Andrew abriu os olhos e pela primeira vez nas últimas vinte e seis horas, não sentia tanta dor. Talvez fossem os analgésicos fortíssimos ou fato de que deu sorte da bala – apesar de ter lhe atingido – não ficou alojada em sua perna e aparentemente não causou efeitos mais graves.Mas naquele momento sua única preocupação era com Margot. Quando levou o tiro, a dor era tão grande que nem ao menos conseguiu notar que sua companheira havia sido levada como refém por Thierry.Só ficou sabendo tudo o que se desenrolou depois de levar um tiro ao acordar no hospital.Eles haviam sofrido um acidente na fronteira de Sacramento com outra cidade e Thierry acabou morrendo, quando foi arremessado para fora do carro. Já Margot quebrou um braço e uma perna, além de ter tido uma contusão leve e estar sendo mantida em coma induzido, para uma recuperação mais rápida.Apesar de não querer admitir, ele estava aliviado em saber que dois dos três causadores dos problemas nas vidas deles, já não estavam mais
Sete anos depois...— Eu sei que é pedir demais para vocês, mas por favor, entendam. Não posso perder esse momento. — Sua voz atingia um tom quase desesperado, olhando para cada um de seus sócios.Depois da confusão em que Andrew esteve envolvido anos antes, vir à tona para toda a mídia, seus sócios lhe deram todo o apoio. Eles estavam prontos para expulsá-lo da sociedade, já que ficou por meses desaparecido, mas quando entenderam toda a situação foram compreensivos.Porém Andrew também não quis dar motivos para que perdessem a confiança em seu trabalho e nos últimos sete anos ajudou a transformar a 1984 em uma franquia de boates espalhadas por toda a Califórnia e abrindo a primeira em Nova Iorque em poucos meses.E era por isso que estava preocupado se iriam ou não lhe dar aquela folga fora de época. Mas era um dia em que simplesmente não poderia ficar no escritório. Naquele dia, em aproximadamente quatro horas, Margot finalmente estaria livre.Com a ajuda que proporcionaram aos poli
Primeiramente queria agradecer a paciência de muitos de vocês. Pistas Sujas era um conto que eu e vários leitores queríamos uma versão mais longa. Demorou, mas finalmente está aqui! Obrigada por esperarem e espero que tenha valido a pena.Um gigantesco obrigada a todos que leram o livro e acompanharam toda a jornada de Margot e Andrew.Espero encontrá-los em outras obras!XO,Ana Luiza.Sobre a autoraAna Luíza Marriel nasceu em 1995 e é uma autora nascida e criada em Minas Gerais.Descobriu sua paixão por livros aos treze anos, depois de pegar um livro emprestado com uma amiga. Outra grande paixão é a música. Ela só consegue escrever se sua playlist estiver rolando ao fundo e se for algo do 30 Seconds To Mars, Lana Del Rey ou Beyoncé. Com esse clima, a escrita flui maravilhosamente.Aos quinze, descobriu que tinha facilidade com as palavras quando produziu seu primeiro texto, mas parou de escrever e passou os três anos seguintes sem produzir novas histórias. Até que, em janeiro de 20
A chuva leve daquela tarde em Sacramento encharcava o casaco da jovem enquanto ela observava o cartão preto em suas mãos. Ela ainda não tinha certeza se aquele era o local certo, mas não poderia mais esperar.Ele sabia demais, e ela precisava dar um fim nisso, isso sem sujar suas mãos, é claro.Respirando fundo, ela atravessou a rua e, olhando para todos os lados possíveis, entrou no prédio comercial que parecia estar abandonado. Enquanto subia os lances de escada, ela observava a atmosfera nada convidativa e extremamente ameaçadora do local, que consistia em pôsteres de filmes de ação antigos, ameaças escritas à mão e algumas pessoas de aparência nada gentil que passavam a todo momento e que a estavam deixando muito assustada.Quando parou no quinto andar, checou o cartão em suas mãos novamente e seguiu até a sala de número 505, o mesmo que estava marcado abaixo de apenas um nome: Margot. A jovem não conhecia essa tal de Margot, mas como havia sido indicada por uma das amigas que dis
Às dez horas da noite em ponto, Margot estava em frente ao 1984, um bar temático dos anos 80 que seu alvo, Andrew Griffin, era um dos sócios, e usando seu melhor look matador... literalmente. Ela usava calças de alfaiataria preta e de cintura alta, um sutiã branco, um terninho e saltos também na cor preta.Em seu belo rosto, havia pouquíssima maquiagem, e ela dava destaque para os lábios grossos com um batom vinho e para os cílios com rímel. Ela adorava a praticidade de ter cabelos curtos, lhe livravam de várias horas os arrumando em um penteado elaborado demais, já que assim era só passar um gel e o pentear para trás, que ficava elegante.Escondidos pelo terninho e a calça estavam seus aparatos de trabalho: duas armas de tamanho médio com seus devidos silenciadores e dois canivetes escondidos em dois bolsos secretos em seu sutiã. Isso sem contar com a munição extra em seu carro.A jovem entrou no belo estabelecimento e logo foi cumprimentada por um garçom, que a acompanhou até uma me
— Mas que mer... — Margot gaguejou, assustada por ter uma arma apontada para sua cabeça.— Eu sabia que ela ia mandar alguém atrás de mim! — Ele disse com um meio sorriso triste. — Foi a Joyce que te mandou, não foi? — Ele perguntou, e Margot apenas assentiu. — Sabia! Aquela mulher é uma falsa! Joyce que faz a merda e, com medo das provas que tenho contra ela, manda que alguém faça o trabalho sujo!— Do que você está falando?— Não vai me dizer que ela não te contou? — Ele indagou com sarcasmo. — Pensei que isso era necessário para seu trabalho.— Eu não costumo saber sobre o porquê das pessoas me procurarem. — Ela respondeu, levantando o queixo. Ela era uma assassina de aluguel, mas não aceitava que ninguém a maltratasse pelo que fazia.— Então, querida Margot, você deveria saber que foi enganada e que está prestes a matar um inocente.— Como posso saber se está falando a verdade? — Margot perguntou com a arma firme em suas mãos. Ele podia muito bem a estar enganando para fugir de se
Assim que uma das portas do outro carro foi aberta, Margot começou a atirar, não havia tempo para pensar. Quando esvaziou o cartucho, ela pediu a Andrew que lhe entregasse mais um.Mas não podia contar que enquanto terminava de recarregar a arma, um dos homens no outro carro fosse puxá-la para fora do veículo e começar a sufocá-la.— Me larga! — Ela disse enquanto se debatia embaixo das mãos do homem e as arranhava, enquanto o mesmo ria de seu esforço.— Me desculpe, bonitinha, mas acabou para você. — E dizendo isso, o homem aumentou a pressão que fazia no pescoço da jovem, que perdia cada vez mais o ar.Andrew, que estava tentando recarregar a arma em sua mão, desistiu e puxou o homem de cima de Margot, lhe dando um soco tão forte, que o homem desmaiou no mesmo instante. Margot respirava com tanta força e rapidez, que Andrew pensou que estivesse se engasgando.— Você está bem? — Ele perguntou a ajudando a se levantar, e Margot apenas assentiu. — Venha, vamos sair daqui.Andrew a ajud
Três dias se passaram desde a fatídica noite na 1984. Para dois completos desconhecidos, tudo ainda era muito estranho na convivência entre eles. Aliás, desde o momento em que colocaram os pés para fora do carro naquela noite, tudo ficou estranho.— Bem-vinda ao nosso esconderijo. — Andrew soltou, assim que terminou de fechar a porta do motorista.Havia sido uma viagem silenciosa de Sacramento até ali e ele não sabia exatamente como a jovem ao seu lado estava se sentindo. Margot encarou a fachada luxuosa, que destoava da simplicidade do restante da cidade.Toda feita em pedras brancas, a casa de dois andares, diversas janelas e um belíssimo jardim, parecia mais ter saído de um dos bairros chiques de Los Angeles. Se recompondo, ela o encarou e disse:— Não sei se estaremos tão escondidos assim, mas já é um começo.Andrew a encarou por alguns segundos, ponderando se deveria dizer algo ou não. Optou pelo silêncio, acompanhando aquela estranha e belíssima mulher, que há poucas horas estav