AmandaSai da clinica, colocando meu óculos de sol. Meu salto baixo chamava atenção pela rua, peguei meu trajeto até o meu carro. Vestia uma calça social verde claro que marcava a curva do meu corpo e uma blusa social preta.Ratito: Olha só... que coincidência — seus olhos me encararam de cima a baixo.— O que deseja Ratito? — encarei seu rosto.Ratito: Está linda, me permite?— pegou minha mão, beijando. Puxei em seguida, arqueando a sobrancelha.— O que você quer?— perguntei sem muita paciência.Ratito: Fiquei sabendo que está subindo a favela, geral comentando — neguei.— Hum... qual problema?Ratito: Nao é lugar pra tu, psicóloga — disse sério.— Não sabia que você virou meu pai — sorri de lado — Bom, Ratito, me permite dizer mas estou trabalhando, então estou de saída, tenha uma boa tarde — falei seriamente, caminhando pra outro lado da calçada. Destravei minha BMW, entrando no banco do motorista.Fui a caminho de um restaurante pra almoçar. Enquanto permaneci sobre o horário de a
AmandaAlguns dias depoisPassei a mão no meu rosto, sentindo o calor me abalar por completo. Dei alguns passos pra entrar na clínica, observei a porta da minha sala de atendimento aberta. Franzi a testa com dúvida, entrando, meus olhos bateram em Michele.— O que você está fazendo?— perguntei, olhando a mesma que lia a meu diagnóstico.Michele: Eu...— me encarou assustada, deixando em cima da mesa — Eu vim deixar essas coisas aqui e acabei lendo sem querer — caminhei até minha mesa, juntando e guardando.— Saia da minha sala.Michele: Você está com câncer..— Isso é invasão de privacidade, Michele. Você será punida por esse ato, me entendeu? — ela não disse mais nada, saindo da sala.Sentei sobre a cadeira, sentindo um pouco de raiva por dentro. Jamais, em hipótese alguma, dei alguma intimidade pra mexer nas minhas coisas, ou seja, ela quebrou um protocolo durante seu trabalho.Meu olhar foi até a tela do meu celular. Era mensagem de uma mulher que cuidava de criancas desabrigadas, a
MuralhaQual é? Quando aquela foto chegou no meu celular sabia que era do número da Michele. De momento pensava somente em um ódio em vê-la com o Ratito, pau no cú do caralho, tirando com cara de bandido.Amanda: Você está transando com minha secretária? - perguntou fazendo em semblante Nojento.- Não, na verdade...- passei o boné pra frente, ajeitando - Ela já pagou uns boquete a uns tempo atrás...Amanda: A... eu não sabia - sussurrou - Droga, por isso ela fica procurando algo pra me ferrar, ela gosta de você - fez cara de nojo - E eu nem soube o que Ratito queria, eles devem ter tramado algo.- Aquele pau no cú do caralho.Ratito e Vinícius estava na minha direção, sinceramente? Odeio quando as pessoas entram no meu caminho, papo reto. Joguei uma camiseta no ombro, dando as costas pra Amanda, desci as escadas indo direto pra cozinha, pô.Coloquei um suco no copo, fazendo um lanche pra comer.Amanda: Bom... antes de ir embora, quero te dizer que finalmente consegui algo sobre o seu
MuralhaPedi alguns recursos pra D7 ir atrás do Lipe na localização do complexo da Maré. Ele disse que assim que souber de alguma informação iria me dar algum retorno.Na moral? Não botei nenhum tipo de expectativas sobre, morô? Anos atrás parei de procurá-lo.Domingo amanheceu, oito horas da manhã estava sentado na cadeira da cozinha, terminando de tomar meu café da manhã. Escutei os passos da Amanda descendo as escadas, analisei algumas partes do seu corpo que estava com vermelhidão, em seguida desviei o olhar.Amanda: Bom dia - caminhou até meu encontro segurando meu rosto, dando selinhos em meus lábios.Balancei a cabeça, confirmando seu Bom dia.Amanda: Hum... bom saber que não está todo bipolar como ontem - dei uma olhada pra ela.- Quero resolver um assunto contigo - cortei seu assunto.Amanda: Pode falar - arqueou a sobrancelha, sentando na cadeira, sua mão foi até a garrafa de café, observei a mesma colocar sobre a xícara.- Pô - encostei na cadeira pensando em uma forma de c
AmandaJorge: Amanda, saindo sem avisar, voltando em dia seguinte, o que está acontecendo?- escutei a voz firme do meu pai assim que coloquei meu primeiro pé dentro da sala.- Pai...- sussurrei, fechando a porta atrás. Ele estava sentado em uma das poltronas, do seu lado direito em cima da mesa tinha uma garrafa de vodka e por mais difícil que seja, firmei meu olhar sobre três pinos vazios - Você... você cheirou?- perguntei confusa.Jorge: Sim, não vê minha situação ultimamente?- Cadê a mãe?Jorge: Sua mãe foi trabalhar e tua irmã foi resolver algumas coisas sobre a faculdade dela - levantou-se, caminhando até minha direção - Enquanto isso, você fica pra farra - ele segurou meu cabelo, cheirando - E cheira a macho...- Me solta - mentive minha voz firme, tirando meu cabelo da sua mão.Jorge: Entra pra dentro e irá ficar no quarto - sorri forçado.- Qual seu problema? Tenho idade o suficiente pra sair daqui quando quiser e melhor... tenho minha independência financeira e sou maior de
MuralhaD7: Tú pediu sobre as informações, 'tá' aí, olha se conhece?- Levou o celular na minha direção, admirei a tela que tinha a foto de um rapaz do lado do Cristo Redentor do Rio.Admirei o rosto, lembrando do passado, como algo passasse como um flash na minha cabeça, o rosto do Lipe.- É ele - sussurrei - Onde ele está morando?D7: Complexo da Maré, um dos nossos parceiros passou a informação, aliado mermo - senti minha respiração pesar.- E o que ele faz?D7: Mauricinho, morando na favela. Recentemente faz estágio em um dos hospitais do calcadao, médico - desviei o olhar.Pelo jeito, Lipe conseguiu encontrar um caminho melhor pra ele, aquele moleque nunca deixou de ter esperança e pelo visto nem mermo depois de velho.D7: Tú consegue encontra-lo hoje mesmo no hospital, 'tá' aí o endereço - me mandou por mensagem.- Valeu - dei um tapa no ombro dele, dando as costas.D7: Muralha - virei meu corpo, encarando novamente seu rosto - É o teu ex melhor amigo?- confirmei - Fico feliz por
AmandaEsperei o André por vários minutos pra acompanhar minha quimioterapia, mas ele não chegou a tempo. Fiquei realmente chateada por essa atitude, estava esperando em vê-lo aqui, porém não foi dessa vez.Terminei com médico, encerrando minha segunda quimioterapia, sai do hospital, pedindo um taxi diremente pro Complexo, como André havia falado que poderia ficar na casa dele quando quisesse, pensei em não voltar a minha casa, afinal, meu pai está dia todo lá. Estava fraca e frágil, não aguentaria passar pela mão do meu pai.Mais tarde, horas pegando o trânsito, o táxi me liberou na entrada, gastei alguns minutos pra subir, geral da favela me encarava com o olhar de curiosidade.D7: Aê, 'tá' sozinha? - afirmei, observando D7 parar com um gol do meu lado - Entra ai que te levo - suspirei fundo.- Obrigada - entrei, fechando a porta - Tentei fazer uma ligação pro André, mas ele não atendeu...D7: Última vez que conversei com ele, ele tinha ido atrás do ex amigo - fez um rosto mais séri
AmandaAbri meus olhos, espreguiçando na cama, meu olhar passou pela cama que estava vazia. Em seguida lembrei do que ocorreu ontem, levantei, caminhando até o banheiro e escovando meus dentes, fiz minha rotina matinal.Meus passos foram lentamente pro andar de baix, o cheiro do café invadiu meu nariz, olhei com uma expressão tranquila, observando André tomando café da manhã. Na mesa tinha pães, requeijão e café.- Bom dia...- caminhei até ele, beijando seu rosto, sentei na cadeira ao seu lado, escutando seu silêncio - Estou sem fome...Muralha: Qual foi, nem começa com esse teu papo que está sem fome, comprei essa parada toda e tú não irá comer?- tomou o restante do café dele.- Tá bem...- sorri de lado, pegando um pão e passando requeijão, em seguida coloquei um café na xícara.Muralha: Quando tua próxima quimioterapia?- Eles irão avisar...Muralha: Desculpa por não ter ido ontem, pô - senti sua mão mão firmemente na minha coxa.- Está tudo bem...Muralha: E...- Ele suspirou - Obri