Voltei para a tenda ao lado de Cardos, que logo chamou Julian para uma conversa. Ele me encarou com um sorriso sarcástico no canto dos lábios, enquanto seguia o líder. Eu fiz o mesmo, aquilo era um grande passo. Ter aliados como eles ao nosso lado, guerreiros tão grandes e poderosos que poderiam nos ajudar ainda mais na luta contra Hector. Aquilo me deixava ainda mais esperançosa. Quando entrei na tenda, avistei Mary sentando-se enquanto a curandeira examinava seu ferimento. Rapidamente corri até sua cama. -- Mary, como está? Fiquei tão preocupada. -- ela me abriu um sorriso gentil, seu rosto estava meio abatido. -- sinceramente... Estou bem surpresa, afinal o que aconteceu? -- não era disso que eu perguntava, seu ombro como está? -- ela sorriu. -- não dói, apenas arde um pouco. -- é a erva. -- disse a curandeira enquanto enfaixava o braço dela novamente. -- fico tão feliz que você esteja bem. -- eu segurei sua mão. Ela me lançou um sorriso gentil. -- agora me diga, o que acon
Eu fiquei imóvel, enquanto Julian voltava para meu lado e se colocava na minha frente. -- por favor... Me escute isso... -- MATEM ESSE MALDITO LOBISOMEM! -- Cardos ordenou. Eu me sobressaltei, Julian fez o mesmo. -- espere... Ele... -- EU JÁ FALEI, VOCÊS TRAMARAM ISSO... TRAMARAM TUDO ISSO! -- os guerreiros seguraram Adam em sua forma lupina. Enquanto se voltavam para nós. Eu sentia meu coração batendo de forma descompassada no peito. -- não, nós nunca fariamos isso! -- VOCÊS MATARAM UM IRMÃO, EM MINHA MESA! ISSO É UMA TRAIÇÃO SEM PRECEDENTES. -- eles quiseram vir em nossa direção, mas Julian se colocou na frente. -- ninguém vai tocar nela, se fizer vai morrer. -- VOCÊS TODOS VÃO... -- Cardos! Por favor me escute. -- eu saí de trás de Julian. A tensão naquela mesa só parecia piorar, enquanto os outros guerreiros disparavam palavras de morte para nós. Eu comecei a me aproximar de Cardos. Julian segurou minha mão, mas eu a soltei. -- Cardos... Adam não estava em seu juízo nor
Eu estava feliz com nossa nova conquista, ter Cardos e todos os guerreiros da floresta ao nosso lado era algo inimaginável. E saber que ele nos ajudaria a lutar contra Hector, me deixava feliz pelo o que o futuro nos reservava. Mas o que Cardos havia dito para Julian, parecia tê-lo deixado confuso e abalado. Pois ele mal estava falando, e sua cabeça parecia estar em mil lugares diferentes. Estávamos passando pela floresta, ao lado de um grande riacho. Seu braço estava em volto de minha cintura, mas eu podia sentir seus pensamentos bem distantes. -- você está bem? -- o que? -- ele se sobressaltou, como se tivesse acordado. -- ah... Eu só estou pensando em algumas coisas. -- eu me empertiguei. -- está preocupado? Pode me falar Julian. -- ele sorriu. -- não é nada importante amor, deixa pra lá. -- e logo ele voltou ao seu silêncio. Eu não sabia, não fazia ideia do que aquilo siginificava. Mas Julian era um homem misterioso demais. ***
As serviçais nos guiaram pelos grandes corredores do palácio, nos levando até nossos aposentos. Os outros foram levados aos seus devidos lugares, enquanto eu ficava em um grande quarto que seria meu e de Julian. Havia uma imensa cama, e uma bela sacada que dava vista para todo lua azul. Mas eu não queria saber disso agora, rapidamente eu sai do quarto. E fui à procura de Mary. Para minha sorte, ela estava em um quarto próximo. -- Mary? -- logo adentrei. E dei de cara com ela e Adam se beijando. Rapidamente eles se afastaram, e eu tentei disfarçar. -- ah... Ravena, tudo bem pode entrar. -- ela disse rapidamente. Eu abri um sorriso tímido, enquanto entrava no quarto. -- desculpem, eu não queria atrapalhar. -- não atrapalha. -- ele disse prontamente. -- Mary, será que eu poderia ter uma conversa com você? Ela se empertigou. -- claro, depois continuamos essa conversa. -- ele assentiu, enquanto saía do quarto. Sem antes me lançar um olhar estranho, e desaparecer fechando a porta.
Na manhã seguinte eu acordei cedo, pus um vestido roxo, leve e sai pelos corredores. Julian não havia voltado para o quarto após nosso momento intenso, o que me deixava nervosa. Mas eu sinceramente não queria mais pensar sobre isso, não naquele momento. Eu andei pelos corredores, as serviçais me encarando enquanto eu passava. Após andar muito, eu acabei chegando em um belo jardim florido próximo a um belo coreto. Eu rapidamente abri um sorriso, enquanto observava aquela bela paisagem. -- Camila iria adorar esse lugar. -- disse enquanto sorria tocando algumas flores. -- que bela pintura isso daria. -- meu coração saltou no peito, enquanto eu me virava para trás. Estevão estava parado na entrada do jardim, a luz do sol reluzindo em seus cabelos loiros. Ele estava belo, vestido em um lindo traje cor vinho. Dessa vez não havia coroa em sua cabeça, logo eu me curvei. -- me perdoe Magestade, eu não queria entrar em seu jardim assim. -- ele sorriu, enquanto se aproximava com as mãos pa
Dalos apertou as amarras em minhas mãos, enquanto Estevão colocava mais Aqua benedicta, nas correntes de Julian. -- não, não faça isso Estevão. Lentamente minhas forças estavam voltando. -- ah querida, eu já fiz. -- Hector vai matar você, ele... Ele não vai ficar ao seu lado, escute. -- eu tentei me mover, mas Dalos apenas apertou mais as amarras. -- e você acha que eu sou tolo amorzinho... Eu já tenho um plano para isso. -- Julian lhe mostrou os dentes, mas Estevão apenas sorriu. -- ah Julian, o pobre vampiro burro que luta por uma causa perdida. Você... Vai morrer nas garras de Hector, da pior forma possível. -- ele gargalhou. Enquanto se voltava para mim, e se agachava ao meu lado. -- já eu... Vou aproveitar bastante dessa belezinha... Você me desafiou lá no jardim amor, não tem noção do que aquilo fez comigo. -- ele beijou meu pescoço. Eu tentava me mover, mas parecia impossível. Julian começou a se debater nas correntes. -- talvez eu fosse mais gentil se você tivesse faci
Após estraçalhar todo o corpo de Estevão, Julian ficou encarando os restos. O sangue seco já grudado no chão, enquanto o fedor de suas tripas subia pelo o ar. Eu sentia a tensão dos dois, Eris parecia ser o mais nervoso por ver todo aquele sangue. A cabeça de Estevão ainda estava ao lado do corpo, eu me empertiguei. Julian ergueu o rosto para mim, sua feição ainda muito tomada pelo ódio e a vingança. Eu me voltei para Eris. -- vá atrás de Mary, Adam e os lobisomens. Estevão prendeu eles também, só não sei onde. -- ele se empertigou, ao ouvir o nome de Mary. -- não posso deixar você aqui... Assim. -- ele indicou Julian. Eu respirei fundo, e toquei seu braço. Ouvi Julian grunir atrás de mim. -- eu me resolvo com ele, agora vá... Por favor. -- contra sua total vontade, ele assentiu e logo saiu pelos corredores. Me deixando ali, com Julian ainda muito fora de si. Ele se levantou, seus olhos tão vermelhos me fitando. Encarando meu rosto ainda machucado. Seus passos pareciam tão pesad
Descemos da biblioteca e fomos até os corredores do castelo rapidamente, mas antes eu peguei a cabeça de Estevão e pus enrolada em uma manta que encontrei. No salão de entrada, encontramos com o resto do grupo. Mary ainda parecia meio atordoada, enquanto era amparada por Adam. Eris estava obviamente tenso, e os Lobisomens estavam com eles. -- Ravena, o que aconteceu com você? -- Mary se aproximou, Adam fez o mesmo.-- seu rosto... -- ele fez menção de me tocar, mas Julian se pôs na frente rapidamente. Os dois se encararam, Mary me tocou. -- você... -- eu estou bem, estou bem agora. -- ela logo entendeu o que quis dizer e assentiu. -- aquele maldito está morto? -- ela encarou Julian. Que assentiu de imediato.-- ele não poderia ficar vivo depois do que fez. -- ele se voltou para mim de imediato. -- está certo, ele estava com Hector nisso tudo?-- sim, e aparentemente ele está vindo. -- todos se sobressaltaram. -- maldito, o que faremos agora? Você matou o rei! É questão de temp