— Sei que vai. — Pietro sabia que ela estava mentindo, mas não a pressionaria mais, sabia que isso não iria funcionar. Algo estava completamente errado e ele descobriria. — Deveria ter ficado em casa e descansado, está com uma cara péssima. Comeu alguma coisa? — Ela falou preocupada. — Não vou te dizer que essa frase serve para você também. Tomei café, e você, comeu alguma coisa? — Ele falou sentindo o clima estranhamente pesado entre eles. — Não estou com fome. Estou meio enjoada. — Ela disse automaticamente. — Tem que ir ao médico, tenho notado que anda sempre sem fome e enjoada ultimamente, no dia do acidente o médico não lhe disse nada? — Ele perguntou curioso, ela não estava bem. — Ele disse que estava tudo normal, apenas esgotamento físico e susto com a batida. Apenas isso. Ando meio cansada. — Ela disse tentando contornar a situação. Aquele não era o momento para explicações. — Acho que é a rotina. Normal. Daqui a pouco passa e estou revigorada novamente. — Tudo bem então
Andy andou de um lado para o outro na sala do apartamento, faltavam apenas três dias para a semana que havia sido proposta por Cezar acabar e ela ainda não havia tido coragem para conversar com Pietro. Naquele dia ela não havia ido trabalhar, havia acordado enjoada e com dor de cabeça. A tarde passou como num piscar de olhos deixando Andy a cada minuto mais ansiosa, o coração doía com a decisão que teria que tomar, não poderia deixar as coisas para última hora então tinha aproveitado o dia para arrumar as malas, deixar tudo em ordem em sua casa. Seus olhos estavam inchados, seus cabelos estavam presos num coque bagunçado que não havia sido penteado pelo dia todo. Andy admirou todo o ambiente que foi seu lar por tanto tempo, observou os lugares que antes eram das suas coisas, ela se sentou no chão de seu closet agora vazio. Se iria terminar com Pietro teria que sair de seu apartamento, pois ele a procuraria. Já era noite quando Andy decidiu que precisava ir até a empre
Para Pietro tudo parecera ter saído de órbita ao ver o rosto de Andy pela última vez quando o elevador se fechou, ele havia escutado ela dizer que o amava. Então por que estava fazendo isso? O que estava acontecendo de tão errado que ela havia fugido como um animal assustado para longe de sua proteção?— O que aconteceu? — Drake perguntou se aproximando do amigo ao vê-lo com o rosto molhado em lágrimas ainda em frente ao elevador.— Ela me deixou Drake. — Foi tudo que Pietro conseguiu falar, nada parecia fazer sentido.— Como? — Drake falou sem entender o que realmente acontecera.— Andy. Ela foi embora, me deixou, tem algo muito errado acontecendo. — Pietro falou antes de descer pelas escadas, ele iria atrás dela e não a deixaria ir! Não era justo.*** Andy parou o carro no estacionamento e subiu, ao entrar em seu apartamento fechou a porta com toda força atrás de si se deixando cair no chão, às lágrimas vieram com força, os soluços logo tomaram conta de sua garganta,
Cattleya se sentou e apertou os cintos, suas mãos tremiam ao ponto em que o avião decolava. Cezar estava sentado na poltrona a sua frente resolvendo alguma coisa no computador. Ela olhou perdida pela janela, a cidade ficando cada vez mais distante, o estado agora não parecia ser nada de lá de cima, sua vida parecia não ter sido nada de lá de cima quando tudo lá embaixo eram apenas pontos. Ela suspirou, sentiu que sua alma havia ficado lá embaixo, passou discretamente a mão pela sua barriga, ainda havia uma pequena alma descansando ali com ela, não havia perdido tudo, não havia deixado tudo para trás. Havia levado algo consigo, e isso seria a sua esperança, a chama que a manteria viva e lutando até o último segundo. A mulher fechou os olhos quando o avião passou acima das nuvens, deixou que seu coração a guiasse para um lugar longe dali... Um lugar onde sua família ainda existia, ela apertou os olhos e balançou a cabeça negativamente, nada disso existia mais, Andy não existia mais. Cat
Às vezes a vida costuma nos pregar peças, em um momento está tudo caindo em nossas cabeças e então do nada as coisas retornam ao seu lugar. E então; quando pensamos que está tudo bem e que dá para continuar, é como se um grande prédio estivesse caindo por cima de nosso corpo e quebrando todos os nossos músculos da forma mais brutal possível. É engraçado como a vida tem suas formas de brincar com a gente, de mostrar que nunca vamos estar no controle de nada, e que nunca vai ser como parece. Quantas e quantas vezes eu me perguntei o que seria o amor? E eu obtive resposta, eu o senti. Mas daí arrancaram de mim como um monstro arranca os sonhos de uma criança e torna-os pesadelos. Aprendi algo muito importante: sempre que algo de bom acontece, um resquício de esperança fica! É como se uma chama ainda ficasse acesa, como se algo não tivesse apagado no fundo de nossa alma e sempre vamos levar um pouco do que sentimos conosco mesmo que para o fundo do poço.
— Aí nossa, minha menina não para quieta. — Cattleya colocou a mão na barriga e se apoiou no balcão. — Eu só preciso de um pequeno favor. — Cattleya deu de ombros encarando Aksana e fingindo uma expressão de dor. — Pode falar Senhorita Mozorov também estou aqui para lhe servir. — A moça a encarou preocupada com a expressão de dor que a mulher carregava no rosto. — Está doendo? Por que não senta um pouco? — Não, está tudo bem. Quero aprender o café para meu marido, ser agradável. Mas; estou com um pouco de dor, poderia pegar um pouco de água na geladeira para mim? Ela não para quieta prefiro não me movimentar muito. — Cattleya falou apontando para a barriga e sorrindo. — Ah claro, pego sim. — A mulher deu de ombros indo até a geladeira e ficando de costas para pegar o copo d’água. — Ah sim, aproveita e pega uma fruta qualquer, minha boca está seca. Acho que ela está agitada hoje. — Cattleya falou enquanto tirava do bolso um líquido e colocava na bebida de Cezar, voltando a colocar
Ela nunca tinha entrado naquela sala antes, na verdade somente tinha ficado da porta uma vez. O lugar era bem organizado; ele não tinha muito mau gosto, não havia janelas apenas uma seteira bem perto do teto para entrar ar, era precaução, Cezar tinha muitos inimigos. Enquanto Leon tentava abrir o cofre, Cattleya abriu as gavetas olhando todas as documentações que tinha ali, ligou o computador e abriu os arquivos e para a sua surpresa não era só dela que ele tinha arquivos incriminátorios, dos seus parceiros também. Cezar era um homem bem influente no ramo em que trabalhava e guardava sempre segredos sobre isso, mas não era com métodos limpos! Ela copiou os arquivos e os colocou num pen drive, estava preparada. Leon finalmente conseguiu abrir o cofre em uma hora, ela pegou os papéis que continha toda a sua documentação, fotos da apostila dela do tempo em que trabalhava no Shine, fotos dela com alguns clientes. Ele a vigiava a todo tempo. Ela pegou todos os papéis que e
Cattleya acordou animada, tomou um banho, fez um coque desgrenhado no cabelo e colocou o moletom de sempre. Aquele era o dia de Aksana fazer compras, mas antes ela estava preparando o café de Cezar. Cattleya se aproximou da bancada com um enorme sorriso no rosto. — Bom dia, Aksana. — Ela falou se referindo a mulher. — Bom Dia, Senhorita Mozorov. — A mulher retribuiu o sorriso. — Aksana, eu estava pensando, hoje eu quero levar a bandeja para meu marido. — Cattleya falou com uma expressão pensativa. — Senhorita… Você sabe que ele não… — A mulher tentou se explicar. — Tenha calma, Aksana. Eu sei, mas é aquilo que conversamos. Quero cuidar dele, ele precisa de mim agora. E hoje; eu acordei com tanta vontade de surpreendê-lo. — Cattleya abriu um sorriso “apaixonado” — Senhorita… — Aksana falou pensativa. — Por favor Aksana, você tá cheia de coisas para fazer, que mal tem em levar um café? Será rápido, eu tenho certeza que ele ficará feliz. — Cattleya deu de ombros olhando para a ban