— Não tenho outra escolha, sinto muito— falou Timóteo.
— Isso custou uma fortuna, se sair com um arranhão que seja, eu corto sua cabeça— Dante falava de seu terno. Os homens começaram a atirar, as armas estavam com silenciadores. Dante caiu e Timóteo achou que estivesse morto. Até que… Notou que não tinha sinal nenhum de sangue, então Dante puxou Timóteo para baixo, com um canivete que estava em suas meias, ele puxou e fez vários picadas no peito do homem e abafou os seus gritos com a outra mão, seu rosto ficou ensanguentado e mesmo assim ele não parou, seu homem Ricci aparece abrindo a porta para que ele pudesse sair sem os homens escondidos em algum lado, o conseguirem ver. Ele engatinhou até a porta lentamente para não despertar a atenção deles. Tudo isso acontecia durante o solo de piano de Uniran. A melodia mudou instantaneamente para Etude Op. 10 NO. 04. — Quem ? — perguntou Dante, limpando seu rosto com seu paletó. — Ele estava trabalhando para os Morales— respondeu Ricci. — Merda! Porra de Traidor— falou ele chingando. Mais homens apareceram disparando contra eles. Dante e Ricci entraram em uma sala qualquer a sua frente. Dante tirou o seu paletó e abriu a camisa, que revelou um colete à prova de bala, em sua cintura, tirou uma arma de calibre 9 com um silenciador. — Chama reforços, precisamos saber quantos são, tenta não ferir nenhum inocente— falou Dante. Ricci apenas assentiu. Os dois respiraram fundo e saíram disparando contra os homens que apareceram dos dois lados. Ricci foi pela direita e Dante pela esquerda. Eles eram muito e sua munição estava acabando, teve que usar força física, jogou a arma no chão e pulou na parede apanhando balanço para dar um murro em dois homens, o confronto físico era cansativo, mas ele preferia assim. — Faz um tempo que não me exercito— falou ofegante. Os homens olharam um para o outro não entendo do que ele se referia. — Vamos? — provocou. Então Dante era mais de luta, Ricci nem por isso. Ele foi um ex-militar que após a morte de sua família, decidiu se juntar ao outro lado, pois a justiça tinha falhado com ele. Quando se vingou de quem os matou, com a ajuda de Dante, os dois nunca mais se separaram. — Petrov — falou ele ao telemóvel— precisamos de reforços, Dante e eu estamos encurralados — falou e desligou. Sempre que matava alguém, tirava a munição para lidar com os outros. Dante já estava cansado, por mais que lutasse apareciam mais homens. — Vem cá, quantos vocês são afinal— perguntou. Dante desmontou a arma para usar como faca, cortou a carótida de um dos homens, e no outro, furou um olhou. Com um impulso, ele subiu nos ombros de um partindo-lhe o pescoço. Mas foi atingido no braço, olhou para sua camisa branca que sangrava. E olhou em quem atirou. — Isso foi caro. Dante atirou o seu canivete na garganta do homem que caiu se debatendo. Ele viu que estavam aparecendo mais homens e correu em direção oposta. O solo de Unirian estava quase no fim, os homens de Dante apareceram e ele entrou em um dos camarins. Olhou para sua ferida e rasgou parte de sua camisa para conter o sangramento. Do outro lado ele podia ouvir os gemidos altos de duas pessoas provavelmente transando. Nas notas finais de Unirian, Dante foi encontrado por um dos homens, mas ele foi mais ágil e partiu seu pescoço com um único golpe. Unirian se levantou e todos aplaudiram em pé. Ela saiu do palco, e a caminho do seu camarim vê uma porta entreaberta, gemidos saíam de dentro. “ Que tal você não olhar? A curiosidade não é a tua melhor virtude Unirian” murmurou ela para si. Mas não resistiu e viu o homem de costa, parecia seu namorado Nick, e uma das pianista de outra academia. Ela estava sob a mesa e ele entre as pernas dela, com a calça abaixada. Seu coração estava acelerado. Ela não ouviu mas a porta do seu camarim abrir, e Dante sai dele. Vê a jovem parada olhando o que parecia ser um filme porno. Ela estava chorando, Unirian se sentia uma idiota, por mais que não parasse de doer, não conseguia parar de ver. Dante segue seu olhar e vê os dois juntos, cobre os seus olhos com sua mão. Ele não diz nada, apenas fica ao lado dela. Até que, os gritos no auditório começam. E os sons de tiros ecoam. — Mãe— sussurrou ela. Unirian correu pra tentar achar a mãe, Dante vai atrás dela. — Hei garota, espera— falou, agarrando ela pelo braço. — EU preciso encontrar a minha mãe, ela está… — Se for pra lá vai levar um tiro— falou. Mas ela parecia não entender. — Mãe— gritou ela. Que tentava se soltar de todas as formas. — Para com isso, quer morrer? — perguntou irritado, Dante não era o tipo que falava duas vezes. Unirian em pânico, olhando todos saindo correr. Seus olhos procuravam sua mãe, mas não conseguia ver nada. Dante agarrou ela por trás , seus braços estavam a volta da sua cintura, levou ela pela saída dos fundos, Unirian lutava, pois não queria sair sem sua mãe. — Me solta, eu preciso pegar a minha mãe, me solta. Dante a deixa e o auditório explodiu, laçando Unirian ao chão. Dante se abaixou cobrindo o rosto. O edifício estava pegando fogo. Unirian estava zonza, o som de um apito em seus ouvidos, não permitia com que Unirian ouvisse as pessoas gritando e Dante a chamando. — Mãe— chamou ela, ainda cambaleando. Os homens de Dante apareceram e o colocaram no carro. — Quem era aquela garota? — perguntou Petrov, seu sotaque russo o condenava. Era um dos homens de confiança de Dante, tal como Ricci. Ao contrário dele que era Italiano, Petrov era russo. — Não sei, vamos sair daqui logo— falou, desviando o olhar de Unirian. Que ainda parecia atordoada com a explosão.— Moça, hei moça, você não pode entrar aí— gritou um homem. — Preciso encontrar minha mãe, mãe— gritou, mas sua voz parecia não sair. Ela não conseguia se ouvir. Até que uma segunda explosão aconteceu e Unirian perde os sentidos. Dante, fica irritado, nunca uma coisa dessas aconteceu antes. — Alguém pode me explicar como uma coisa dessas pode ter acontecido?— gritou. Os homens que estavam perfilados deram um salto, sua voz parecia que queria os cortar ao meio, o que não seria impossível, atendendo a natureza dele. — Não sabíamos que eles tinham formado aliança— falou Ricci. Que por incrível que pareça não tinha sofrido nenhum ferimento grave. — Desde quando os Morales trabalham com explosivos? Mataram uma data de civis, como ninguém previu isso? — se levantou enquanto o médico fazia a sutura em seu braço baleado. — Presumo que não sejam apenas eles, pela data de homens que vimos essa noite, não creio que sejam só os Morales, tinham mais pessoas, e de certeza que os explo
Dias se passaram e Unirian ainda estava inconsciente. Nick seu namorado cuidava dela, ele tinha conseguido escapar antes das explosões. A polícia ainda investigava o que realmente tinha acontecido, mas os homens de Dante já tinham limpado todos os vestígios de sua passagem lá o que deixou alguns policiais confusos. Uma enfermeira que estava cuidando de Unirian, tinha instruções para que o avisassem caso ela acordar. Nick andava de um lugar para o outro falando com alguém no celular, quando ela estava prestes a acordar. Seu rosto tinha alguns sinais de machucado por causa da segunda explosão, ela estava próximo, eram feridas leves que provavelmente foram causadas por vidros. Sua perna estava machucada seu braço esquerdo também. Ela dava sinais de consciência. — Onde estou?— sua voz estava fraca, mas Nick notou quando ela se movimentou. — Amor! Finalmente você acordou, espera eu vou chamar o médico— falou e saiu correndo até a recepção onde tinha um dos homens de Da
Unirian estava na cama, desde que saiu da morgue, nada disse nada. O medico explicou a causa da morte dela, disse que ela inalou muita fumaça e tinha um ferimento por trás da cabeça, que provavelmente alguma coisa bateu forte nela. As penas e braços estavam feridos, algumas zonas queimadas. Ela não conseguiu chorar, só olhava pra o nada, mesmo Nick falando com ela, se mantinha em completo silêncio. Dante esperava no carro quando Ricci finalmente chegou. — Porquê tanta demora? Precisava levar esse tempo todo? — estava impaciente, cuidando de alguns assuntos da sua empresa, em seu tablete. — Estava um caos lá dentro— falou . — Então? Ela se lembra de alguma coisa? — perguntou despreocupado, pois caso ela visse alguma coisa ele não perderia tempo em eliminá-la. — Não! Ela não se lembra do seu rosto, disse que um homem a salvou, mas não conseguiu ver o seu rosto e…— explicou. Dante parou de fazer o que estava fazendo para olhar para ele que estava no banco da frente ao la
Jay estava bem ao seu lado quando ela acordou. — Onde estou — perguntou ela a amiga, se sentando na cama. — No hospital, você desmaiou, de certeza que deve ser desnutrição, você está mal amiga, consigo ver seus ossos da costela. — Olha quem fala… se bem me lembro eu sempre fui magra. Nesse momento o médico entrou! Era um jovem de jaleco, usava óculos de grau era bem jeitoso. — Senhorita James? — perguntou o médico. — Sim! — respondeu ela. — É ela mesma, de certeza que está com desnutrição, não é Doutor— disse a Jay, esperando ter razão. O médico olhou para as duas e abandou a cabeça, Afirmando. — Vês, eu sabia, você precisa de alimentar direito. — A senhora precisa mesmo se alimentar direito, assim o bebê consegue desenvolver, vou fazer uma lista de alimentos que a senhora pode ingerir para uma gestação saudável, ainda bem que veio cedo assim conseguimos diagnosticar cedo e tratar a gestação e desnutrição. Elas olharam uma para outra, estavam confusa mas acharam graça.
Ricci pensou logo de quem seria esse filho, e rezava para que não fosse de quem estava pensando. — Não deixem ninguém sair, eu estou chegando. — sim Senhor— falou ele. Ricci desligou o telemóvel e pegou as chaves do carro. Sabia que Dante não deixaria Unirian viver, muito menos a criança. Ele tem um terror por família, detesta mais que todas as coisas. Pois nunca teve bons exemplos. No consultório, Liza olhava para Unirian que estava um caos por dentro, Jay estava esperando por ela na porta. — Preciso que você interrompa essa gravidez— falou ela, indo direto ao assunto. — O quê? — perguntou ela— você ficou louca? — Eu sei, posso pagar uma quantia bem alta, e tudo vai ficar por minha conta. — A senhora enlouqueceu? Eu não vou fazer um aborto, eu nem… eu juro que vou processar vocês. — Espera! Isso não pode sair daqui de jeito nenhum, o pai dessa criança não pode saber que ele existe, se não nós as duas estamos feitas. — Não quero saber, que vocês pensassem antes de
Unirian estava a entrar em pânico, andava de um lado para outro, chorava horrores, tinha apenas 22 anos, como tudo isso podia estar a acontecer tão rápido dessa forma. Em desespero, ela entrou no quarto da mãe. Fazia semanas que não entrava lá, sentiu aquele cheiro e suas lágrimas se intensificaram. Pegou os comprimidos que eram da mãe e tomou todos eles, esperando que assim o bebê e não só, fossem embora. Meia hora depois, o efeito já estava presente nela, sua visão estava nublada, seus passos não eram fixos. Ela tentava pedir ajuda, mas ninguém estava em casa, pois tinha se arrependido, mas já era tarde, ela rolou de escada a baixo. Ricci e mais dois homens chegaram na casa, olharam pela janela mais não conseguiam ver o que estava dentro. — Abram a porta! Se ela não estiver melhor, assim vamos pegar ela de surpresa e leva-lá. Minutos depois a porta já estava aberta, eles entraram sorrateiramente, mas tudo estava silêncio. Até que um dos homens tropeça em algo no chão. —
Rosto inocente, de olhos verdes e Loira, era o brinquedo perfeito para Dante Marchesi. Viu ela jogando a comida no chão, tentando abrir a porta com a faca e o garfo, mas depois de partir ela percebeu que era de plástico. — Merda— murmurou. Ela não tinha nada que pudesse pedir ajuda, a janela ficava muito longe do chão. Não podia correr o risco de se machucar, afinal já não era só ela. — Sei lá como te chamas — Dante não sei o quê, se estiveres a ouvir, preciso que me soltes, a tua mulher cometeu um erro, eu não quero esse filho muito menos a ti— gritou ela, esperando alguma resposta dele— Eu só quero voltar para casa e continuar a viver o Luto da minha mãe, me tira dessa quarto, eu posso continuar com a gravidez em minha casa, prometo que não volto a fazer nada contra mim, me tira daqui. Dante caminhou ao quarto, os dois homens que estavam na porta de vigia, abriram para que ele pudesse entrar. Ela se afastou ao ver a porta abrir. O mesmo homem de Suéter do hospital aparece
Unirian se soltou da mão dele. Os dois estavam parados na porta larga de vidro que dava acesso ao jardim, os empregados podiam sentir o clima pesado entre os dois. — Quem você pensa que é para me enterrar viva? Já não basta simplesmente ter me sequestrado um mês depois da morte da minha mãe — falou exalta. Todos os que ouviam ficaram surpresos. Ninguém grita com Dante Marchesi. As empregadas começaram a sussurrar alguma coisa. “Ela é doída?” “Parece não ter medo pela vida ” Ele olhou para eles que entenderam que precisam se retirar. Agarrou ela pelo braço e a puxou para si. — Estás a passar dos limites pianista— falou entre os dentes. Ela se soltou e se aproximou ainda mais. — Quero ver o que vai fazer— falou ela. Ela saiu pela porta que estava entreaberta. Ela caminhou até a saída que ficava 20 metros do portão principal da propriedade. — Onde você pensa que vai? — gritou ele. — Vou para casa, e ninguém vai me impedir— falou ela. — Volta aqui agora— Dante estav