Azarya...
Depois de noite de bebedeira e a conversa com Mari, dormi uma longa noite de sono cheia de sonhos confusos nos quais a antiga inquilina sempre aparecia entristecida, era como se ela continuasse tentando se comunicar comigo, mas fosse impossibilitada por algo que eu desconhecia.
Quando acordei, na manhã seguinte, senti vontade de trabalhar no meu livro compilado antes do café da manhã. Sentei-me em frente a escrivaninha onde ficava o notebook, planejando iniciar um novo conto a partir das anotações que havia feito nos últimos dias, e estranhamente me vi sem saber por onde deveria começar.
Esfreguei as têmporas, confusa pelo que estava acontecendo, já havia uma linha de raciocínio pronta, então não fazia sentido estar com aquele tipo de bloqueio praticamente sem motivo. Suspirei apoiando o queixo na mão e tentei pensar em uma frase que fosse impactante o suficiente
Fitei o carro sumindo ao longe, ainda acenando caso minha irmã continuasse me vendo e, de repente, senti uma súbita vontade de contar sobre a novidade para Mari, imaginando que “doida” como ela era, certamente ficaria muito feliz, não conseguindo pensar nas consequências e responsabilidades que eu criança acarretaria. No fundo, eu não podia culpa-la, assim como não podia culpar Lia, elas amavam crianças e isso não era de todo ruim, tirando o fato de que ambas viam apenas a parte fofa e babona do processo. Apalpei os bolsos, procurando pelo celular, quando o encontrei, mandei algumas mensagens para ela, avisando que planejava passar em sua casa, talvez para dormir, e ao receber uma resposta positiva, guardei o aparelho novamente. Depois disso, caminhei pelas calçadas, aproveitando que passei em frente a uma padaria, que possuíam um letreiro chamativo, para comprar um bolo com cobertura de ninho e morango fresco, nosso favorito, e ri ao pensar comigo mesma que
Dylan... Traguei uma última vez o cigarro, soltando lentamente a fumaça branca que de dissipava no ar e joguei a bituca no cinzeiro que ficava no painel do carro. infelizmente aquele era o único que restava na caixa vazia, aparentemente, eu vinha fumando muito mais do que o normal nos últimos meses, tentando aplacar o estresse.A investigação estava praticamente terminada, havia conseguido provas suficientes e precisava apenas de uma oportunidade para completar o flagrante, se bem que, outra ideia começava a vir à minha mente e imaginava que talvez, no ritmo que as coisas iam, sequer houvesse uma prisão uma vez que, o grupo estava se desmanchando, e logo haveria uma briga pelo poder.Algo muito útil para colocar um ponto final nisso.Mark parecia a cada dia mais descontrolado, agindo exatamente da forma
Depois de uma longa viagem, apertando a bolsa entre os meus dedos trêmulos, finalmente cheguei ao endereço que o proprietário havia me fornecido, parei em frente à porta e respirei fundo alguma vezes antes de tocar a campanha. Esperei por alguns minutos, então finalmente a porta se abriu, revelando uma senhora de meia idade, quando nossos olhos se encontraram, ela piscou algumas vezes lentamente, como se estivesse tentando descobrir quem eu era. Sorri sem graça, e estendi a mão para ela em cumprimento. – Bom dia, senhora! Murmurei ficando ainda mais angustiada pois, a mulher ficou receosa em aceitar o cumprimento. – Bom dia! Ela respondeu depois de longo tempo apenas encarando a minha mão, como se estivesse decidindo se deveria ou não receber aquele contato. – Em que posso ajudá-la? – Será que a senhora teria um tempinho para falar comigo, é sobre a sua filha...
Michel Dormir na casa de Mari naquela noite se mostrou a melhor decisão que eu poderia ter tomado, ainda me sentia triste e decepcionado, mas ao menos, me sentia acolhido. E logo no dia seguinte, estava me mudando para um dos quartos vagos na casa de Noah, que gentilmente me ajudou na adaptação, sugerindo que eu deveria procurar por ajuda psicológica se ainda estivesse me sentindo muito triste. Eu entendi o que ele quis dizer com aquela sugestão, afinal, mesmo tendo meus lamentos ouvidos e recebendo conselhos bons, se fosse um caso de depressão, precisaria de um tratamento mais sólido. Concordei, e acabei seguindo seu conselho, começando com algumas poucas consultas que, com o passar das semanas, me ajudou bastante a compreender a situação. A psicóloga, doutora
Talvez eu ainda estivesse me sentindo solitário, ou apenas estivesse tentando mostrar para mim mesmo que eu conseguia partido melhor que Thomas, o que quer que fosse, havia feito com que eu ficasse, às vezes até tarde da noite, conversando com um desses crushes. Foi nesse momento que percebi o quanto estava me dedicando ao diário pois, cada coisinha emocionante que acontecia eu anotava, e às vezes, relendo esses trechos da minha vida, acabava rindo sozinho. Por alguma loucura momentânea, acabei aceitando um encontro. Lucas era o nome dele, parecia ser um cara interessante, com um papo muito bom inclusive, e sempre que tínhamos um tempo livre, conversávamos sobre as coisas que gostávamos em comum, sobretudo, filmes. Ele era loiro e tinha um porte atlético, como o de um jogador ativo, em suas fotos normalmente aparecia correndo acompanhado de seu cachorro enorme. Tudo parecia estar indo bem, até
Depois de mais algumas semanas, pode-se dizer que surtei de novo pois, estava prestes a me encontrar com um outro crush, do mesmo aplicativo. Noah riu horrores quando contei sobre o encontro, segundo ele, não havia problemas nas tentativas, porém, achava que não teria toda essa paciência, e eu tinha que concordar.Contudo, dessa vez, eu fiz as coisas de forma diferente, e ao invés de escolher um cara da minha idade com perfil de atleta, aceitei uma solicitação de um homem um pouco mais velho. Julian era divertido, e sempre conversávamos sobre seu trabalho numa clínica veterinária, ele me mandava fotos dos bichinhos, em sua maioria cachorros, coelhos e gatos, e eu estava realmente gostando do rumo que a situação estava tomando.Por morar em outro estado, a possibilidade de nos encontrarmos não era muito grande, porém, depois de algumas semanas, en
Capitulo 19 – Uma compreensão... Com o tempo, meu relacionamento com Dylan foi se desenvolvendo, saímos nos fins de semana, e às vezes, eu até dormia em sua casa, na verdade, ele morava em um condomínio próximo, então, não tínhamos problemas com distância. E ao passo que esse processo ia acontecendo, percebi que eu mesmo estava crescendo psicologicamente, tornando-me mais maduro e seguro das minhas escolhas. Foi nesse ponto que percebi o quanto havia sido dependente de Thomas, sendo justamente isso que, em parte, destruiu nosso namoro. A verdade era que, depois da discussão feia que tive com meus pais e a decisão precipitada de ir morar com ele, além da dependência, tornei ele minha única ocupação, sendo que nem sequer estava trabalhando na época pois, ainda recebia mesada. Olhando para trás, é vergonhoso ter continuado
Azarya...Depois da conversa que tive com a mãe de Sharon, senti que o peso em minhas costas se dissipava aos poucos, era uma estranha sensação de alivio, mas que não parecia o suficiente, como se eu não tivesse terminado a missão a que havia me proposto, e de fato era o caso, visto que literalmente fui expulsa da casa daquela mulher, mesmo que estivesse apenas tentando ajudar.Era incomodo, porém, eu a entendia em parte, uma vez que estava claro para mim que ela não havia se recuperado ainda da perda da filha, foi muito abrupto, ela era muito nova e cheia de sonhos. Pensar que Sharon era tão nova quando perdeu sua vida me angustiava pois, assim como eu, era uma moça cheia de sonhos e objetivos, mas que foi impossibilitada de os concretizar. E eram nesses momentos que me questionava onde raios estava a recompensa após o esforço que tanto aprendemos na infância assist