Duas semanas depois...Luís RenatoEsses dias com Ana sempre por perto têm sido maravilhosos. Desde que voltamos de Portugal não pude deixá-la ir, pois ela me faz muito feliz. Nós estamos sempre juntos, ora no meu apartamento, ora no seu. Sem contar que ficamos o dia inteiro aqui no escritório, com ela me acompanhando nas reuniões, no almoço. Enfim, estamos aproveitando cada segundo juntos. Não consigo mais ver minha vida sem ela e confesso que chego a estremecer com esse pensamento. Mas agora ela deu uma saidinha para reabrir o seu curso na faculdade e trocar pelo qual se apaixonou recentemente. E eu não pude acompanha-la, pois precisava revisar alguns contratos urgentes. Percebi a porta se abrir e sorri quando escutei o som dos saltos altos em atrito com o piso de mármore, caminhando em direção à minha mesa. Minha pequena voltou! Pensei, me sentindo radiante por dentro. Ergui a cabeça, ampliando ainda mais o meu sorriso. — Já voltou, meu amor? Senti a sua fal... — Engoli o meu sor
— É isso! — falo e ansioso, saio a passos largos do prédio, com destino à praia mais próxima. E para o meu alívio, a encontrei, descalça e sentada na areia. Ana parece perdida em seus pensamentos e ela está... triste e, Deus, acho que ela chorou! Engulo em seco. O que será que aconteceu para deixá-la assim? Fico de coração partido ao vê-la nesse estado. Dou alguns passos cautelosos em sua direção, parando bem atrás dela.— Posso me sentar? — pergunto, já me sentando ao seu lado. Ela parece despertar dos seus devaneios. Acompanho o seu olhar, observando o vai e vem das ondas, e suspiro de modo audível. — Estava preocupado com você. — falo baixinho, avaliando o seu rosto, enquanto ela continua a olhar o mar. — Aconteceu alguma coisa, Ana? — Me enchi de coragem e perguntei. Ana suspirou. Ela parecia cansada, exausta.— Por que acha que aconteceu alguma coisa, Luís? — rebateu com um tom frio e com desdém. Dou de ombros. Porque você está frágil e esteve chorando. Porque você parece apreens
— Nem uma mensagem, Ana? Um telefonema sequer? — ralhou. Suspirei. Ela tem razão. Senti-me uma péssima amiga e fiquei até envergonhada.— Me desculpe, amiga! Você tem toda razão.—Semana que vem é o seu aniversário, Ana e eu quero estar perto de você. — Podemos marcar um jantar em meu apartamento? — sugeri. — Afinal, eu estou te devendo, não é? — perguntei sugestiva.— Claro que não! Eu pensei em irmos naquele barzinho. Vamos comemorar e não aceito um não como resposta, Ana Júlia Falcão. Pode chamar quem você quiser, inclusive o seu chefinho — disse com malícia. E eu posso até ver aquele sorrisinho sem vergonha que só ela tem. Sorri também.— Tudo bem, está mais do que combinado! Prometo que vou falar com o Luís. Até lá, amiga! — Encerrei a ligação no exato momento em que o táxi parou em frente à faculdade e antes de sair, olhei a fachada simples do lugar. Paguei o motorista e saí do carro, seguindo para um dos prédios, dando os primeiros passos para o meu futuro. Olhar para tudo iss
No dia seguinte...Luís RenatoBato na porta do escritório do meu amigo Marcos e entro logo em seguida. Falei para Ana que estaria em uma reunião com ele e que não queria ser incomodado de jeito nenhum. A verdade é que faltam oito dias para o seu aniversário, minha pequena vai fazer vinte e um anos. Marcos me olha em dúvida, abre sua agenda, folheia algumas páginas, volta o seu olhar confuso para mim e pergunta, desconfiado.— Marcamos alguma coisa pra hoje? Se marcamos, não estou lembrado! — Sorrio.— Não marcamos nada pra hoje, Dom Juan. — digo com desdém. Ele dá de ombros.— E então? — Sento-me na cadeira de frente para a sua mesa e começo a falar.— Estou aqui pra combinar algumas coisas com você. — Ele arqueia as sobrancelhas se encostando no encosto da cadeira. — Daqui a oito dias é o aniversário de Ana.— É? Eu não sabia! Pretende levá-la para alguma ilha paradisíaca? — Ele ri e eu ergo o meu corpo rapidamente, para lhe bater na cabeça. — Ai! Isso dói, sabia? — reclama, alisand
— O que tem em mente, chefinho? — Mônica pergunta fazendo graça. Estamos no restaurante que ela nos indicou. E enquanto aguardamos o garçom trazer os nossos pedidos, nós conversamos sobre a surpresa, dividindo as tarefas. Eu suspiro.— Quero uma festa, Mônica e quero que as pessoas que ela ama estejam lá. — Ela assente.— E onde pretende fazer isso? — Dou de ombros.— No bar, onde vocês marcaram de se encontrar, assim ela não vai suspeitar de nada. — Ela sorri.— Ok, então, como vamos fazer isso?— Eu separei algumas tarefas — Cassandra diz, passando um papel para cada pessoa na mesa. De canto de olho, observo o Marcos olhar a morena com um certo interesse. Sorrio por dentro. O cara é um mulherengo de carteirinha! Enquanto cada um escolhe as atividades, os nossos pedidos chegam. Almoçamos falando sobre como será a decoração e quais pratos e bebidas queremos. Cassandra, como sempre, ficou responsável pelo buffet; Mônica, pela organização, já que conhece melhor o local da festa e as pes
— Tenho que ir para o escritório fazer umas ligações. Você vai ficar bem sem mim por alguns minutos? — pergunta carinhoso, depois de me beijar na boca.— Não vai demorar, vai? Quase não ficamos juntos hoje. Estou com saudades e quero ficar com você um pouquinho antes de dormir. — Ele sorri.— Prometo que será coisa de meia hora, tá bom?— Meia hora? — resmungo desanimada. Luís segura o meu queixo e eu finjo pensar no assunto. — Acho que meia hora dá para aguentar. — brinco. Ele sorri ainda mais e me beija outra vez.— Eu te amo, pequena! — Também te amo, meninão! O observo ir para o escritório e se trancar lá dentro e eu vou para o nosso quarto. Pego o meu livro e vou para a cama. Estou concentrada na leitura, quando o meu celular começa a vibrar em cima do criado-mudo. Eu me ajeito no colchão, para tentar alcançá-lo. É uma mensagem de um número desconhecido.Desista, querida. Ele é meu.Sempre foi e sempre será!Encaro a tela do celular desnorteada e um pensamento me perturba...
Luís Renato— Porra, cara! Quase que a Mônica estraga a surpresa ontem! Acredita que ela ligou para o meu celular e a Ana quase o atendeu? Só não fez isso porque não deu tempo. Agora me diz, como eu ia explicar pra minha pequena o fato da sua melhor amiga estar ligando pra mim a noite? — Marcos gargalha tanto, que chega a se debruçar sobre a mesa. Estamos trancados no meu escritório. Dei a Ana a desculpa de que precisávamos conversar sobre um novo empreendimento.— Mônica, Cara! Que morena gostosa do caralho é aquela? — Marcos fala enchendo a boca, com malícia na voz.— Se afasta da Mônica, meu amigo. Ela é a melhor amiga da minha namorada e não quero que qualquer problema entre vocês, que venha abalar nossa relação. Então, parte pra outra, marmanjo — ordenei com um tom de advertência. Marcos bufou. — Que tipo de problemas eu poderia causar, com uma morena daquelas nos meus braços. Me fala? — Conheço bem o meu amigo. O cara não tem compromisso com nada a não ser com a empresa, que é
— Tudo bem! — Olho para ela — Ana, querida, pode organizar a sala de reuniões? Eu vou pra lá assim que acabar aqui. — Ela olha para nós, parecendo desconfiada.— Está bem! — diz se levantando da cadeira, me dá um beijo casto e sai. Espero que feche a porta e então encaro o meu sócio.— O que tá rolando, empata foda? — Camilly está lá embaixo, cara. Ela está fazendo um escândalo e disse que quer falar com você de qualquer jeito! — Sinto o meu corpo enrijecer.— O que essa louca quer comigo agora? — inquiro, exasperado. Marcos dá de ombros.— Não sei, Luís. Os seguranças não permitiram a sua entrada, então ela está aos berros lá embaixo.— Proibi a entrada dela aqui na empresa, desde que ela invadiu a minha sala. Vou falar com ela e você vem comigo! — falo, indo para fora da minha sala.— Eu? — Ele leva a mão no peito de modo dramático.— Você vai deixar que seu melhor amigo vá sozinho nessa? — indago exasperado. Marcos revira os olhos e suspira de forma teatral, fazendo um gesto para