Nos instalamos no palácio de Olavo, que logo se mostrou ser um lugar muito liberal. Os suditos tinham direito total de andar por qualquer canto do castelo, a qualquer hora. O que me deixou impressionada. Eu e Julian ficamos em um belo e grande quarto no segundo andar, e nossos amigos ficaram próximos. Quando entramos eu logo reparei em como o lugar era aconchegante, e quente. Haviam cores quentes a todo canto, até nas paredes. Eu me aproximei da janela, dava para se ver o reino todo dali. Eu logo senti as mãos de Julian ao meu redor, me puxando para perto enquanto ele me abraçava por trás. Eu mordi o lábio, enquanto ele apertava seu corpo contra o meu. Lentamente ele tirou algumas mechas de cabelo do meu pescoço, e começou a me beijar. Eu sorri. -- já não estamos mais no riacho. -- eu gargalhei, enquanto ele me apertava ainda mais. -- é... Mas não estamos aqui para isso. -- ele bufou, ainda beijando meu pescoço. -- não acha melhor fazermos isso em um lugar que seja nosso? -- co
Descemos as escadas do quarto, o lugar estava bem iluminado com tochas a cada corredor. Era possível ouvir a música que tocava no salão principal, eu já estava ficando nervosa. Mas o braço de Julian ao redor de minha cintura, me dava um pouco mais de confiança. Rapidamente chegamos ao salão principal, todos dançavam ao som de uma música animada que os músicos tocavam do outro lado do salão. Haviam tantas pessoas, algumas eram estranhas. Algumas usavam roupas extravagantes, enquanto outras mal usavam roupas. Aquilo me fez corar algumas vezes. Olavo estava sentado em seu trono mais a frente, enquanto Anastácia lhe servia uvas na boca. Eu franzi o cenho, rapidamente nossos amigos se dispersaram. Enquanto nós dois ficamos lado a lado. -- já está arrependida? -- um pouco. -- ele sorriu. Seu olhar se voltou para mim. -- sinto que não disse o suficiente, o quão magnífica você está. -- eu olhei para ele. -- não precisa... -- é claro que precisa, esse... Vestido em seu corpo, você!
Andréas continuava a me apertar contra ele, ao som daquela música tão lenta e estranha que só parecia aumentar em minha cabeça. -- é melhor parar com isso. - disse furiosa, enquanto tentava me afastar. -- ah mas por quê? Estamos nos divertindo tanto. -- ele abriu aquele sorriso cheio de malícia. -- isso não é diversão, não sei aonde está querendo chegar. Era para ser apenas uma dança. -- logo ele me lançou para longe, e me puxou para si novamente. Eu arfei. -- você está séria demais amorzinho... Deixe a música entrar. -- ele foi apertando minhas costas, enquanto suas mãos iam descendo cada vez mais. Eu não sei ao certo o que era, mas aquela música estava começando a me deixar estranha. Não sabia se era por conta do vinho também. -- pare Andréas.-- ah amorzinho nós estamos apenas... -- ele caiu no chão, quando Julian lhe deu um soco tão forte que deixou seu rosto vermelho. As pessoas que estavam dançando pararam imediatamente. Eu parecia ter acordado de um transe. Encarei Julian
Quando acordei naquela manhã, já podia sentir os raios quentes do sol tocando minha pele. Enquanto era adornada pelos lençóis finos. Lentamente me virei, mas não avistei Julian ao meu lado. Eu me empertiguei, sentando rapidamente. Eu me sentia diferente, meu corpo estava diferente. Eu sorri, enquanto me via naquele estado. As lembranças da noite passada ainda estavam fervilhando em minha mente como fogo. Eu me movi e logo percebi que havia um pouco de sangue nos lençóis abaixo de mim. Rapidamente eu vesti um roupão e me pus de pé tratando de tirar aquela roupa de cama o mais rápido possível. Coloquei na água rapidamente tirando o sangue seco, e logo após pus no cesto de roupas ao lado da banheira. Quando sai me assustei ao vê-lo parado ao lado da cama. Usando apenas uma calça azul, enquanto segurava uma bandeja de café da manhã. Eu sorri me aproximando lentamente. -- bom dia. -- ele disse prontamente. -- bom dia. -- nos encaramos, tudo entre nós parecia novo essa manhã. -- tr
Eu fiquei imóvel ao lado da porta, enquanto o encarava. Ele veio cambaleando em minha direção, seus cabelos castanhos balançando. -- Adam, o que você está fazendo aqui? -- eu queria ver você. -- ele me prendeu contra a parede. -- é melhor você sair agora! Se não quiser morrer. -- ele riu sem felicidade. -- você é tão linda... -- ele segurou uma mecha do meu cabelo. Eu engoli em seco, enquanto ele se aproximava. Ele pareceu me cheirar, e então ergueu uma sobrancelha. -- você... Dormiu com ele? Você está fedendo a ele. -- eu o afastei, saindo de perto dele rapidamente. -- sim, eu dormi com ele. Porque... Somos casados, já estava mais do que na hora. Ele sorriu sem felicidade. -- ele forçou você? -- o que? Nunca! Eu me entreguei a Julian! Porque eu quis. -- seus olhos tremeram, ele apertou os punhos. -- não... Não... Você não poderia amar esse demônio bebedor de sangue. -- ele fez menção de se aproximar novamente, sua voz estranha por conta do álcool. -- Julian é um homem mara
Quando voltei para o castelo, as perguntas sobre quem Julian realmente era ainda ressoavam em minha mente. Eu estava passando pelos portões quando Anastácia surgiu. -- Olá, queridinha... Como vai? -- ela estava bela como sempre. Usando um longo vestido vermelho, com seus cabelos presos a coroa. -- bem, se me dá licença eu preciso fazer uma coisa. -- tentei passar por ela, mas ela não deixou. -- que tal você ficar aqui um pouco mais? Quero conversar com você. -- eu a encarei e franzi o cenho. -- não sei sobre o que nós duas poderíamos conversar. Ela sorriu. -- ah, temos sim, sobre... Seu lindo marido talvez. -- eu ergui uma sobrancelha e cruzei os braços. -- é melhor você parar por aí. -- você ficou brava? Nós poderíamos entrar em acordo. -- ela se aproximou um pouco mais, dando voltas ao meu redor. Eu já estava começando a ficar irritada com ela. -- não sei sobre "o que poderíamos entrar em acordo?" O que você quer Anastácia? -- olha... Ela ficou brava. -- ela tentou pegar
Eu continuei com Olavo por algum tempo, enquanto ele me falava sobre o fato de Julian ser adotado. Aquilo mexeu muito comigo, afinal ele não sabia quem eram seus pais. Eu imaginava que isso deveria mexer muito com ele, de todas as formas. -- não fique brava com ele, tente imaginar como é. -- eu assenti. -- eu... Eu entendo, mas é que estamos tão próximos recentemente. E eu teria entendido se ele me contasse isso. -- eu apertei as mãos. -- talvez ele não conseguisse menina. -- eu assenti novamente. -- é tudo tão confuso às vezes. -- ah menina... Você ainda é jovem, não vai melhorar, você apenas se acostuma com a confusão. -- eu sorri sem felicidade. -- bem, eu acho que vou indo. -- logo me pus de pé, mas o velho homem segurou minha mão. -- sabe... Você me lembra muito alguém. -- sim, você disse sua filha. -- não, não ela... Uma outra pessoa. Quando eu toco em sua mão, é como se lembrasse de algo. -- eu franzi o cenho. -- eu não entendo.-- você é mesmo de cascata negra? -- s
-- como isso aconteceu? -- Julian questinou nervoso. -- eu não sei, aquela tempestade... Talvez eles já estivessem nas redondezas há muito tempo. -- eu me empertiguei. -- sabe se Hector está com eles? -- eu não sei irmão, eu só ouvi os gritos. E quando desci eu vi os vermes, temos que fazer algo. -- eu os encarei. Julian se voltou para mim, enquanto vestia uma camiseta. -- Ravena fique aqui. -- não... Eu não vou ficar sozinha. -- Eris vai ficar com você. -- não, ele pode ser necessário com você, me deixe ir junto. -- ele segurou meu rosto entre as mãos. Os gritos ecoando pelos corredores. -- não, com você lá eu não vou conseguir me concentrar, pegue sua adaga, se tranque no banheiro e mate quem tentar entrar. Por favor... Me escute. -- eu arfei. Eu segurei suas mãos e nos beijamos, foi um beijo intenso demais. Quando ele se afastou de meus lábios, ele beijou minha testa. -- fique aqui. -- vou ficar. -- ele sorriu, Eris acenou para mim e logo eles saíram do quarto. Eu tranq