Meu Deus, minha mãe iria me matar!
- Me conte agora o que aconteceu, Juliet.
- Foi... Nicolas.
- Nicolas? Você ficou com Nicolas, Juliet?
Eu não sabia se isso a deixaria mais tranquila ou mais furiosa. Mas resolvi arriscar:
- Não... Foi só uma brincadeira.
- Brincadeira de marcar o corpo? Se chupar? Acha isso legal?
- Não... Foi realmente uma brincadeira.
- Você beijou ele?
- Mãe! – falei envergonhada.
- Sim ou não?
- Não.
- Está tentando me dizer que deixou Nicolas chupar seu pescoço mas não deixou ele lhe dar um beijo na boca?
- Mais ou menos isso.
- Eu tinha certeza que vocês se envolveriam...
- Mas a gente continua amigo...
- Ok... – ela disse saindo enquanto segurava a roupa.
- Mãe?
Ela me olhou:
- Você não se importa se N
O dia de sábado amanheceu gelado e ventoso. Coloquei bastante roupa para não passar frio. Lorraine passou na minha casa e assim que chegamos ao ponto de encontro, Nicolas já estava nos esperando.- Pensei que pudessem desistir por causa do frio. – ele disse.- Claro que não. Se é para sair somos parceiras. – disse Lorraine. – Ainda mais com uma companhia como você. Além de querido e simpático ainda paga todas as despesas.- Você é abusada. – ele riu. – Mas acho que isso é de família. Você leva meu dinheiro e sua prima minha paciência.Ele abriu a porta do táxi para mim e eu entrei no banco de trás. Quando ele foi passar para o banco da frente, ao lado do motorista, Lorraine já estava lá. Ele sentou ao meu lado e ela virou para trás, piscando:- Deita no ombro dele, Juliet, como você fez
- Nicolas, você está ficando muito convencido... E prepotente.Ele foi subindo os dedos vagarosamente e passou a alisar minha perna até chegar ao meu joelho. Óbvio que ele via minha pele arrepiada. Retirei meu corpo da parede e ele me puxou pelas pernas, me fazendo sentar na beirada da cama, com as pernas ao redor dele. Ficamos nos olhando e eu senti meu coração bater tão forte que quase achei que iria morrer. Ele alisou meu rosto, e eu senti seus dedos quentes. Passei meus braços em torno do seu pescoço e senti ele me enlaçar com os dele. Desci minhas mãos pelas costas nuas, que pegavam fogo como eu. Ele escorou a cabeça no meu peito e senti sua respiração quente.- O que eu causo em você, Juliet? – ele perguntou sem me olhar.Alisei seus cabelos finos, com seu rosto ainda escondido entre meu corpo e disse:- Você molha minha calcinha... &nd
E o sábado finalmente chegou, depois de parecer ter 95878 dias entre a última vez que falei com Nicolas e a chegada do final de semana.Peguei um vestido verde e olhei indecisa... Nicolas havia pedido para eu não ir de vestido. E eu não pretendia beber para ele me carregar. O vexame da última vez na casa dele havia sido suficiente. Olhei para uma calça jeans clara. Vai calça. Um salto e uma camisa rendada com uma bela maquiagem. Lorraine passou na minha casa e fomos juntas. Encontramos minhas amigas na fila do Manhattan. Montanha não estava de bom humor naquele dia. Fez nós mostrarmos os documentos de identidade e revistou nossas bolsas. Engraçado é que não podia entrar armado ou com faca, mas drogas passavam.Eu era louca, mas nunca me passou pela cabeça usar drogas. E por isso me doía quando minha mãe dizia que eu poderia ser como meu pai. Eu bebia para relaxar, s
Sim, eu literalmente perdi o controle. A peguei sem me importar com nada. Deixei Val e todo mundo sem entender. Mas eu não podia deixá-la fazer nada que pudesse se arrepender depois.A intenção foi sim pagar para ver a reação dela. Mas eu não lembrei do quanto ela era impulsiva e intensa. Então foi um risco que eu corri. E agora não podia deixar tudo dar errado por minha culpa.Ela não reclamou. Ficou ali, deitada no meu ombro, com a cabeça para baixo como se nada estivesse acontecendo. Eu sabia que ela estava bêbada porque havia contado exatamente cada copo que ela tomou. E me senti um pouco mal se eu fui o causador da bebedeira dela. Mas ao mesmo tempo ela merecia sofrer um pouco. Só um pouco, não muito. O problema é que ela era Juliet... Sempre dava a volta por cima e não deixava nada acabar com ela. Ela sempre queria se mostrar forte perante os outros, por
Quando cheguei na aula segunda-feira Alissa e Val já estavam sentadas em dupla. Dani não havia chegado. Apesar do ocorrido, eu estava tranquila. Não havia quebrado o pacto. Eu estava gostando de Nicolas (muito), mas não havia tido nada com ele... Até agora.- E então, recuperada da bebedeira? – perguntou Alissa.- Sempre.- E Nicolas? – perguntou Val.- Eu não sei. Deve estar bem. Não falei mais com ele. Aliás, devo agradecer por ele ter sido tão gentil comigo. – tentei.- Até demais. – disse Val.- Está com ciúme, Val? – perguntei curiosa.- Não sei... E você, está gostando dele?- Eu? Mas é claro que não... – falei sem ter certeza se fui convincente. Parecia que estava escrito na minha cara que eu estava gostando por ele.- Não vão se estranhar po
Eu fiquei muda e Lorraine começou a rir, dizendo:- Eu vou pegar algo para comer. Alguém quer?- Coca-cola. – eu disse ainda perplexa.- Não dê Coca-cola para ela. – disse Nicolas. – Faz mal.- Ela gosta de tudo que faz mal... E já que você vai pegar a prostituta, o refrigerante é o de menos, amigo.Ela saiu deixando a fumaça mal cheirosa, que tentei espalhar com minhas mãos, fazendo careta:- Perdoe os maus modos de todos nesta casa. – eu disse.Ele se virou e sentou ao meu lado.- Achei que ainda estivesse bêbada. Não foi sequer capaz de me ligar para agradecer por eu ter salvado você.- Não me salvou... E sabe muito bem disto.- Ainda quer ficar com Pedro?- Nick... Eu preciso lhe contar uma coisa.Ele me olhou. Estávamos tão próximos. Nossos corpos se encostavam, um
E então eu abri mão de ir ao Manhattan naquela noite para ficar com minha família. E foi uma decisão unicamente minha. Se eu me arrependi? Não.Mas também não fui capaz de pedir desculpas a Otto por tudo que eu fiz. Ou sequer agradecer por ele sempre estar ali conosco. Eu era péssima em pedir desculpas. Mais ainda em admitir meus erros. Mas o que importa era o que eu sentia naquele momento: gratidão e amor, por minha família... Do jeito que ela era.Na segunda-feira, quando cheguei na escola, antes de entrar na sala encontrei Alissa e Val no corredor.- Por que você não foi? – perguntou Alissa. – Ficou de castigo? O que houve?Dani chegou atrás de mim e me abraçou por trás, me dando um beijo. Coloquei a mão sobre o braço dela.- Não, eu não estava de castigo. – falei. – Decidi pass
Esperei pela ligação de Nicolas naquela noite, mas não aconteceu. Nem na terça. Na quarta eu já estava completamente impaciente. Havia tomado banho e estava pronta para dormir olhando para o telefone. Passava das onze horas. Pensei em ligar, mas já era tarde.Fechei meus olhos, inquieta. Droga, eu precisava ouvir a voz dele ou morreria. Então peguei o celular. Mas quando fui apertar o botão, ele ligou. Fiquei olhando, atônita. Será que ele também estava sentindo o mesmo que eu?- Oi, Nick.Houve um silêncio que pareceu uma eternidade da parte dele. Ouvia somente a sua respiração. Perguntei:- Nick, você está aí?- Sempre.- Por que não fala comigo?- Por que você não fala comigo? Por que não me liga?- Eu... Confesso que estava com o telefone na mão para ligar.- Sim, mas n