Fitei minhas mãos, percebendo a pele um pouco mais pálida que o normal por causa do frio, soprei sobre elas, tentando aquecê-las, e vi minha respiração condensando no ar como uma suave neblina branca, era um trabalho inútil, afinal logo elas estariam frias novamente, mas não conseguia evitar de o fazer. Ri com meus próprios pensamentos e fazendo, uma negativa para mim mesma, ergui os olhos em direção à avenida movimentada, a tempo de me deparar com uma cena curiosa.Um rapaz corria apressado alguns metros à minha frente. Era jovem, como um estudante do ensino médio, tinha cabelos loiros lisos que escorriam por sua testa e chamativos lábios avermelhados que tremiam levemente enquanto ofegava pela corrida. Para onde quer que estivesse indo, estava com pressa o suficiente para atrapalhar-se entre segurar seus livros e ou o cachecol esvoaçante.Ergui a câmera
Fiz uma negativa com a cabeça, rindo dos meus próprios pensamentos conturbados, e joguei a garrafinha no lixo reciclável, resmungando que apenas deveria ir dormir, ao invés de ficar criando teorias conspiratórias sobre um fantasma que muito provavelmente era fruto da minha mente alcoolizada.Quando estava prestes a ir dormir, ouvi batidas na porta, fazendo arrepios subirem pela minha coluna, assustando-me, e teria corrido para me esconder no quarto se não tivesse ouvido uma voz familiar chamando o meu nome. Fiquei tão surpresa, que quase não podia acreditar que ele realmente veio para passar a noite de natal comigo.– Feliz Natal! Dylan exclamou com seu sotaque marcante e um sorriso enorme nos lábios carnudos, estava vestido em um sobretudo preto longo por sobre a camisa de gola alta e seus cabelos negros estavam cheios de neve, contrastando a dualidade de cores.– Feliz Natal! Desejei de
Depois disso, passamos uma semana inteira juntos, resultando numa agradável e romântica noite de virada do ano, contando até com uma ceia improvisada feita dos ingredientes que conseguimos comprar encima da hora, mas no fim, foi maravilhoso da mesma forma.Porém, como nem tudo são flores, em alguns dias, ele já estava indo embora por causa de um telefonema urgente do trabalho, deixando-me melancólica e solitária novamente. Sem reclamações ou indagações, não fiz nada além de me despedir tristemente, ainda mais porque não podia sequer o acompanhar até a estação.Foi nesse momento que me senti ainda mais uma amante, e na verdade, estava aproveitando o máximo possível enquanto ganhava coragem para questionar-lhe a respeito da nossa condição de casal. Eu temia que ele fosse casado, e receber uma resposta positiva me assusta
Nossa história começava em uma noite de inverno no Sul do País, dois casais de jovens conversavam animadamente enquanto fitavam a fogueira crepitando à sua frente, bebendo sob a luz das estrelas. Um deles, uma jovem de longos cabelos negros como a escuridão, de repente, ergueu seu copo simulando um brinde enquanto resmungava algo como “feliz ano novo”, mesmo sendo quase incompreensível devido ao seu estado de embriagues.– Feliz ano novo! Uma das moças, sorridente, exclamou fazendo o mesmo, e piscou levemente para seu namorado que parecia completamente alheio ao que acontecia.Christophe, o namorado, balançou seu copo concordando um tanto desconcertado, era obvio o quanto estava confuso com relação àquela “virada do ano” fora de época. Estavam juntos desde o inicio da faculdade então, a moça havia convidando-o para conhecer a faz
Quando terminei a narrativa, percebi que precisaria de uma coletânea diferente para anexá-lo, era muito “gutural” para ser colocado juntamente com alguns contos açucarados de romance. Criei uma nova página, intitulando de “Histórias para ler no escuro”, e o coloquei, reservando o espaço para alguns contos um pouco mais violentos. Fechei o notebook, e esfreguei os olhos, sentindo-os cansados. Pensei no trabalho videográfico que precisaria fazer em algumas horas e bocejei sonolenta, estava feliz por ter concluído o conto, mas cansada por quase não ter dormido aquela noite. Peguei meu celular, notando as mensagens do grupo e observei a previsão do tempo, percebendo que o clima iria ficar um pouco mais ameno. Sabendo disso, caminhei em direção ao guarda-roupas e escolhi uma calça jeans clara, combinando-a com uma camiseta branca, um conjunto casual que não chamaria muita atenção. Peguei minha bicicleta, pedalando pela via destinada aos ciclistas e respirei fundo
Dylan me mandou algumas mensagens, depois de dias sem nenhum sinal de vida, fiquei irritada, sentindo vontade de deixa-lo no vácuo, mas não o fiz. Respondi seus questionamentos de como eu estava, e franzi as sobrancelhas ao perceber a frequência com que ele me questionava a respeito da minha segurança.“Porque a minha segurança te preocupa tanto?” Retribui sua pergunta com outra, e esperei pelo que ele responderia, ficando cada vez mais irritada com suas mensagens ambíguas.“Quando nos veremos novamente?” Questionei sentindo meu peito se apertar pois, começava a pensar novamente sobre nosso possível término, pois, dessa vez, o questionaria sobre minhas dúvidas e caso ele realmente fosse casado, essa seria a última vez que nos veríamos.Para a minha surpresa, uma chamada começou a sinalizar na tela do meu celular, pensei um pouco se
Na manhã seguinte, acordei sentindo os raios de sol entrando pela janela, era quentinho, mas incomodava meus olhos irritados, fazendo com que quase não conseguisse mantê-los abertos. Bocejei, sentando-me desajeitadamente em meio ao amontoado de panos e observei ao redor, reconhecendo o que parecia ser as pernas de Mari sobre seu estomago. Ela estava esticada de qualquer jeito, e seus braços mantinham-se jogados próximo à sua cabeça, repuxando a camiseta longa e branca, mostrando o short curto e rosado que usava.Ri baixo, percebendo que não estava em posição de criticá-la, visto que uma de minhas pernas estava sobre a mesinha e a outra dobrada formando um “quatro”, isto enquanto meu pescoço entortava-se para caber no espaço entre o um móvel que não consegui identificar e a parede.“Como raios eu consegui ficar nessa posição?” Que
Dylan...Fitei a tela do celular, me questionando se a ligação havia caído ao acaso, ou se Azarya havia a encerrado de propósito – algo que não seria uma surpresa visto que parecia muito irritada com os comentários daqueles dois imbecis querendo seu número –, e isso até deveria ser um aliviado, porém, somente me enchia cada vez mais de preocupação.Sua desconfiança era óbvia. Principalmente nas últimas semanas quando começou a fazer algumas perguntas esporádicas, mas que se mostravam bem pontuais, eu diria até que dignas de uma detetive. E algumas hipóteses me vinham à mente para aquele comportamento curioso, sendo que já tinha quase certeza que ela temia ser minha amante pois, era um medo bem recorrente entre as garotas.O número estava guardado em minha memória, eu nunca havia o registrado em nenh