Corro até minha avó, meu coração apertado como se estivesse sendo esmagado por um punho de ferro. Cada passo é uma luta contra a dor que me consome por dentro, uma batalha para chegar até ela antes que seja tarde demais. As lágrimas embaçam minha visão, mas ainda consigo vê-la deitada no chão, tão frágil e vulnerável, sua respiração fraca e irregular.
Ajoelho-me ao seu lado, minhas mãos tremendo enquanto toco seu rosto, agora pálido e sem vida. Sua pele está fria sob meus dedos, e um soluço angustiado irrompe de minha garganta, rasgando-me por dentro.
― Vovó… ― Minha voz sai como um sussurro, mal audível entre soluços de desespero. ― Por favor, acorde… Por favor&
Saímos da reunião com os americanos com um sentimento de satisfação indescritível. Conseguimos fechar um grande negócio que promete impulsionar ainda mais nossa empresa. Bernardo e eu trocamos olhares de alívio e entusiasmo, conscientes de que nosso esforço e dedicação haviam valido a pena.Enquanto caminhamos pelo corredor do prédio, eu não conseguia conter um sorriso de orelha a orelha. Era uma daquelas vitórias que valem a pena celebrar, uma conquista que marca um marco importante em nossa jornada empresarial. Bernardo parecia igualmente radiante, e nossos passos estavam mais leves, carregados de um novo ânimo.― Cara, isso foi incrível! Conseguimos fechar um dos maiores contratos da história da nossa empresa! ― Exclamei,
Foi uma busca angustiante e desesperada pelos últimos dois dias. Desde o momento em que soube do sequestro de Sophia, cada segundo parecia uma eternidade. Tentei seguir pistas, contatar conhecidos, vasculhar qualquer informação que pudesse levar ao paradeiro dela, mas tudo foi em vão. O desespero e a impotência tomaram conta de mim enquanto o tempo passava sem notícias. Finalmente, Bernardo chegou com a notícia do enterro dos avós de Sophia. A sensação de alívio temporário por saber que esse aspecto havia sido resolvido foi rapidamente ofuscada pela urgência de encontrar Sophia. Bernardo parecia abatido, como eu, mas estava focado em garantir que essa parte do luto fosse tratada adequadamente. ― Bernardo, e a Sophia? O que descobriu? ― Perguntei, meu coração acelerando com a ansiedade e a esperança de alguma informação positiva. Bernardo suspirou, passando a mão pelo cabelo em um gesto de cansaço e preocupação. ― Vitor, ainda não temos notícias concretas dela. A polícia está trabal
Eu abri os olhos devagar, tentando me situar. Estava deitada em uma cama desconhecida, em um quarto estranho que não reconhecia. Ao olhar em volta, minha mente começou a se encher com flashes da tragédia que havia ocorrido dois dias atrás.Os rostos dos meus avós vieram à mente. Eu os vi ali, na minha frente, assassinados brutalmente pelo Tomás. A cena se repetia em minha cabeça, e eu não conseguia escapar da sensação de terror e impotência que senti naquele momento.Tentei me levantar da cama, mas logo percebi que algo não estava certo. A porta do quarto estava trancada. Meu coração começou a bater mais rápido, e um sentimento de desespero tomou conta de mim. Gritei, pedindo ajuda, esperando que algu&ea
Já estava acordada. Estava esperando o Tomás trazer o café da manhã, esses três dias aqui trancada conseguir gravar mais ou menos a hora que ele vem trazer o café da manhã. É duas horas depois que o sol já iluminava aqui nesse quarto pela janela com grades. Me sinto numa prisão presa desse jeito e ainda vai ser pior: acho que estou perto de ter a minha filha, essa madrugada comecei a sentir contrações, leves, mas sentir. E tem essa viagem que o Tomás quer fazer com esse estado. Até tentei convencer ele no jantar de ontem.***― Amor, o jantar está pronto. Fiz um cordeiro grelhado com legumes salteados vocês vão gostar. ― Ele entrou no quarto sorrindo e segurando aquela algema. Olho para aquele objeto e depois olho para ele.― Bem que essa noite você não coloca isso, né? ― Levantei da cama, pedindo com suavidade. Não posso enfrentá-lo, não sei o que ele pode fazer? Tenho que pensar na minha filha. ― Hmm… Acho melhor não correr o risco. Não quero que você corra atrás daquele babaca que
Estávamos no funeral dos avós de Sophia, um momento triste e pesado para todos nós. Enquanto observava as pessoas ao meu redor, minha mente não conseguia se afastar da preocupação com Sophia e o bebê que ela carregava.Bernardo percebeu minha inquietação e veio até mim, sua expressão refletindo preocupação.― Vitor, o que está acontecendo? Você parece inquieto ― disse Bernardo, colocando a mão em meu ombro.Respirei fundo antes de responder, sentindo o peso da incerteza.― Bernardo, faz quase uma semana que não tenho notícias da Sophia. Estou preocupado com ela, principalmente por causa da criança que está esperando ― confessei, com a voz embargada pela ansiedade.Bernardo franziu o cenho, compreendendo a gravidade da situação.― Compreendo sua preocupação, Vitor. Mas vamos encontrá-la, não fica assim. Desse jeito nervoso não consegui nada. ― perguntou ele, tentando encontrar soluções.Balancei a cabeça negativamente.―Você quer que fique como? Aquele psicopata sequestrou a minha mulh
Tudo acontecia tão rápido, tão caótico, que eu mal conseguia processar o que estava acontecendo. O desespero tomava conta de mim enquanto eu seguia os maqueiros que levavam Sophia e minha filha para a sala de cirurgia. Meus passos eram apressados, meu coração batia descontroladamente, e minhas mãos tremiam de ansiedade e medo. Não podia permitir que nada de mal acontecesse com elas, não depois de tudo pelo que passamos.Quando finalmente chegamos à sala de cirurgia, fui impedido de entrar. Aquela foi a gota d'água para minha sanidade frágil. Gritei com todas as minhas forças, exigindo entrar, afirmando que elas eram minha esposa e minha filha. O médico tentava me acalmar, mas eu não queria ouvir sobre procedimentos médicos, eu só queria que ele as salvasse, custasse o que custasse.― FODA-SE ISSO! NÃO ME INTERESSA MAIS, QUERO QUE VOCÊ SALVA A MINHA FILHA E MINHA MULHER, ENTENDEU? Com a notícia de que os procedimentos de transferência de medula óssea seriam interrompidos para prioriza
Seis meses depoisEnquanto esperávamos por ela, Bernardo tentava me acalmar com algumas palavras de conforto.― Relaxa, mano. Ela vai descer em breve. Você precisa confiar, ela não vai nos deixar esperando por muito mais tempo. ― Bernardo colocou uma mão em meu ombro, tentando me transmitir tranquilidade.Eu respirei fundo, tentando seguir o conselho do meu irmão, mas a ansiedade ainda me consumia.― Eu sei, Bernardo. É só que… Eu mal posso esperar para vê-la. Ela está tão linda hoje. ― Confessei, olhando nervosamente para as escadas mais uma vez.Bernardo sorriu, entendendo completamente meu est
Estava em mais uma reunião chata aqui na empresa Carvalho Engenharia Ltda. Estava mortinho depois da noitada de ontem. Meu querido irmãozinho me obrigou a ir nessa bendita reunião. Não estava nem um pouco afim de ir, sem contar que essas reuniões com os clientes são muito chatas. Agora mesmo estou atendendo um dos nossos queridos e chatos clientes. Senhor Benjamin Monteiro, dono da Monteiro Residencial.― Então, senhor Monteiro, estamos aqui há mais de uma hora e não chegamos a lugar nenhum. Estou ficando com dor de cabeça já. Meu tempo custa dinheiro. Dá para o senhor parar de enrolar e ir direto ao assunto? ― falei, batendo a caneta na mesa. Já estava impaciente. ― Por isso que prefiro o Bernardo do que você. É muito insolente! ― resmungou o homem moreno, que está sentado na minha frente. Caralho! Bernardo vou te matar por isso! Me inclinei para frente, apoiando meus braços sobre a mesa de vidro e o encarei.― Escuta aqui, senhor! Em primeiro lugar, se dirija a mim como senhor Car