Eu estava feliz com nossa nova conquista, ter Cardos e todos os guerreiros da floresta ao nosso lado era algo inimaginável. E saber que ele nos ajudaria a lutar contra Hector, me deixava feliz pelo o que o futuro nos reservava. Mas o que Cardos havia dito para Julian, parecia tê-lo deixado confuso e abalado. Pois ele mal estava falando, e sua cabeça parecia estar em mil lugares diferentes. Estávamos passando pela floresta, ao lado de um grande riacho. Seu braço estava em volto de minha cintura, mas eu podia sentir seus pensamentos bem distantes. -- você está bem? -- o que? -- ele se sobressaltou, como se tivesse acordado. -- ah... Eu só estou pensando em algumas coisas. -- eu me empertiguei. -- está preocupado? Pode me falar Julian. -- ele sorriu. -- não é nada importante amor, deixa pra lá. -- e logo ele voltou ao seu silêncio. Eu não sabia, não fazia ideia do que aquilo siginificava. Mas Julian era um homem misterioso demais. ***
As serviçais nos guiaram pelos grandes corredores do palácio, nos levando até nossos aposentos. Os outros foram levados aos seus devidos lugares, enquanto eu ficava em um grande quarto que seria meu e de Julian. Havia uma imensa cama, e uma bela sacada que dava vista para todo lua azul. Mas eu não queria saber disso agora, rapidamente eu sai do quarto. E fui à procura de Mary. Para minha sorte, ela estava em um quarto próximo. -- Mary? -- logo adentrei. E dei de cara com ela e Adam se beijando. Rapidamente eles se afastaram, e eu tentei disfarçar. -- ah... Ravena, tudo bem pode entrar. -- ela disse rapidamente. Eu abri um sorriso tímido, enquanto entrava no quarto. -- desculpem, eu não queria atrapalhar. -- não atrapalha. -- ele disse prontamente. -- Mary, será que eu poderia ter uma conversa com você? Ela se empertigou. -- claro, depois continuamos essa conversa. -- ele assentiu, enquanto saía do quarto. Sem antes me lançar um olhar estranho, e desaparecer fechando a porta.
Na manhã seguinte eu acordei cedo, pus um vestido roxo, leve e sai pelos corredores. Julian não havia voltado para o quarto após nosso momento intenso, o que me deixava nervosa. Mas eu sinceramente não queria mais pensar sobre isso, não naquele momento. Eu andei pelos corredores, as serviçais me encarando enquanto eu passava. Após andar muito, eu acabei chegando em um belo jardim florido próximo a um belo coreto. Eu rapidamente abri um sorriso, enquanto observava aquela bela paisagem. -- Camila iria adorar esse lugar. -- disse enquanto sorria tocando algumas flores. -- que bela pintura isso daria. -- meu coração saltou no peito, enquanto eu me virava para trás. Estevão estava parado na entrada do jardim, a luz do sol reluzindo em seus cabelos loiros. Ele estava belo, vestido em um lindo traje cor vinho. Dessa vez não havia coroa em sua cabeça, logo eu me curvei. -- me perdoe Magestade, eu não queria entrar em seu jardim assim. -- ele sorriu, enquanto se aproximava com as mãos pa
Dalos apertou as amarras em minhas mãos, enquanto Estevão colocava mais Aqua benedicta, nas correntes de Julian. -- não, não faça isso Estevão. Lentamente minhas forças estavam voltando. -- ah querida, eu já fiz. -- Hector vai matar você, ele... Ele não vai ficar ao seu lado, escute. -- eu tentei me mover, mas Dalos apenas apertou mais as amarras. -- e você acha que eu sou tolo amorzinho... Eu já tenho um plano para isso. -- Julian lhe mostrou os dentes, mas Estevão apenas sorriu. -- ah Julian, o pobre vampiro burro que luta por uma causa perdida. Você... Vai morrer nas garras de Hector, da pior forma possível. -- ele gargalhou. Enquanto se voltava para mim, e se agachava ao meu lado. -- já eu... Vou aproveitar bastante dessa belezinha... Você me desafiou lá no jardim amor, não tem noção do que aquilo fez comigo. -- ele beijou meu pescoço. Eu tentava me mover, mas parecia impossível. Julian começou a se debater nas correntes. -- talvez eu fosse mais gentil se você tivesse faci
Após estraçalhar todo o corpo de Estevão, Julian ficou encarando os restos. O sangue seco já grudado no chão, enquanto o fedor de suas tripas subia pelo o ar. Eu sentia a tensão dos dois, Eris parecia ser o mais nervoso por ver todo aquele sangue. A cabeça de Estevão ainda estava ao lado do corpo, eu me empertiguei. Julian ergueu o rosto para mim, sua feição ainda muito tomada pelo ódio e a vingança. Eu me voltei para Eris. -- vá atrás de Mary, Adam e os lobisomens. Estevão prendeu eles também, só não sei onde. -- ele se empertigou, ao ouvir o nome de Mary. -- não posso deixar você aqui... Assim. -- ele indicou Julian. Eu respirei fundo, e toquei seu braço. Ouvi Julian grunir atrás de mim. -- eu me resolvo com ele, agora vá... Por favor. -- contra sua total vontade, ele assentiu e logo saiu pelos corredores. Me deixando ali, com Julian ainda muito fora de si. Ele se levantou, seus olhos tão vermelhos me fitando. Encarando meu rosto ainda machucado. Seus passos pareciam tão pesad
Descemos da biblioteca e fomos até os corredores do castelo rapidamente, mas antes eu peguei a cabeça de Estevão e pus enrolada em uma manta que encontrei. No salão de entrada, encontramos com o resto do grupo. Mary ainda parecia meio atordoada, enquanto era amparada por Adam. Eris estava obviamente tenso, e os Lobisomens estavam com eles. -- Ravena, o que aconteceu com você? -- Mary se aproximou, Adam fez o mesmo.-- seu rosto... -- ele fez menção de me tocar, mas Julian se pôs na frente rapidamente. Os dois se encararam, Mary me tocou. -- você... -- eu estou bem, estou bem agora. -- ela logo entendeu o que quis dizer e assentiu. -- aquele maldito está morto? -- ela encarou Julian. Que assentiu de imediato.-- ele não poderia ficar vivo depois do que fez. -- ele se voltou para mim de imediato. -- está certo, ele estava com Hector nisso tudo?-- sim, e aparentemente ele está vindo. -- todos se sobressaltaram. -- maldito, o que faremos agora? Você matou o rei! É questão de temp
Cavalgamos durante todo o dia, e um pouco da noite. Parando apenas para descansar um pouco, tínhamos que estar o mais longe possível de lua azul. Logo já não era mais possível ver as montanhas que cercavam o reino, o que não era sinal que estávamos totalmente seguros. Mas já era alguma coisa. Um grande exército com muitos homens, mulheres, e crianças haviam vindo conosco. Mas muitos também decidiram ficar em lua azul, o que me deixava pensativa. Paramos naquela tarde próximos a um grande riacho, e descansamos um pouco. Eu estava me lavando no rio, tentando me sentir um pouco melhor. Quando ouvi um barulho na floresta, eu me sobressaltei.-- sou eu. -- Julian disse. Rapidamente eu me empertiguei, eu estava vestida com um fino vestido amarelo, que para meu azar estava colado em meu corpo.Logo ele surgiu eu engoli em seco, seus olhos recairam sobre mim de imediato. -- eu precisava me refrescar. Ele ficou imóvel por alguns instantes, até que lentamente começou a tirar a camiseta q
Julian ficou encarando Arthur ferozmente, que logo se aproximou como se nada tivesse acontecido. -- quanto tempo meu amigo... -- ele tentou abraçar, mas antes que o fizesse, Julian lhe deu um forte soco. Que jogou o velho no chão, eu arfei. Todos se aproximaram, logo eu segurei o braço de Julian. -- seu maldito! Foi por sua causa, por sua causa que a fortaleza caiu! -- ele esbravejou. Arthur ainda parecia um tanto atordoado. -- pelos malditos deuses! Do que está falando? -- Hector, ele invadiu a fortaleza! Pouco depois que você se foi, com a carta que Ravena lhe entregou, lembra agora? -- o velho lentamente foi se colocando de pé, enquanto parecia recordar o que havia acontecido. -- pelos deuses... Eu não fazia ideia. -- ele se recostou em uma parede próxima. -- a culpa não foi inteiramente sua Arthur, eu nunca deveria ter enviado aquela carta. -- você não tem culpa menina, na verdade vocês não imaginam o que aconteceu logo após quando eu fui embora. Eu e meus garotos já estáva