Unirian estava na cama, desde que saiu da morgue, nada disse nada. O medico explicou a causa da morte dela, disse que ela inalou muita fumaça e tinha um ferimento por trás da cabeça, que provavelmente alguma coisa bateu forte nela. As penas e braços estavam feridos, algumas zonas queimadas.
Ela não conseguiu chorar, só olhava pra o nada, mesmo Nick falando com ela, se mantinha em completo silêncio. Dante esperava no carro quando Ricci finalmente chegou. — Porquê tanta demora? Precisava levar esse tempo todo? — estava impaciente, cuidando de alguns assuntos da sua empresa, em seu tablete. — Estava um caos lá dentro— falou . — Então? Ela se lembra de alguma coisa? — perguntou despreocupado, pois caso ela visse alguma coisa ele não perderia tempo em eliminá-la. — Não! Ela não se lembra do seu rosto, disse que um homem a salvou, mas não conseguiu ver o seu rosto e…— explicou. Dante parou de fazer o que estava fazendo para olhar para ele que estava no banco da frente ao lado do motorista. — A mulher que morreu, era a mãe dela— falou, num tom de pena. Dante suspirou. — Ajude-a com o funeral, é o mínimo que podemos fazer por ela, afinal foi por causa do nosso confronto que ela morreu— falou ele. Voltando ao trabalho. — Sim— respondeu Ricci. No dia seguinte, Unirian estava sentada ao lado da urna da mãe, o clima estava sombria, sem sinal nenhum do sol, mas não chovia, como se suas emoções concordassem com o céu. Nick estava ao seu lado. O padre falava e as pessoas colocavam rosas logo a seguir. Todos se foram embora, deixando ela lá no seu momento com sua mãe. Enquanto Nick esperava por ela no carro. Unirian finalmente conseguiu chorar, suas lágrimas caíram sem precisar de esforço. Ela ouviu passos vindo em sua direção, mas não olhou para ele. Ela viu um braço estender um lenço de bolso para ela. — Obrigada— agradeceu, mas após limpar suas lágrimas levantou a cabeça para ver quem era, mais não viu ninguém. Ela se levantou e foi para o estacionamento. Entrou no carro e Nick logo depois, ambos não falaram nada um para o outro. Ele apenas olhou para ela e deu partida. Em casa, Unirian entrou e Nick atrás dela fez o mesmo. Ao chegar na sala, ela olhou para as fotos dela e da mãe. — Precisas de alguma coisa? Posso ficar mais se quiseres— falou ele, quebrando o silêncio. — Não precisa, quero ficar sozinha— respondeu. — Tudo bem, se precisar de mim, é só ligar— fez um gesto com a mão como se fosse um celular. — Não vou precisar— murmurou. Nick que estava na porta parou ao ouvir sua resposta. — o que foi? — perguntou. — Eu vi tudo Nick— falou ela, de costas para ele. Nick ficou em silêncio, não sabia ao que ela se referia. — O que você viu? — Você e aquela mulher, naquela noite Transando — respondeu. Nick ficou em silêncio, achou que ninguém viu eles. — Unirian… eu… — Vai embora Nick, está tudo acabado entre nós— falou ela. — Amor espera, eu posso explicar. Unirian subiu as escadas e foi para o seu quarto. Na sala Nick estava irritado, passou a mão na cabeça, sabia que tinha feito borrada. De cima, ela ouviu a porta de fechar com força. Ela dormiu, e foi apenas isso que ela fez durante 3 semanas, Unirian não se alimentava direito, não saía e nem abria a porta para ninguém. Percebeu que era só ela, apenas ela e mais ninguém. Jay sua melhor amiga apareceu lá após 40 ligações não atendidas da amiga. Ela bateu a porta insistentemente, o que despertou Unirian que dormia profundamente. Desceu as escadas sentindo um mal estar horrível, seu estômago estava embrulhado. — Jay? — ela estava surpreso com à aparição da amiga a sua frente, pois ela estava de viagem. — Estou a ligar para ti desde que soube— falou ela entrando— eu sinto muito amiga. Jay abraçou Unirian que estava parada, não retribuiu o abraço. — Não precisavas ter saído do outro lado do mundo para vir me ver, eu estou bem— falou, se soltando, e indo até a cozinha— quer água? É a única coisa que posso te oferecer. — Eu sei que não estás bem, olha para ti— Unirian estava despenteada, as olheiras estavam bem visíveis, seu cabelo mostrava que ela não se tratava a muito tempo. Vestida de pijama e um robe que era de sua mãe. Unirian estava a entrar em depressão. — Eu estou deslumbrante, não consegue ver?— Suspirou. Parecia impaciente. — Eu vou ficar com você durante alguns dias, estou de férias, Nick disse que você não queria abrir a porta para ele e todos os seus amigos ficaram preocupado, você não deveria se isolar — falou ela passando a mão no ombro da amiga. Jay era modelo, viajava por todo mundo, elas falavam pouco, mas nunca deixaram de ser grandes amigas. A mulher de cabelos castanhos e de aparentemente 1.82, olhou para o estado da sua amiga, que ao seu lado parecia ter 4 centímetros a menos. — Vamos ver o médico? — falou ela. — Não quero! Não tenho nada e sei que estou muito bem, só preciso ficar sozinha. — Você já viu em que estado está essa casa? Está fechada a semanas, de certeza que nem abriu as janelas. Nem acredito que deixou de cuidar da casa da tia, se ela visse isso— falou ela, estava distraída quando percebeu o que falou— Desculpa, eu… — Vai embora — falou ela. — Uni… — Quero ficar sozinha, quando sair fecha a porta— Unirian ficou irritada, ela sabia que as pessoas ficariam a pisar ovos com ela. Detestava que sentissem pena dela. Ela se virou e ia em direção as escadas, Jay estava saindo quando ouviu o impacto de algo caindo no chão. Quando se virou, era uniriam. — Amiga! O que aconteceu— falou ela. Assustada pois não sabia o que fazer. Jay chamou a ambulância. Que chegou o mais rápido que pude. No hospital ela estava sendo atendido quando Liza também chegou. Mas precisa brava. Na sala do Doutor Jack, pedindo explicações. — Como assim fizeram a inseminação artificial na pessoa errada? — gritou. — Eu sinto muito senhora! O erro foi meu — falou o enfermeiro se sentindo culpado. — Você sabe o quanto me custou conseguir aqueles espermatozóides? Estamos falando de Dante Marchesi, se ele souber que anda uma mulher grávida dela ele mata todos nós— falou ela, andando de um lugar para o outro. Após aquela discussão com Dante, ela decidiu não avançar com seu plano. Ela começou a entrar em pânico. — Quem é essa mulher? Encontrem ela para mim, já— gritou.Jay estava bem ao seu lado quando ela acordou. — Onde estou — perguntou ela a amiga, se sentando na cama. — No hospital, você desmaiou, de certeza que deve ser desnutrição, você está mal amiga, consigo ver seus ossos da costela. — Olha quem fala… se bem me lembro eu sempre fui magra. Nesse momento o médico entrou! Era um jovem de jaleco, usava óculos de grau era bem jeitoso. — Senhorita James? — perguntou o médico. — Sim! — respondeu ela. — É ela mesma, de certeza que está com desnutrição, não é Doutor— disse a Jay, esperando ter razão. O médico olhou para as duas e abandou a cabeça, Afirmando. — Vês, eu sabia, você precisa de alimentar direito. — A senhora precisa mesmo se alimentar direito, assim o bebê consegue desenvolver, vou fazer uma lista de alimentos que a senhora pode ingerir para uma gestação saudável, ainda bem que veio cedo assim conseguimos diagnosticar cedo e tratar a gestação e desnutrição. Elas olharam uma para outra, estavam confusa mas acharam graça.
Ricci pensou logo de quem seria esse filho, e rezava para que não fosse de quem estava pensando. — Não deixem ninguém sair, eu estou chegando. — sim Senhor— falou ele. Ricci desligou o telemóvel e pegou as chaves do carro. Sabia que Dante não deixaria Unirian viver, muito menos a criança. Ele tem um terror por família, detesta mais que todas as coisas. Pois nunca teve bons exemplos. No consultório, Liza olhava para Unirian que estava um caos por dentro, Jay estava esperando por ela na porta. — Preciso que você interrompa essa gravidez— falou ela, indo direto ao assunto. — O quê? — perguntou ela— você ficou louca? — Eu sei, posso pagar uma quantia bem alta, e tudo vai ficar por minha conta. — A senhora enlouqueceu? Eu não vou fazer um aborto, eu nem… eu juro que vou processar vocês. — Espera! Isso não pode sair daqui de jeito nenhum, o pai dessa criança não pode saber que ele existe, se não nós as duas estamos feitas. — Não quero saber, que vocês pensassem antes de
Unirian estava a entrar em pânico, andava de um lado para outro, chorava horrores, tinha apenas 22 anos, como tudo isso podia estar a acontecer tão rápido dessa forma. Em desespero, ela entrou no quarto da mãe. Fazia semanas que não entrava lá, sentiu aquele cheiro e suas lágrimas se intensificaram. Pegou os comprimidos que eram da mãe e tomou todos eles, esperando que assim o bebê e não só, fossem embora. Meia hora depois, o efeito já estava presente nela, sua visão estava nublada, seus passos não eram fixos. Ela tentava pedir ajuda, mas ninguém estava em casa, pois tinha se arrependido, mas já era tarde, ela rolou de escada a baixo. Ricci e mais dois homens chegaram na casa, olharam pela janela mais não conseguiam ver o que estava dentro. — Abram a porta! Se ela não estiver melhor, assim vamos pegar ela de surpresa e leva-lá. Minutos depois a porta já estava aberta, eles entraram sorrateiramente, mas tudo estava silêncio. Até que um dos homens tropeça em algo no chão. —
Rosto inocente, de olhos verdes e Loira, era o brinquedo perfeito para Dante Marchesi. Viu ela jogando a comida no chão, tentando abrir a porta com a faca e o garfo, mas depois de partir ela percebeu que era de plástico. — Merda— murmurou. Ela não tinha nada que pudesse pedir ajuda, a janela ficava muito longe do chão. Não podia correr o risco de se machucar, afinal já não era só ela. — Sei lá como te chamas — Dante não sei o quê, se estiveres a ouvir, preciso que me soltes, a tua mulher cometeu um erro, eu não quero esse filho muito menos a ti— gritou ela, esperando alguma resposta dele— Eu só quero voltar para casa e continuar a viver o Luto da minha mãe, me tira dessa quarto, eu posso continuar com a gravidez em minha casa, prometo que não volto a fazer nada contra mim, me tira daqui. Dante caminhou ao quarto, os dois homens que estavam na porta de vigia, abriram para que ele pudesse entrar. Ela se afastou ao ver a porta abrir. O mesmo homem de Suéter do hospital aparece
Unirian se soltou da mão dele. Os dois estavam parados na porta larga de vidro que dava acesso ao jardim, os empregados podiam sentir o clima pesado entre os dois. — Quem você pensa que é para me enterrar viva? Já não basta simplesmente ter me sequestrado um mês depois da morte da minha mãe — falou exalta. Todos os que ouviam ficaram surpresos. Ninguém grita com Dante Marchesi. As empregadas começaram a sussurrar alguma coisa. “Ela é doída?” “Parece não ter medo pela vida ” Ele olhou para eles que entenderam que precisam se retirar. Agarrou ela pelo braço e a puxou para si. — Estás a passar dos limites pianista— falou entre os dentes. Ela se soltou e se aproximou ainda mais. — Quero ver o que vai fazer— falou ela. Ela saiu pela porta que estava entreaberta. Ela caminhou até a saída que ficava 20 metros do portão principal da propriedade. — Onde você pensa que vai? — gritou ele. — Vou para casa, e ninguém vai me impedir— falou ela. — Volta aqui agora— Dante estav
— Isso não tem graça nenhuma— falou ela, levantou e olhou para Dante que arqueou as sobrancelhas para ela— Quero ir embora, você não ganha nada em me manter aqui. — Porquê quer tanto ir embora? Ninguém está lá fora à sua espera — falou ele. Unirian ficou calada, desviou o olhar irônico dele. — Nós vamos nos casar daqui 2 dias! — falou outra vez. Unirian engoliu seco. — E se eu não aceitar? Como disse! Ninguém está esperando por mim lá fora, estou sozinha tal como tu, rodeada de pessoas loucas— falou, encostando seu rosto bem próximo ao dele. — Ninguém mesmo? Exceto o idiota do seu namorado que te traiu e tem te traído ainda, sério que não tens mais ninguém para perder? — perguntou. — Do que estás a falar? — Melhor e única amiga ou melhor Jasmim Jason— falou, mostrando um vídeo dela a ser filmada em tempo real. — O que pensa que está fazendo? — perguntou assustada. — Agora assim, gosto mais de ti desse jeito pianista— falou ela. — Se você tocar nela, acabo c
Todos ficaram espantados, fazendo burburinho. Dante olhou para ela com as sobrancelhas arqueadas. Então ela terminou a sua frase. — Não… não me vejo sem esse homem na minha vida inteira— falou ela. — Então vamos declarar isso como um sim— falou o padre. Achando que ela fosse mesmo dizer não. Petrov e Ricci estavam rindo escondido de Dante, se antes ele tinha tudo sob controle, essa mulher o faria arrancar os cabelos. — eu vos declaro Marido e Mulher, pode beijar a noiva— falou o padre. Unirian tinha se esquecido dessa parte, seu sorriso de deboche logo se desfez. E o de Dante surgiu. — Nem pense nisso— sussurrou ela. — Sua amiga vai morrer aqui mesmo— retrucou ainda sussurrando. Dante a puxou para bem perto de sim, segurou em sua nuca, e uniu seus lábios em um beijo suave. Ambos sentiram um arrepio intenso, o coração de Unirian acelerou, e de Dante também. “Esse beijo, acho que não foi uma boa ideia” pensou ele. O beijo demorou mais que o esperado. Q
No decorrer da festa, os olhos de Dante não paravam de seguir sua esposa, que não roubou somente a sua atenção, mas de outros também. “Como se atrevem a olhar para o que é meu? Perderam a noção do perigo” murmurou. — O que tanto falas aí? — Ricci chegou perto dele. — Unirian está chamando mais atenção do que deveria— sussurrou — acho que é do vestido. — Não, não é— riu — Unirian é linda, e todos podem ver isso. — Têm olhos muito aguçados. — Estás com ciúmes de uma mulher que conheces há 15 dias? — Eu a conheci no dia da explosão, falando nisso, descobriu quem está com os Morales? — Não, eles estão se escondendo muito bem, a vista de todos, os Morales são os responsáveis, e quem sabe não quer falar. —Tudo bem, amanhã falamos disso hoje é o meu casamento— deu duas palmadas nas costas de Ricci. O amigo achou estranho, Dante nunca foi de deixar as coisas para depois, ele sempre foi um homem bastante imediatista quando se tratava de vingança contra seus inimigos e vendo el