Dylan...
Fitei a tela do celular, me questionando se a ligação havia caído ao acaso, ou se Azarya havia a encerrado de propósito – algo que não seria uma surpresa visto que parecia muito irritada com os comentários daqueles dois imbecis querendo seu número –, e isso até deveria ser um aliviado, porém, somente me enchia cada vez mais de preocupação.
Sua desconfiança era óbvia. Principalmente nas últimas semanas quando começou a fazer algumas perguntas esporádicas, mas que se mostravam bem pontuais, eu diria até que dignas de uma detetive. E algumas hipóteses me vinham à mente para aquele comportamento curioso, sendo que já tinha quase certeza que ela temia ser minha amante pois, era um medo bem recorrente entre as garotas.
O número estava guardado em minha memória, eu nunca havia o registrado em nenh
Michel...Apertei os joelhos contra o peito e deitei a cabeça sobre eles, era claro que algo estava errado e por mais que eu teimasse em não querer reconhecer, meu subconsciente me lembrava isso. Principalmente, desde ontem à noite, quando Thomas cancelou nossos planos de ir ao cinema, mal consigo me comunicar com ele.– Quer pizza? Mari questionou irrompendo pela porta da cozinha e vindo em minha direção, em uma de suas mãos, segurando um prato com fatias de pizza requentadas no micro-ondas.– Não. Obrigada! Murmurei voltando minha atenção novamente ao meu celular, me questionando porque ele não respondia.Suspirei mandando uma interrogação e fiquei ainda mais ansioso ao perceber que as barrinhas azuis de visualização estavam desativadas, minha garganta se apertou e senti meus olhos ardendo enquanto pensava que pelo menos para mim, ele poderia vi
Thomas chamou meu nome, sua voz soando hesitante, virei-me para fita-lo, sentindo meu sangue fervendo e quando nossos olhos se encontraram, um nó formou-se em minha garganta causando uma sensação de sufocamento, recuei alguns passos, e tive o ímpeto de correr. Não queria conversar com ele, sabendo que não gostaria do que ouviria, mas não consegui me mover, minhas pernas estavam pesadas como pedras. – Precisamos conversar... – Thomas tornou a falar, erguendo o braço e tentando me alcançar mesmo um tanto distante. – Não seja assim... a gente ‘tá’ junto há quase três anos. – E isso te dá o direito de me trair? Questionei sentindo minha boca se contorcendo involuntariamente, apertei meus punhos e o fitei sério, me esforçando ao máximo para não chorar em sua frente. – Você mais do que ninguém sabe o que eu passei tentando manter esse relacionamento. – Não seja egoísta, você não foi o único a se esforçar... – Thomas retrucou franzindo as sobrancelhas, parecendo est
Dylan... A moça ainda se debateu por mais alguns momentos, balançando seu corpo no ar enquanto tentava acertar chutes aleatórios em qualquer um que tentasse se aproximar. Pelo canto do olho, eu podia ver o sorriso sádico no rosto de Gale enquanto olhava para seu corpo ainda em desenvolvimento, ficando ainda mais excitado quando a viu completamente vulnerável ao receber uma injeção de sedativo que fez seu corpo amolecer. – Se não tivesse uma cara tão bonita, teria levado um soco agora... – Ele disse entre sussurros quando a pegou em seus braços, jogando-a por sobre o ombro como um saco e em seguida, seus olhos voltara-se a mim. – Vamos embora, aproveitando enquanto ela ‘tá’ chapada. Concordei, acenando com a cabeça positivamente e o acompanhei, carregando as duas malas pesadas que um dos subordinados do mercador havia me entregado. Quando chegamos ao carro, notei que Scar caminhava em direção a
Azarya...Depois de noite de bebedeira e a conversa com Mari, dormi uma longa noite de sono cheia de sonhos confusos nos quais a antiga inquilina sempre aparecia entristecida, era como se ela continuasse tentando se comunicar comigo, mas fosse impossibilitada por algo que eu desconhecia.Quando acordei, na manhã seguinte, senti vontade de trabalhar no meu livro compilado antes do café da manhã. Sentei-me em frente a escrivaninha onde ficava o notebook, planejando iniciar um novo conto a partir das anotações que havia feito nos últimos dias, e estranhamente me vi sem saber por onde deveria começar.Esfreguei as têmporas, confusa pelo que estava acontecendo, já havia uma linha de raciocínio pronta, então não fazia sentido estar com aquele tipo de bloqueio praticamente sem motivo. Suspirei apoiando o queixo na mão e tentei pensar em uma frase que fosse impactante o suficiente
Fitei o carro sumindo ao longe, ainda acenando caso minha irmã continuasse me vendo e, de repente, senti uma súbita vontade de contar sobre a novidade para Mari, imaginando que “doida” como ela era, certamente ficaria muito feliz, não conseguindo pensar nas consequências e responsabilidades que eu criança acarretaria. No fundo, eu não podia culpa-la, assim como não podia culpar Lia, elas amavam crianças e isso não era de todo ruim, tirando o fato de que ambas viam apenas a parte fofa e babona do processo. Apalpei os bolsos, procurando pelo celular, quando o encontrei, mandei algumas mensagens para ela, avisando que planejava passar em sua casa, talvez para dormir, e ao receber uma resposta positiva, guardei o aparelho novamente. Depois disso, caminhei pelas calçadas, aproveitando que passei em frente a uma padaria, que possuíam um letreiro chamativo, para comprar um bolo com cobertura de ninho e morango fresco, nosso favorito, e ri ao pensar comigo mesma que
Dylan... Traguei uma última vez o cigarro, soltando lentamente a fumaça branca que de dissipava no ar e joguei a bituca no cinzeiro que ficava no painel do carro. infelizmente aquele era o único que restava na caixa vazia, aparentemente, eu vinha fumando muito mais do que o normal nos últimos meses, tentando aplacar o estresse.A investigação estava praticamente terminada, havia conseguido provas suficientes e precisava apenas de uma oportunidade para completar o flagrante, se bem que, outra ideia começava a vir à minha mente e imaginava que talvez, no ritmo que as coisas iam, sequer houvesse uma prisão uma vez que, o grupo estava se desmanchando, e logo haveria uma briga pelo poder.Algo muito útil para colocar um ponto final nisso.Mark parecia a cada dia mais descontrolado, agindo exatamente da forma
Depois de uma longa viagem, apertando a bolsa entre os meus dedos trêmulos, finalmente cheguei ao endereço que o proprietário havia me fornecido, parei em frente à porta e respirei fundo alguma vezes antes de tocar a campanha. Esperei por alguns minutos, então finalmente a porta se abriu, revelando uma senhora de meia idade, quando nossos olhos se encontraram, ela piscou algumas vezes lentamente, como se estivesse tentando descobrir quem eu era. Sorri sem graça, e estendi a mão para ela em cumprimento. – Bom dia, senhora! Murmurei ficando ainda mais angustiada pois, a mulher ficou receosa em aceitar o cumprimento. – Bom dia! Ela respondeu depois de longo tempo apenas encarando a minha mão, como se estivesse decidindo se deveria ou não receber aquele contato. – Em que posso ajudá-la? – Será que a senhora teria um tempinho para falar comigo, é sobre a sua filha...
Michel Dormir na casa de Mari naquela noite se mostrou a melhor decisão que eu poderia ter tomado, ainda me sentia triste e decepcionado, mas ao menos, me sentia acolhido. E logo no dia seguinte, estava me mudando para um dos quartos vagos na casa de Noah, que gentilmente me ajudou na adaptação, sugerindo que eu deveria procurar por ajuda psicológica se ainda estivesse me sentindo muito triste. Eu entendi o que ele quis dizer com aquela sugestão, afinal, mesmo tendo meus lamentos ouvidos e recebendo conselhos bons, se fosse um caso de depressão, precisaria de um tratamento mais sólido. Concordei, e acabei seguindo seu conselho, começando com algumas poucas consultas que, com o passar das semanas, me ajudou bastante a compreender a situação. A psicóloga, doutora