Pietro abriu a porta da sala e deu espaço para que Andy entrasse, ela entrou ainda meio sem jeito analisando a beleza do ambiente. — Fica à vontade. — Pietro falou sorrindo e se direcionou a cozinha a americana. — Vou preparar algo para nós comermos. — Sua casa é muito bonita. — Andy falou se sentando no banco do balcão americano. — Então, onde aprendeu a cozinhar? — Ela o encarou enquanto ele procurava por algo na geladeira. — Minha família toda cozinhava, no caso, minha mãe cozinhava em casa de família, minha avó trabalhava para um restaurante. Ganhávamos muito pouco então para aumentar os lucros, eu a ajudava nos finais de semana preparando os pratos... Quando finalmente minha mãe podia ficar comigo eu tentava a impressionar mostrando a ela as receitas novas que aprendi com minha vó. — Ele falou empolgado enquanto catava algumas coisas na geladeira. — Você já comeu fricassé? — Ele a encarou por um momento. — Ainda não. — Andy retribuiu o olhar carinhoso. — Você vai adorar!
Andy terminou o banho e saiu enrolada na toalha, ela queria provocá-lo e não podia negar isso. Ele a olhou de cima a baixo tentando se controlar, por fim desviou o olhar jogando um blusão e uma calcinha boxe em cima da cama. — Ah meu bem, que sacanagem. — Ele foi em direção ao banheiro, mas parou no meio do caminho ficando exatamente atrás dela e falando em seu ouvido, depois retornou ao seu trajeto. Andy abriu um sorriso maligno, vestiu “sua” roupa e deitou na cama. Ela estava perdida em pensamentos quando Pietro saiu do banheiro, enrolado da cintura para baixo na toalha mostrando todo seu volume, seu peitoral e cabelos encharcados... Ela o olhou de baixo para cima e respirou fundo desviando o olhar. Ele se vestiu e deitou do outro lado da cama se enrolando no mesmo lençol que ela. — Boa noite, meu bem. — Ele falou se virando para o outro lado. — Boa noite. — Ela respondeu virando para o lado oposto e se ajeitando na cama. Os dois estavam deitados de costas um par
Ela caiu na cama de bruços, ele caiu ao seu lado, às respirações ofegantes, os corpos suados. Ele a encarou por um momento, ali deitada de olhos fechados, buscando por uma respiração equilibrada... “Que mulher linda.” Pensou. — Toma um banho comigo? — Ele perguntou a interrompendo de seus devaneios. — Claro. — Ela falou abrindo os olhos e o encarando. Ele levantou e a ajudou a se levantar, os dois foram para o banheiro. Entraram no boxe e ligaram o chuveiro se colocando debaixo e deixando a água cair sobre os dois. Ela não se importou em molhar os cabelos tarde da noite, aquele momento pareceu parar diante dos olhos dos dois. Ele a abraçou e ela encostou a cabeça em seu peito ainda debaixo d'água, então ele massageou suas costas, ela o segurou firme pelo pescoço, beijando-o suavemente. Ele passou sabonete em seu corpo e depois no dela, banhando-a com todo carinho possível, não houve falas, não precisava, houve sentimentos; emoções e conexão, houve tudo, menos fala.
— Me deixe ser esse homem... — Ele levantou o rosto dela forçando-a suavemente a olhar em seus olhos. — Me deixe ser o seu homem, eu quero aprender com você porque eu também não sei. A Débora parecia me amar, e eu queria dar o mundo a ela, mas ela não me queria, ela só queria esse mundo. Então me deixa aprender com você, me deixa desfazer a imagem que eu tenho sobre o sentimento em relação às mulheres. Também nunca conheci uma mulher que olhasse para mim além do meu dinheiro, mas para você parece ser só detalhe. Deixa-me ser esse homem para você, Andy. Seus olhos são lindos, diferentes, e capazes de enfeitiçar qualquer um, mas não estou enfeitiçado por eles, e sim pelo que tem por trás deles, por tudo que eles escondem e que sua alma grita para que ache alguém digno de revelar, por você, eu estou loucamente apaixonado pela sua alma, claro, você fode pra CARALHO, mas; isso é só um detalhe. — Ele abriu um sorriso descarado, enquanto acariciava o rosto dela, perdido nas palavras dele. — P
Pietro e Andy continuaram conversando sobre questões da empresa pelo resto da manhã e saíram para almoçar juntos passando pelo rabo de olho de Débora. Pela tarde, Pietro retornou ao hospital e Andy para a empresa, à noite voltaram a se encontrar na casa de Pietro, jantaram juntos e pelo resto da noite marcaram as visitas com os buffets. Por fim; o dia de desenhos foi marcado para a quinta-feira que Ally teria alta. Tudo foi preparado e decidido nos últimos detalhes, o Buffet foi escolhido a dedo para que não houvesse nada fora do cardápio da dieta de Ally, nem mesmo um pequeno ingrediente surpresa. No dia marcado, seguiram para o Santa luz para buscar a pequenina que já os esperava ansiosamente, ela usava um vestido florido; sapatilha e uma máscara bucal por causa das bactérias ambientes fora do quarto, Andy e Pietro optaram por usar a máscara também e a menina ficou encantada por não ser a única diferente ali. Pietro estacionou o carro e ajudou a pequena Ally a des
Pietro se calou; aquelas palavras penetraram seu coração, todas aquelas palavras se encaixavam perfeitamente… Ele se perguntou o porquê de não ter conhecido aquela mulher antes! Ele suspirou, os dois continuaram ali sentindo o silêncio do ambiente; perdidos em pensamentos, o sentimento sempre falava por eles. Andy estava quase cochilando quando sentiu algo tocar seu ombro por trás. — Oi… — Ela se virou vendo Ally parada às suas costas. — Vocês podem dormir comigo? — A menina sussurrou completamente sonolenta. — Claro. — Andy sorriu e assentiu, acordando Pietro delicadamente. Andy aninhou Ally no meio da cama, deixando-a entre ela e Pietro. Os dois a envolveram num abraço aconchegante e ficaram ali fazendo-lhe cafuné. — Eu queria tanto ter uma família. — Ally falou oscilando entre o sono e a realidade. — Mas agora sei por que não tive, não seriam vocês… Eu queria tanto que vocês fossem meus papais. — Ela bocejou por fim. — Nós adoraríamos se
“— Cattleya, você vai voltar querendo ou não. — Lorenzo gritou com a menina. — Você não vai tirar suas roupas dessa casa, está louca? — Eu não vou ficar mais aqui, Lorenzo, ache outra pessoa para ser sua mercadoria. — Ela cuspiu as palavras na cara do pai, como queria ter feito desde a primeira vez que compareceu a um evento. — Não fale assim comigo menina, quem você pensa que é? Pensa que se manda? Pensa que só porque fez dezoito anos consegue se virar sozinha? Você nunca vai ser nada sem mim. — Ele falou acertando um tapa no rosto da menina. — Ótimo… Nunca mais lave as mãos. — Ela sorriu. — Porque essa é a última vez que você toca ou vê o meu rosto. — Cattleya se virou para ir embora. — Você é muito tola mesmo, saia dessa casa. Pode ir. Vá para o outro lado do mundo não importa. Eu vou fazer as coisas virarem ao meu favor, eu vou achar você e vou lhe trazer de volta... Cattleya tremia de frio, de pânico, quando o carro da amiga parou na estrada e a porta do banco do passage
Andy estava olhando pela janela perdida em seus pensamentos, a chuva caía lá fora, o céu estava completamente nublado, Pietro se aproximou a abraçando por trás. — O que tanto te aflige? — Ele sussurrou no ouvido dela. — Não é nada, meu amor. — Andy abriu um sorriso falso. — Quando vai perceber que não precisa mentir para mim? — Ele disse dando-lhe um beijo no pescoço. — Eu… — Ela respirou fundo segurando as lágrimas quando ele a envolveu mais forte. — Minha flor... —Ele a virou para si. — Eu não posso. — Andy colocou a cabeça no peito dele deixando que as lágrimas viessem involuntariamente. Pietro a abraçou o mais forte que podia, ele não entendia o que estava acontecendo mas vê-la ali tão vulnerável, frágil e sem deixá-lo sequer ajudar estava partindo seu coração em inúmeros e pequenos pedaços. — Meu amor, confia em mim. Me deixa te ajudar. — Pietro falou depositando rápidos beijinhos no rosto dela. — Você já está me ajudando muito. Esquece esse assun