobre negócios, gados, terras.- Ah, que bom. É sempre bom ter amigos por perto.- Como vai Cíntia? - Júlia diz juntando-se a nós.Seu vestido preto é bem justo, e acentua bem as curvas do seu corpo. Seu cabelo curto está impecável, sem nenhum fio fora do lugar.- Bem e você, Júlia? - Percebo pelo seu tom de voz que a Cíntia só cumprimenta a Júlia por pura educação.Júlia ignora o cumprimento da Cintia e seus olhos pousam em mim.- Oi, Ana. - Ela volta sua atenção para ela.- Oi Júlia.- Carol, será que podemos conversar? - Ela pergunta e vejo que o Fernando se afastou com o seu irmão e com o marido da Cíntia, eles agora conversam com outras pessoas.- Claro. - Falo sem vontade nenhuma de conversar com ela.Guio ela para dentro do escritório e fecho a porta atrás de mim. Ela fica em silêncio por um momento, dando uma olhada no lugar, imagino que já tenha vindo aqui outras vezes.- Carol, você deve saber que tive um relacionamento com o Nando, há alguns anos atrás. - Ela fala e tento soar desinteressada, mas o assunto, realmente me deixa em dúvida de tantas coisas. - Não quero que ache que somos rivais, pois parece que estamos sempre em um clima amistoso... - ela diz e interrompo-a.- Júlia, não estou gostando do rumo que está conversa está indo, mas, eu não acho que somos rivais. Você é ex namorada do Fernando, eu sou a esposa dele, existe um abismo aí. - Falo e meu tom de voz sai mais grosseiro do que deveria.- Noiva, Carol. Nós ficamos noivos. - ela diz e sinto mágoa em suas palavras.Essa informação me pega de surpresa e não sei o que falar.-Como assim, noiva?- O Fernando nunca te contou nada sobre mim, Carol? - Ela diz e nego com a cabeça.- Eu realmente não imaginei que ele fosse ficar com o brinquedinho novo e virgem que ele encontrou em São Paulo, mas olha só, não é que vocês estão casados? - ela diz e minha cabeça começa a doer.- Eu sei sobre a história de vocês, como vocês se conheceram, que você era virgem na época. Que ele foi o seu primeiro homem... - ela diz e sinto-me nauseada.- Júlia...- Nós estávamos noivos, Carol. Estávamos noivos quando ele conheceu você. Ele foi pra São Paulo e eu fiquei aqui, afinal, já estava terminando a faculdade. Eu estava tão concentrada em meu TCC e cedi quando ele disse que queria ter algumas outras experiências antes do nosso casamento, e eu o amava tanto, não achei que isso acabaria com o nosso casamento, mas ele conheceu você. A doce e virgem, Carol. - Suas palavras saem de maneira fria e sinto que estou sufocando com a avalanche de informações- Onde você quer chegar, Júlia?- Eu realmente não gosto de você, Carol. Eu fui apaixonada pelo Fernando, e o que sentia era recíproco, não foi atoa que nós ficamos noivos. Mas aí ele conheceu você e tudo mudou. Na época ele falou que o carro seria um presente de formatura, mas sei que foi um prêmio de consolação por ter posto um fim em nosso noivado e uma aliança em seu dedo. Ele se sentia culpado, e por isso me deu o cargo na transportadora. Pra mim é difícil ter que ver você andando pra cima e para baixo com ele, é como se estivesse vivendo a minha vida.- Não consigo ouvir mais nenhuma palavra do que está dizendo, chega. - falo e quando me viro para sair, ela pega em meu braço.- Não aguenta ouvir? Então segura essa bomba. Estou esperando um filho do seu marido, querida. - Ela diz e sinto minha cabeça rodar, sinto que estou prestes a cair a qualquer momento.- Aqui está o exame. - Ela me entrega um papel de um beta hcg com seu nome e um resultado positivo.- Mentira sua. - Falo incapaz de acreditar.- Carol, por favor, até parece que eu preciso inventar alguma coisa. Você passou praticamente um mês trancafiada dentro de um quarto trabalhando e dormindo, o que acha que seu marido estava fazendo? - Ela fala com um sorriso cinico no rosto.- Você é nojenta. - Falo abrindo a porta e saindo de dentro do escritório.Minha visão está turva e só enxergo a porta de saída do casarão, ouço a voz da Ana ou da Cíntia me chamarem, mas não volto para trás. Saio pela porta e vou até a fonte, o carro da fazenda está estacionado lá ao lado. Entro dentro do carro e saio sem olhar para trás. Eu nunca mais olharei para trás. Meu casamento chegou ao fim, e só Deus para me ajudar com a dor que eu estava sentindo nesse momento. Eu não lutei pelo meu casamento, eu apenas deixei com que isso acontecesse, também tenho minha parcela de culpa.Quatro anos depoisMeu dia estava sendo cheio e eu não via a hora de ir para casa para deitar e descansar um pouco. Desde que cheguei de Portugal, estava tudo sendo uma loucura, tive que alugar um carro, resolver pendências no ateliê e dessa vez tive que trazer o Pedro, pois a babá dele estava de férias e eu não confiava em outra pessoa para cuidar do meu filho.Já se passava das 16:00 da tarde quando fui montar um manequim na loja, aproveitei que essa hora o movimento era reduzido e fui fazer isso enquanto esperava minha mãe voltar do parquinho com o Pedro.- Mari, tem certeza que não quer passar aqui em outro momento? Eu tenho algumas coisas para fazer mais tarde. - A voz que ouço me deixa petrificada no lugar, tento sair mas acabo me atrapalhando com algumas roupas da arará e caio no chão.- Moça, você está bem? - Minha ex cunhada vai até mim, mas quando me vê ela abre a boca levemente, parecendo surpresa.- Oi, Mari, como vai? - Falo e me levanto do chão.Ela
No dia seguinte bem cedinho, eu estava na empresa da família do meu ex marido, seria difícil encarar todas as pessoas que fizeram parte da minha vida um dia, eles me odiariam pelo que fiz, assim como tenho certeza, a Marina estava me odiando.- Olá, Maria. O Fernando já chegou? - Pergunto assim que chego no andar onde o Fernando cuidava da administração. Pra mim não tinha sido difícil entrar no prédio da empresa, afinal, eu fui esposa dele, portanto, ainda tinha acesso a empresa com meu sobrenome, já que continuei com o nome do Fernando, mesmo após o divórcio. A funcionária de longos anos do Fernando pareceu surpresa ao me ver ali. - Carol, faz tempo que não vejo você, como estão as coisas? - Ela pergunta e sorrio forçadamente. A Maria não era uma pessoa ruim, eu sempre simpatizei com ela, mas naquele momento eu estava tão nervosa, não consegueria ser simpática com ninguém. - Estou bem. Que horas o Fernando chega? - Voltoa perguntar.- Ele já deve estar chegando, quer tomar alguma
- Como foi filha? - Minha mãe pergunta assim que chego no meu apartamento. Eu queria me enfiar debaixo de minhas cobertas e chorar o dia inteiro, mas não poderia fazer isso, era difícil, mas eu tinha que resolver meus problemas como adulta. - Não foi bom, mas não foi tão ruim. - Respondo. - Onde está o Pedro?- Está na sala assistindo. - Ela diz e assinto. - Aí mãe, eu não sei o que fazer. O Fernando quer conhecer ele. - Carol, ele ainda é pequeno, vai ser melhor fazer isso agora do que em outro momento.- Eu sei, vou aos poucos conversando com ele. Preciso que me ajude com isso mãe. - Eu estou aqui pra ajudar você, Carol. - Mamãe chegou? - Ouço a voz do meu pequeno e vou até ele na sala.Ele se joga em meus braços quando me vê e parece que fiquei longe durante uma eternidade.- Cheguei, meu amor. - Falo e me sento com ele no sofá.- Mamãe, a vovó colocou patulha canina pa eu sistir. - Ele conta. - Que legal, Pedro. Você gosta desse desenho? - Pergunto e aninho ele em meu colo
Fernando- Você é o meu papai? - ouvir aquele serzinho me perguntando aquilo, me deixava em euforia, e ao mesmo tempo, fazia meu coração se estraçalhar. Saber que a mulher com quem passei cinco anos compartilhando uma vida junto, havia sido capaz de esconder uma coisa dessa de mim, acabava comigo. Eu sempre fui apaixonado pela Carol, desde o momento em que coloquei meus olhos nela, eu quis que ela fosse minha. E foi o que aconteceu, namoramos durante um tempo, mas ela era uma garota diferente das outras que eu havia me envolvido. Ela era recata, sexo seria apenas após o casamento. Ela fez questão de deixar claro quando a pedi em namoro, que se eu não tivesse intenção de casar com ela, que nem começassemos a namorar, pois ela só iria se entregar a um homem após o casamento. Esse pedido poderia ter me afastado dela, e ter voltado atrás com o pedido do namoro, mas a partir daquele momento, eu me apaixonei ainda mais por aquela garota. Eu soube que ela seria minha esposa, ela era uma me
CarolA cada dia que passava, o Pedro estava mais apegado ao Fernando, ele sempre falava do pai. Isso me deixou de certa forma, aliviada. Eu havia ficado apreensiva do Pedro não aceitar muito bem essa ideia, afinal, sempre foi apenas nós dois.Na segunda feira de manhã, eu havia chegado cedo ao ateliê. Não sabia como estava o andamento dos vestidos da Soraya, mas sabia que estava na hora de tomar as redeas da situação, ou a cliente jogaria o nome do meu ateliê na lama. Assim que cheguei, entretanto, ouvi o barulho de uma máquina costurando e fiquei atenta, era muito cedo. Entro dentro da confecção e encontro a Aline debruçada sobre a máquina, costurando alguma coisa. Vejo que tem algumas latas de energetico e alguns copos de café de uma cafeteria aqui da paulista, em cima de uma mesa. - Aline? - Chamo ao ver que ela sequer nota minha presença.Ela se assusta com minha presença e quando levanta o olhar noto que tem olheiras enormes em seu rosto.- Você passou a noite aqui? O que acon
- Você quer tomar café? Ainda não comi nada hoje. - Chamo o Fernando que está junto com o Pedro sentados na poltrona do meu escritório enquanto desenham alguma coisa. Minha mãe viajou me deixando desnorteada, não sei como vou fazer esses dias sem ter nenhuma babá aqui, mas vou ter que dar um jeito.- Você quer deixar o Pedro comigo, Carol? Tenho algumas coisas para fazer na empresa, mas minha mãe está lá. - Fernando pergunta enquanto caminhamos a uma cafeteria. - Não, vou dar um jeito. Meu filho sempre está em primeiro lugar na minha vida, o trabalho vem depois.- Mamãe, quero ir com o papai. - Meu filho diz no colo do Fernando.- Minha mãe está louca para conhece-ló, Carol. - Ele diz e suspiro. Agora que o Fernando tinha conhecimento da paternidade, eu sabia que em breve sua família teria que conhecer o Pedro, só não imaginava que fosse tão rápido. Não conseguia nem imaginar como a Irene passaria a me odiar por eu ter lhes privado de conhecer o Pedro. Depois de tomarmos café, vo
- Você gosta dele. - Henrique fala quando o Fernando vai embora do meu apartamento. Henrique fica anallisando minhas reações e me medindo. - Eu não desgosto, ele é o pai do meu filho. - Sei disso, Carol. eu só não quero ficar no meio de nada, se você tiver sentimentos por ele, eu não vou ficar no meio disso. - Henrique fala e solto meu cabelo do coque, tentando disfarçar meu nervosismo.- Henrique, eu gosto do que temos, apenas não estrague isso com achismos. - Falo me sentando na poltrona da sala. O Henrique e eu iniciamos um relacionamento há um ano, ele só foi conhecer o Pedro há pouco menos de seis meses, eu não queria que meu filho associasse o Henrique a uma figura paterna, então eles só se viam pouquissimas vezes, não queria confundir a cabeça do meu filho. - Eu vou voltar para o hotel. - ele diz vindo até mim e me abraçando. - Não vai ficar para jantar comigo? - Pergunto quando ele me beija. - Amanhã nos vemos, você deve estar cansada. E nosso almoço foi bem proveitoso.
O voo de São Paulo a Belo Horizonte, era considerado um voo rápido, em média variava de 1 hora a 50 minutos, mas para mim, mais pareceu uma eternidade. O que me deixou mais aflita foi chegar a BH e saber que teria que demorar mais um pouco até encontrar o meu filho, pois ainda demoraria mais algum tempo para chegar a fazenda, pois tinha uma estrada de chão pela frente que deveria ser feita de carro, não pensei muito e assim que sai do avião, chamei um taxi e passei o endereço da fazenda.- Está indo na fazenda a passeio? - O taxista pergunta me olhando pelo espelho do carro.Eu estava nervosa, apreensiva, era a primeira vez que voltaria a fazenda depois da noite em que a Júlia me entorpeceu com mentiras, a noite decisiva para o meu divórcio, quando resolvi que nunca mais voltaria para aquele lugar. Eu não estava com paciência para responder desconhecidos curiosos. - Sim. - Me limito a responder. - A fazenda Belmonte é muito conhecida na região, diria até que no país. Eles produzem o