Matthew havia corrido para o encontro do amigo, preocupado com o tom de voz dele. Quando se encontraram no lugar marcado por Andrew, pediu ao amigo que lhe contasse exatamente o que acontecia.E apesar do cansaço emocional, contou sobre a noite estranha que teve. Andrew ainda estava tentando entender o porquê de tudo ter saído do controle daquela forma.— Ela se entregou? — Matthew finalmente se manifestou, chocado com aquela novidade e vendo a derrota estampada no rosto do amigo. — Precisamos tirá-la de lá, Drew.— Ela não quer. — O cansaço estava explicito em sua voz, enquanto bebia mais de seu café. — Eu sinceramente não sei o que fazer. Margot está presa, as vidas de todos estão em perigo e eu não faço a mínima ideia de como prosseguir.— Ok, então vamos fazer isso sem que ela saiba. — O amigo disse, sorrindo e dando um tapinha em seu ombro. — Nesse momento precisamos de Margot, Drew. Joyce está apavorada desde o dia do meu aniversário e anda pela casa como se tivesse visto um fan
Fazer o certo estava tirando um peso do peito de Margot, mas ela não seria hipócrita de negar o quanto era incrível voltar para casa. Mesmo que temporariamente e cercada de policiais.O coração estava mais leve, sabendo que o pai, sua irmã e Gavin contava com proteção policial. Poder tomar banho em casa, deitar-se em sua cama e dividir o espaço com quem amava, era bom demais para ser verdade.— O que foi? — Andrew pousou as mãos em sua cintura, chamando sua atenção.— Só estava pensando em como é bom ter liberdade, mesmo que assistida. — Respondeu, voltando seu corpo ao dele e tendo seu rosto beijado. — Obrigada por não ter me escutado.— Está tudo bem, só não me assuste assim novamente, ok? — Pediu, os olhos presos aos dela. — Você não sabe como foi angustiante acordar no meio da madrugada e encontrar apenas aquele bilhete. Tive medo de não te ver mais.Apesar da forma torturada das palavras dele, Margot sorriu. Era estranho se sentir feliz, por alguém falar que teve medo de perdê-la
Após distraírem os policiais, dizendo que precisavam de um tempo para descansarem. Com a porta trancada e em completo silêncio, eles começaram a arrumar as armas e munições que os policiais ainda não haviam confiscado, no corpo.O provável era que Joyce ou Thierry arrancassem pelo menos uma de cada, mas teriam mais algumas escondidas para casos de emergência.Trocaram suas roupas para algo mais apropriado para a rua, mandaram uma mensagem pelo celular de Andrew confirmando que estavam indo e fizeram uma das maiores loucuras, além dos últimos meses que estavam vivendo. Depois de conferirem se tudo estava pronto, aproveitaram que o apartamento atual – um dos investimentos da família Griffin –, ficava no primeiro andar e pularam a janela.— Não acho que podemos chamar isso de pular, se estamos praticamente no térreo. — Margot comentou aos sussurros, enquanto terminavam de checar o caminho. — Isso acabou com a parte legal da nossa fuga, droga.Andrew apenas riu, tentando não fazer barulho
Andrew abriu os olhos e pela primeira vez nas últimas vinte e seis horas, não sentia tanta dor. Talvez fossem os analgésicos fortíssimos ou fato de que deu sorte da bala – apesar de ter lhe atingido – não ficou alojada em sua perna e aparentemente não causou efeitos mais graves.Mas naquele momento sua única preocupação era com Margot. Quando levou o tiro, a dor era tão grande que nem ao menos conseguiu notar que sua companheira havia sido levada como refém por Thierry.Só ficou sabendo tudo o que se desenrolou depois de levar um tiro ao acordar no hospital.Eles haviam sofrido um acidente na fronteira de Sacramento com outra cidade e Thierry acabou morrendo, quando foi arremessado para fora do carro. Já Margot quebrou um braço e uma perna, além de ter tido uma contusão leve e estar sendo mantida em coma induzido, para uma recuperação mais rápida.Apesar de não querer admitir, ele estava aliviado em saber que dois dos três causadores dos problemas nas vidas deles, já não estavam mais
Sete anos depois...— Eu sei que é pedir demais para vocês, mas por favor, entendam. Não posso perder esse momento. — Sua voz atingia um tom quase desesperado, olhando para cada um de seus sócios.Depois da confusão em que Andrew esteve envolvido anos antes, vir à tona para toda a mídia, seus sócios lhe deram todo o apoio. Eles estavam prontos para expulsá-lo da sociedade, já que ficou por meses desaparecido, mas quando entenderam toda a situação foram compreensivos.Porém Andrew também não quis dar motivos para que perdessem a confiança em seu trabalho e nos últimos sete anos ajudou a transformar a 1984 em uma franquia de boates espalhadas por toda a Califórnia e abrindo a primeira em Nova Iorque em poucos meses.E era por isso que estava preocupado se iriam ou não lhe dar aquela folga fora de época. Mas era um dia em que simplesmente não poderia ficar no escritório. Naquele dia, em aproximadamente quatro horas, Margot finalmente estaria livre.Com a ajuda que proporcionaram aos poli
Primeiramente queria agradecer a paciência de muitos de vocês. Pistas Sujas era um conto que eu e vários leitores queríamos uma versão mais longa. Demorou, mas finalmente está aqui! Obrigada por esperarem e espero que tenha valido a pena.Um gigantesco obrigada a todos que leram o livro e acompanharam toda a jornada de Margot e Andrew.Espero encontrá-los em outras obras!XO,Ana Luiza.Sobre a autoraAna Luíza Marriel nasceu em 1995 e é uma autora nascida e criada em Minas Gerais.Descobriu sua paixão por livros aos treze anos, depois de pegar um livro emprestado com uma amiga. Outra grande paixão é a música. Ela só consegue escrever se sua playlist estiver rolando ao fundo e se for algo do 30 Seconds To Mars, Lana Del Rey ou Beyoncé. Com esse clima, a escrita flui maravilhosamente.Aos quinze, descobriu que tinha facilidade com as palavras quando produziu seu primeiro texto, mas parou de escrever e passou os três anos seguintes sem produzir novas histórias. Até que, em janeiro de 20
A chuva leve daquela tarde em Sacramento encharcava o casaco da jovem enquanto ela observava o cartão preto em suas mãos. Ela ainda não tinha certeza se aquele era o local certo, mas não poderia mais esperar.Ele sabia demais, e ela precisava dar um fim nisso, isso sem sujar suas mãos, é claro.Respirando fundo, ela atravessou a rua e, olhando para todos os lados possíveis, entrou no prédio comercial que parecia estar abandonado. Enquanto subia os lances de escada, ela observava a atmosfera nada convidativa e extremamente ameaçadora do local, que consistia em pôsteres de filmes de ação antigos, ameaças escritas à mão e algumas pessoas de aparência nada gentil que passavam a todo momento e que a estavam deixando muito assustada.Quando parou no quinto andar, checou o cartão em suas mãos novamente e seguiu até a sala de número 505, o mesmo que estava marcado abaixo de apenas um nome: Margot. A jovem não conhecia essa tal de Margot, mas como havia sido indicada por uma das amigas que dis
Às dez horas da noite em ponto, Margot estava em frente ao 1984, um bar temático dos anos 80 que seu alvo, Andrew Griffin, era um dos sócios, e usando seu melhor look matador... literalmente. Ela usava calças de alfaiataria preta e de cintura alta, um sutiã branco, um terninho e saltos também na cor preta.Em seu belo rosto, havia pouquíssima maquiagem, e ela dava destaque para os lábios grossos com um batom vinho e para os cílios com rímel. Ela adorava a praticidade de ter cabelos curtos, lhe livravam de várias horas os arrumando em um penteado elaborado demais, já que assim era só passar um gel e o pentear para trás, que ficava elegante.Escondidos pelo terninho e a calça estavam seus aparatos de trabalho: duas armas de tamanho médio com seus devidos silenciadores e dois canivetes escondidos em dois bolsos secretos em seu sutiã. Isso sem contar com a munição extra em seu carro.A jovem entrou no belo estabelecimento e logo foi cumprimentada por um garçom, que a acompanhou até uma me