Quando voltei para o castelo, as perguntas sobre quem Julian realmente era ainda ressoavam em minha mente. Eu estava passando pelos portões quando Anastácia surgiu. -- Olá, queridinha... Como vai? -- ela estava bela como sempre. Usando um longo vestido vermelho, com seus cabelos presos a coroa. -- bem, se me dá licença eu preciso fazer uma coisa. -- tentei passar por ela, mas ela não deixou. -- que tal você ficar aqui um pouco mais? Quero conversar com você. -- eu a encarei e franzi o cenho. -- não sei sobre o que nós duas poderíamos conversar. Ela sorriu. -- ah, temos sim, sobre... Seu lindo marido talvez. -- eu ergui uma sobrancelha e cruzei os braços. -- é melhor você parar por aí. -- você ficou brava? Nós poderíamos entrar em acordo. -- ela se aproximou um pouco mais, dando voltas ao meu redor. Eu já estava começando a ficar irritada com ela. -- não sei sobre "o que poderíamos entrar em acordo?" O que você quer Anastácia? -- olha... Ela ficou brava. -- ela tentou pegar
Eu continuei com Olavo por algum tempo, enquanto ele me falava sobre o fato de Julian ser adotado. Aquilo mexeu muito comigo, afinal ele não sabia quem eram seus pais. Eu imaginava que isso deveria mexer muito com ele, de todas as formas. -- não fique brava com ele, tente imaginar como é. -- eu assenti. -- eu... Eu entendo, mas é que estamos tão próximos recentemente. E eu teria entendido se ele me contasse isso. -- eu apertei as mãos. -- talvez ele não conseguisse menina. -- eu assenti novamente. -- é tudo tão confuso às vezes. -- ah menina... Você ainda é jovem, não vai melhorar, você apenas se acostuma com a confusão. -- eu sorri sem felicidade. -- bem, eu acho que vou indo. -- logo me pus de pé, mas o velho homem segurou minha mão. -- sabe... Você me lembra muito alguém. -- sim, você disse sua filha. -- não, não ela... Uma outra pessoa. Quando eu toco em sua mão, é como se lembrasse de algo. -- eu franzi o cenho. -- eu não entendo.-- você é mesmo de cascata negra? -- s
-- como isso aconteceu? -- Julian questinou nervoso. -- eu não sei, aquela tempestade... Talvez eles já estivessem nas redondezas há muito tempo. -- eu me empertiguei. -- sabe se Hector está com eles? -- eu não sei irmão, eu só ouvi os gritos. E quando desci eu vi os vermes, temos que fazer algo. -- eu os encarei. Julian se voltou para mim, enquanto vestia uma camiseta. -- Ravena fique aqui. -- não... Eu não vou ficar sozinha. -- Eris vai ficar com você. -- não, ele pode ser necessário com você, me deixe ir junto. -- ele segurou meu rosto entre as mãos. Os gritos ecoando pelos corredores. -- não, com você lá eu não vou conseguir me concentrar, pegue sua adaga, se tranque no banheiro e mate quem tentar entrar. Por favor... Me escute. -- eu arfei. Eu segurei suas mãos e nos beijamos, foi um beijo intenso demais. Quando ele se afastou de meus lábios, ele beijou minha testa. -- fique aqui. -- vou ficar. -- ele sorriu, Eris acenou para mim e logo eles saíram do quarto. Eu tranq
Andréas segurou o verme com todas as forças, enquanto eu pressionava a adaga em seu pescoço. Sem demora, eu cortei seus dois pulsos. Deixando que ele se enfraquecesse com o poder da aqua, o que aconteceu de imediato.-- ótimo, agora me diga... Demônio! Hector está aqui? Ele riu de forma irônica. -- tem certeza que eu sou o demônio mulher? -- eu fiz o mesmo, enquanto fazia outro buraco em sua carne. A criatura mostrou os dentes para mim. -- se for bonzinho e me falar a verdade... Eu mato você rápido! Agora... Se ficar com jogos, eu vou despedaçar você da forma mais lenta e dolorosa possível. -- Andréas ergueu uma sobrancelha. Parecia que algo havia tomado o controle do meu corpo. -- agora me responda, ele está aqui no reino? -- não, ele apenas nos mandou para dar um susto. - disse com um sorriso grutal. -- como ele descobriu que estávamos aqui? -- vocês deixaram rastros, foi fácil seguir. Estamos seguindo vocês desde lua azul. -- eu dei alguns passos para trás. -- o que acon
Julian continuou onde estava enquanto as lágrimas não paravam de rolar por seu rosto. Eu me empertiguei, o verme que ainda estava sob o comando de Andréas, começou a rir. -- coitadinho do pobre bastardo! Coitadinho do pobre menino sem lar. -- ele gargalhou mais alto. Eu me voltei para ele. -- cale-se maldito. -- ele nunca terá rocha nublada, nunca... Ele irá morrer como os pais, queimando até só restar pó. - ele gargalhou mais alto, eu estava prestes a enfiar a adaga em seu pescoço, quando Julian se moveu com agilidade feroz e arrancou a cabeça dele apenas com uma mão. Eu arfei quando o corpo do verme caiu aos meus pés. Os olhos de Julian estavam o mais puro sangue, suas garras começavam a aparecer. -- Julian... -- como nunca me contou isso? -- ele questionou enquanto se voltava para Olavo, seu rosto o mais puro ódio e confusão. -- como nunca me contou tal coisa, mesmo com tantos anos de amizade? COMO? -- Olavo se empertigou. -- Julian eu não tinha certeza, não poderia simpl
Eu não fiz nenhum movimento, enquanto o encarava. Meu corpo estava em transe, eu sabia que adaga de aqua estava bem ao meu alcance na cômoda ali ao lado da cama. Mas eu tinha medo de me mover. -- Julian... Como você se soltou? -- ele sorriu e suas presas brilharam. -- não foi tão difícil. -- sua voz saiu como um sussurro rouco. -- Julian você não está bem, precisa melhorar! Precisa acordar. -- ele riu baixinho, mas foi o suficiente para me deixar toda arrepiada. -- eu estou bem acordado amor... -- eu tentei sair correndo até o banheiro, mas ele saltou sobre mim e me prendeu contra a cama. Eu engoli em seco, enquanto ele me fitava de cima a baixo. Seus olhos pararam de imediato no decote da minha camisola, ele lambeu os lábios. -- Julian você não é assim. -- eu tenho fome... -- novamente sua voz ficou rouca. -- você... Você não precisa fazer isso. -- tenho fome de você. -- meus pêlos arrepiaram dos pés à cabeça. Ele pressionou seu corpo contra o meu, e eu pude sentir quanta "
Julian tratou de resolver mais algumas coisas com Olavo, antes que fôssemos embora. Para nossa sorte havia sol no céu, e ele estava muito brilhante. Eu mal podia esperar para estar de volta à rocha nublada. Eu estava sentada no salão principal, quando Anastácia se aproximou. Ela estava muito bela usando um longo vestido cinza. -- Ravena, posso falar com você? -- eu ergui uma sobrancelha. -- claro, majestade. -- me pus de pé. -- eu... Quero agradecer a você pelo o que fez, ter nos salvado naquela noite, muito obrigada. Se não fosse por você, estaríamos mortos. -- eu acenei com a cabeça. -- não precisa me agradecer, eu tinha como ajudar vocês e o fiz. Nunca deixaria alguém morrer, se eu podia ajudar. -- ela me fitou de cima a baixo, sua garganta oscilou. -- obrigada. -- eu assenti, ela me lançou um olhar sincero enquanto se afastava de mim. Aquilo foi estranho, eu sorri para mim mesma. Me sobressaltei quando Andréas se aproximou também, ele tinha um sorriso gentil no rosto. --
Cavalgamos mais alguns dias, faltavam apenas mais duas semanas para estarmos de volta à rocha nublada. Eu não parei meus treinamentos, Mary continuou me mostrando mais e mais técnicas. Mas em determinado momento, Eris começou a me ensinar o que sabia também. Ele era muito bom em lutas físicas, além do fato de ser muito rápido. Eu fiquei cheia de hematomas lutando com ele, mas eu sinceramente estava feliz. Naquela noite acampamos próximos a uma bela colina, eu estava toda dolorida. Julian e Eris haviam saído para se alimentar, e logo eu fiquei com os outros. Eu estava deitada observando o céu, quando Adam se aproximou. Eu me sobressaltei sentando rapidamente, ele me encarou. -- Ravena quero pedir desculpas pelo modo como agi com você... Eu não deveria ter entrado em seu quarto e dito o que disse, por mais que fosse verdade. -- eu engoli em seco. -- eu não quero que fique esse sentimento estranho entre nós. -- não há sentimento algum entre nós. -- ele me fitou, seu rosto tremendo