David se lembrou do momento em que estava ajoelhado, segurando Felipe nos braços. Ele não via nada e não ouvia nada, a única coisa em que David prestava atenção era na sua dor, uma dor agoniante e dilacerante. Para David, era como se seu coração tivesse sido arrancado do peito e esmagado.Enquanto sentia a magia tomando conta de si e a dor aumentando cada vez mais, David viu a mulher misteriosa que o estava rodeando se aproximar dele. Ela se ajoelhou ao lado de David e Felipe, e David perguntou quem ela era.— Meu nome é Georgina, David. Sou sua ancestral e a bruxa que carregou a Magia da Transcendência. Tenho observado você há algum tempo e sabia que isso poderia acontecer, já que você possui a mesma magia que um dia eu possuí.Georgina tocou o braço de David e continuou a falar:— Estou aqui para ajudar você, David. Eu não tive essa ajuda quando foi a minha vez de perder o controle. Eu não sabia que tinha uma segunda opção. — Que opção posso ter? Felipe está morto e eu não posso… n
Depois de mandar Felipe embora e incendiar toda a casa, David usou a magia para se proteger da explosão que criou, destruindo completamente o local. Ele saiu andando em meio às chamas até emergir do que restou da casa.Determinado, David partiu em busca do homem que ele queria matar. Conseguira sentir o cheiro dos dois e os rastrearia através dele e da magia. Claus possuía outra casa na região, e David seguiu na direção dela. Sabia que a residência não estaria desprotegida totalmente, e poderia esperar por outro confronto, mas sua raiva e vontade, faria com que fosse rápido.O cheiro os levou até uma casa. Como muitas das propriedades de Claus, esta também era grande e luxuosa. Grande parte daquele luxo, David sabia, veio literalmente de seu sangue e suor. Ele observou por alguns instantes a movimentação da casa e então avançou a passos largos em direção ao jardim. Assim que o viram, os guardas partiram em sua direção, mas David os afastava com um simples movimento das mãos. Sabia qu
David foi tirado de seus pensamentos por Felipe, que o abraçou por trás e perguntou o que ele estava fazendo ali.— Nada, só estava pensando em algumas coisas.— Senti sua falta na cama, não só eu, mas também os nossos pequenos — disse Felipe.David se virou para voltar, lançando um último olhar para o rio, mas Georgina já não estava mais lá. Vários meses haviam se passado desde o confronto com Claus. Os gêmeos já haviam nascido, e David e Felipe estavam desfrutando das alegrias e desafios da paternidade.Eles haviam conseguido um médico vampiro para realizar o procedimento nele. Afinal, seria complicado explicar a um médico humano a gravidez de David e sua rápida capacidade de cura. Para o procedimento, tiveram que usar uma pequena quantidade de mata lobos e contar com a ajuda de Astrid e da magia para manter o corte aberto tempo suficiente para o médico poder retirar as crianças com segurança.Nos primeiros dias, David e Felipe não enfrentaram muitas dificuldades, pois estavam cerca
19 anos atrás…— Camila, por favor, você precisa me ajudar — Débora estava transtornada quando pediu ajuda à sua irmã — Eu preciso desaparecer e preciso que fique com o David e o esconda com sua magia.Camila podia ver a angústia no olhar de sua irmã.— O que houve, Débora? Por que você está assim? E quem está atrás de você? — perguntou tentando entender a situação.— Me escute, você sabe que agora não posso mais usar minha magia para protegê-lo, e você sabe que nem os vampiros, nem os lobos vão deixar isso passar — Débora disse chorando — Vou forjar minha morte e a do meu filho, e vou sumir por um tempo, o suficiente para ter certeza de que ele está seguro, então voltarei e o buscarei. Débora não tinha muita opção naquele momento, pois ela e David corriam perigo. Camila olhou para sua irmã e disse com firmeza: — Não se preocupe, você sabe que faço tudo por você, minha irmã, mas preciso fazer essa pergunta. — Camila olhou nos olhos de sua irmã e fez a pergunta: — Me diz, mesmo com t
David acordou com a mesma expressão de tristeza que nos outros dias, verificou suas marcas de mordidas e viu que já estavam curadas. — Mais um dia nesse inferno — murmurou, suspirando profundamente. Naquele dia era o aniversário de David, ele completava 25 anos. — Queria que você viesse e me tirasse daqui, esse é meu desejo de aniversário. Ele falou isso olhando pela janela, onde a lua ainda brilhava. David sentia uma conexão inexplicável com a pessoa que o visitava em seus sonhos, embora não soubesse quem ele era. — Não sei por que venho sonhando com você e nem quem é, mas sinto que preciso de você. David observou a lua, desejando que a pessoa que gentilmente tocou seu ombro em seus sonhos viesse resgatá-lo daquele pesadelo. Ele continuou olhando pela janela até o nascer do sol, refletindo sobre como passou os últimos 15 anos sendo torturado e mantido prisioneiro por alguém que afirmava ser seu tio. David ouviu a porta de seu
Um longo suspiro ecoou pelo quarto de David. Já haviam se passado alguns dias do seu aniversário e desde que ele viu aquele estranho no portão. Desde então, seu coração estava inquieto, e ele notou que algo estranho estava acontecendo com seu corpo.Às vezes, David sentia uma pressão intensa em sua cabeça, em outros momentos, ele tinha arrepios seguidos de calor insuportável. Ele não conseguia controlar esses sintomas, e isso levou Pietro a cancelar os compromissos de David.Em uma noite, David estava com uma febre intensa, e Carlos tentava usar magia para estabilizar sua condição. No entanto, Carlos sabia que todos esses anos de supressão dos poderes de David poderiam resultar em complicações. Além disso, Carlos estava preocupado porque estava sentindo uma aura de lobo vindo de David.Depois de algum tempo, Carlos estava exausto, mas conseguiu estabilizar um pouco a situação. David estava semi-inconsciente, mas conseguiu ouvir parte da conversa.— Eu disse que isso poderia acontecer
David avançou para fora do quarto em uma velocidade que nem mesmo ele sabia que possuía. Devido ao barulho no quarto, os guardas subiram para verificar, e David foi passando por eles um por um, arremessando-os como se fossem brinquedos velhos sendo descartados.Ele não sabia como estava fazendo aquilo, mas seu corpo agora parecia ter vida própria. Era como se não pudesse controlar suas ações. Ele ainda sentia o latejar de sua cabeça e suas veias queimando como se estivesse passando fogo nelas e não sangue.Depois de deixar para trás um monte de vampiros desacordados, encontrou-se com Carlos e Pietro no andar de baixo. Pietro o olhava desesperado, como se estivesse vendo um monstro. O medo era nítido em seus olhos. Carlos o puxou para trás e, antes que pudesse lançar um feitiço, foi surpreendido por David, que os lançou para longe com apenas um olhar.Os dois estavam caídos no chão, machucados, e David avançou até a porta. Parou e olhou para Pietro com um olhar assassino.— Não tenho t
O Clima no escritório de Rômulo estava tenso com a falta de paciência de Felipe.— Por que não vamos simplesmente lá, batemos na porta e perguntamos para ele? — indagou Felipe.— Calma, Felipe, não seja impulsivo. Não é assim que resolvemos as coisas; existem regras e também temos o tratado — respondeu seu pai.— Regras? O senhor acha que ele está seguindo as regras?— Filho, por mais que a mansão esteja no território dos lobos, aquela mata é uma zona neutra. Ela pertence aos lobos e aos vampiros também. Agora que sabem que a bruxa do Santiago estava no local, devemos investigar e observar primeiro.— Ah! Eu que deveria estar lá naquela noite. Assim, eu teria ido atrás da pessoa que fugiu da casa.— Não adianta ficarmos olhando para o que aconteceu e o que podia ter acontecido. O que importa agora é o que vamos fazer daqui para frente.— Então, o que vamos fazer, pai?O pai de Felipe respirou fundo antes de responder: — Preciso comunicar com Mário primeiro. Ele é o líder da alcateia,