Estava saindo da cozinha. Acabei de fazer pipoca. Meu avô tinha pedido, estava com vontade de comer pipoca. Eu não sabia se ia fazer ou não. Mas ele me olhou com aqueles olhos castanhos amendoados implorando para fazer pipocas. Fui até o armário do lado direito, abri e procurei um pote para colocá-la. Consegui achar um. Voltei para o fogão que tinha a panela e fiz pipocas. Depois as joguei no pote que tinha pego. Em seguida levei o pote até a mesa. Sem demorar, peguei um pouco de sal e coloquei nas pipocas. Dei aquela chacoalhada para pegar o tempero. Pronto. Peguei o pote e levei até a sala. Assim que cheguei no sofá, fui para o seu lado com o pote. Ofereci para ele, que encheu a mão para pegar as pipocas. Em seguida colocou na boca, mastigando. Mas depois notei que fez uma cara feia. Não aguentei e dei uma risada. Acho que notou que está com pouco sal. — Isso está horrível! Você esqueceu de colocar sal. — reclamou, olhando para mim. — O senhor não pode abusar do sal. Olha
Estava nos braços da minha avó, chorando. Ela estava alisando a minha cabeça e eu estava com os braços em volta da sua cintura. Depois ela se afastou, esticando os braços com as mãos nos meus ombros e me fitou. — Minha querida, não chore mais. — Ela levou sua mão para meu rosto que enxugou minhas lágrimas, que persistiam em cair. — Vou preparar um chá de camomila. Acho que ainda tem um pacotinho — ela disse erguendo o dedo pra cima, lembrando. Assenti, sacudindo a cabeça que sim. Ela foi no armário na parte de cima para pegar o Chá. Enquanto ela foi preparar o chá, fiquei com os braços sobre a mesa e coloquei minha cabeça sobre eles, fiquei pensando como ia contar pra ela que fui demitida... — Prontinho. Aqui está. — ela me entregou uma caneca branca com detalhes rosas, que estava com um saquinho de chá. — Caramba... Tá quente... — Peguei a caneca e coloquei logo sobre a mesa. — Cuidado, minha querida. Está quente — avisou minha avó e passou a mão na minha cabeça e depois sorriu
Fazia duas semanas que não tinha notícias da Sophia. A última vez que a vi, foi no dia que ela foi demitida pelo seu Joaquim. Aquele desgraçado! Mas o erro foi meu. Não devia ter estourado daquele jeito. Mas não podia deixar aqueles idiotas falando da Sophia. Precisava defendê-la. O pior que não tenho nem o número do celular dela, porém, acho que ela não tem pelo que me disse outro dia. ***— O que você perguntou? Se tenho o quê? — inquiriu, estava terminando de colocar os pedidos na bandeja para a mesa dois. — Eu perguntei se você não tem whatsapp? É um aplicativo de celular. — levantei a sobrancelha, surpreso. — Você tem celular e não tem whatsapp? — Eu não tenho celular… — ela disse encolhendo os ombros. — Não tem? — Olhei para ela, confuso. Ela puxou a bandeja. Estava se preparando para ir, mas se virou. — Eu não tenho celular porque é caro e também estou ajudando a minha avó com as coisas em casa, ainda tem os remédios do meu avô — ela disse. Depois levou a bandeja com os p
Abri os olhos e comecei a ver tudo embaçado. Ergui meu braço até o meu rosto, mas quando levei minha mão para esfregar, senti alguma coisa impedindo. Como se estivesse preso em algo. Então levantei o outro braço e notei que estava com agulhas dentro da minha mão. Levantei a sobrancelha. Que porra é essa? Enxergando um pouco melhor, reparei que onde estou parece… Um hospital ou clínica? Mas por que estou aqui? E essas porras de agulhas estão me incomodando! Quero sair daqui! Em seguida entrou alguém no quarto. Olhei para o lado e vi que é o meu irmão Bernardo. — Bernardo, o que eu tô fazendo aqui? — perguntei. Ele se aproximou. — Vitor se acalme. — Ele deixou o copo na mesa que estava ao meu lado, acho que era café. — ME ACALMAR? ESTOU NESSA PORRA DE QUARTO E TODO FURADO DE AGULHAS! — Esbravejei. Estou angustiado com essas coisas na minha mão. Levei a mão para outra, para tentar tirar, mas fui impedido pelo meu irmão. — O que você pensa que está fazendo? — inquiriu, segurando
— Sophia, posso fazer uma pergunta? Me afastei, saindo dos seus braços. Não vou mentir, estava muito bom de sentir seus braços em volta do meu corpo. Olhei para ele. — Sim… — respondi e coloquei uma mecha de cabelo atrás da orelha que tinha caído na frente do meu rosto, assim poderia vê-lo melhor. Olhando assim bem de pertinho, o Tomás é tão bonito que fico até sem fôlego. — Quanto custa os remédios do seu avô? — ele perguntou, me fitando. Olhei pra ele sem entender. — São caros. Mas porquê quer saber? — perguntei. Estranhei ele perguntando isso. — Eu tenho um dinheiro guardado… Ele soltou o ar e fechou os olhos. Em seguida abriu os olhos e olhou para mim, depois pegou na minha mão. E de repente senti um arrepio no meu corpo quando senti o seu toque. — Se quiser, posso dar esse dinheiro para você comprar os remédios do seu avô. — ele avisou. Logo tirei minha mão da sua e em seguida me levantei do banco, me afastando e ficando de costas. — Você não pode fazer isso. — Me vir
Ainda continuava aqui deitado esperando a porra do médico vir para me dar alta e sem contar que o Bernardo saiu faz horas e nada de voltar. Que merda! Meu irmão não é de perder tempo também. Não aguento mais ficar aqui esperando, quero logo ir para casa e depois voltar para a empresa para ver o que tá acontecendo lá. Com certeza o Bernardo não tá dando conta. É bem provável que estar cheio de negócios. Nossa! Os clientes, ainda tem o senhor Monteiro que tá devendo uma grana para gente! Tenho que resolver isso urgentemente, mas não posso porque eu estou nessa porra dessa cama e nessa clínica! Ai que ódio! Logo entrou o Bernardo, parece que está no celular e falando com alguém.— Olha lamento, mas vamos ter que desmarcar a reunião de hoje senhor Monteiro… Olhei imediatamente para o meu irmão. O quê? Ele está fazendo o quê? Ergui os braços para o ar fazendo gestos para ele me notar, mas ele me ignorou. Droga! Continuei chamando a atenção dele, mas sem retorno. Depois desligou e coloco
Estávamos na estrada e meu irmãozinho estava dirigindo, até quando parou no sinal, que ficou no vermelho. — Não vejo a hora de chegar logo em casa, tomar um belo banho na minha hidro e depois deitar na minha bela cama. — comentei, estava encostado no banco do carona. — Não se esqueça o que o médico orientou, você tem que descansar — meu irmão me lembrou que agora tenho que ficar na cama. Dei uma bufada. — Já que vou ter que ficar na cama, estou pensando em convidar aquela loira para ir lá em casa. O que acha? — Virei o meu rosto para olhar para o meu irmão. Que arqueou a sobrancelha. — Que absurdo é esse, Vitor! Repouso absoluto! Não ouviu que acabei de falar? — frisou, me fitando. — Sim. Mas até pra fuder não posso? Está de sacanagem né? — perguntei. Ele virou o rosto para olhar o sinal, que tinha aberto e ignorou completamente. Que droga! Agora estou proibido de dar uma trepada. Ninguém merece isso. Então virei o meu rosto para o lado de fora e como estava de vidro fechado, le
Ele estava bem na minha frente e não posso acreditar! E ele é tão bonito, parecia aqueles atores que se vê nos filmes. — Eu disse olá. Não me ouviu? — ele perguntou. Continuei em silêncio. Estou em choque. Como um cara desse porte, bom, ele está bem vestido, usando um terno preto, camisa branca e uma gravata preta. E também de calça preta, os cabelos são um pouco enrolados na cor castanhos e olhos castanhos. E continua me fitando. Depois ele sentou ao meu lado. Logo ergui a sobrancelha. — O que foi? Não tem problema de sentar aqui? — indagou, olhando para mim. Seu olhar é doce e sua voz macia e aveludada, muito gostosa de ouvir. Senti o meu corpo arrepiar por inteiro. — Droga Vitor, que pressa é essa?? Olhei para frente e se aproximou outro rapaz, ou menos do mesmo tamanho só que esse é mais musculoso e tem os ombros largos, também está usando um terno preto e calça preta também e os cabelos são castanhos e ele está de barba. — Foi mal, mas precisava falar com ela — disse o mor