- Como foi filha? - Minha mãe pergunta assim que chego no meu apartamento. Eu queria me enfiar debaixo de minhas cobertas e chorar o dia inteiro, mas não poderia fazer isso, era difícil, mas eu tinha que resolver meus problemas como adulta. - Não foi bom, mas não foi tão ruim. - Respondo. - Onde está o Pedro?- Está na sala assistindo. - Ela diz e assinto. - Aí mãe, eu não sei o que fazer. O Fernando quer conhecer ele. - Carol, ele ainda é pequeno, vai ser melhor fazer isso agora do que em outro momento.- Eu sei, vou aos poucos conversando com ele. Preciso que me ajude com isso mãe. - Eu estou aqui pra ajudar você, Carol. - Mamãe chegou? - Ouço a voz do meu pequeno e vou até ele na sala.Ele se joga em meus braços quando me vê e parece que fiquei longe durante uma eternidade.- Cheguei, meu amor. - Falo e me sento com ele no sofá.- Mamãe, a vovó colocou patulha canina pa eu sistir. - Ele conta. - Que legal, Pedro. Você gosta desse desenho? - Pergunto e aninho ele em meu colo
Fernando- Você é o meu papai? - ouvir aquele serzinho me perguntando aquilo, me deixava em euforia, e ao mesmo tempo, fazia meu coração se estraçalhar. Saber que a mulher com quem passei cinco anos compartilhando uma vida junto, havia sido capaz de esconder uma coisa dessa de mim, acabava comigo. Eu sempre fui apaixonado pela Carol, desde o momento em que coloquei meus olhos nela, eu quis que ela fosse minha. E foi o que aconteceu, namoramos durante um tempo, mas ela era uma garota diferente das outras que eu havia me envolvido. Ela era recata, sexo seria apenas após o casamento. Ela fez questão de deixar claro quando a pedi em namoro, que se eu não tivesse intenção de casar com ela, que nem começassemos a namorar, pois ela só iria se entregar a um homem após o casamento. Esse pedido poderia ter me afastado dela, e ter voltado atrás com o pedido do namoro, mas a partir daquele momento, eu me apaixonei ainda mais por aquela garota. Eu soube que ela seria minha esposa, ela era uma me
CarolA cada dia que passava, o Pedro estava mais apegado ao Fernando, ele sempre falava do pai. Isso me deixou de certa forma, aliviada. Eu havia ficado apreensiva do Pedro não aceitar muito bem essa ideia, afinal, sempre foi apenas nós dois.Na segunda feira de manhã, eu havia chegado cedo ao ateliê. Não sabia como estava o andamento dos vestidos da Soraya, mas sabia que estava na hora de tomar as redeas da situação, ou a cliente jogaria o nome do meu ateliê na lama. Assim que cheguei, entretanto, ouvi o barulho de uma máquina costurando e fiquei atenta, era muito cedo. Entro dentro da confecção e encontro a Aline debruçada sobre a máquina, costurando alguma coisa. Vejo que tem algumas latas de energetico e alguns copos de café de uma cafeteria aqui da paulista, em cima de uma mesa. - Aline? - Chamo ao ver que ela sequer nota minha presença.Ela se assusta com minha presença e quando levanta o olhar noto que tem olheiras enormes em seu rosto.- Você passou a noite aqui? O que acon
- Você quer tomar café? Ainda não comi nada hoje. - Chamo o Fernando que está junto com o Pedro sentados na poltrona do meu escritório enquanto desenham alguma coisa. Minha mãe viajou me deixando desnorteada, não sei como vou fazer esses dias sem ter nenhuma babá aqui, mas vou ter que dar um jeito.- Você quer deixar o Pedro comigo, Carol? Tenho algumas coisas para fazer na empresa, mas minha mãe está lá. - Fernando pergunta enquanto caminhamos a uma cafeteria. - Não, vou dar um jeito. Meu filho sempre está em primeiro lugar na minha vida, o trabalho vem depois.- Mamãe, quero ir com o papai. - Meu filho diz no colo do Fernando.- Minha mãe está louca para conhece-ló, Carol. - Ele diz e suspiro. Agora que o Fernando tinha conhecimento da paternidade, eu sabia que em breve sua família teria que conhecer o Pedro, só não imaginava que fosse tão rápido. Não conseguia nem imaginar como a Irene passaria a me odiar por eu ter lhes privado de conhecer o Pedro. Depois de tomarmos café, vo
- Você gosta dele. - Henrique fala quando o Fernando vai embora do meu apartamento. Henrique fica anallisando minhas reações e me medindo. - Eu não desgosto, ele é o pai do meu filho. - Sei disso, Carol. eu só não quero ficar no meio de nada, se você tiver sentimentos por ele, eu não vou ficar no meio disso. - Henrique fala e solto meu cabelo do coque, tentando disfarçar meu nervosismo.- Henrique, eu gosto do que temos, apenas não estrague isso com achismos. - Falo me sentando na poltrona da sala. O Henrique e eu iniciamos um relacionamento há um ano, ele só foi conhecer o Pedro há pouco menos de seis meses, eu não queria que meu filho associasse o Henrique a uma figura paterna, então eles só se viam pouquissimas vezes, não queria confundir a cabeça do meu filho. - Eu vou voltar para o hotel. - ele diz vindo até mim e me abraçando. - Não vai ficar para jantar comigo? - Pergunto quando ele me beija. - Amanhã nos vemos, você deve estar cansada. E nosso almoço foi bem proveitoso.
O voo de São Paulo a Belo Horizonte, era considerado um voo rápido, em média variava de 1 hora a 50 minutos, mas para mim, mais pareceu uma eternidade. O que me deixou mais aflita foi chegar a BH e saber que teria que demorar mais um pouco até encontrar o meu filho, pois ainda demoraria mais algum tempo para chegar a fazenda, pois tinha uma estrada de chão pela frente que deveria ser feita de carro, não pensei muito e assim que sai do avião, chamei um taxi e passei o endereço da fazenda.- Está indo na fazenda a passeio? - O taxista pergunta me olhando pelo espelho do carro.Eu estava nervosa, apreensiva, era a primeira vez que voltaria a fazenda depois da noite em que a Júlia me entorpeceu com mentiras, a noite decisiva para o meu divórcio, quando resolvi que nunca mais voltaria para aquele lugar. Eu não estava com paciência para responder desconhecidos curiosos. - Sim. - Me limito a responder. - A fazenda Belmonte é muito conhecida na região, diria até que no país. Eles produzem o
Chorar nos braços do meu ex marido, não é algo que estava no mesmo planos. Mas eu estava tão agoniada, estressada e emotiva. Voltar para essa fazenda, com certeza era algo que mexia demais com meu emociomal.- Desculpe, eu estou estressada, sei que não temos controle sobre o que acontece com crianças, e meu filho ainda vai levar muitos tombos, mas queria poder evitar todos. - Falo me levantando e mantendo uma distância aceitavel entre nós, eu não me reconhecia quando estava em sua presença. - Está tudo bem, Carol... - Ele começa mas a porta se abre e a Irene entra. - Aqui está sua bolsa, querida, não quer tomar um banho? Imagino que a viagem foi cansativa, A Ana me contou do estresse que teve na guarita. - Ela fala indo para perto de mim. - O que aconteceu na guarita? - Fernando pergunta. - Impediram a Carol de entrar, parece que os seguranças se negaram a ligar para nós. - Sua mãe explica. - Não queria causar nenhum transtorno, não sabia da guarita e meu celular estava descarrega
A Ana me empresta um vestido e reconheço como de uma coleção nova que lancei a pouco tempo estando em Portugal. - Você não perde nenhuma coleção minha? - Pergunto brincando. - Nada mudou, Carol, eu amo seus modelos. - Ela diz. - Eu prometo que farei um exclusivo para você, por me emprestar esse. - Falo. - Ah, isso eu não posso mesmo recusar, um exclusivo Carolina Sampaio, eu não seria louca de recusar. - Ela diz e dou risada. Ana termina de fazer uma maquiagem leve em mim e me olho no espelho. O vestido azul caia muito bem em mim, fiz um coque sofisticado no meu cabelo e finalizei a produção com um batom claro.- Olha, o Fernando havia comprado uma babá eletronica, assim você pode ficar tranquila na festa, além do mais a Antônia vai ficar aqui e a Antonela também, então não precisa se preocupar. - Ela diz me dando o aparelho e consigo ver meu bebê dormir tranquilamente. Coloco o aparelho dentro de uma pequena bolsa de mão, sabendo que não desgrudaria dele nem por um segundo sequ