Mick O momento da reconciliação...No segundo dia desse meu inferno particular estou praticamente sem forças e jogado na cama apenas olhando para a sua imagem na tela do meu celular. Isso é ridículo! Por que eu tenho que amá-la tanto assim? Por que não posso simplesmente deletar o que eu sinto do meu coração? Por que essa porra tem que doer tanto? Então me pego chorando. Chorando feito a porra de um menino! E no ato começo a acariciar a sua foto na tala. Que raiva de mim mesmo! Como posso ser tão fraco assim? Em um ato de desespero jogo o celular para longe de mim e seco as lágrimas, virando-me para o outro lado da cama. O telefone começa a tocar e imediatamente me viro outra vez encontrando o seu sorriso brilhando na tela. Estou tentado a atendê-la. Mas, que porra, ela não desiste nunca? Se eu ceder, ela fará tudo de novo e de novo, e de novo. Solto o ar pela boca e me forço a ignorar a ligação.... Está na cara que você gosta dela.... Ela te ama.... Me deixa explicar o que aconte
Mick A reconciliação...— Certo, vamos acabar logo com isso! — rosno baixinho e bato na porta. Aguardo ela abrir, mas é a Jasmine quem aparece no meu campo de visão — Oi! — digo quase sem voz. Jas me abre o sorriso doce de sempre e abre um pouco mais a porta revelando a minha... digo, a Cristal em pé próximo a um espelho.— Eu espero vocês lá embaixo! — A garota diz saindo logo em seguida e eu engulo em seco. Adentro o quarto meio sem jeito e sem conseguir olhar nos seus olhos, fito a decoração do cômodo. Contudo, sinto que os seus olhos estão o tempo todo em cima de mim, a cada passo que dou. Depois de um curto espaço de tempo decido enfrentar os olhos que são a minha perdição. Eles estão ansiosos e vívidos como sempre e por mais que eu não queira admitir, a sua intensidade me envolver.—Fala, Cristal! — Decido começar logo com isso, porém, ela me encara atônita.— O quê? — inquire baixinho e impaciente levo as mãos aos bolsos da calça.— A minha mãe disse que eu estava sendo injust
JasmineA melhor noite da minha vida inteirinha! Penso ainda sentindo as incríveis sensações que Jonathan me causou. Eu sou sua! Oh, Deus eu sou sua, completamente sua e não há nada nesse mundo que possa mudar isso. Estou sorrindo à toa, estou flutuando nas nuvens... estou perdidamente apaixonada por ele! Penso enquanto a sua moto corre pelo asfalto completamente vazio durante a madrugada. Mas quando entramos no perímetro da mansão Alcântara percebo o quanto fomos egoístas em pensarmos em nós mesmos, embora devo admitir, ficar trancada entre quatro paredes por todos esses dias e sendo vigiada vinte e quatro horas por dia estava nos enlouquecendo. Em segundos estamos entrando no escritório de Luís Alcântara que nesse instante está trombudo e carrancudo. Ele faz sinal para nos sentarmos, porém, permanece de pé fitando nós dois, mas o seu olhar repreensivo está sobre o filho.— Pai eu só quero pedir...— Senta-se, Jonathan! — Luís rosna interrompendo o filho. Eu suspiro baixinho e Jonath
JasmineAna termina a primeira folha e com essas poucas palavras conheci um pouco da história da minha mãe. Uma parte de que nunca ouvi antes.— Tudo bem? Eu posso parar se você quiser.— Não, continue por favor!— Ok, vamos lá! — Aguardo com expectativas. O tempo que vivi com a minha avó ela quase não falava nesse assunto e por mais que eu tentasse, ela sempre era evasiva ou media bem as palavras. Mas hoje consigo vê-la com outros olhos e penso que se estivesse viva com certeza seria a melhor mãe desse mundo!...Os meses foram se passando e você estava crescendo dentro de mim. Eu estava feliz de ver a minha barriga crescer e sorria sempre que me olhava no espelho. Hoje faço 20 anos e Pedro resolveu comemorar com uma festa grande em nossa casa. Ele convidou muitas pessoas. Pessoas elegantes, bem-vestidas, importantes, porém, eu não conhecia nenhuma delas e os meus familiares não quiseram vir. Eu não entendia o porquê tanta relutância em aceitar a nossa união até eu ver com os meus pr
Jasmine No final, ela dobra os papéis com o rosto banhado em lágrimas, mas simplesmente não consigo chorar e não sei dizer se isso é bom ou ruim. O fato é que nesses trinta e cinco dias a minha vida virou de ponta cabeça. Tudo está diferente, eu me sinto diferente e eu não consigo julgar o lado bom e o lado ruim disso tudo.— Jas? — Ana me desperta me fazendo erguer a cabeça e olhar nos seus olhos. — Quer falar alguma coisa? — Apenas faço não com a cabeça.— Eu quero ficar sozinha. — É a única coisa que consigo dizer.— Eu não acho uma boa ideia, querida. — Ela diz. Contudo, me levando do pequeno sofá e ela faz o mesmo em seguida.— Eu estou bem, tia Ana. Eu só preciso absorver essas informações — falo. Ana parece analisar a minha face.— Jasmine, eu sei que não está sendo fácil...— Não, não está! — A interrompo. — Isso tudo é uma grande merda! — ralho baixo, porém ríspida. — A minha vida é uma grande mentira Ana! Como elas puderam? Como puderam esconder isso de mim? Elas não tinham
CristalNo dia do brunch...Acordo com o meu quarto em uma completa escuridão e praticamente pulo da cama. Atordoado Mick acende a luz do abajur e me olha meio perdido.— O que foi? — pergunta com a voz sonolenta.— Anoiteceu! — digo o óbvio. Ele resmunga e volta a se deitar, fechando os olhos em seguida. — Mick, acorda!— Qual o problema, Cristal? Me deixa dormir só mais um pouco! — Ele solta um gemido frustrado.— Que droga, Mick, acorda! Já anoiteceu! — Repito e ele volta a se sentar no colchão.— Puta que pariu, anoiteceu! — Ele rosna exasperado. — Como dormimos o dia inteiro e não percebemos isso? — Ele salta para fora da cama, veste uma box e vai para a janela. — Que horas são?— Já passa das dez e eu estou com fome! — ralho levando a minha mão a barriga.— Também estou. — Lanço- lhe um olhar sugestivo, arqueio as sobrancelhas e ele meneia a cabeça fazendo não.— Não, não mesmo! Eu não vou encarar a sua família lá embaixo! — retruca e rio do seu desespero. O bom e tímido Mikael
Cristal— Eu tentei. Naquele dia eu vesti a minha melhor roupa e me perfumei inteiro só para me aproximar de você e poder te beijar de novo.— Aí você escutou a minha conversa com a Jasmine. — Ele assente. — Me desculpe, eu não fazia ideia!— Tudo bem! Quando exatamente se lembrou? — Sorrio.— Quando você me beijou de novo aqui nessa cozinha, lembra? — Meu sorriso se amplia e ele meneia a cabeça fazendo sim. — Naquele dia comecei a descobrir alguns sentimentos por você.— Não quero mais brigar com você, Cris! — pede beijando as costas da minha mão.— Eu também não quero mais brigar com você, mas para isso não voltar a acontecer temos que confiar um no outro — sibilo baixo e ele concorda.— Eu prometo confiar plenamente em você a partir de hoje!— Hum, eu gostei de saber disso! — falo um tanto sedutora e ergo o meu corpo do banco, inclinando-me sobre o balcão para beijar-lhe. Mick segura aminha cintura e me puxa bruscamente. — Huuuuuu! — Solto um grito surpresa e rio quando ele me sent
CristalNa manhã seguinte o carro estaciona no pátio do colégio. Mick sai primeiro e me estende a sua mão ajudando-me a sair do veículo atraindo alguns olhares curiosos para nós. Encho os meus pulmões de ar e após beijá-lo demoradamente, nos afastamos para ir a sala no exato momento que Victor estaciona o seu carro. O meu namorado para abruptamente e praticamente fulmina o garoto com os olhos. Cautelosa, aperto de leve a sua mão atraindo a sua atenção para mim.— Você me prometeu! — O lembro parando bem na sua frente e levo uma mão ao seu peitoral.— Eu não tenho sangue de barata, Cristal! — Ele rosna entre dentes.— Mick, isso pode te prejudicar. Podemos ir para a sala, por favor? — insisto. No entanto, os seus olhos continuam fixos no Victor que caminha despercebido direto para a sala de aula.— Ei, cara, não faça nada! — Jonathan pede chegando perto. Contudo, seguro o seu rosto e o forço a olhar para mim.— Não vale a pena, Mick! — sibilo e só quando ele assente, me sinto aliviada.