Pietro e Andy se retirou da sala e foram para a sala de espera. — Obrigado por estar aqui. — Pietro falou sentando ao lado de Andy e a encarando por um momento. — Tudo bem, ela é encantadora. — Andy sorriu o olhando nos olhos. — Ela é sim. — Ele sorriu e começou a desfrutar do café da manhã. — Sobre aquele assunto mais cedo… — Andy relutou em falar, mas prosseguiu. — Como você chegou até o orfanato da Ally? — Quando eu perdi minha família eu acreditei que havia perdido tudo, então passei a fazer trabalho voluntário para reencontrar o sentido da vida novamente. — Ele estava perdido em pensamentos. — Nos conectamos imediatamente como eu havia dito antes, ela parecia muito com a Clara no jeitinho de ser. — Clara é um nome muito bonito. — Andy sorriu. — Sim. Foi eu quem escolhi, a Débora minha esposa não concordou. Dizia que era nome de pobre, mas com o tempo acabou aceitando. — Ele falou dando um gole em seu café. — E como era a sua esposa? Vocês eram muito felizes? — Andy
Andy largou a bolsa no sofá e foi tirando a roupa no caminho até o banheiro e se perdeu em pensamentos enquanto deixava a água morna limpar seu corpo. Sua mente buscava por Pietro; ela queria ter ficado ao dele, queria tê-lo acalmado quando necessário, mas não podia! Pietro não parecia ser como todos os outros homens poderosos que ela conhecia, ele parecia ser tão diferente. Aquele homem havia usado uma experiência completamente ruim em sua vida para mudar a vida de outro alguém, aquele homem era incrível e isso a deixava completamente assustada, pois no fundo, ela sabia que o queria de todas as maneiras, tanto na cama quando na vida. Por que não se permitir? Ele não parecia ser o tipo de homem que a machucaria… “Usar para não ser usada.” “Ele é um dos homens poderosos Andy, eu não quero que você se machuque.” A voz da amiga ecoou em sua mente! Andy sentiu as lágrimas queimarem seu rosto se misturando a água que caía sobre ela. Quando terminou comeu alguns pães integr
Andy havia saído da empresa ás nove e assim que chegou em casa ligou para Pietro a fim de retirar toda a preocupação de sua cabeça. Quando desligou o telefone estava aliviada, então tomou um banho, comeu alguma coisa e se deitou para dormir. Desejava intensamente escrever, mas o corpo reclamava todo o cansaço do dia anterior, um filme se passou em sua cabeça; ela e Pietro num escritório de um desconhecido, arrepios subiram por toda a sua nuca, aquele homem lhe surpreendia. Um Pietro sexy e um Pietro vulnerável, quantas faces ele tinha? Andy pegou no sono. “Talvez, eu não tenha estado ali. Talvez só o meu corpo tivesse presenciado todo aquele furacão. Talvez minha mente tenha vagado distante por estradas vazia a espera de uma solução. É incrível, como o ser humano pode anestesiar-se em situações desesperadoras, e ainda há quem diga que não é possível conviver com a dor! Eu sou capaz de dizer que sim, que é possível viver mesmo quando tudo parece desaparecer ao seu redor, e eu sei que
Andy acordou cedo, havia pegado no sono sem nem ao menos notar… Se sentia revigorada, sem nenhum resquício de cansaço! Ela levantou e tomou um banho quente e relaxante colocando um vestido rosa florido com uma sapatilha preta de flores, prendeu o cabelo num rabo de cavalo frouxo, passou um rímel e um batom rosinha, pegou uma bolsa preta pequena de lado e saiu de casa. Eram apenas oito da manhã, ela precisava encontrar um brinquedo para presentear Ally, mas não sabia qual era o seu gosto… Ela entrou em quase todas as lojas de brinquedo de Boston em busca de algo que pudesse chamar sua atenção, mas não encontrou, estava frustrada, quando indo para a última loja que visitaria passou em frente a uma joalheria e avistou uma pequena gargantilha. Um cordãozinho de ouro com uma bonequinha pendurada. Ela namorou a pequena gargantilha por alguns segundos acabando por entrar e comprar! Depois de embrulhar o pequeno presente, Andy entrou no carro e seguiu para uma panificadora, p
Andy e Pietro passaram todo o dia com Allyce, brincaram, riram e fizeram a menina feliz mesmo na cama de um hospital. No final da tarde, a menina começou com os primeiros exames com os dois sempre ao seu lado, eletrocardiograma, hemograma, urina e fezes. Terminaram já à noite com a garotinha extremamente cansada. — O que acha da Andy ler para mim hoje? — A menina falou num tom baixo e fraco. — Ah vai ser um prazer! — Andy abriu um largo sorriso. Pietro sorriu entregando um livro infantil para Andy que logo recusou. — Que tal fazermos diferente? — Ela falou num tom baixo e tranquilo deixando os dois curiosos. — O quê? — A menina sussurrou tomada pelo cansaço. — Vou lhe contar uma história que minha mãe me contou quando eu era pequenina. — Tá. — A menina sorriu e se acomodou pronta para ouvir. — Era uma vez… — Andy começou. — Uma doce menina chamada Alexia, ela tinha o poder de pegar coisas muito pesadas, e as pessoas lhe diziam que ela havia nascido defeit
Pietro abriu a porta da sala e deu espaço para que Andy entrasse, ela entrou ainda meio sem jeito analisando a beleza do ambiente. — Fica à vontade. — Pietro falou sorrindo e se direcionou a cozinha a americana. — Vou preparar algo para nós comermos. — Sua casa é muito bonita. — Andy falou se sentando no banco do balcão americano. — Então, onde aprendeu a cozinhar? — Ela o encarou enquanto ele procurava por algo na geladeira. — Minha família toda cozinhava, no caso, minha mãe cozinhava em casa de família, minha avó trabalhava para um restaurante. Ganhávamos muito pouco então para aumentar os lucros, eu a ajudava nos finais de semana preparando os pratos... Quando finalmente minha mãe podia ficar comigo eu tentava a impressionar mostrando a ela as receitas novas que aprendi com minha vó. — Ele falou empolgado enquanto catava algumas coisas na geladeira. — Você já comeu fricassé? — Ele a encarou por um momento. — Ainda não. — Andy retribuiu o olhar carinhoso. — Você vai adorar!
Andy terminou o banho e saiu enrolada na toalha, ela queria provocá-lo e não podia negar isso. Ele a olhou de cima a baixo tentando se controlar, por fim desviou o olhar jogando um blusão e uma calcinha boxe em cima da cama. — Ah meu bem, que sacanagem. — Ele foi em direção ao banheiro, mas parou no meio do caminho ficando exatamente atrás dela e falando em seu ouvido, depois retornou ao seu trajeto. Andy abriu um sorriso maligno, vestiu “sua” roupa e deitou na cama. Ela estava perdida em pensamentos quando Pietro saiu do banheiro, enrolado da cintura para baixo na toalha mostrando todo seu volume, seu peitoral e cabelos encharcados... Ela o olhou de baixo para cima e respirou fundo desviando o olhar. Ele se vestiu e deitou do outro lado da cama se enrolando no mesmo lençol que ela. — Boa noite, meu bem. — Ele falou se virando para o outro lado. — Boa noite. — Ela respondeu virando para o lado oposto e se ajeitando na cama. Os dois estavam deitados de costas um par
Ela caiu na cama de bruços, ele caiu ao seu lado, às respirações ofegantes, os corpos suados. Ele a encarou por um momento, ali deitada de olhos fechados, buscando por uma respiração equilibrada... “Que mulher linda.” Pensou. — Toma um banho comigo? — Ele perguntou a interrompendo de seus devaneios. — Claro. — Ela falou abrindo os olhos e o encarando. Ele levantou e a ajudou a se levantar, os dois foram para o banheiro. Entraram no boxe e ligaram o chuveiro se colocando debaixo e deixando a água cair sobre os dois. Ela não se importou em molhar os cabelos tarde da noite, aquele momento pareceu parar diante dos olhos dos dois. Ele a abraçou e ela encostou a cabeça em seu peito ainda debaixo d'água, então ele massageou suas costas, ela o segurou firme pelo pescoço, beijando-o suavemente. Ele passou sabonete em seu corpo e depois no dela, banhando-a com todo carinho possível, não houve falas, não precisava, houve sentimentos; emoções e conexão, houve tudo, menos fala.