Cezar estava empolgado para aquele almoço, finalmente ficaria frente a frente com sua doce e amada Cattleya, a mulher que quase o matou no quarto daquela casa, que lhe deu dois tiros no peito e o deixou para morrer. Hoje ele enfrentaria a mulher audaz que achou estar no controle. Ele passou anos a procura dela, só para mostrá-la que ele sempre poderia ter tudo que quisesse e ele a teria. Ele teria morrido se não houvesse fingido estar inconsciente depois do tiro, ela atiraria novamente se o visse de olhos abertos. Então ele esperou que ela saísse e conseguiu pegar o celular e ligar para o motorista. Pena que quando chegou ela já havia conseguido fugir, mas mesmo assim Cezar havia perdido muito sangue, ficou inconsciente, o tiro não pegou no coração por pouco, mas o deixou debilitado. Ele teve que passar uns tempos se recuperando para finalmente procurar sua doce Cattleya. Cezar jurou para si mesmo que um dia ainda a teria, que terminaria o que havia começado e que ela pagaria pelos
— Só me deixa falar, meu bem. — Ele falou colocando o dedo indicador nos lábios dela. — Eu não sei o que houve com você, e por quanto tempo te deixaram sozinha, não sei o quanto abusaram de você e da sua bela aparência e o quanto isso te machucou. Não é fácil ser uma mulher tão magnífica. Mas você é muito além disso, é especial e agora você me tem por inteiro, por completo e sem ressalvas! Eu estou aqui para você, estou aqui com cicatrizes e não mais feridas abertas, estou aqui com cada pedacinho meu colado novamente pelo teu amor. E eu irei fazer o mesmo. Irei juntar os seus cacos, colar seus pedaços, e fazer carinho em suas dores quantas vezes for necessário, porque eu amo você, Andy. Amo você, como nunca amei ninguém. Você me lembra a minha Cattleya, a Cattleya que cuidei por todos os dias, que admirei todas as tardes e que me prendeu tanto a atenção, você é a minha Cattleya, meu antídoto e eu nunca vou te deixar sozinha. Nunca. Mesmo que você queira, eu vou estar sempre aqui para
Pietro estava olhando através da janela, preocupado por Andy ter saído sem dar notícias daquele jeito e já faziam meia hora, ela não atendia ao telefone, não respondia suas mensagens e agora havia dado caixa de mensagem. O celular dele tocou e na mesma da hora sem nem olhar quem era ele atendeu.— Pietro Fischer falando. — Ele falou num tom sério. — Senhor Fischer, teria como se encaminhar ao Hospital Central de Boston (HCB), a Senhorita Andy Miller sofreu um acidente e o Senhor é o único na lista de chamada de emergência dela. — Estou indo para aí. — Pietro falou desligando o celular e se dirigindo para o hospital sem nem ao menos pensar duas vezes. Novamente, novamente a mesma chamada com nomes diferentes, ele deu um murro no volante. Não poderia perder ela também. Não poderia acontecer de novo, sempre dizem que o raio não cai duas vezes no mesmo lugar, será que agora cairia? Será que ele ficaria sem a única mulher que foi capaz de amar depois de D
— Achei vocês. — Pietro falou entrando no escritório e dando de cara com Andy e Cezar conversando. — Ah sim, eu estava passando e vi a Senhorita Miller, como ela é a assessora e não tivemos a chance de conversarmos, achei crucial termos pelo menos um pequeno diálogo. — Cezar sorriu virando-se para Pietro. — É, o Cezar estava me explicando algumas coisas à cerca do livro dele. — Andy forçou um sorriso gentil. — Mas, ele me disse que já estava indo, pois tinha um compromisso importante, é uma pena... — Andy o encarou. — Ah sim claro. Vou sim. Mas fico feliz porque ainda vamos nos reencontrar outras vezes. — Cezar a encarou por um momento e sorriu. — Senhor Fischer, obrigado mais uma vez pela bela parceira. O Senhor é um homem magnífico. — Cezar falou cumprimentando Pietro. — Que é isso! Me chame de Pietro. Eu quem agradeço por termos sido escolhidos. — Pietro sorriu. O homem assentiu e saiu da sala, Andy respirou fundo engolindo em seco a vontade de surtar. Pietro s
— Eu… — Ela tentou argumentar quando foi interrompida. — Ahhh, minha doce Cattleya, não se precipite na sua decisão. Você tem uma semana para decidir e vir comigo para a nossa amada Rússia. Muita coisa mudou por lá durante esses anos, mas continua amável! Eu vou esperar pelo seu contato, uma semana e nada mais, contando de hoje, para resolver tudo e voltarmos para casa. E para o caso de você tentar novamente me matar, tenho provas relevantes sobre seu passado num lugar seguro e acho que a polícia quando achar vai ter um material notável. Vamos pedir o nosso almoço? — Ele falou dando uma olhada no cardápio novamente.— Perdi o apetite. — Ela abriu um sorriso sarcástico e se levantou da mesa indo em direção à porta de saída. Andy não sabia para onde ir, o coração estava acelerado e a visão embaçada pelas lágrimas a levaram direto para a frente do mar. Ela se sentou na areia colocou a cabeça entre as pernas e chorou, chorou de soluçar, seu corpo tremia com aquela conver
— Sei que vai. — Pietro sabia que ela estava mentindo, mas não a pressionaria mais, sabia que isso não iria funcionar. Algo estava completamente errado e ele descobriria. — Deveria ter ficado em casa e descansado, está com uma cara péssima. Comeu alguma coisa? — Ela falou preocupada. — Não vou te dizer que essa frase serve para você também. Tomei café, e você, comeu alguma coisa? — Ele falou sentindo o clima estranhamente pesado entre eles. — Não estou com fome. Estou meio enjoada. — Ela disse automaticamente. — Tem que ir ao médico, tenho notado que anda sempre sem fome e enjoada ultimamente, no dia do acidente o médico não lhe disse nada? — Ele perguntou curioso, ela não estava bem. — Ele disse que estava tudo normal, apenas esgotamento físico e susto com a batida. Apenas isso. Ando meio cansada. — Ela disse tentando contornar a situação. Aquele não era o momento para explicações. — Acho que é a rotina. Normal. Daqui a pouco passa e estou revigorada novamente. — Tudo bem então
Andy andou de um lado para o outro na sala do apartamento, faltavam apenas três dias para a semana que havia sido proposta por Cezar acabar e ela ainda não havia tido coragem para conversar com Pietro. Naquele dia ela não havia ido trabalhar, havia acordado enjoada e com dor de cabeça. A tarde passou como num piscar de olhos deixando Andy a cada minuto mais ansiosa, o coração doía com a decisão que teria que tomar, não poderia deixar as coisas para última hora então tinha aproveitado o dia para arrumar as malas, deixar tudo em ordem em sua casa. Seus olhos estavam inchados, seus cabelos estavam presos num coque bagunçado que não havia sido penteado pelo dia todo. Andy admirou todo o ambiente que foi seu lar por tanto tempo, observou os lugares que antes eram das suas coisas, ela se sentou no chão de seu closet agora vazio. Se iria terminar com Pietro teria que sair de seu apartamento, pois ele a procuraria. Já era noite quando Andy decidiu que precisava ir até a empre
Para Pietro tudo parecera ter saído de órbita ao ver o rosto de Andy pela última vez quando o elevador se fechou, ele havia escutado ela dizer que o amava. Então por que estava fazendo isso? O que estava acontecendo de tão errado que ela havia fugido como um animal assustado para longe de sua proteção?— O que aconteceu? — Drake perguntou se aproximando do amigo ao vê-lo com o rosto molhado em lágrimas ainda em frente ao elevador.— Ela me deixou Drake. — Foi tudo que Pietro conseguiu falar, nada parecia fazer sentido.— Como? — Drake falou sem entender o que realmente acontecera.— Andy. Ela foi embora, me deixou, tem algo muito errado acontecendo. — Pietro falou antes de descer pelas escadas, ele iria atrás dela e não a deixaria ir! Não era justo.*** Andy parou o carro no estacionamento e subiu, ao entrar em seu apartamento fechou a porta com toda força atrás de si se deixando cair no chão, às lágrimas vieram com força, os soluços logo tomaram conta de sua garganta,