Capitulo 19 – Uma compreensão...
Com o tempo, meu relacionamento com Dylan foi se desenvolvendo, saímos nos fins de semana, e às vezes, eu até dormia em sua casa, na verdade, ele morava em um condomínio próximo, então, não tínhamos problemas com distância. E ao passo que esse processo ia acontecendo, percebi que eu mesmo estava crescendo psicologicamente, tornando-me mais maduro e seguro das minhas escolhas. Foi nesse ponto que percebi o quanto havia sido dependente de Thomas, sendo justamente isso que, em parte, destruiu nosso namoro.
A verdade era que, depois da discussão feia que tive com meus pais e a decisão precipitada de ir morar com ele, além da dependência, tornei ele minha única ocupação, sendo que nem sequer estava trabalhando na época pois, ainda recebia mesada. Olhando para trás, é vergonhoso ter continuado
Azarya...Depois da conversa que tive com a mãe de Sharon, senti que o peso em minhas costas se dissipava aos poucos, era uma estranha sensação de alivio, mas que não parecia o suficiente, como se eu não tivesse terminado a missão a que havia me proposto, e de fato era o caso, visto que literalmente fui expulsa da casa daquela mulher, mesmo que estivesse apenas tentando ajudar.Era incomodo, porém, eu a entendia em parte, uma vez que estava claro para mim que ela não havia se recuperado ainda da perda da filha, foi muito abrupto, ela era muito nova e cheia de sonhos. Pensar que Sharon era tão nova quando perdeu sua vida me angustiava pois, assim como eu, era uma moça cheia de sonhos e objetivos, mas que foi impossibilitada de os concretizar. E eram nesses momentos que me questionava onde raios estava a recompensa após o esforço que tanto aprendemos na infância assist
Mesmo dias depois daquela estranha conversa que tive com Dylan, não conseguia tirar suas palavras da minha mente, uma profunda angústia havia sido plantada em meu âmago e para piorar, ainda não conseguia parar de pensar que meus esforços não haviam ajudado minha jovem colega de quarto fantasma, sentindo que era por esse motivo que ela não estava mais aparecendo para mim. Em um pensamento lógico, isso deveria ser bom, visto que não ver fantasmas no apartamento onde moro sozinha era o mais aceitável, porém, diferente da sensação de alívio que eu deveria sentir, a única coisa que passava pela minha cabeça era que algo estava errado. Então, depois de muito refletir, percebi que no fim das contas, por mais insensato que parecesse, imaginei que ela estivesse decepcionada comigo, e havia desistido de tentar solucionar seu problema que inclusive, eu ainda não sa
A esse ponto, a minha vida havia tomado um tom mórbido.O dedinho do pé ainda estava latejando, mesmo depois que ter sido medicada, e como não sabia o que fazer, apenas caminhei sem rumo por alguns minutos até finalmente chegar ao meu apartamento, ficando surpresa ao me deparar com a senhora, mãe de Sharon, sentada na calçada em completo silencio. Quando ela me viu, ergueu-se, me cumprimentou um tanto acanhada. Foi uma sensação muito estranha pois, havíamos terminado nosso primeiro encontro de maneira definitivamente negativa, mas tentei não transparecer tanto esse pensamento afinal, ela parecia realmente disposta a ter uma conversa agradável comigo. – Creio que te deva um pedido de desculpas... – Ela comentou olhando para seus próprios pés, e suspirou enquanto erguia os olhos para encarar a porta de entrada do apartamento. – Na verdade, agora percebo que você teve boa intensão, e
Michel Não sei ao certo quando parei de pensar em Thomas, talvez tenha sido quando me senti mais confortável em relação a minha relação com Christophe, ou quando comecei a me sentir mais confortável comigo mesmo. O que posso dizer é que provável tenha sido uma junção de ambos, e no fim, eu estava me sentindo mais feliz, as consultas com a psicóloga estavam mais espeçadas, visto que antes eu a visitava duas vezes por semana, e já não sentia nenhuma necessidade dos medicamentos para melhorar meu humor, finalmente, eu conseguia tirar a felicidade das pequenas coisas em meu cotidiano: o gatinho que adotei após encontrar perdido na rua, a estabilidade no meu trabalho, ou apenas em ficar próximo a Christophe enquanto estudávamos juntos. E aquele era um desses dias em que passava o fim de semana em sua casa. Ele estava sentado no chão da sala com algumas pilhas de provas ao seu redor, e quanto a mim, estava sentado ao seu lado, lendo um livro e
Azarya... O dia do batizado finalmente havia chegado, acordei cedo com uma ligação de Lia e ri baixo quando a ouvi questionando se havia desistido encima da hora. Neguei rapidamente, explicando que depois de ter feito todos os cursos que precisava e comprado o vestido combinando com o da minha sobrinha, não poderia desistir. Terminei de preparar a pequena mala que havia começado a arrumar na noite anterior, chequei se havia pegado tudo que precisaria, aproveitando para enfiar meu caderno de anotações também e a câmera fotográfica, sentindo que poderia tirar mais algumas inspirações daquela viagem. Fiz um grande esforço para pensar apenas em minha família e antigos amigos, porém, o gosto amargo das lembranças ruins ainda surgia em minha boca. Uma única pessoa era a verdadeira responsável pelo inferno que a minha vida havia se tornado anos atrás quando decidi vir embora, eu não sabia se ela ainda morava em Abilene, desejava que não, mas lá no fundo, eu sabia qu
– Soube que você está fazendo outra faculdade... – Anna contou-me, parecendo ter acabado de se lembrar daquela fofoca. – Pelo visto parece que realmente não quer mais trabalhar na educação infantil, não posso nem te culpar.– Não é bem assim... – Respondi soltando um suspiro, me sentindo culpada por causar aquela impressão, mas logo percebi que apenas ficar fazendo aquele drama não me ajudaria em nada. – Sabe, eu sempre gostei de artes, então decidi seguir minha paixão que é a escrita.Anna arregalou seus olhos escuros, parecia surpresa, mas sorriu concordando com um balançar da cabeça positivamente, então, aproximou-se, abraçando-me com força, e ao me soltar, seus olhos estavam marejando, ela estava fazendo a mesma expressão de quando contei que iria embora, a qual, na é
MichelDepois de conversar com meus pais, retomando um pouco o vínculo que tínhamos, comecei a me sentir completo finalmente. Eu estava muito feliz, ao ponto que as lembranças daqueles momentos difíceis tinham se tornado somente símbolos das minhas conquistas e superações. Muitas coisas haviam acontecido naqueles dias, e conhecer a filha de Christophe não foi sua única surpresa pois, alguns dias depois, ele mandou-me mensagens, chamando-me para viajar ao interior para conhecer sua família, aparentemente, ele e o irmão sempre a visitavam pelo menos uma vez por mês.Novamente, ele apenas me contava as coisas de forma abrupta, e como um tonto, eu apenas concordei sem pensar direito no que aquilo significava. A dimensão daquela viajem recaiu sobre mim no momento em que entrei no carro, entendendo que eu estava prestes a conhecer minha sogra e cunhado, fato que me fez arregalar os olho
Estar com a família de Christopher fez com que eu pensasse cada dia mais sobre a minha, quando eu cheguei em casa naquele dia, depois de ir para o trabalho, sentei-me no sofá pensando se Noah dormiria na casa do namorado aquela noite. Não conversamos muito, fazemos as tarefas domésticas que separados para cada um, e organizamos as contas, mas tirando isso, quase nunca temos contato. Fiquei meu celular, tomando coragem para m****r mensagem novamente para o meu irmão, e depois de algum tempo, finalmente mandei uma mensagem para Matteo, perguntando como ele estava, e para a minha surpresa, a resposta foi imediata novamente, dessa vez, fazendo uma ligação. De repente, como uma epifania, percebi o quanto fui imaturo e cruel, tomando coragem para atenção a chamada, afim de me desculpar corretamente, mas antes, desatei em lágrimas como um idiota. – Eu percebi que você apagou as fotos com Thomas, vocês brigaram? Matteo questionou sua voz tomando um tom séri