— Nem uma mensagem, Ana? Um telefonema sequer? — ralhou. Suspirei. Ela tem razão. Senti-me uma péssima amiga e fiquei até envergonhada.— Me desculpe, amiga! Você tem toda razão.—Semana que vem é o seu aniversário, Ana e eu quero estar perto de você. — Podemos marcar um jantar em meu apartamento? — sugeri. — Afinal, eu estou te devendo, não é? — perguntei sugestiva.— Claro que não! Eu pensei em irmos naquele barzinho. Vamos comemorar e não aceito um não como resposta, Ana Júlia Falcão. Pode chamar quem você quiser, inclusive o seu chefinho — disse com malícia. E eu posso até ver aquele sorrisinho sem vergonha que só ela tem. Sorri também.— Tudo bem, está mais do que combinado! Prometo que vou falar com o Luís. Até lá, amiga! — Encerrei a ligação no exato momento em que o táxi parou em frente à faculdade e antes de sair, olhei a fachada simples do lugar. Paguei o motorista e saí do carro, seguindo para um dos prédios, dando os primeiros passos para o meu futuro. Olhar para tudo iss
No dia seguinte...Luís RenatoBato na porta do escritório do meu amigo Marcos e entro logo em seguida. Falei para Ana que estaria em uma reunião com ele e que não queria ser incomodado de jeito nenhum. A verdade é que faltam oito dias para o seu aniversário, minha pequena vai fazer vinte e um anos. Marcos me olha em dúvida, abre sua agenda, folheia algumas páginas, volta o seu olhar confuso para mim e pergunta, desconfiado.— Marcamos alguma coisa pra hoje? Se marcamos, não estou lembrado! — Sorrio.— Não marcamos nada pra hoje, Dom Juan. — digo com desdém. Ele dá de ombros.— E então? — Sento-me na cadeira de frente para a sua mesa e começo a falar.— Estou aqui pra combinar algumas coisas com você. — Ele arqueia as sobrancelhas se encostando no encosto da cadeira. — Daqui a oito dias é o aniversário de Ana.— É? Eu não sabia! Pretende levá-la para alguma ilha paradisíaca? — Ele ri e eu ergo o meu corpo rapidamente, para lhe bater na cabeça. — Ai! Isso dói, sabia? — reclama, alisand
— O que tem em mente, chefinho? — Mônica pergunta fazendo graça. Estamos no restaurante que ela nos indicou. E enquanto aguardamos o garçom trazer os nossos pedidos, nós conversamos sobre a surpresa, dividindo as tarefas. Eu suspiro.— Quero uma festa, Mônica e quero que as pessoas que ela ama estejam lá. — Ela assente.— E onde pretende fazer isso? — Dou de ombros.— No bar, onde vocês marcaram de se encontrar, assim ela não vai suspeitar de nada. — Ela sorri.— Ok, então, como vamos fazer isso?— Eu separei algumas tarefas — Cassandra diz, passando um papel para cada pessoa na mesa. De canto de olho, observo o Marcos olhar a morena com um certo interesse. Sorrio por dentro. O cara é um mulherengo de carteirinha! Enquanto cada um escolhe as atividades, os nossos pedidos chegam. Almoçamos falando sobre como será a decoração e quais pratos e bebidas queremos. Cassandra, como sempre, ficou responsável pelo buffet; Mônica, pela organização, já que conhece melhor o local da festa e as pes
— Tenho que ir para o escritório fazer umas ligações. Você vai ficar bem sem mim por alguns minutos? — pergunta carinhoso, depois de me beijar na boca.— Não vai demorar, vai? Quase não ficamos juntos hoje. Estou com saudades e quero ficar com você um pouquinho antes de dormir. — Ele sorri.— Prometo que será coisa de meia hora, tá bom?— Meia hora? — resmungo desanimada. Luís segura o meu queixo e eu finjo pensar no assunto. — Acho que meia hora dá para aguentar. — brinco. Ele sorri ainda mais e me beija outra vez.— Eu te amo, pequena! — Também te amo, meninão! O observo ir para o escritório e se trancar lá dentro e eu vou para o nosso quarto. Pego o meu livro e vou para a cama. Estou concentrada na leitura, quando o meu celular começa a vibrar em cima do criado-mudo. Eu me ajeito no colchão, para tentar alcançá-lo. É uma mensagem de um número desconhecido.Desista, querida. Ele é meu.Sempre foi e sempre será!Encaro a tela do celular desnorteada e um pensamento me perturba...
Luís Renato— Porra, cara! Quase que a Mônica estraga a surpresa ontem! Acredita que ela ligou para o meu celular e a Ana quase o atendeu? Só não fez isso porque não deu tempo. Agora me diz, como eu ia explicar pra minha pequena o fato da sua melhor amiga estar ligando pra mim a noite? — Marcos gargalha tanto, que chega a se debruçar sobre a mesa. Estamos trancados no meu escritório. Dei a Ana a desculpa de que precisávamos conversar sobre um novo empreendimento.— Mônica, Cara! Que morena gostosa do caralho é aquela? — Marcos fala enchendo a boca, com malícia na voz.— Se afasta da Mônica, meu amigo. Ela é a melhor amiga da minha namorada e não quero que qualquer problema entre vocês, que venha abalar nossa relação. Então, parte pra outra, marmanjo — ordenei com um tom de advertência. Marcos bufou. — Que tipo de problemas eu poderia causar, com uma morena daquelas nos meus braços. Me fala? — Conheço bem o meu amigo. O cara não tem compromisso com nada a não ser com a empresa, que é
— Tudo bem! — Olho para ela — Ana, querida, pode organizar a sala de reuniões? Eu vou pra lá assim que acabar aqui. — Ela olha para nós, parecendo desconfiada.— Está bem! — diz se levantando da cadeira, me dá um beijo casto e sai. Espero que feche a porta e então encaro o meu sócio.— O que tá rolando, empata foda? — Camilly está lá embaixo, cara. Ela está fazendo um escândalo e disse que quer falar com você de qualquer jeito! — Sinto o meu corpo enrijecer.— O que essa louca quer comigo agora? — inquiro, exasperado. Marcos dá de ombros.— Não sei, Luís. Os seguranças não permitiram a sua entrada, então ela está aos berros lá embaixo.— Proibi a entrada dela aqui na empresa, desde que ela invadiu a minha sala. Vou falar com ela e você vem comigo! — falo, indo para fora da minha sala.— Eu? — Ele leva a mão no peito de modo dramático.— Você vai deixar que seu melhor amigo vá sozinho nessa? — indago exasperado. Marcos revira os olhos e suspira de forma teatral, fazendo um gesto para
Ana JúliaEstamos voltando para casa depois de um dia cheio de trabalho. Luís está especialmente calado o caminho inteiro, tem algo preocupando-o e eu não faço ideia do que seja. Quando descemos do carro, ele faz questão de olhar ao redor, como se procurasse por algo... ou por alguém.— Tudo bem com você, meu amor? Parece nervoso — questiono, atraindo sua atenção para mim.— Eu estou bem, pequena! — Pega minha mão, beija a minha testa e vamos para o elevador.— Você e o Marcos não se desgrudaram hoje. Algum motivo em especial? — indago, observando o seu semblante, que no momento não deixa transparecer nada.— Está me vigiando, senhorita Ana? — pergunta sério. — Eu o olho de maneira espantada, tentando explicar a situação.— Claro que não! Não é uma vigília, é... eu só queria... — Perco-me nas palavras. Luís sorri. Ele para de andar e segura em meu queixo, fazendo com que eu pare de falar e olhe para si.— Shiii, calma! Eu estava brincando. — Agora ele diz meigo e com um pouco de humor
Luís RenatoEnfim, chegou o grande dia! É domingo e é o dia do aniversário da minha pequena. São sete e meia da manhã e ela ainda está dormindo. Depois de uma noite maravilhosa de sexo quente, ela deve estar exausta. Confesso que passar uma semana inteira mentindo e escondendo essa surpresa, estava me deixando maluco. E ainda ter que me conciliar o meu dia a dia na empresa e em providenciar as coisas necessárias para essa festa me deixou no limite. Respirei fundo e voltei a me concentrar no seu dia especial, que começaria com um delicioso café da manhã, feito por mim. Peguei a bandeja de madeira e pus em cima do balcão. Arrumei algumas torradas, geleia, queijo, suco de laranja — que ela adora — uma porção de morangos, chantili e com cuidado pus um pequeno vaso com uma rosa vermelha no meio da bandeja. Tomei a liberdade de comprar três presentes especiais para ela e um deles é mais especial para mim do que para ela. E eu realmente espero que ela o aceite. Observo a linda bandeja de caf