O dia de sábado amanheceu gelado e ventoso. Coloquei bastante roupa para não passar frio. Lorraine passou na minha casa e assim que chegamos ao ponto de encontro, Nicolas já estava nos esperando.
- Pensei que pudessem desistir por causa do frio. – ele disse.
- Claro que não. Se é para sair somos parceiras. – disse Lorraine. – Ainda mais com uma companhia como você. Além de querido e simpático ainda paga todas as despesas.
- Você é abusada. – ele riu. – Mas acho que isso é de família. Você leva meu dinheiro e sua prima minha paciência.
Ele abriu a porta do táxi para mim e eu entrei no banco de trás. Quando ele foi passar para o banco da frente, ao lado do motorista, Lorraine já estava lá. Ele sentou ao meu lado e ela virou para trás, piscando:
- Deita no ombro dele, Juliet, como você fez
- Nicolas, você está ficando muito convencido... E prepotente.Ele foi subindo os dedos vagarosamente e passou a alisar minha perna até chegar ao meu joelho. Óbvio que ele via minha pele arrepiada. Retirei meu corpo da parede e ele me puxou pelas pernas, me fazendo sentar na beirada da cama, com as pernas ao redor dele. Ficamos nos olhando e eu senti meu coração bater tão forte que quase achei que iria morrer. Ele alisou meu rosto, e eu senti seus dedos quentes. Passei meus braços em torno do seu pescoço e senti ele me enlaçar com os dele. Desci minhas mãos pelas costas nuas, que pegavam fogo como eu. Ele escorou a cabeça no meu peito e senti sua respiração quente.- O que eu causo em você, Juliet? – ele perguntou sem me olhar.Alisei seus cabelos finos, com seu rosto ainda escondido entre meu corpo e disse:- Você molha minha calcinha... &nd
E o sábado finalmente chegou, depois de parecer ter 95878 dias entre a última vez que falei com Nicolas e a chegada do final de semana.Peguei um vestido verde e olhei indecisa... Nicolas havia pedido para eu não ir de vestido. E eu não pretendia beber para ele me carregar. O vexame da última vez na casa dele havia sido suficiente. Olhei para uma calça jeans clara. Vai calça. Um salto e uma camisa rendada com uma bela maquiagem. Lorraine passou na minha casa e fomos juntas. Encontramos minhas amigas na fila do Manhattan. Montanha não estava de bom humor naquele dia. Fez nós mostrarmos os documentos de identidade e revistou nossas bolsas. Engraçado é que não podia entrar armado ou com faca, mas drogas passavam.Eu era louca, mas nunca me passou pela cabeça usar drogas. E por isso me doía quando minha mãe dizia que eu poderia ser como meu pai. Eu bebia para relaxar, s
Sim, eu literalmente perdi o controle. A peguei sem me importar com nada. Deixei Val e todo mundo sem entender. Mas eu não podia deixá-la fazer nada que pudesse se arrepender depois.A intenção foi sim pagar para ver a reação dela. Mas eu não lembrei do quanto ela era impulsiva e intensa. Então foi um risco que eu corri. E agora não podia deixar tudo dar errado por minha culpa.Ela não reclamou. Ficou ali, deitada no meu ombro, com a cabeça para baixo como se nada estivesse acontecendo. Eu sabia que ela estava bêbada porque havia contado exatamente cada copo que ela tomou. E me senti um pouco mal se eu fui o causador da bebedeira dela. Mas ao mesmo tempo ela merecia sofrer um pouco. Só um pouco, não muito. O problema é que ela era Juliet... Sempre dava a volta por cima e não deixava nada acabar com ela. Ela sempre queria se mostrar forte perante os outros, por
Quando cheguei na aula segunda-feira Alissa e Val já estavam sentadas em dupla. Dani não havia chegado. Apesar do ocorrido, eu estava tranquila. Não havia quebrado o pacto. Eu estava gostando de Nicolas (muito), mas não havia tido nada com ele... Até agora.- E então, recuperada da bebedeira? – perguntou Alissa.- Sempre.- E Nicolas? – perguntou Val.- Eu não sei. Deve estar bem. Não falei mais com ele. Aliás, devo agradecer por ele ter sido tão gentil comigo. – tentei.- Até demais. – disse Val.- Está com ciúme, Val? – perguntei curiosa.- Não sei... E você, está gostando dele?- Eu? Mas é claro que não... – falei sem ter certeza se fui convincente. Parecia que estava escrito na minha cara que eu estava gostando por ele.- Não vão se estranhar po
Eu fiquei muda e Lorraine começou a rir, dizendo:- Eu vou pegar algo para comer. Alguém quer?- Coca-cola. – eu disse ainda perplexa.- Não dê Coca-cola para ela. – disse Nicolas. – Faz mal.- Ela gosta de tudo que faz mal... E já que você vai pegar a prostituta, o refrigerante é o de menos, amigo.Ela saiu deixando a fumaça mal cheirosa, que tentei espalhar com minhas mãos, fazendo careta:- Perdoe os maus modos de todos nesta casa. – eu disse.Ele se virou e sentou ao meu lado.- Achei que ainda estivesse bêbada. Não foi sequer capaz de me ligar para agradecer por eu ter salvado você.- Não me salvou... E sabe muito bem disto.- Ainda quer ficar com Pedro?- Nick... Eu preciso lhe contar uma coisa.Ele me olhou. Estávamos tão próximos. Nossos corpos se encostavam, um
E então eu abri mão de ir ao Manhattan naquela noite para ficar com minha família. E foi uma decisão unicamente minha. Se eu me arrependi? Não.Mas também não fui capaz de pedir desculpas a Otto por tudo que eu fiz. Ou sequer agradecer por ele sempre estar ali conosco. Eu era péssima em pedir desculpas. Mais ainda em admitir meus erros. Mas o que importa era o que eu sentia naquele momento: gratidão e amor, por minha família... Do jeito que ela era.Na segunda-feira, quando cheguei na escola, antes de entrar na sala encontrei Alissa e Val no corredor.- Por que você não foi? – perguntou Alissa. – Ficou de castigo? O que houve?Dani chegou atrás de mim e me abraçou por trás, me dando um beijo. Coloquei a mão sobre o braço dela.- Não, eu não estava de castigo. – falei. – Decidi pass
Esperei pela ligação de Nicolas naquela noite, mas não aconteceu. Nem na terça. Na quarta eu já estava completamente impaciente. Havia tomado banho e estava pronta para dormir olhando para o telefone. Passava das onze horas. Pensei em ligar, mas já era tarde.Fechei meus olhos, inquieta. Droga, eu precisava ouvir a voz dele ou morreria. Então peguei o celular. Mas quando fui apertar o botão, ele ligou. Fiquei olhando, atônita. Será que ele também estava sentindo o mesmo que eu?- Oi, Nick.Houve um silêncio que pareceu uma eternidade da parte dele. Ouvia somente a sua respiração. Perguntei:- Nick, você está aí?- Sempre.- Por que não fala comigo?- Por que você não fala comigo? Por que não me liga?- Eu... Confesso que estava com o telefone na mão para ligar.- Sim, mas n
Assim que chegamos na porta de entrada, ele me largou. E foi como se eu ficasse completamente sozinha com ele longe do meu corpo. Pegamos nossas comandas e adentramos no Lounge 191.A primeira coisa que fiz foi procurar por todos os lugares para ter certeza se nenhuma das minhas amigas estava ali. Eu não estava fazendo nada escondida, mas ao mesmo tempo não queria ninguém conhecido naquela noite. Não queria ter que dividir a atenção de Nicolas.Achei que estávamos brigados depois da última ligação. Mas então ele chegou hoje como se nada tivesse acontecido. Ou aquele abraço de recepção o fez me perdoar. Espera aí... Perdoar por que mesmo? Eu não precisava de perdão. Tinha que colocar na minha cabeça que eu e Nicolas não estávamos juntos. E eu tinha o direito de beijar quem eu quisesse. E teoricamente ele também. E o que eu fa