JasmineAna termina a primeira folha e com essas poucas palavras conheci um pouco da história da minha mãe. Uma parte de que nunca ouvi antes.— Tudo bem? Eu posso parar se você quiser.— Não, continue por favor!— Ok, vamos lá! — Aguardo com expectativas. O tempo que vivi com a minha avó ela quase não falava nesse assunto e por mais que eu tentasse, ela sempre era evasiva ou media bem as palavras. Mas hoje consigo vê-la com outros olhos e penso que se estivesse viva com certeza seria a melhor mãe desse mundo!...Os meses foram se passando e você estava crescendo dentro de mim. Eu estava feliz de ver a minha barriga crescer e sorria sempre que me olhava no espelho. Hoje faço 20 anos e Pedro resolveu comemorar com uma festa grande em nossa casa. Ele convidou muitas pessoas. Pessoas elegantes, bem-vestidas, importantes, porém, eu não conhecia nenhuma delas e os meus familiares não quiseram vir. Eu não entendia o porquê tanta relutância em aceitar a nossa união até eu ver com os meus pr
Jasmine No final, ela dobra os papéis com o rosto banhado em lágrimas, mas simplesmente não consigo chorar e não sei dizer se isso é bom ou ruim. O fato é que nesses trinta e cinco dias a minha vida virou de ponta cabeça. Tudo está diferente, eu me sinto diferente e eu não consigo julgar o lado bom e o lado ruim disso tudo.— Jas? — Ana me desperta me fazendo erguer a cabeça e olhar nos seus olhos. — Quer falar alguma coisa? — Apenas faço não com a cabeça.— Eu quero ficar sozinha. — É a única coisa que consigo dizer.— Eu não acho uma boa ideia, querida. — Ela diz. Contudo, me levando do pequeno sofá e ela faz o mesmo em seguida.— Eu estou bem, tia Ana. Eu só preciso absorver essas informações — falo. Ana parece analisar a minha face.— Jasmine, eu sei que não está sendo fácil...— Não, não está! — A interrompo. — Isso tudo é uma grande merda! — ralho baixo, porém ríspida. — A minha vida é uma grande mentira Ana! Como elas puderam? Como puderam esconder isso de mim? Elas não tinham
CristalNo dia do brunch...Acordo com o meu quarto em uma completa escuridão e praticamente pulo da cama. Atordoado Mick acende a luz do abajur e me olha meio perdido.— O que foi? — pergunta com a voz sonolenta.— Anoiteceu! — digo o óbvio. Ele resmunga e volta a se deitar, fechando os olhos em seguida. — Mick, acorda!— Qual o problema, Cristal? Me deixa dormir só mais um pouco! — Ele solta um gemido frustrado.— Que droga, Mick, acorda! Já anoiteceu! — Repito e ele volta a se sentar no colchão.— Puta que pariu, anoiteceu! — Ele rosna exasperado. — Como dormimos o dia inteiro e não percebemos isso? — Ele salta para fora da cama, veste uma box e vai para a janela. — Que horas são?— Já passa das dez e eu estou com fome! — ralho levando a minha mão a barriga.— Também estou. — Lanço- lhe um olhar sugestivo, arqueio as sobrancelhas e ele meneia a cabeça fazendo não.— Não, não mesmo! Eu não vou encarar a sua família lá embaixo! — retruca e rio do seu desespero. O bom e tímido Mikael
Cristal— Eu tentei. Naquele dia eu vesti a minha melhor roupa e me perfumei inteiro só para me aproximar de você e poder te beijar de novo.— Aí você escutou a minha conversa com a Jasmine. — Ele assente. — Me desculpe, eu não fazia ideia!— Tudo bem! Quando exatamente se lembrou? — Sorrio.— Quando você me beijou de novo aqui nessa cozinha, lembra? — Meu sorriso se amplia e ele meneia a cabeça fazendo sim. — Naquele dia comecei a descobrir alguns sentimentos por você.— Não quero mais brigar com você, Cris! — pede beijando as costas da minha mão.— Eu também não quero mais brigar com você, mas para isso não voltar a acontecer temos que confiar um no outro — sibilo baixo e ele concorda.— Eu prometo confiar plenamente em você a partir de hoje!— Hum, eu gostei de saber disso! — falo um tanto sedutora e ergo o meu corpo do banco, inclinando-me sobre o balcão para beijar-lhe. Mick segura aminha cintura e me puxa bruscamente. — Huuuuuu! — Solto um grito surpresa e rio quando ele me sent
CristalNa manhã seguinte o carro estaciona no pátio do colégio. Mick sai primeiro e me estende a sua mão ajudando-me a sair do veículo atraindo alguns olhares curiosos para nós. Encho os meus pulmões de ar e após beijá-lo demoradamente, nos afastamos para ir a sala no exato momento que Victor estaciona o seu carro. O meu namorado para abruptamente e praticamente fulmina o garoto com os olhos. Cautelosa, aperto de leve a sua mão atraindo a sua atenção para mim.— Você me prometeu! — O lembro parando bem na sua frente e levo uma mão ao seu peitoral.— Eu não tenho sangue de barata, Cristal! — Ele rosna entre dentes.— Mick, isso pode te prejudicar. Podemos ir para a sala, por favor? — insisto. No entanto, os seus olhos continuam fixos no Victor que caminha despercebido direto para a sala de aula.— Ei, cara, não faça nada! — Jonathan pede chegando perto. Contudo, seguro o seu rosto e o forço a olhar para mim.— Não vale a pena, Mick! — sibilo e só quando ele assente, me sinto aliviada.
Cristal— Pronta? — interpelo assim que o carro para em frente a C & H. A minha amiga me responde com uma respiração alta, meneando a cabeça em um sim e lhe estendo a minha mão, que ela não hesita em segurar. A encorajo com um sorriso e logo colocamos os nossos pés dentro do elegante saguão da construtora. Não demora e saímos do elevador para adentrar o comprido corredor que nos levará a sala da presidência. Lena, a secretária do meu pai nos anuncia e somos recebidas por ele quase que imediatamente. Observo papai se levantar da sua imponente cadeira e imediatamente ele caminha em nossa direção. Como sempre ele me recebe com um largo sorriso, um abraço caloroso e beijos cálidos. Confesso que acho lindo quando ele repete o mesmo carinho e atenção para o mais novo membro da família. Jasmine agora é como uma filha para os meus pais e consequentemente como uma irmã para mim. Ele nos aponta o elegante sofá de couro cor de marfim e sob o seu olhar atencioso nos acomodamos e esperamos que ele
JonathanMe jogo na cama e fico horas a fio olhando para o teto. Eu tenho uma ideia fixa na minha cabeça. Levar a Jasmine para o Cristo Redentor para juntos admirarmos a madrugada carioca, com uma visita espetacular. Logo depois seríamos arrebatados pela mais extraordinária visão, o pôr do sol. Isso com certeza a deixaria mais calma e ela pensaria com mais clareza em não me abandonar. A sensação de ser abandonado estava acabando comigo e de repente descobri que respirar sem ela por perto seria a coisa mais difícil da minha vida. Eu não saberia sobreviver. Sou completamente dependente dessa garota de apenas dezessete anos e meio. Sorrio. Agora a minha ficha caiu como um raio sobre a minha cabeça. Jasmine é apenas uma garota amedrontada e sozinha no mundo – embora tenha sempre a minha família por perto eu sei que para ela não é a mesma coisa. E eu sou um filho da puta que aprisionou o seu frágil coração. E droga, ela é só uma menina! Suspiro voltando a linha dos meus pensamentos. Eu def
Jonathan— Pega, Jasmine! — grito animado jogando a bola na sua direção. Ela pula para pega o objeto, baleando o Mick com força na sequência.— Ei, isso não vale! Você está ajudando a Jasmine! — Cristal protesta nos fazendo rir. Contudo, é o som da sua risada que reverbera dentro de mim. Cris tinha toda razão, ela realmente precisava disso. Ter a nossa turma de volta, todo esse alto astral, as nossas bagunças e essa manhã na piscina com certeza mudaram toda a nossa atmosfera. Mergulho para mais perto da minha namorada e a abraço por trás.— Não seja resmungona, Cristal, o Mick foi baleado e pronto! — rebato. — É a vez de ele vir para a margem. Deixamos a tarde correr assim bem animada, regada a bebidas, petiscos e muitas brincadeiras. No final de tudo a ideia de irmos para uma boate nos divertir acabou ficando para outro dia, porque estávamos cansados demais para isso. A noite eu e Jasmine preferimos ficar abraçadinhos, deitados na cama e no meu quarto dessa vez. Conversamos sobre tud